Sobre as implicações das teorias físicas sobre a maneira de se enxergar o mundo: a ciência não tem o monopólio da criatividade

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Não acho nada de errado em se partir de conceitos físicos para se criar uma
analogia com um aspecto da humanidade,
contantoque se deixe bem claro que se trata de uma analogia ("Alguem falou em cura quântica?"). É sempre bom lembrar que "às vezes, um charuto
é apenas um charuto."
Acho que o problema central que encontramos aqui, vem do fato de que existe uma distinção muito importante entre as chamadas "ciências" humanas e as exatas. Essa diferença surge por não existir ainda um conhecimento de um mecanismo unificado que
explique as ações e a mente humanas[1]. O que temos são interpretações que são, quer queiram ou não, fenomenológicas, e que estão sujeitas aos preconceitos e obsessões daqueles que as elaboram ("Freud, tira o charuto da boca!") Num estado desses, fica difícil mesmo
estabelecer qual a visão mais correta do fenômeno humano. Penso que é uma situação parecida com a da medicina antes da descoberta
dos microorganismo e antes das experiências de Pasteur: os romanos achavam que a malária era causada por "emanações" das águas,
um outro povo podia acreditar que as doenças eram causadas por espíritos malignos, e o fato é que realmente não havia maneira
de se afirmar conclusivamente que uma interpretação era mais correta que a outra. Nesse caso, o relativismo se justifica. Ou seja,
o relativismo (na minha opinião) é uma postura que é válida quando ainda não se conhece os mecanismos fundamentais por trás de um
fenômeno. Esse não é o caso das ciências exatas
atualmente [2].
[1] Talvez a sociobiologia, a ciência cognitiva e as pesquisas sobre o cérebro venham a resolver isso.
[2] O modelo de Copérnico na verdade não era muito melhor que o de Ptolomeu, mas pôde ser refinado por Kepler até demonstrar ser a descrição correta quando medições mais precisas do movimento dos planetas foram obtidas. Mais tarde foi justificado pela teoria da gravitação de Newton.