Faça a sua distinção.
Você mesmo a faz, mas acho que não percebe:
Há crimes que são reparáveis e outros são irreparáveis.
Justiça no caso dos crimes reparáveis seria arcar com os danos, por exemplo, um homem rouba R$ 1.000 de outro, a justiça é que ele devolva o dinheiro e arque com possíveis despesas adicionais.
Justiça no caso dos crimes irreparáveis é indistinguível de vingança. Um homem mata o filho do outro. Como reparar? Impossível. Deixá-lo impune? Absurdo.
Esta é a minha distinção, então. Crimes reparáveis, justiça = arcar com os danos; crimes irreparáveis, justiça = vingança.
Se discorda, mostre-me exatamente onde.
O que eu 'acho' não interessa. Observe que o bandido agiu dessa forma porque 'achou' que poderia. Agiu de forma arbitrária defendendo seus interesses (qualquer que fosse). Fazer o mesmo com ele me torna IGUAL a ele — agindo de forma arbitrária na defesa dos meus interesses, como disse o Spitfire.
Claro que, como também disse o André Ramaciotti, é extremamente improvável que se racionalize dessa forma na hora em que se dão os fatos, mas a questão é que a justiça de Estado não funciona movida por sentimentos pessoais! As leis do Estado não podem ser baseadas no que EU acho ou no que EU faria. Dá pra entender?
Na hora de se formular leis o sentimento de vingança perde o sentido, pois o Estado não se vinga. Eu não posso garantir que seria racional na situação que você expôs, mas o Estado, ao contrário, TEM QUE SER.
Enfim, respondendo à sua indagação: Não. Não acho adequado matar o cidadão que invade a minha casa, mata meus filhos, estupra a minha esposa e ainda ri da minha cara.
Você, da mesma forma, entendeu a pergunta da maneira errada.
É claro que o fato de haver leis em nosso país que punam aqueles que matam bandidos vai fazer com que qualquer um pense duas vezes antes de avançar.
Mas apenas por um momento
esqueça aquilo que é considerado certo pela nossa constituição e use o bom senso, a
sua moral, para responder a pergunta (estou supondo que a sua moral não seja tão dependente do que está escrito na lei.)
Entenda que há um problema com o cara, não comigo.
Mas é exatamente por isso que ele merece ser morto!