Antes de sermos criaturas pensantes, somos animais. E animais reagem instintivamente.
Procriar, cuidar da prole, auto-preservação física e necessidade de se comunicar com seus semelhantes são características inatas de qualquer animal, eu creio. Ninguém precisa nos ensinar isto.
No livro, "a ascendência do homem", de Pilbeam, ele diz em um momento brevemente que "todo instinto é aprendido". Provavelmente ele fala de humanos e parentes próximos, não lembro mais.
Uma vez nesse fórum colocaram em questão como transcorreria uma situação meio como a do filme "lagoa azul" no mundo real; se seria mesmo um romance bonitinho enjoativo da sessão da tarde, ou algo bem diferente. Não lembro do que coloquei no tópico, se é que respondi, mas penso que teria boas chances de ser algo mais violento e digno de noticiários do tipo "aqui e agora" do que filme de sessão da tarde. Meio como estupro e assassinato, ou tentativa de estupro e assassinato.
Tendo a pensar que algo assim deve ser o grau de distância que há entre o que se observa como o que se poderia chamar de "verdadeiro comportamento natural", e uma "natureza humana pura", como algo dissociado da cultura, da socialização natural.
Também meio relacionado a isso me pergunto se a "explosão cultural" humana (se é que foi tão explosiva) não possa ter se originado quando a evolução lingüística atingiu um pico de complexidade. Ainda que tenhamos uma tendência natural a adquirir um idioma, muito provavelmente isso só não basta para criar "ex nihilo" um idioma que explore todo esse potencial. Ao mesmo tempo, há todas aquelas coisas meio como hipótese Sappir-Worf, sobre como a linguagem influencia no pensamento, e conseqüentemente na inteligência.