Autor Tópico: Abrindo os olhos  (Lida 4172 vezes)

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Offline Alexandre

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Abrindo os olhos
« Online: 12 de Janeiro de 2007, 15:10:27 »
Olá, meu nome é Alexandre, tenho 20 anos, e há 3, descobri que sou ateu. Como muitos, fui criado em um família católica (minha mãe é praticante, meu pai é católico por conveniência), fiz a comunhão, ia a igreja com certa regularidade, lia a bíblia e orava o "pai-nosso" antes de dormir, embora orar, para mim, fosse um ato burocrático e mecânico, como ler a bula de um remédio. Mas eu "fazia a minha parte". O céu era o limite do que eu conhecia, e não havia a curiosidade de saber se existia algo além. Era bastante cômodo viver assim. Mas, desde o início da minha adolescência, eu passei a sofrer crises existenciais, e descobri logo que a religião não me dava respostas. Á medida que eu descobria a ciência, as leis da física, os átomos, a gravidade, os buracos-negros, a fórmula química da água, a temperatura da superfície de Vênus, e um universo que cresce descontroladamente e sem propósito, eu me afastava da idéia de um deus que se envolve em questões mundanas. Analisando friamente a Bíblia, era óbvio as contradições, além de uma filosofia antiquada, e as ínumeras descrições de barbáries cometidas com o consentimento e incentivo de um deus que, áquela altura, me parecia medieval demais. O deus católico não poderia existir. Fiquei surpreso, e estranhamente aliviado quando constatei que nem ao menos havia provas confiáveis da existência do messias Jesus. Como eu poderia ter sido enganado durante tanto tempo? Acreditava, no entanto, na existência de um deus, um deus maior, um criador ou um designer inteligente, como dizem os criacionistas mais modernos. Mas não era o bastante. Eu pensava: Se estamos na Terra para cumprir uma missão ou por um propósito qualquer, então por que a morte é tão fútil e banal? Qual a razão de tudo isso? Tentei encontrar a resposta no mundo metafísico do espiritismo: A proposta da reencarnação, o cerne da doutrina espírita, me parecia bem razoável para explicar porque muitas pessoas morrem ao nascer. É simples: Sempre há uma segunda chance. Era tudo o que eu precisava saber. Até que apareceu a neurologia, mostrando que um sociopata é um sociopata, não porque seja um reflexo de uma vida passada desregrada, mas sim por uma lesão no lobo frontal ou uma amígdala menor que a média das pessoas normais, e que a ciência sabia exatamente quais áreas do cérebro eram ativadas quando expressávamos nossas emoções. O caso "Phineas Gage", de um homem que teve a personalidade alterada após um acidente de trabalho, e que foi um divisor de águas para a psicanálise moderna jogava por terra a idéia de uma alma impermeável, uma personalidade imaterial que não poderia ser alterada. Meu castelo desmoronou. Estava no escuro de novo. A pá de cal veio com o determinismo, que me elucidou toda a questão: Nossas ações são pré-determinadas pelo nosso sistema nervoso. Não existe maldade, existe o "gene da maldade". Os cães que eu alimento na rua e que dormem na minha porta são resultado, não da minha compaixão por esses seres, mas do meu "gene da compaixão". Nada de alma, nada de romance, nada de mistério, o DNA explica. As catástrofes naturais, como o Tsunami, não são castigo de um deus raivoso, como prega o catolicismo, e nem trazem elevação espiritual, como a doutrina kardecista diz. São apenas... Catástrofes naturais. O sofrimento não aproxima ninguém de um deus, o sofrimento traz mais sofrimento que, consequentemente, traz mais sofrimento ainda. Se um mal como o Holocausto existiu, é sinal de que não há um deus olhando por nós. Eu sai do conforto da ignorância, eu sai da "Matrix". E como disse Morpheu: "Você não pode mais voltar!"

"Como te atreves a perturbar o sagrado repouso do nada, para criares este mundo de angústia e de dôres?"
"Como te atreves a perturbar o sagrado repouso do nada, para criares este mundo de angústia e de dôres?" --- Arthur Schopenhauer

"Não posso convencer-me de que um Deus benéfico e onipotente tenha criado as Ichneumonidae, com a intenção expressa de que estas buscassem o seu alimento no corpo vivo das lagartas." --- Charles Darwin

“Devemos questionar a lógica que afirma um Deus onipotente e onisciente, que criou um homem falível e o culpa por seus defeitos.” --- Gene Roddenberry

Luz

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #1 Online: 12 de Janeiro de 2007, 15:15:13 »
Texto bacana, Alexandre.  :)

Só uma dica, usa espaço entre os parágrafos para ficar mais fácil de ler.  ::)

Offline Dbohr

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #2 Online: 12 de Janeiro de 2007, 16:25:21 »
Bem-vindo ao barco, Alexandre. Espero que você goste do resto da tripulação :-)

Offline Fred

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #3 Online: 12 de Janeiro de 2007, 17:17:43 »
Alexandre, levanta-te e anda !
Ainda existe um longo caminho a percorrer. Seja bem vindo ! :ok:
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Offline Leafar

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #4 Online: 12 de Janeiro de 2007, 18:44:37 »
Olá, Alexandre.

Antes de mais nada, sou espírita.  Digo isso para que saiba de antemão para que lado vou conduzir a minha argumentação.  Longe de mim querer demovê-lo de suas convicções, mas vim colocar mais elementos para que possa fundamentar melhor suas opiniões, sejam elas ou não coincidentes com as nossas.

Sobre a questão do livre-arbítrio, sugiro que leia, se tiver paciência, o tópico Fora da Caridade não há Salvação, aqui mesmo no Clube Cético.  Lá foi discutido inclusive o caso de Phineas Gage.  São opiniões controversas e você decida-se pelo partido que quiser.

A opinião espírita é que o corpo não é o agente causador da inteligência, mas o corpo pode limitar a sua manifestação.  É mais ou menos como um bom programador que não tem um bom computador, ou seja, ele não conseguirá muita coisa.  De maneira análoga, um ótimo computador não produz bons programas se não houver um bom programador.  Não podemos afirmar que o espírito de uma pessoa que na Terra é pouco inteligente, é também pouco inteligente no mundo dos espíritos.  Aqui ela pode estar sofrendo limitações causadas pelo corpo, criadas para que, por exemplo, um ramo da inteligência já desenvolvida não prejudique o desenvolvimento de outro ramo.

Entretanto, segundo ainda a ótica espírita, podemos afirmar que pessoas que trazem conhecimentos inatos, principalmente os específicos, o tráz do mundo espiritual.  Não pode ter sido o seu corpo que o produziu do nada.

Quanto ao assunto específico "Holocausto", ele foi previsto, preparado e tinha a sua razão de ser para o amadurecimento da Humanidade e de sua legislação.  Se tiver paciência, leia o texto REGENERAÇÃO DA HUMANIDADE, de 1866, e os seguintes que citei no mesmo tópico.  Para responder ao motivo da sua decepção específica, vou citar apenas um trecho de "Precursores da Tempestade", também de 1866 e citado mais abaixo no mesmo tópico:

"Permiti que um antigo dignitário da Táurida abençoe vossos dois filhos. Possam eles, sob a égide das respectivas mães, tornar-se inteligentes em tudo e ser para vós causa de reais satisfações! Desejo que sejam espíritos convictos, isto é, de tal modo se saturem da idéia de outras vidas, dos princípios de fraternidade, de caridade e de solidariedade, que os acontecimentos, que se precipitarão quando eles estiverem em idade de consciência e de razão, não os espantem, nem lhes enfraqueçam a confiança na justiça divina, em meio das provas por que tem a Humanidade de passar.
(…)
…Mas, os acontecimentos, mais fortes que as maquinações em surdina, preparam no horizonte político um temporal bastante violento e, quando a tempestade estalar, tratai de estar bem abrigados, de ser bem fortes e muito desinteressados. Haverá ruínas, invasões, delimitações de fronteiras e, desse naufrágio imenso, que virá da Europa, da Ásia, da América, somente escaparão, ficai sabendo, as almas temperadas, os espíritos esclarecidos, tudo o que for justiça, lealdade, honra, solidariedade."


Claro que não tenho a pretensão de que creia em nada disso.  Mas deixo aqui a minha opinião…

Como disse o Fred, levanta-te e anda (por si próprio)! :ok:

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

visite: http://conviccao-espirita.blogspot.com/2013/08/apresentacao-deste-blog.html

rizk

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #5 Online: 12 de Janeiro de 2007, 20:56:41 »
Blabla ignore ele. Bem vindo.  Mas "gene da maldade" e "dna explica" é pegar pesado hein COLEGÃO?

Offline Alexandre

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #6 Online: 12 de Janeiro de 2007, 21:23:41 »
leafar. Primeiro gostaria de agradecer a gentileza de responder ao post. Respeito a religião/ciência espírita, mas a sua doutrina, a meu ver é, no mínimo, contraditória. Não vou apelar para conceitos já estabelecidos, como: "A quem afirma algo, cabe o ônus da prova". Se houvesse uma prova concreta da existência de espíritos, talvez esse fórum não existisse, ou, estariam nele apenas meia dúzia de cabeças-duras. A questão é que o espiritualismo Kardecista, á luz da lógica e do bom senso, está repleto de falácias grosseiras.(Espero que os espíritas ou simpatizantes da doutrina neste fórum, não se ofendam com as minhas críticas; pelo contrário, refutem minhas palavras se eu estiver falando asneiras) Os comentários abaixo estão intercalados com fragmentos de outros textos. Eis alguns pontos incongruentes sobre o espiritualismo:

"1. É muito interessante uma doutrina se julgar cristã, mas renunciar a maior parte dos ensinamentos do próprio Jesus, fragmentando e destacando frases e passagens escolhidas a dedo, as quais, curiosamente, são as que justamente renunciam a possibilidade da coexistência cristianismo-kardecismo numa única pessoa, pois são excludentes entre si. Vamos dar a luz aqui ao fato notório de que os ensinamentos do Nazareno são irreconciliáveis com a doutrina de Kardec. Na minha opinião pessoal, é fato notório que Jesus sequer existiu, para aqueles que contemplam da mesma opinião sabem, de antemão, que o kardecismo já começa errado ao admitir a passagem física de Jesus pela Terra. (Le q. 856, 802, 665, 131)

2.

Quando o levaram dali tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus (...) E levavam também com ele outros dois, que eram malfeitores, para serem mortos (...) Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram, a ele e também aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.

(...) Então um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava dele, dizendo: Não és tu o Cristo? salva-te a ti mesmo e a nós. Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: “Nem ao menos temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça; porque recebemos o que os nossos feitos merecem; mas este nenhum mal fez.”
Então disse: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.”
Respondeu-lhe Jesus: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lc 23:26-43)

Se um malfeitor em uma única vida, só por ter se arrependido e confessado sua fé em Deus e Jesus conseguiu absolvição imediata, aonde os kardecistas viram nos ensinamentos de Jesus algo como a salvação segundo as obras? Por que este malfeitor não precisou de centenas de vidas para poder adentrar no mundo de Jesus (espírito superior)? Em que vida tal malfeitor pagará pelos seus pecados se ele pegou passagem direto para os reinos superiores?

3.Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim. (Mateus 7:21-23)

Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti. (Dt 18:10-12)

E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo (Hb 9:27)"

A aceitação da existência de Jesus, e a exaltação de sua importância para a formação da doutrina espírita, (conforme Allan Kardec) são constrangedoramente desmentidos pelos versos acima. Kardec, aliás, supostamente psicografou uma mensagem de Jesus. Ainda há outros problemas em relação a crença da reencarnação. Por exemplo: Se até mesmo o ser em estado não-corpóreo tem livre-arbítrio e sofre, convive com outros espíritos, conversa, se move, para que serve então reencarnar? Qual o propósito, leafar? Se o esquecimento dos atos do passado, da vida anterior, é supostamente uma benção, como afirma os espíritas, então de que vale reencarnar, se vou esquecer as experiências das minhas vidas passsadas? Se eu matei uma pessoa em uma vida passada, e não me lembro, então não posso me arrepender. Eu vou nascer de novo com a "ficha limpa?" E se, como reflexo de uma encarnação passada repleta de delitos ou maldades, eu nascesse com um deficiência física ou mental, qual seria a vantagem, se eu não puder me lembrar do que fiz? Não parece apenas um ciclo de vingança interminável?

"Kardec afirma que "Todo espírito que, em suas comunicações, trai um mau pensamento, pode ser classificado na terceira ordem.". Julgar o que é o "bem" e o que é o "mal" é uma tarefa muito difícil, bastante subjetiva, e também fortemente sujeita aos nossos condicionamentos culturais e históricos. Por exemplo, o espírito "São Luís" (que era tido mais ou menos como um "presidente espiritual" da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas ao tempo de Kardec) em algumas ocasiões emitiu opiniões que para mim parecem claramente oriundas não de um "Espírito Superior", como ele era considerado por Kardec e demais membros da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, mas na verdade procedentes de um espírito da terceira e mais inferior das ordens espíritas: a ordem dos espíritos imperfeitos.  (Barros: 2003, p.24)"

Sobre os epíritos superiores:

"Reunem a ciência, a sabedoria e a bondade. Sua linguagem, que só transpira benevolência, é sempre digna, elevada e freqüentemente sublime."

Kardec também afirma que é possível diferenciar um espírito evoluído de um inferior através da linguagem com a qual estes se comunicavam. Não seria uma forma de preconceito? Elitização espiritual? Um espírito é inferior quando tem deficiências gramaticais?

Sobre o suicídio, segundo Kardec:

"À primeira vista, como ato de abnegação, este suicídio poder-se-ia considerar desculpável. Efetivamente assim é, mas não de modo absoluto. A esse homem faltou a confiança em Deus, como disse o Espírito S. Luís. A sua ação talvez impediu a realização dos destinos do filho; ao demais, ele não tinha a certeza de que aquele sucumbiria na guerra e a carreira militar talvez lhe fornecesse ocasião de adiantar-se. A intenção era boa, e isso lhe atenua o mal provocado e merece indulgência; mas o mal é sempre o mal, e se o não fora, poder-se-ia, escudado no raciocínio, desculpar todos os crimes e até matar a pretexto de prestar serviços.

(...) O suicídio mais severamente punido é o resultante do desespero que visa a redenção das misérias terrenas, misérias que são ao mesmo tempo expiações e provações. Furtar-se a elas é recuar ante a tarefa aceita e, às vezes, ante a missão que se devera cumprir. (2Ci V)

Curioso que ninguém viu o mérito de se impedir que o filho cometesse homicídios e diversos outros tipos de destruições na guerra. Kardec enxerga a possibilidade de que a "a carreira militar talvez lhe fornecesse ocasião de adiantar-se.", mas não assinala que isso se daria às custas possivelmente da morte de outros. E ele incorre em inacreditável incoerência ao dizer "mas o mal é sempre o mal, e se o não fora, poder-se-ia, escudado no raciocínio, desculpar todos os crimes e até matar a pretexto de prestar serviços.". Ele considera o suicídio do pai um mal que não deixou de ser mal apesar das nobres intenções; por um lado, "condena o ato de matar a pretexto de prestar serviços"; e acaba, em franca contradição, apoiando o ato de matar a pretexto de prestar serviços (na guerra). De fato, para mim, neste ponto (e de acordo com os meus "condicionamentos culturais e históricos"), São Luís manifestou uma opinião má. Mas Kardec foi ainda pior. (Barros: 2003, p.25)

Então, logo em seguida, colocamos a luz sobre outro caso, no mesmo capítulo, onde narra o suicídio de um ex-noivo com uma facada no próprio peito a porta da casa da ex-pretendente. A separação teve como causa uma discussão “por motivos fúteis” onde o rapaz falou que não mais voltaria, se arrependeu e, no dia seguinte, voltou à casa da moça, ela não o atendeu, e então ele se matou. O espírito do rapaz é evocado e afirma sobre seu amor: “Paixão somente, creia; pois se o amor fosse puro eu me teria poupado de lhe causar um desgosto.”.

São Luís, contudo, fez algumas afirmações curiosas. Kardec perguntou: "E o suicídio de Luís tem desculpa pelo desvario que lhe acarretou a obstinação de Victorine?”, São Luís responde: “Sim, pois o suicídio oriundo do amor é menos criminoso aos olhos de Deus, do que o suicídio de quem procura libertar-se da vida por motivos de covardia.”.

Observem que: no suicídio do pai que queria evitar que o filho fosse para a guerra, Kardec comenta abertamente que "o suicídio mais severamente punido é o resultante do desespero que visa a redenção das misérias terrenas". Já no caso do apaixonado suicida, "São Luís" fala do atenuante do "amor"! Ou seja, segundo "Kardec-São Luís" é menos punível quem se mata porque a noiva desistiu do casamento do que quem se mata devido a anos de dores lancinantes com alguma doença terminal, como o câncer. (Barros: 2003, p.26)

Por isso se vê ainda uma nova confirmação da justiça que preside à distribuição das penas, conforme o grau de responsabilidade dos culpados É à moça, neste caso, que cabe a maior responsabilidade, por haver entretido em Luís, por brincadeira, um amor que não sentia. Quanto ao moço, este já é de sobejo punido pelo sofrimento que lhe perdura, mas a sua pena é leve, porquanto apenas cedeu a um movimento irrefletido em momento de exaltação, que não à fria premeditação dos suicidas que buscam subtrair-se às provações da vida. (2Ci V)

Então, segundo o juízo de Kardec, é à moça que cabe a maior pena??!! O rapaz abandona a mesa do almoço durante a discussão, sai da casa da sogra dizendo que não vai mais se casar, volta somente no dia seguinte arrependido, e tem que ser recebido com braços abertos? (...) Se mata, e a culpa maior é da moça?"

Isso parece justo? Amor, segundo a ciência, é apenas uma reação química do cérebro. Essa tal reação química seria uma atenuante para o suicídio? O que dizer então de um paciente com câncer terminal, como descrito acima. O sofrimento físico extremo não seria uma boa razão para se tirar a própria vida?

Kardec e o racismo

"“Esses Espíritos dos selvagens, entretanto pertencem à humanidade; atingirão um dia o nível de seus irmãos mais velhos, mas certamente isso não se dará no corpo da mesma raça física, impróprio a certo desenvolvimento intelectual e moral. Quando o instrumento não estiver mais em relação ao desenvolvimento, emigrarão de tal ambiente para se encarnar num grau superior, e assim por diante, até que hajam conquistado todos os graus terrestres, depois do que deixarão a Terra para passar a mundos mais e mais adiantados” (Revue Spirite, abril de 1863, pág. 97: Perfectibilidade da raça negra,)

“Em relação à sexta questão, dir-se-á, sem dúvida, que o Hotentote é de uma raça inferior; então, perguntaremos se o Hotentote é um homem ou não. Se é um homem, por que Deus o fez, e à sua raça, deserdado dos privilégios concedidos à raça caucásica? Se não é um homem, porque procurar fazê-lo cristão?" (Le q.222).

 

Será que existe algum negro kardecista? O que diria Nelson Mandela, ao se descobrir impróprio a moral que ele mesmo tem. Naturalmente, segundo os espíritas, Lao-Tsé e Gandhi são aberrações da natureza. [aqui veremos que o racismo kardecista se aplica a todos os povos não-europeus]. O que diremos então dos “selvagens” maias, incas e astecas: como podem seres com corpos incompatíveis a desenvolver-se intelectual e moralmente, terem tido uma sociedade tão bem organizada e o melhor calendário do mundo, na época. Julio Siqueira, particularmente sobre este trecho sintetiza:

 

Kardec defendia (ou concordava com) a idéia de que a "raça negra" era fisicamente inferior às "raças brancas", e que conseqüentemente recebia a encarnação de espíritos inferiores. A "raça negra" só era, segundo ele afirma nesse texto, "perfectível" (ou seja, passível de aperfeiçoamento) através de cruzamentos com as "raças brancas" (superiores). Mesmo se um espírito de grande elevação, como o de um "sábio do instituto", encarnasse entre os negros, não seria possível levar a um desenvolvimento dos "órgãos rudimentares" (entenda-se: as áreas cerebrais relacionadas à inteligência). Logo, nesse caso, a perfectibilidade seria possível apenas em um espectro muito pequeno, a menos que houvesse cruzamento com as raças superiores. Kardec desconhecia as raças negras a fundo, e apesar disso tecia considerações teóricas a seu respeito. E elaborava teorias claramente racistas, pois que eram teorias intrinsecamente (e injustificadamente) incoerentes, já que ele relegava à "raça negra" a condição de "imperfectível" enquanto não via da mesma maneira (ou pelo menos não se referia da mesma maneira) as "raças brancas". Seguindo rigorosamente a lógica de Kardec, as raças brancas só seriam perfectíveis através de cruzamentos físicos com os habitantes de Júpiter! (planeta esse considerado, de acordo com "revelações" mediúnicas que constam mesmo do Livro dos Espíritos, como o planeta onde os habitantes possuem o mais alto nível de desenvolvimento intelectual, moral, e físico de todo o Sistema Solar). Uma postura de fato coerente seria dizer de modo bem claro e direto que todas as raças são iguais, ou perfectíveis ou não. (Barros: 2003, p.05)"

Porque os espíritas, de um modo geral, se omitem em relação a estas passagens? Kardec era racista? Os espíritos superiores eram racistas?

Sobre a definição de Espírito Superior

"Num primeiro momento ele define os Espíritos Superiores assim:

 

Os da primeira ordem são os Espíritos Superiores que se distinguem pela perfeição, pelos conhecimentos e pela proximidade de Deus, pela pureza dos sentimentos e o amor do bem: são os anjos ou Espíritos Puros. (Le introdução:VI)

Nitidamente Kardec se embaraça ao distinguir Espírito Superior de Espírito Puro, deixando claro que não existe esta diferença. Mais tarde, eis a contradição, ele distingue um do outro:

“SEGUNDA ORDEM [não era primeira?] — ESPÍRITOS SUPERIORES: Reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade. Sua linguagem, que só transpira benevolência, é sempre digna, elevada e freqüentemente sublime.” (Le q.111)

“PRIMEIRA ORDEM — ESPÍRITOS PUROS: Percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Havendo atingido a soma de perfeições de que é suscetível a criatura, não têm mais provas nem expiações a sofrer.” (Le q.113)"

Isso é algum tipo de hierarquia espiritual? Burocracia divina?

Sobre os seres que habitam outros mundos

"Uma questão bem ilustrativa da gagueira cientificista de Kardec é com relação à doutrina espírita da pluralidade das existências nos mundos. Segundo a "revelação" que Kardec recebeu dos "espíritos", "todos os globos que circulam no espaço são habitados" (A. Kardec, Livro dos Espíritos, Inst. de Difusão Espírita, 79a edição, 1993, q. 55, p. 60. O sublinhado é nosso). E quando ele diz todos, inclui as estrelas, pois ele diz que "o Sol não seria um mundo habitado por seres corporais, mas um local de reunião de Espíritos superiores que, de lá, irradiam seus pensamentos para outros mundos (...) Todos os sóis parecem estar numa posição idêntica" (A. Kardec, Livro dos Espíritos, op cit, q. 188, p. 110)."

Allan Kardec teria dito, no mesmo livro, que júpiter seria o planeta mais evoluído em termos de vida em inteligente do sistema solar, e que marte seria o mais primitivo (mais primitivo que nós terráqueos). Deixando o fato óbvio de ser de conhecimento geral que nem marte nem jupiter abriga vida inteligente, suas palavras são desmentidas pelas de Chico Xavier, que numa carta psicografada do espírito de sua mãe, dizia que os marcianos eram muito mais evoluídos física e espiritualmente que os humanos. Como fica essa questão para os espíritas? Eu gostaria que, gentilmente, algum adepto da doutrina espírita rebatesse minhas argumentações. Como disse no começo do tópico, espero não ofender ninguém, são só meus pontos de vista.







 


"Como te atreves a perturbar o sagrado repouso do nada, para criares este mundo de angústia e de dôres?" --- Arthur Schopenhauer

"Não posso convencer-me de que um Deus benéfico e onipotente tenha criado as Ichneumonidae, com a intenção expressa de que estas buscassem o seu alimento no corpo vivo das lagartas." --- Charles Darwin

“Devemos questionar a lógica que afirma um Deus onipotente e onisciente, que criou um homem falível e o culpa por seus defeitos.” --- Gene Roddenberry

Offline Alenônimo

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #7 Online: 13 de Janeiro de 2007, 03:21:23 »
Bem vindo, xará. ::)
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline Ego

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #8 Online: 13 de Janeiro de 2007, 05:34:47 »
Genes pra você é algo que facilita, pra mim não. Vou lutar eternamente contra os meus genes.
Visite meu blog, "Fat Free: A Vida Com Um Exaustor":

http://fatfree.jubiiblog.co.uk/



Quero práticar o cérebro.

Offline Fernando Silva

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #9 Online: 13 de Janeiro de 2007, 11:46:04 »
Sobre o racismo de Kardec, os espíritas alegam que ele apenas seguiu a mentalidade da época, que os espíritos que o aconselharam também estavam enganados etc. etc.

Daí eu pergunto: se os espíritos se enganam, já que não passam de humanos desencarnados, e podem até nos enganar propositalmente, por serem maus, que confiança eles merecem?

Como é possível a espíritos que nos transmitem conceitos racistas "por engano, por desconhecimento" saberem tanto das coisas a ponto de transmitirem obras como a Gênese? Como eles, tão limitados, poderiam saber daquilo tudo?

Offline Alegra

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #10 Online: 13 de Janeiro de 2007, 18:59:00 »
Oi!?
Ufa!!!
Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Luis Dantas

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #11 Online: 13 de Janeiro de 2007, 19:34:46 »
Bem-vindo, Alexandre.  Se puder poste alguma coisa no tópico de apresentação.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #12 Online: 13 de Janeiro de 2007, 21:14:04 »
Citar
A pá de cal veio com o determinismo, que me elucidou toda a questão: Nossas ações são pré-determinadas pelo nosso sistema nervoso. Não existe maldade, existe o "gene da maldade". Os cães que eu alimento na rua e que dormem na minha porta são resultado, não da minha compaixão por esses seres, mas do meu "gene da compaixão"
Cuidado com esse tipo de afirmação. Nossas ações são produtos do nosso sistema nervoso, mas os estados nosso sistema nervoso não são determinado pelos genes, assim pessoas ditas mais más ou mais boas não tem genes especiais que devessem ser privilegiados ou eliminados, nem ações más ou boas de pessoas médias são expressão genética ora de um gene, ora de outro. Os cérebros humanos tem o potencial para tanto uma coisa quanto outra, é o aprendizado, as idéias, que não são também codificadas por genes, que contam para as ações, não os genes.

rizk

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #13 Online: 13 de Janeiro de 2007, 21:43:46 »
Preguiçoso é assim mesmo: deixa de culpar deus, passa a culpar os genes. Se catar.

Offline Leafar

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #14 Online: 14 de Janeiro de 2007, 13:27:58 »
leafar. Primeiro gostaria de agradecer a gentileza de responder ao post. Respeito a religião/ciência espírita, mas a sua doutrina, a meu ver é, no mínimo, contraditória. Não vou apelar para conceitos já estabelecidos, como: "A quem afirma algo, cabe o ônus da prova". Se houvesse uma prova concreta da existência de espíritos, talvez esse fórum não existisse, ou, estariam nele apenas meia dúzia de cabeças-duras. A questão é que o espiritualismo Kardecista, á luz da lógica e do bom senso, está repleto de falácias grosseiras.(Espero que os espíritas ou simpatizantes da doutrina neste fórum, não se ofendam com as minhas críticas; pelo contrário, refutem minhas palavras se eu estiver falando asneiras) Os comentários abaixo estão intercalados com fragmentos de outros textos. Eis alguns pontos incongruentes sobre o espiritualismo:
Obrigado igualmente pela civilidade ao responder às minhas proposições, ainda que não concorde com muitas delas.  Às vezes isso não ocorre aqui no fórum e tentam derrubar um conceito derramando o ridículo sobre ele.  Eu jamais me ofendo com qualquer crítica e nem com eventuais agressões.  Muito pelo contrário, uma agressão contra a minha pessoa me facilitaria muito o trabalho de vencer um debate, embora não haja o menor mérito em vencer desta forma.  As pessoas aqui são geralmente bastante educadas, tirando-se alguns elementos que considero "pontos fora de curva", e pelo que parece você não será um deles.

Posso até ser inconscientemente, mas não me considero uma "cabeça fechada".  Estou sempre disposto a analisar todos os argumentos pró e contra e, se encontrar algo que pareça fazer mais sentido vindo da oposição, em princípio estaria disposto a me render a ela.  Infelizmente isso até hoje não aconteceu, ou seja, não houve sequer um único argumento cético capaz de arranhar as minhas convicções a respeito do Espiritismo, que o defendo como uma opinião pessoal, ou seja, que poderia de público repetir como se fossem minhas próprias, inclusive aquelas consideradas polêmicas.  Mas vamos às suas questões:

"1. É muito interessante uma doutrina se julgar cristã, mas renunciar a maior parte dos ensinamentos do próprio Jesus, fragmentando e destacando frases e passagens escolhidas a dedo, as quais, curiosamente, são as que justamente renunciam a possibilidade da coexistência cristianismo-kardecismo numa única pessoa, pois são excludentes entre si. Vamos dar a luz aqui ao fato notório de que os ensinamentos do Nazareno são irreconciliáveis com a doutrina de Kardec. Na minha opinião pessoal, é fato notório que Jesus sequer existiu, para aqueles que contemplam da mesma opinião sabem, de antemão, que o kardecismo já começa errado ao admitir a passagem física de Jesus pela Terra. (Le q. 856, 802, 665, 131)
Quanto à passagem de Jesus pela Terra, se não me falha a memória existem alguns documentos que o comprovariam.  O segundo ponto é que os espíritos o confirmaram.  O mais importante na passagem de Jesus foram os seus ensinamentos, que Kardec aproveitou os essenciais.  Sob o ponto de vista de ciência espírita, é irrelevante se Jesus existiu ou não em carne.  Sob o ponto de vista moral, há algumas sérias implicações: se ele não veio, a história da crucificação é falsa e conseqüentemente todos os exemplos resultantes desse evento, que são as bases do cristianismo e do espiritismo, seriam apenas palavras, do tipo: "façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço."  Seria um grande baque na imagem que temos de Jesus.  O dia que provarem que ele não veio em carne e que não sofreu corporalmente na cruz, conversamos.

Outra coisa fundamental a se levar em conta é: a Bíblia não é o nosso "Livro Santo".  Com isso, sentimo-nos na liberdade de dela aproveitar o que quisermos, rejeitarmos o que quisermos, e darmos a interpretação que quisermos para as palavras de Jesus e de qualquer profeta ou apóstolo.  Kardec dela aproveitou o que era essencial em seu livro "O Evangelho segundo o Espiritismo" e nós a usamos como referência histórica e para refutar a Igreja.  A Bíblia não nos pode condenar, porque não a seguimos, mas serve para condenar aqueles que a consideram totalmente divinamente inspirada, porque é ela que corrobora muitos de nossos ensinos, enquanto dizem que somos seita demoníaca.  Se a querem considerar infalível, têm de explicar também os trechos que corroboram os nossos ensinos.

Quando o levaram dali tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus (…) E levavam também com ele outros dois, que eram malfeitores, para serem mortos (…) Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram, a ele e também aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.

(…) Então um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava dele, dizendo: Não és tu o Cristo? salva-te a ti mesmo e a nós. Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: “Nem ao menos temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça; porque recebemos o que os nossos feitos merecem; mas este nenhum mal fez.”
Então disse: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.”
Respondeu-lhe Jesus: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lc 23:26-43)

Se um malfeitor em uma única vida, só por ter se arrependido e confessado sua fé em Deus e Jesus conseguiu absolvição imediata, aonde os kardecistas viram nos ensinamentos de Jesus algo como a salvação segundo as obras? Por que este malfeitor não precisou de centenas de vidas para poder adentrar no mundo de Jesus (espírito superior)? Em que vida tal malfeitor pagará pelos seus pecados se ele pegou passagem direto para os reinos superiores?
Aonde está escrito que o ladrão arrependido não teria que reparar seus erros num tempo futuro?  A doutrina espírita ensina que aqueles que se arrependem são imediatamente acolhidos.  Mas isso não os isenta de reparar e/ou expiar os erros do passado num momento futuro.  Por que você acha que mártires aceitaram serem mortos antes de rejeitar as suas crenças? Uniram reparação e expiação a um bom exemplo a ser dado para a humanidade.

Além do mais, que sabes a respeito da vida que esse ladrão teve, suas experiências anteriores, os motivos que o levaram a roubar, etc...? Sabe-se que aqueles que erram sabendo são mais duramente punidos do que aqueles que erram por ignorância.  Tudo isso não é revelado no texto de Lucas e as interpretações são livres a esse respeito.

3.Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim. (Mateus 7:21-23)

Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti. (Dt 18:10-12)

E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo (Hb 9:27)"

A aceitação da existência de Jesus, e a exaltação de sua importância para a formação da doutrina espírita, (conforme Allan Kardec) são constrangedoramente desmentidos pelos versos acima. Kardec, aliás, supostamente psicografou uma mensagem de Jesus. Ainda há outros problemas em relação a crença da reencarnação. Por exemplo: Se até mesmo o ser em estado não-corpóreo tem livre-arbítrio e sofre, convive com outros espíritos, conversa, se move, para que serve então reencarnar? Qual o propósito, leafar? Se o esquecimento dos atos do passado, da vida anterior, é supostamente uma benção, como afirma os espíritas, então de que vale reencarnar, se vou esquecer as experiências das minhas vidas passsadas? Se eu matei uma pessoa em uma vida passada, e não me lembro, então não posso me arrepender. Eu vou nascer de novo com a "ficha limpa?" E se, como reflexo de uma encarnação passada repleta de delitos ou maldades, eu nascesse com um deficiência física ou mental, qual seria a vantagem, se eu não puder me lembrar do que fiz? Não parece apenas um ciclo de vingança interminável?
Não entendi aonde quis chegar com os primeiros versículos de Mateus 7:21-23.  Poderia ser mais claro?

Quanto ao trecho de Deuteronômio, enquanto algumas traduções usam a expressão "consultar os mortos", o que se quer realmente proibir é a necromancia, ou seja, a adivinhação pelos mortos.  Ora, práticas adivinhatórias também são condenadas pelo Espiritismo.  Mas tudo bem.  Vamos supor ainda que o trecho se referisse a nós.  A igreja disse que Jesus aboliu uma série de leis do antigo testamento, inclusive os que estão no referido capítulo de Deuteronômio.  Por que só o que está acima e abaixo deve ser abolido e não a proibição da comunicação com os mortos?  Por que não estamos apedrejando adúlteras, matando homens, mulheres e animais que mantém relações fora dos padrões judaicos, etc...  Por que a anulação atingiu somente o que estava acima e abaixo do referido versículo e não atingiu o próprio?  Dois pesos e duas medidas?

Sobre Hebreus 9:27, em primeiro lugar são palavras de apóstolos (ou nem isso), e não de Jesus.  E segundo, podemos interpretar: o homem morrerá somente uma vez.  Sua alma então será julgada.  Quando reencarnar, será um novo homem, que também só morrerá uma vez, vindo depois o juízo, e assim sucessivamente.

Quanto à reencarnação, ela representa uma oportunidade de sermos provados naquilo que aprendemos no mundo espiritual e nos comprometemos a seguir.  São provas, na acepção da palavra.  No mundo espiritual estudamos, analisamos nossos erros, fazemos menção de melhorar, nos comprometemos com determinados objetivos, etc...  Na encarnação, somos conduzidos a situações que nos oferecem oportunidades de provarmos se assimilamos bem as lições.  Muitas pessoas só conseguem agir corretamente quando sabem ter alguém vigiando-as.  E se elas se achassem sozinhas, vendo que nada ganhariam fazendo o bem? Será que seriam boas?  A incredulidade e a falta de provas nos prestam esse benefício, para que, se vencermos, tenhamos conseguido demonstrar um altruísmo pleno e não forçado.

Quanto ao esquecimento, ele só se dá com relação àquilo que seja em nosso próprio benefício.  Um assassino arrependido dificilmente conseguiria se reerguer numa sociedade inferior como a nossa se todos se lembrassem de seus crimes.  Desafetos não resolveriam seus problemas.  Inimigos poderiam continuar inimigos se se lembrassem do que um fez ao outro, etc... Se dois espíritos tivessem sido grandes inimigos numa existência e, depois em nova oportunidade, fossem grandes amigos, com certeza no mundo dos espíritos, quando se lembrassem de tudo novamente, a animosidade não teria mais sentido.

Quanto às aptidões, essas não se perdem.  O Espírito mantém a intuição do conhecimento adquirido anteriormente e se lembra gradativamente a medida que for sendo colocado em contato durante a vida, que se revela como a extrema facilidade que algumas pessoas têm de assimilar certos conhecimentos.  Que importa se lembrar de como adquiriu o conhecimento, desde que o tenha?  Eu não me lembro exatamente de como eu aprendi a falar, pois quando dei por mim eu já falava.  Mas de que me importa agora saber como, se hoje eu falo?

Entretanto, há alguns casos em que determinadas aptidões são impedidas de se manifestarem na encarnação por limitações corporais.  Por exemplo, um espírito de um grande cientista que reencarna com o objetivo de desenvolver habilidades humanas, pode ter o cérebro propositalmente atrofiado para as ciências exatas.  Se ele conseguisse desenvolvê-las, provavelmente em vida encontraria melhores meios de sobrevivência na ciência, por ser mais habilidoso, desviando-se do seu objetivo principal.  Então, o fato de determinado indivíduo ser fraco em determinada área, não implica que seu espírito necessariamente o seja.  Na Terra, ele seria medíocre na ciência por limitações corporais, e medíocre em humanas por limitações espirituais, com o corpo, contudo, preparado para desenvolver a habilidade que falta ao espírito.

"Kardec afirma que "Todo espírito que, em suas comunicações, trai um mau pensamento, pode ser classificado na terceira ordem.". Julgar o que é o "bem" e o que é o "mal" é uma tarefa muito difícil, bastante subjetiva, e também fortemente sujeita aos nossos condicionamentos culturais e históricos. Por exemplo, o espírito "São Luís" (que era tido mais ou menos como um "presidente espiritual" da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas ao tempo de Kardec) em algumas ocasiões emitiu opiniões que para mim parecem claramente oriundas não de um "Espírito Superior", como ele era considerado por Kardec e demais membros da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, mas na verdade procedentes de um espírito da terceira e mais inferior das ordens espíritas: a ordem dos espíritos imperfeitos.  (Barros: 2003, p.24)"

Sobre os epíritos superiores:

"Reunem a ciência, a sabedoria e a bondade. Sua linguagem, que só transpira benevolência, é sempre digna, elevada e freqüentemente sublime."

Kardec também afirma que é possível diferenciar um espírito evoluído de um inferior através da linguagem com a qual estes se comunicavam. Não seria uma forma de preconceito? Elitização espiritual? Um espírito é inferior quando tem deficiências gramaticais?
Essa questão tem alguns desdobramentos.  O médium, dependendo do modo como foi obtida a comunicação, pode influir.  Por exemplo: o espírito tem a intenção de escrever a palavra "laranja".  Se o médium não fala a língua na qual se quer expressar essa palavra, como por exemplo, em inglês, o espírito pode soletrar, transmitindo as idéias do "o", "r", "a"..."e", que o médium conhece.  É uma comunicação mais segura, mas igualmente mais trabalhosa e lenta.  Se, por outro lado, o médium é instruído e está escrevendo na própria língua, o espírito pode inspirar somente a idéia de uma laranja. O médium então interpreta e encontra em seu vocabulário a palavra adequada para exprimir a idéia.  É uma forma mais cômoda e rápida para as comunicações, mas há igualmente o risco de as idéias do médium se misturarem nas idéias do espírito, que é o fenômeno chamado de "animismo" no meio espírita.  É normalmente dito que grande parte dos textos espíritas tem a sua parcela de animismo.  O primeiro caso só é usado para atestar autenticidade absoluta e formar convicções.  O segundo é usado quando a convicção já existe e se deseja agilizar e facilitar as comunicações.

Essa introdução foi só para chegar ao ponto da sua pergunta.  Erros gramaticais simples não denotam necessariamente inferioridade, principalmente se o médium não for especialista na língua.  Erros gramaticais grosseiros só se justificariam se o médium tiver quase nenhum conhecimento da língua, ou se o espírito for ignorante.  Mas se o médium é pessoa notoriamente instruída e sábia, assim como o espírito, a linguagem não pode ser inferior.  Se for inferior, ela não poderia ser atribuída ao médium, que nesse caso estaria dissimulando.  Então trata-se de um espírito pouco instruído, ou seja, ignorante.  Veja que ignorante não é necessariamente mau, mas já denota certa inferioridade, ainda que somente intelectual.  E se forem ambos, o médium e o espírito, conhecedores da língua, e mesmo assim forçam nos erros gramaticais, então trata-se com certeza de uma mistificação, pois não há motivos para isso.

Mas uma linguagem, mesmo simples e com pequenos erros gramaticais, pode ter os caracteres de elevação, dignidade e sublimidade.  Basta não ter acrimônia, preconceitos, dissimulação, orgulho, imposições, inutilidades, bajulações, etc...  Muitas vezes uma mensagem, com linguajar perfeito e erudito, denota inferioridade e até tentativa de mistificação, por terem os caracteres acima.  Eu diria até que os espíritos superiores usam da máxima simplicidade possível nas mensagens, evitando a verborragia.  A linguagem erudita demais, com muitos termos novos e idéias estranhas, deve ser bem analisada, pois normalmente trata-se de tentativa de mistificação.  Vede as obras de Ramatis, Pietro Ubaldi, Roustaing e outras, que entenderá o que digo.

É claro que muitas vezes não podemos atestar veracidade absoluta numa comunicação, mas muitas vezes podemos atestar a sua falsidade.  Entretanto, o processo como um todo é um constante aprendizado.  Somos enganados hoje, aprendemos com a experiência, e não seremos enganados da mesma forma amanhã.  Quem não quiser aprender às custas dos próprios erros, que observe os inúmeros exemplos que existem por aí e aprendam com os erros dos outros.  Não esperem ninguém do mundo espiritual para dizer: "essas mensagens são verdadeiras; aquelas são falsas."  O trabalho de discernimento nos cabe.

Sobre o suicídio, segundo Kardec:

"À primeira vista, como ato de abnegação, este suicídio poder-se-ia considerar desculpável. Efetivamente assim é, mas não de modo absoluto. A esse homem faltou a confiança em Deus, como disse o Espírito S. Luís. A sua ação talvez impediu a realização dos destinos do filho; ao demais, ele não tinha a certeza de que aquele sucumbiria na guerra e a carreira militar talvez lhe fornecesse ocasião de adiantar-se. A intenção era boa, e isso lhe atenua o mal provocado e merece indulgência; mas o mal é sempre o mal, e se o não fora, poder-se-ia, escudado no raciocínio, desculpar todos os crimes e até matar a pretexto de prestar serviços.

(…) O suicídio mais severamente punido é o resultante do desespero que visa a redenção das misérias terrenas, misérias que são ao mesmo tempo expiações e provações. Furtar-se a elas é recuar ante a tarefa aceita e, às vezes, ante a missão que se devera cumprir. (2Ci V)

Curioso que ninguém viu o mérito de se impedir que o filho cometesse homicídios e diversos outros tipos de destruições na guerra. Kardec enxerga a possibilidade de que a "a carreira militar talvez lhe fornecesse ocasião de adiantar-se.", mas não assinala que isso se daria às custas possivelmente da morte de outros. E ele incorre em inacreditável incoerência ao dizer "mas o mal é sempre o mal, e se o não fora, poder-se-ia, escudado no raciocínio, desculpar todos os crimes e até matar a pretexto de prestar serviços.". Ele considera o suicídio do pai um mal que não deixou de ser mal apesar das nobres intenções; por um lado, "condena o ato de matar a pretexto de prestar serviços"; e acaba, em franca contradição, apoiando o ato de matar a pretexto de prestar serviços (na guerra). De fato, para mim, neste ponto (e de acordo com os meus "condicionamentos culturais e históricos"), São Luís manifestou uma opinião má. Mas Kardec foi ainda pior. (Barros: 2003, p.25)
Discordo.  Não considero o ato de matar numa guerra uma ação má e ilegítima.  Eu mataria numa guerra se fosse obrigado a participar.  Isso não é crime nem aos olhos de Deus, nem aos olhos humanos e não representa falta de caridade.  Devemos cumprir as nossas responsabilidades perante a sociedade e perante a nação, porque isso é também cumprir a Lei de Deus.  O homem só é culpado, numa guerra, das crueldades que cometa ou de que for causa, e que estivesse efetivamente sob o seu poder evitar ou atenuar.  E quanto a isso, só a Deus cabe julgar.  E esteja certo que cada um responderá pela sua culpa.

Que me diria se fôssemos um dia invadidos (pela Venezuela, por exemplo rsrsrs) e todos os soldados, como o fim nobre de não matarem, cruzassem os braços e não lutassem?  A nossa nação seria entregue de graça e o progresso seria entravado.  Que dizer da polícia que se recusa a perseguir bandidos porque corre o risco de matar ou de morrer?  Não, não é correto moralmente.  É antes covardia do tipo: "que outros façam o trabalho sujo, mas não eu."

Além do mais, sob o ponto de vista espiritual, o que é a morte?  Nada.  É apenas uma passagem para outro mundo.  Coloque-se sob o ponto de vista de quem crê que a morte não existe e o texto acima que você citou não lhe parecerá tão absurdo.

Então, logo em seguida, colocamos a luz sobre outro caso, no mesmo capítulo, onde narra o suicídio de um ex-noivo com uma facada no próprio peito a porta da casa da ex-pretendente. A separação teve como causa uma discussão “por motivos fúteis” onde o rapaz falou que não mais voltaria, se arrependeu e, no dia seguinte, voltou à casa da moça, ela não o atendeu, e então ele se matou. O espírito do rapaz é evocado e afirma sobre seu amor: “Paixão somente, creia; pois se o amor fosse puro eu me teria poupado de lhe causar um desgosto.”.

São Luís, contudo, fez algumas afirmações curiosas. Kardec perguntou: "E o suicídio de Luís tem desculpa pelo desvario que lhe acarretou a obstinação de Victorine?”, São Luís responde: “Sim, pois o suicídio oriundo do amor é menos criminoso aos olhos de Deus, do que o suicídio de quem procura libertar-se da vida por motivos de covardia.”.

Observem que: no suicídio do pai que queria evitar que o filho fosse para a guerra, Kardec comenta abertamente que "o suicídio mais severamente punido é o resultante do desespero que visa a redenção das misérias terrenas". Já no caso do apaixonado suicida, "São Luís" fala do atenuante do "amor"! Ou seja, segundo "Kardec-São Luís" é menos punível quem se mata porque a noiva desistiu do casamento do que quem se mata devido a anos de dores lancinantes com alguma doença terminal, como o câncer. (Barros: 2003, p.26)

Por isso se vê ainda uma nova confirmação da justiça que preside à distribuição das penas, conforme o grau de responsabilidade dos culpados É à moça, neste caso, que cabe a maior responsabilidade, por haver entretido em Luís, por brincadeira, um amor que não sentia. Quanto ao moço, este já é de sobejo punido pelo sofrimento que lhe perdura, mas a sua pena é leve, porquanto apenas cedeu a um movimento irrefletido em momento de exaltação, que não à fria premeditação dos suicidas que buscam subtrair-se às provações da vida. (2Ci V)

Então, segundo o juízo de Kardec, é à moça que cabe a maior pena??!! O rapaz abandona a mesa do almoço durante a discussão, sai da casa da sogra dizendo que não vai mais se casar, volta somente no dia seguinte arrependido, e tem que ser recebido com braços abertos? (…) Se mata, e a culpa maior é da moça?"

Isso parece justo? Amor, segundo a ciência, é apenas uma reação química do cérebro. Essa tal reação química seria uma atenuante para o suicídio? O que dizer então de um paciente com câncer terminal, como descrito acima. O sofrimento físico extremo não seria uma boa razão para se tirar a própria vida?
Suicídio é sempre crime, a menos quando cometido em estado de loucura.  Eu não conheço todos os agravantes e ateuantes da situação, por isso é difícil opinar.  Me parece que o rapaz cedeu a um momento irrefletido de exaltação.  Se tivesse desistido, ido para casa e refletido um pouco mais, provavelmente não o faria.  As paixões nos colocam por vezes em estado de semi-loucura, o que por vezes pode causar esses desatinos.  O rapaz será punido, mas não da mesma forma que o seria alguém que premeditou o ato por longo tempo antes de o praticar.

Quanto aos doentes terminais quererem abreviar os seus sofrimentos, é covardia, digam o que disserem.  O homem deve prolongar sua vida tanto quanto lhe seja possível.  O dia que Deus achar que basta o sofrimento, ele o leva.  É simplesmente uma questão de escolha: ou enfrenta-se e vence-se a prova na existência atual, ou adia-se para outra existência, onde provavelmente terá outro câncer, ou outra doença terminal que terá que enfrentar novamente.  É simplesmente decidir que se quer passar por isso uma única vez ou várias vezes até vencer.  É minha opinião.

Quanto a São Luís afirmar que a moça tem mais culpa na morte do rapaz que ele próprio, eu não posso opinar.  Talvez São Luís tivesse mais conhecimento das cirscuntâncias da situação do que nós.  O que sabemos é que somos responsáveis não só pelos males que causamos, mas pelos que também somos causa.  Se a moça o fez se apaixonar por nada, por divertimento, como muitas vezes vemos por aí, ela realmente incorreu em grande culpa, pela qual terá que responder mais tarde e, provavelmente se verá obrigada a acompanhar e ajudar o rapaz na sua recuperação.

continua...
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline Fernando Silva

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #15 Online: 14 de Janeiro de 2007, 16:31:06 »
Aonde está escrito que o ladrão arrependido não teria que reparar seus erros num tempo futuro?  A doutrina espírita ensina que aqueles que se arrependem são imediatamente acolhidos.  Mas isso não os isenta de reparar e/ou expiar os erros do passado num momento futuro.
"Ainda hoje estarás comigo no paraíso" só tem uma única interpretação: a de que existe um paraíso e que as pessoas vão para lá logo depois que morrerem se Deus quiser.

E como fica a parábola do rico e do lázaro, onde o rico morre e vai para o inferno e o pobre morre e vai para o céu? Não se fala nada em nova chance para o rico, tanto que ele pede para avisar seus irmãos ainda vivos para que se arrependam.

Quanto a esta passagem:
"E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo (Hb 9:27)"
Ela tem tanto valor quanto todo o resto das escrituras, ou seja, nenhum. Não se pode aceitar uma coisa só porque foi atribuída a Jesus e questionar o resto.

Quanto a Jesus ter existido, não, não há nenhuma prova. Suponho até que tenha havido um homem que deu origem a uma seita, cujos seguidores depois criaram toda aquela lenda em torno do fundador, mas não há registros sobre esse homem nem sobre a alegada vida de Jesus.
Esse cara deve ter sido mais um dos milhares de crucificados pelos romanos naquela época por resistir à invasão. E talvez se considerasse algum messias, como tantos outros.

Sugiro este texto:
http://ateusdobrasil.com.br/artigos/contradicoes/jesus_incomodo_silencio_historia.php

Suas outras afirmações se baseiam na doutrina espírita e só têm valor para quem acredita nela, mas eu comentaria a parte que diz que suicídio é covardia. Não, não é. Não pedimos para nascer. Temos pelo menos o direito de decidir quando morreremos, ainda mais quando nossa vida não tem mais jeito, como no caso de alguém paralizado numa cama e sem esperanças de cura.

Offline Alenônimo

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #16 Online: 15 de Janeiro de 2007, 03:31:03 »
Off-Topic: Não falei que os links antigos funcionavam? ::)
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline Leafar

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #17 Online: 15 de Janeiro de 2007, 08:39:10 »
Kardec e o racismo

"“Esses Espíritos dos selvagens, entretanto pertencem à humanidade; atingirão um dia o nível de seus irmãos mais velhos, mas certamente isso não se dará no corpo da mesma raça física, impróprio a certo desenvolvimento intelectual e moral. Quando o instrumento não estiver mais em relação ao desenvolvimento, emigrarão de tal ambiente para se encarnar num grau superior, e assim por diante, até que hajam conquistado todos os graus terrestres, depois do que deixarão a Terra para passar a mundos mais e mais adiantados” (Revue Spirite, abril de 1863, pág. 97: Perfectibilidade da raça negra,)

“Em relação à sexta questão, dir-se-á, sem dúvida, que o Hotentote é de uma raça inferior; então, perguntaremos se o Hotentote é um homem ou não. Se é um homem, por que Deus o fez, e à sua raça, deserdado dos privilégios concedidos à raça caucásica? Se não é um homem, porque procurar fazê-lo cristão?" (Le q.222).

Será que existe algum negro kardecista? O que diria Nelson Mandela, ao se descobrir impróprio a moral que ele mesmo tem. Naturalmente, segundo os espíritas, Lao-Tsé e Gandhi são aberrações da natureza. [aqui veremos que o racismo kardecista se aplica a todos os povos não-europeus]. O que diremos então dos “selvagens” maias, incas e astecas: como podem seres com corpos incompatíveis a desenvolver-se intelectual e moralmente, terem tido uma sociedade tão bem organizada e o melhor calendário do mundo, na época. Julio Siqueira, particularmente sobre este trecho sintetiza:

Kardec defendia (ou concordava com) a idéia de que a "raça negra" era fisicamente inferior às "raças brancas", e que conseqüentemente recebia a encarnação de espíritos inferiores. A "raça negra" só era, segundo ele afirma nesse texto, "perfectível" (ou seja, passível de aperfeiçoamento) através de cruzamentos com as "raças brancas" (superiores). Mesmo se um espírito de grande elevação, como o de um "sábio do instituto", encarnasse entre os negros, não seria possível levar a um desenvolvimento dos "órgãos rudimentares" (entenda-se: as áreas cerebrais relacionadas à inteligência). Logo, nesse caso, a perfectibilidade seria possível apenas em um espectro muito pequeno, a menos que houvesse cruzamento com as raças superiores. Kardec desconhecia as raças negras a fundo, e apesar disso tecia considerações teóricas a seu respeito. E elaborava teorias claramente racistas, pois que eram teorias intrinsecamente (e injustificadamente) incoerentes, já que ele relegava à "raça negra" a condição de "imperfectível" enquanto não via da mesma maneira (ou pelo menos não se referia da mesma maneira) as "raças brancas". Seguindo rigorosamente a lógica de Kardec, as raças brancas só seriam perfectíveis através de cruzamentos físicos com os habitantes de Júpiter! (planeta esse considerado, de acordo com "revelações" mediúnicas que constam mesmo do Livro dos Espíritos, como o planeta onde os habitantes possuem o mais alto nível de desenvolvimento intelectual, moral, e físico de todo o Sistema Solar). Uma postura de fato coerente seria dizer de modo bem claro e direto que todas as raças são iguais, ou perfectíveis ou não. (Barros: 2003, p.05)"

Porque os espíritas, de um modo geral, se omitem em relação a estas passagens? Kardec era racista? Os espíritos superiores eram racistas?
Nesse caso específico do "racismo de Kardec", eu peço a você a mesma coisa que me pediu no início da minha resposta: que não se ofenda e que me forneça elementos para fundamentar que a minha resposta é absurda.  Apelo emocional do tipo: é imoral, é nojento, e outros que já ouvi, não valem.  Refute-me racionalmente, é só isso que lhe peço.  Esse assunto comporta muitos desdobramentos.  Eu daria uma resposta, você replicaria, eu treplicaria, até chegarmos a um fim depois de algum tempo.  Ao invés de fazer isso, vou citar um link do Portal do Espírito onde tive a oportunidade de discutir esse assunto, e lá você verá as minhas opiniões e as opiniões contrárias, para que possa melhor fazer um julgamento.  A minha opinião, resumindo, é: Kardec não era racista e nenhum dos seus textos polêmicos merece ainda sequer um retoque.  Nada há de absurdo neles.  Siga o link abaixo:

http://www.espirito.ecomercial.net/forum/viewtopic.php?p=47836&highlight=#47836

Se tiver alguma contestação, é só colocar.

E quanto a existirem negros espíritas, sim existem bastante.  Eu não tenho estatísticas, mas não acho que são poucos.  O médium José Raul de Teixeira, negro, é um dos principais palestrantes espíritas no Brasil e no exterior.  Esse médium foi o que fez a palestra de abertura do IV Congresso Espírita Mundial em Paris - França, no ano de 2004.  Eu comprei o DVD.

Sobre a definição de Espírito Superior

"Num primeiro momento ele define os Espíritos Superiores assim:

Os da primeira ordem são os Espíritos Superiores que se distinguem pela perfeição, pelos conhecimentos e pela proximidade de Deus, pela pureza dos sentimentos e o amor do bem: são os anjos ou Espíritos Puros. (Le introdução:VI)

Nitidamente Kardec se embaraça ao distinguir Espírito Superior de Espírito Puro, deixando claro que não existe esta diferença. Mais tarde, eis a contradição, ele distingue um do outro:

“SEGUNDA ORDEM [não era primeira?] — ESPÍRITOS SUPERIORES: Reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade. Sua linguagem, que só transpira benevolência, é sempre digna, elevada e freqüentemente sublime.” (Le q.111)

“PRIMEIRA ORDEM — ESPÍRITOS PUROS: Percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Havendo atingido a soma de perfeições de que é suscetível a criatura, não têm mais provas nem expiações a sofrer.” (Le q.113)"

Isso é algum tipo de hierarquia espiritual? Burocracia divina?
A hierarquia divina existe sim.  É inegável.  Apesar da confusão das palavras, você conseguiu entender a diferença entre Espíritos Puros e Superiores, não?  Não se atenha demais à letra, mas ao espírito da coisa.  A mesma confusão às vezes existe nos textos de Kardec a respeito das palavras alma e espírito.  Às vezes ele usava a palavra espírito no sentido de alma, e vice-versa.  Mas isso não prejudicou o entendimento dos dois conceitos.

Sobre os seres que habitam outros mundos

"Uma questão bem ilustrativa da gagueira cientificista de Kardec é com relação à doutrina espírita da pluralidade das existências nos mundos. Segundo a "revelação" que Kardec recebeu dos "espíritos", "todos os globos que circulam no espaço são habitados" (A. Kardec, Livro dos Espíritos, Inst. de Difusão Espírita, 79a edição, 1993, q. 55, p. 60. O sublinhado é nosso). E quando ele diz todos, inclui as estrelas, pois ele diz que "o Sol não seria um mundo habitado por seres corporais, mas um local de reunião de Espíritos superiores que, de lá, irradiam seus pensamentos para outros mundos (…) Todos os sóis parecem estar numa posição idêntica" (A. Kardec, Livro dos Espíritos, op cit, q. 188, p. 110)."

Allan Kardec teria dito, no mesmo livro, que júpiter seria o planeta mais evoluído em termos de vida em inteligente do sistema solar, e que marte seria o mais primitivo (mais primitivo que nós terráqueos). Deixando o fato óbvio de ser de conhecimento geral que nem marte nem jupiter abriga vida inteligente, suas palavras são desmentidas pelas de Chico Xavier, que numa carta psicografada do espírito de sua mãe, dizia que os marcianos eram muito mais evoluídos física e espiritualmente que os humanos. Como fica essa questão para os espíritas? Eu gostaria que, gentilmente, algum adepto da doutrina espírita rebatesse minhas argumentações. Como disse no começo do tópico, espero não ofender ninguém, são só meus pontos de vista.
Quanto às contradições, existem critérios para se decidir entre uma e outra.  Uma coisa é certa: um dos dois errou.  Não há como fechar os olhos para esta evidência.  Mas com qual opinião ficaremos?  Há uma metodologia para a escolha:
Se um dos dois lado for considerado algum dia uma verdade comprovada, ficaremos com ela; ou não ficaremos com nenhum dos dois caso os dois estejam errados.  Se a verdade ainda não é conhecida, a hipótese válida como espírita é a de Kardec.  A opinião do Chico não seria a opinião espírita, mas a opinião do Chico.  E se a verdade não for conhecida, mas a hipótese de Kardec for descartada, escolhemos a opinião que melhor nos convier, mas ela só será considerada espírita quando for verdade comprovada.  Hipóteses espíritas, só as de Kardec.  Fora de Kardec, só as verdades adquiridas são consideradas espíritas.

É claro que não estou dizendo que só pelo fato de sermos espíritas somos obrigados a nos ater somente a hipóteses espíritas.  Podemos, evidentemente, defender e pesquisar hipóteses não espíritas.  Só não se pode é defender que o Espiritismo as aceita, como muitos fazem, quando não são verdades comprovadas.  Aquele que é humilde e responsável se preocupará em não correr o risco de prejudicar a causa espírita com teorias que podem vir a ser desmentidas no futuro.  Dirão: "essa é a minha teoria, e não a teoria espírita."

Quanto à questão de Júpiter, esta já está sendo discutida e acho que não vale a pena fazê-lo aqui.  Siga o tópico abaixo:
../forum/topic=8570.0.html

As suas contestações, alexandre, apesar de justas, refletem muito mais análises simplistas da questão.  Já diz o ditado que devemos ser simples, mas não simplistas.  Espero que as opiniões acima o ajudem a melhor fundamentar as suas opiniões.

Daí eu pergunto: se os espíritos se enganam, já que não passam de humanos desencarnados, e podem até nos enganar propositalmente, por serem maus, que confiança eles merecem?
Quando foi que, em alguma momento, dissemos: "Confiem em nossos ensinamentos!"?  A única coisa que pedimos é o exame.  Não amaldiçoamos ninguém que não pensa como nós.  Se após o exame concluírem que é tudo falso, escolham outro caminho com a nossa bênção.  Aquele que aceita os nossos princípios o faz por sua conta e risco, porque a responsabilidade do exame pertence a cada um e não podemos ser responsabilizados por enganar ninguém.  Tome os nossos escritos como opiniões, sejam ou não dos espíritos.  Os Espíritos realmente superiores nunca dizem: "Me escutem, pois trazemos a verdade!".  Eles, ao contrário, dizem, submetam-nos a exame e vejam se lhes agrada.  A confiança que depositamos nos espíritos é a mesma que depositamos em certos homens que consideramos dignos de confiança.  Nada mais.  Mas esse critério de confiança ainda é muito falho e temos que aprender, pouco a pouco, através da experiência, a confiar nas fontes certas.

Um abraço a todos.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline Fernando Silva

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #18 Online: 15 de Janeiro de 2007, 13:36:57 »
É muito estranha uma religião em que tudo pode ser contestado e cada um pode aceitar as partes que quiser ou interpretar do jeito que quiser.
Fica difícil falar em "doutrina espírita" deste jeito.
Usar a opinião de Kardec como base em caso de divergência torna-se então uma coisa arbitrária.
"Fonte certa" torna-se uma escolha pessoal.

Offline Leafar

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #19 Online: 15 de Janeiro de 2007, 14:03:29 »
Fernando,

Pode entender como arbitrário, se quiser.  O Espiritismo é criação de Kardec e só as palavras dele podem ser usadas para dirimir controvérsias.  Quanto a modificações no corpo doutrinário, isso somente é possível porque o próprio Kardec disse que a doutrina era progressiva, que aceitaria verdades posteriores e rejeitaria erros comprovados futuramente.

Na realidade, quando aceitamos uma verdade da ciência que não estava inicialmente no escopo da DE, estamos seguindo orientações de Kardec.  Se amanhã desconsiderarmos algum ensinamento que foi provado falso, também aí estaremos em concordância com ele, que previra isso.  Mas isso só se dá com fatos comprovados.  As hipóteses, enquanto hipóteses, ficam de fora.  Todo espírita consciente sabe disso.

Se, entretanto, Kardec tivesse dito que tudo o que ele escrevera era a última palavra em doutrina espírita, nenhuma vírgula poderia ser jamais alterada, ainda que erros fossem posteriormente descobertos.  Nesse caso, os inovadores teriam que inventar uma nova doutrina e dar-lhe um outro nome para diferenciá-la da de Kardec.  Felizmente as coisas não são assim.

Um abraço.
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Offline Leafar

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #20 Online: 15 de Janeiro de 2007, 14:13:24 »
Citação de: Fernando Silva
Não se pode aceitar uma coisa só porque foi atribuída a Jesus e questionar o resto.
Podemos sim.  Eu não perderei tempo tentando justificar biblicamente os nossos fundamentos.  Para nós, tanto faz como tanto fez se a Bíblia nos justifica ou não em todos os pontos.  O fato é que há muitas passagens que nos justificam, com a da feiticeira de Endor, a questão de Elias e João Batista, o episódio do Monte Tabor, e vários outros que não me recordo.

A mensagem principal da passagem do rico e do lázaro era mostrar que não devemos nos apegar demais aos bens materiais, o que não significa negligenciá-los.  Eles devem ser buscados como meio de realizar uma coisa maior, e não como fim em si mesmo, a fim de ter simplesmente para poder gozar, por exemplo.  Quanto ao abismo que separa os dois reinos, entendemos como uma figura.  Afinal de contas o rico (no inferno) pôde conversar com Lázaro e seu acompanhante, no paraíso.  Então o abismo não é assim tão grande.  É uma interpretação, de qualquer forma, que no nosso caso é livre, ainda que possa estar errada.

Um abraço.
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Offline Mussain!

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #21 Online: 16 de Janeiro de 2007, 21:57:01 »
Bem-vindo!


Esse tópico vai longe...


Offline Fabulous

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #22 Online: 17 de Janeiro de 2007, 00:08:42 »
Olá Alexandre, seja bem vindo! :ok:

Que bom que encontrou este fórum Clube Cético, será algo bastante útil para você expandir seus conhecimentos. Enjoy it!

Eu também já estive na igreja católica, batizado, crisma, comunhão... eu ia quando era bem criança, depois passei ir algumas vezes (por obrigação) e depois de uns tempos eu preferia ficar dormindo ou vendo TV do que sair e ir para missa e ver várias pessoas hipócritas, desfilando com roupas orando por algo que não existe e escutando uma pessoa que é humana assim como nós.

Depois de um tempo, comecei a namorar e minha namorada, por influência própria, me levou a uma igreja de espírita (ai, o nome... centro!! é centro..), então ia lá toda segunda feira às 8 horas, escutava uma véia coroca falar, falar... aquilo ia me dando um sono, depois de uma certa hora entrava em um quarto escuro (para tomar a benção que eles falam) umas 7 pessoas, e outras 7 iam e colocavam a mão na cabeça de cada um.... minha vontade sempre era de ver um espírito ou algo assim... mas nunca acontecia nada. Isso durou 2 meses, não sei como... Então, me arrependo, pois o tempo que eu perdi indo nessa .... dava para eu ter ficado mais junto com minha namorada no motel, ou coisa assim... acho que mais cretino que o espíritas só os evangélicos mesmo.

Então é isso, esse lance de cristianismo, espiritismo, vampirismo, evangélicos e blábláblá... é perder tempo.
MSN: fabulous3700@hotmail.com

Offline PauloCesar

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #23 Online: 17 de Janeiro de 2007, 14:41:06 »
Mais um fora da Matrix... :D
FREE YOUR MIND! - Morpheus

Offline uiliníli

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Re: Abrindo os olhos
« Resposta #24 Online: 17 de Janeiro de 2007, 15:53:01 »
Citar
Que bom que encontrou este fórum Clube Cético, será algo bastante útil para você expandir seus conhecimentos. Enjoy it!

Não exagera, né, Fabulous! :lol:

 

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