Como fica a instalação de softwares no LinuxA instalação e a atualização de programas representaram o maior problema para o usuário de Windows Preston Galla em seu teste com o Linux.O usuário de Windows Preston Galla ficou duas semanas usando apenas o Linux. Ele teve problemas na instalação e atualização de programas.Pelos olhos de um usuário Windows, o Linux possui um calcanhar-de-aquiles na instalação de novos software.
Prepare-se para entrar em um mundo no qual o Windows Update parece um modelo de simplicidade e no qual você pode sentir necessidade de ter um Ph.D em física apenas para instalar novas aplicações ou atualizações.
Vamos começar com algo simples como a instalação da última versão do Flash Player. Eu não conseguia ver nenhum vídeo no YouTube por que o Ubuntu não instala o Flash Player automaticamente. Na verdade, nem o Windows faz isso, então não me preocupei – só precisava instalar o programa.
Cliquei no link para instalação e, na página, me perguntaram qual a versão do Flash Player para Linux eu queria instalar: tar.gz para Linux, .rpm for Linux ou YUM for Linux. Isto é, para dizer o mínimo, confuso.
Como usuário Windows, eu conhecia o formato tar e optei por ele. Depois de fazer o download, descomprimi os arquivos e cliquei no arquivo de instalação. Não aconteceu nada. Tentei novamente e nada.
Então tentei a opção de rodar o programa de instalação em uma janela do terminal. Foi um tiro no escuro, mas de alguma maneira deu certo. Por quê? Não sei ao certo, mas funcionou.
Tive experiências similares com a atualização para a versão 3.0 do OpenOffice – e acabei desistindo e ficando com a versão 2.4.
As pessoas que acreditam que o Linux vai substituir o Windows como o sistema operacional na maioria dos PCs precisa entender que grande massa de usuários não quer passar por esse tipo de coisa para instalar ou atualizar seus programas.
Terminologia confusa foi a regra para instalação de programa ou atualizações. Outro exemplo foi quando decidi atualizar o Ubuntu. Fui até o Update Manager, parecido com o Windows Update, e pensei que a sua função fosse me manter informado sobre atualizações e instalá-las em meu PC. Ao passar o mouse sobre o ícone, descobri que tinha 129 atualizações pendentes. Isso me pareceu um problema sério. Então, entrei no Update Manager.
Fui premiado com uma longa lista de atualizações recomendadas. Uns exemplos:
alacarte,
easy GNOME menu editing tool; anacron, cron-like program that doesn't go by time; app-install-data-commercial, Application installer (data files for commercial applications); bind9-host, Version of "host" bundled with BIND 9.X.
O Update Manager do Ubuntu me deu saudades do Windows Update. Em defesa do Ubuntu, eu acabei encontrando algumas atualizações que faziam sentido, como complementos para o programa de e-mail Evolution.
Por outro lado, o Update Manager não me avisou de atualizações vitais. Por exemplo, eu usava a versão 2.4 do OpenOffice.org e não fui avisado que a versão 3.0 estava disponível. Pior, eu usava a versão 8.04 do Ubuntu e a versão 8.10 já podia ser baixada. E, ainda assim, o Update Manager não me avisou.
Tentei fazer a atulização manual do OpenOffice e a experiência foi horrível. Baixei a atualização e, ao checar os arquivos, não havia um instalador. Busquei o OpenOffice.org para instruções e o que achei não facilitou nada. Envolvia abrir um prompt e encontrar o diretório correto para os arquivos. Encontrei o diretório que, sem brincadeira, era chamado OOO300_m9_native_packed-1_en-US.9358.
Quando cheguei lá, tinha que escrever o comando rpm -Uvih *rpm. Tentei, mas a resposta foi "the program rpm is not currently installed." Para instalá-lo, descobri que precisava dar o comando sudo apt-get install rpm. Segui as instruções para instalar o rpm e, novamente, digitei rpm -Uvih *rpm. Nada ainda. Não funcionou e me deu a explicação: Eu precisaria "use alien." Neste ponto, desisti. A versão 2.4 funcionava perfeitamente.
Depois, descobri que o 8.04 é um lançamento com longo prazo de suporte (LTS, da sigla em inglês) e o 8.10 não está nesta categoria. Por definição, o Update Manager não avisa sobre lançamentos que não são LTS. E você achava o Windows Update confuso?
No final, não achei o Update Manager muito útil. Tive melhores resultados ao buscar por atualizações de software manualmente ou permitindo que os próprios programas me avisassem dos updates. Mas isso nem sempre resolve o problema.
http://computerworld.uol.com.br/tecnologia/2009/02/10/instalacao-de-softwares/
Produtividade, compartilhamento de arquivos e hot spots no LinuxO usuário Windows Preston Galla teve alguns problemas com o processador de texto e para compartilhar arquivos, mas aprovou a simplicidade da conexão wireless.O usuário de Windows Preston Galla ficou duas semanas usando apenas o Linux. Veja o que ele achou da suíte de produtividade aberta, do compartilhamento de arquivos e da conexão em hot spots.Bom, o Linux e as aplicações estão instaladas. Será que o Ubuntu atende as minhas necessidades de uso em um PC?
Como escrevo boa parte do meu dia, fui direto para o processador de texto do OpenOffice. É uma aplicação de alta qualidade. Já tinha desistido de atualizar a versão e fiquei mesmo com a 2.4.
O processador de texto do OpenOffice ofereceu tudo o que eu precisava. O layout, ainda que confuso, dá acesso direto para as ferramentas necessárias, incluindo pesquisa, desenhos, tabelas e hyperlinks, até permite a criação de fundos para documentos. Aqueles que não gostaram do Office 2007 vão preferir a interface do OpenOffice.
Como o OpenOffice suporta o formato de arquivo.doc, eu pude criar documentos e enviá-los para outras pessoas (Conseguir trabalhar com arquivos .doc é obrigatório para quem escreve – é o idioma comum em jornalismo). No entanto, a suíte aberta não suporta a função de controle de alteração e comentários do Word. Tive que voltar para o meu computador com XP para usar esta funcionalidade.
A planilha do OpenOffice também teve desempenho similar. Não sou um grande usuário desse tipo de programa, então não tenho como analisar o desempenho da ferramenta em tarefas complexas. Mas para funções simples como orçamento e afins, funcionou.
Compartilhando arquivosJá tinha sofrido problemas sérios em conectar a máquina Linux na minha rede com PCs com Vista. Para a troca de arquivos, a situação foi parecida.
Uma solução pouco inteligente, mas funcional, foi enviar os arquivos de uma máquina para outra por e-mail. Um caminho um pouco melhor foi usar o Google Docs. Se eu precisava trabalhar em um arquivo na máquina com Linux e ele foi criado no meu PC com Vista, eu optei por subir o arquivo no Google Docs. Assim, podia modificar e salvar o arquivo independente da máquina.
Google Docs não possui um processador de texto com todas as funcionalidades de um OpenOffice ou Word, mas se for apenas para escrever e editar, ele dá conta do recado. Não estou dizendo que o Google Docs é perfeito. A formatação original do arquivo se perdeu e mudou algumas vezes e eu tive grandes dificuldades com caixas de texto.
A capacidade do Google Docs de trabalhar offline permite que você armazene e modifique arquivos quando você não está conectado a web, mas eu achei essa função ruim. Para poder usá-la, você precisa instalar primeiro o Google Gears, o que eu fiz tanto na máquina com Vista e na Linux. O Google Docs offline não funcionou bem no PC com Vista – congelou algumas vezes – mas não tive problemas no meu sistema Linux.
Além disso, o Google Docs offline tem outros entraves. Você não consegue editar planilhas ou apresentações quando offline, por exemplo. E você não consegue criar nenhum documento offline. É preciso criar online, fazer a sincronia com o PC para tê-lo disponível offline. Então, trata-se de uma solução que está longe de ser perfeita.
Hot spotsEu tenho hábito de trabalhar em cafés ou outros locais com hot spots gratuitos. O Linux torna esse processo tão fácil que chega a ser mais simples do que se conectar com o Windows Vista ou XP.
Apenas clique no ícone de conexão no topo da tela e a lista de redes sem fio aparece. A interface mostra se as redes estão abertas ou usam criptografia, além de indicar a força do sinal. Escolha uma, clique e você está online.
No Vista, dependendo do tipo de rede em que você se conecta (privada, pública ou do trabalho), certas opções são habilitadas ou desabilitadas por motivos de segurança. Por exemplo, compartilhamento de arquivos não é permitido em redes públicas.
No Linux, você não pode classificar o tipo de rede. No entanto, o Linux é um sistema operacional mais seguro do que o Windows, então talvez não seja tão necessário.
http://computerworld.uol.com.br/tecnologia/2009/02/10/produtividade-compartilhamento-de-arquivos-e-hot-spots/
Duas semanas sem o Windows: conclusãoFechando o seu teste Linux, Preston Galla garante que não vai abandonar o Windows, mas prevê adotar um laptop ou netbook com o Ubuntu.O usuário de Windows Preston Galla ficou duas semanas usando apenas o Linux. Confira a conclusão.Para quem está usando o Windows desde o Windows 2.0, tentar viver apenas com o Linux foi mais fácil do que eu esperava. Por mais que a instalação tenha causado alguns problemas, a interface do Ubuntu e as suas operações foram surpreendentemente similares ao Windows e fáceis de usar.
A suíte de softwares gratuitos que veem com o Ubuntu é bastante robusta – o gratuito OpenOffice, por exemplo, é uma excelente alternativa ao Microsoft Office. No entanto, se seus colegas de trabalho utilizam a função de controlar alterações, você terá problemas.
Criar uma rede com máquinas Windows também pode gera dor de cabeça. Eu não consegui conectar a minha máquina Linux aos PCs com Vista e vice e versa. Pode ser uma falha na configuração da rede, já que eu conversei com outras pessaos que conseguiram combinar as redes heterogêneas Vista e Linux. De qualquer maneira, prepare-se para algumas dificuldades. Mas a única maneira de saber é tentando.
O maior calcanhar-de-aquiles está na instalação e atualização de software. Foi tranquila a instalação de alguns problemas, mas outros foram quase impossíveis. A mesma lógica se estende para as atualizações.
Se eu vou desistir do Windows pelo Linux? Com certeza não. A impossibilidade de trabalhar com o controle de alterações do Word, os problemas de conexão das máquinas com Vista e a dificuldade de instalar e atualizar software me fazem continuar com o Windows.
Por outro lado, pretendo ter uma máquina Linux sempre a mão – provavelmente um netbook, um laptop pequeno ou, até, um PC mais antigo. Provavelmente, o Ubuntu será usado para eu navegar pela web, checar e-mail e para escrever e editar textos usando o OpenOffice ou o Google Docs.
Ainda que eu não possa ser considerado um convertido ao Linux, de agora em diante eu serei mais ecumênico quando se trata de sistemas operacionais.
http://computerworld.uol.com.br/tecnologia/2009/02/10/duas-semanas-sem-o-windows-conclusao/
Duas semanas sem o Windows: Opinião dos leitoresSão Paulo - O teste feito pelo usuário do Windows Preston Galla causou polêmica entre os usuários da CW Connect e os leitores do COMPUTERWORLD. Confira as opiniões!A reportagem Vivendo com Linux: duas semanas sem o Windows feita pelo usuário Microsoft Preston Galla, colunista do Computerworld, nos EUA, causou polêmica.
Debate na CW Connect, a primeira rede social exclusivamente dedicada aos profissionais de TI, e comentários ao site do COMPUTERWORLD apontaram opiniões em pólos diferentes.
O desenvolvedor em Java Ricardo Oliveira avaliou o teste como positivo. Ele disse na CW Connect que “as avaliações que foram dadas são mais ou menos as avaliações que eu daria, apesar de gostar mais do Linux do que o Windows”. Ele afirma que não abandona completamente o Windows por ser “viciado em jogos e eles não rodariam em Linux (pelo menos eu não iria garantir isso)”.
Também à CW Connect, Welber Souza deu conselhos para resolver os problemas apresentados por Galla na experiência, como falhas na rede heterogênea em Linux, XP e Vista, além da incapacidade de atualizar softwares como o Open Office.
“É possível o controle de versões no OpenOffice e tenho clientes utilizando redes com Linux, XP e Vista sem problemas”, disse o consultor em redes. Ele citou um programa muito apontado nos comentários, o Synaptic, como maneira de resolver os problemas nas atualizações de versões.
Anderson Mesquita foi um dos vários leitores que questionou o método de teste escolhido por Galla. O leitor, em comentário no portal, disse que o Wuby (aplicação instalada sobre o Windows que cria opção de dual-boot com Ubuntu) é um “projeto novo, e não é, [nem] de longe, a melhor maneira de se instalar qualquer Linux”.
Mesquita defende a instalação tradicional do sistema operacional em um disco rígido formatado, sem compartilhar o HD com outros SOs. “Se você quer a mesma facilidade do Windows para instalar o SO, então basta instalar no modo assistido, que particiona o HD e faz tudo por você com o mínimo de interação”, diz. Ele, no entanto, não aconselha aos usuários domésticos instalarem o sistema operacional aberto.
O leitor Homero Montana, por outro lado, conta que passou por uma experiência parecida com a de Preston Galla ao apostar no Linux, especialmente nos problemas encontrados.
“Minha decepção foi a mesma. A inteface até que é agradável, mas não dá pra comparar com a comodidade do Windows”, diz. Ele detalha um dos problemas: “Não consegui nem instalar um acesso wireless com um dispositivo USB. Ele não reconhece quando se conecta, como o ‘plug and play’ do Windows”.
Ainda assim, Homero não descartou completamente a opção aberta de sistema operacional. “A máquina continua montada, para experiências futuras. Talvez alguém me convença a tentar desvendar os milhões de parâmetros e comandos do Console do sistema... Talvez...”, completa.
O leitor Ricardo Amorim tem postura diferente da de Homero. Ele conta que deixou de utilizar o Windows em 2001 e, desde então, passou por cinco distribuições diferentes. “ [No início] Foi uma luta. Depois, passei pelo Mandrake, Red Hat, e pelo sensacional Kurumin. Hoje, com o Ubuntu e suas derivações, não tenho mais batalhas”, completa.
Ele ressalta, contudo, que o usuário que quiser se aventurar em software aberto precisa ter “o mínimo de interesse em conhecer o sistema. Caso contrário, nem adianta convidar...”.
http://computerworld.uol.com.br/tecnologia/2009/02/13/duas-semanas-sem-o-windows-opiniao-dos-leitores/