Um sistema eficiente não teria ladrões, eles seriam não-fabricados pela oportunidade de ser um membro produtivo da sociedade. Etc.
Quando uma coisa falha, você faz a próxima coisa aquém do ideal, ainda possível para minimizar os danos. Uma delas é policiamento, a polícia mostrar estar vigilante.
A abordagem "indiscriminada", ou preferencial aos perfis mais associados à prática de crimes pode não exigir o uso do cérebro -- essa é a intenção de heurística -- mas não significa que não seja inteligente mesmo assim, e funcional, por desencorajamento dos potenciais criminosos a atuarem nas redondezas.
Eu ficaria muito surpreso se uma pessoa, de qualquer raça, dona ou que trabalhe em um estabelecimento comercial, fosse preferir que acabassem as abordagens policiais próximas, mesmo que essas pessoas sejam das mesmas raças que mais cometem crimes na área e eventuamente passem por abordagens (tirando claro, a possibilidade de ter ou trabalhar em estabelecimento em área de criminalidade mínima mesmo sem policiamento -- ainda mais se lá também chovesse suco de maracujá). Ficaria muito surpreso se bandidos não preferissem atuar em locais onde vêem menos a polícia atuando.
Isso no entanto deve acontecer dissociado de racismo* e brutalidade policial. Algumas notícias sobre as UPPs eram bastante positivas quanto a isso, a opinião da população destoando completamente do que mais típicamente sai nos jornais, de mães e parentes de pessoas mortas pela polícia denunciando brutalidade e racismo, mas sendo altamente favoráveis à presença policial.
* onde eu ainda consideraria que uma desproporção em abordagens não é necessariamente o caso, da mesma forma que normalmente não se costuma considerar perseguição as desproporções numericamente "etaristas", "sexistas", e de acordo com um tipo de veículo, etc.
"o serviço de inteligência levantou a informação de que os crimes praticados nessa área são feitos por 2 indivíduos em uma moto de cor X, marca e modelo Y e capacetes Z".
Quando se tem esse padrão tão específico, ótimo. Não sei se sempre se tem, até porque comumente deve haver mais de dois caras praticando crimes numa "área", e provavelmente nem ficam sempre convenientemente com as mesmas motos ou roupas.
Acho que não raramente se terá uma série de ocorrências variadas numa região, muito provavelmente implicando haver mais de dois indivíduos criminosos, e sem tanta "precisão" quanto a marca de moto, capacetes (quando for o caso), etc. Acho que muito mais provavelmente em vez disso deverá ser comumente mais um perfil sexual, etário, étnico, e algumas vezes fisionômico, de um número indefinido de perpetradores.