Porque vocês não contam suas experiências?
Vou contar duas e quem sabe sirvam de incentivo pra vocês abrirem o coração

Os textos são longos e até podem parecerem muito fantasiosos, mas os mantenho assim para dar, na medida do possível, as bases para um possível explicação. Lembrem-se, eu sou cético como muitos aqui, meu ceticismo não foi abalado por isso, mas uma explicação seria bem vinda.
Eu
nunca consegui tirar um certo acontecimento da minha memória, e isso já faz quase trinta anos, mesmo assim não deiixei de pensar nele um dia sequer (tá.. to sendo um pouco dramático). Era um domingo à noite, eu tinha oito anos e estávamos vendo TV, eu e minha família, quando de repente uma sombra passou em frente a TV. Só eu a vi.
Isso me deixou assutado, a sombra era
exatamente a sihueta de uma pessoa. Isso me assutou porque, acredito eu, não tinha como aparecer a sombra de alguém ali. A sala em que estávamos era pequena, o céu estava nublado, as janelas e a porta, por onde poderia entrar alguma luz, estavam fechadas e as cortinas cerradas. Como meu avô era muito econômico,
todas as luzes da casa estavam apagadas, sendo a única iluminação naquele ambiente a da TV.
Até hoje ninguém me deu uma explicação plausível para esse fato e nem eu consegui reproduzi-lo através de alguns testes com uma câmera escura*. Por fim, acabei por conluir que tudo não passou apenas de uma "brincadeira" da minha mente.
Um outro caso, aconteceu devido a mania que tenho em me gabar da minha coragem para lidar com fatos "sobrenaturais". Eu estudava a noite e a parada do ônibus era em frente a casa de um amigo meu, muitas vezes ele estava em frente a ela e então nós conversávamos alguns minutos antes que eu retornasse a minha casa.
Numa dessas conversas o assunto "fantasmas" veio a tona; como estávamos em três, eu era o único cético, a conversa facilmente se converteu entre os relatos de meus amigos sobre experiências sobrenaturais e eu tentando refutá-las.
Todos sabem a força que uma "experiência" pessoal tem para quem a vivenciou. Se alguém crédulo afirma que "saiu" do corpo durante um sonho, é praticamente impossível fazê-lo aceitar outra explicação que não seja a, já manjada, "viagem astral".
Pois bem, um dos meus amigos afirmou que sua casa era assombrada pelos antigos moradores. Antes deles viverem naquele local, ali morava um casal e seu filho recém-nascido. A criança acabou falecendo devido a alguma doença e o pai resolveu tirar a esposa daquele lugar por causa das lembranças que ele trazia.
O motivo para a mudança era que a mulher havia feito um jardim para brincar com seu filho quando este crescesse e, mesmo com o falecimento da criança, passava os dias cuidando das plantas e árvores, de maneira mecânica. A despeito de ninguém das redondezas lembrar da família, as pessoas juravam que os pais enterraram um caixão vazio.
Lendas urbanas a parte, o detalhe é que meu colega afirmava poder ouvir o choro de uma criança quando se aproximava do lugar onde antes havia o dito jardim. Isso não acontecia sempre, afinal ele evitava se aproximar durante a noite. Nesse lugar agora existia um poço e uma pequena horta.
Como toda boa história de fantasmas, isso acontecia sempre de madrugada. Fomos até o quintal assombrado e lá ficamos aguardando, para descontrair começamos a conversar sobre outras coisas e acabamos por esquecer dos fantasmas. Nessa época eu era solteiro, então chegar algumas horas atrasado em casa, não era problema nenhum.
Bom, nesse ponto minha sanidade quase se foi, pois nós três OUVIMOS, com toda a clareza possível, o choro de uma criança. Ao mesmo tempo, demos um pulo e ficamos por um minuto olhando um para o outro, APAVORADOS. Imaginem como ficou minha cara nesse momento. Bom, passado o susto, nós ainda ouvíamos o choro e resolvemos fuçar o jardim.
O som parecia vir de algum lugar, porém quando você se aproximava ele "parecia" vir de outro local. Acredito que exista uma explicação lógica para isso, afinal depois de algum tempo (durou cerca de dez minutos o "fenômeno") o som já não se parecia tanto com o choro de uma criança. Mesmo assim ficamos lá por mais umas duas horas aguardando uma nova "manifestação".
Bom, para finalizar a história, durante aquele mês fui até a casa desse meu amigo pelo menos uma dúzia de vezes e, ao menos em algumas delas, o "fenômeno" se repetiu (o que me da a certeza de que não era algo sobrenatural é que não acontecia todo dia). O detalhe macabro da história, ao menos para meus amigos, foi que conseguimos localizar alguém que tinha
realmente conhecido a tal família. Esse senhor nos confirmou a história e disse que a criança teria o merecido descanso apenas quando sua mãe falecesse e pudesse cumprir a promessa de brincar com ela.
Questionei se ela estava viva e, para minha surpresa, ele me deu até o endereço atual da mulher. É lógico que eu não me atrevi a ir atrás dela, porém alguns meses depois fiquei sabendo de sua morte e, pude constatar pessoalmente, os fenômenos na casa de meu amigo desapareceram.
OBSERVAÇÃO: Para este segundo caso, acredito ter encontrado uma explicação prosaica (na verdade ela não explica o "fenômeno" em si, mas a provável causa de seu desaparecimento). Um pouco antes dos "fenômenos" desapareceram, a prefeitura e a compahnia de saneamento da cidade, conduziam uma obra para aumentar a rede de esgotos. Não sei porque motivo, mas o poço que havia na casa de meu amigo teve de ser fechado. Após isso, tudo acabou e você pode até dormir no quintal sem ser incomodado pelos fantasmas. 
A conclusão que cheguei? O poço devia ter algo a ver, só não sei de que forma.