Autor Tópico: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático  (Lida 11489 vezes)

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Offline Herf

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #100 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 14:28:43 »
Vontade, eu teria de comer os testículos do cara… no entanto se eu fizer isto estarei violando a lei do estado, sendo criminoso (perante o estado) tanto quanto o agressor inicial.

Ora, mas o objetivo desta discussão toda é justamente pôr em questão o que está na lei do estado! A sua moral é tão dependente assim do que está na lei?

Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #101 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 14:34:54 »
Vontade, eu teria de comer os testículos do cara… no entanto se eu fizer isto estarei violando a lei do estado, sendo criminoso (perante o estado) tanto quanto o agressor inicial.

Ora, mas o objetivo desta discussão toda é justamente pôr em questão o que está na lei do estado! A sua moral é tão dependente assim do que está na lei?

Em 99% dos casos não… mas estamos falando de sentimento de vingança, algo nato do ser humano, independente de lei. Vontade eu teria, se faria de fato ou não, são outros 500.  :wink:

A sua é?

Offline Herf

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #102 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 14:47:50 »
Como e quem define quem seria um bandido irrecuperável?

Como e quem define quem merece ter a sua liberdade removida?

Estes 3 moleques do caso em questão, são irrecuperáveis?

Não tenho 100% de certeza, mas uma pessoa que comete uma atrocidade destas (há indícios de que eles sabiam que o garoto estava sendo arrastado e não se importaram, mas isso é outra questão) dificilmente está apta a um convívio social harmonioso. O mesmo eu posso dizer do cara que invadiu a casa da família, amarrou o casal e matou o filho brincando de roleta russa.

O que você acha?

Psicopatas são psicopatas… ou não??? ou será que existe então um contexto social envolvido na questão? Hã?

Mas é lógico que há um contexto social nesta questão. Ninguém nasce psicopata. Onde foi que eu escrevi isso?
E não é tão difícil entender como uma pessoa pode ter más influências nessa sociedade, não é?

Se prisões fossem privatizadas, presos gerariam lucros e não despesas.

Isso é verdade, se houvesse um bom sistema de presídios privatizados, ao menos...

- Não há a possibilidade de reincidência do crime;

Quem é contra a pena de morte tem o costume de exagerar a possibilidade de erros. Eu não estou defendendo que se matem suspeitos de crimes, estou defendendo que se matem criminosos.

Um erro jurídico em um caso punido com detenção também pode acabar com a vida de uma pessoa, mesmo ela sendo liberada. Nada vai fazer voltar o tempo perdido.

- Serve como um ótimo exemplo a outros possíveis bandidos.

PROVAS???

Você conhece alguém que goste de morrer?

É inhumana e viola o direito mais sagrado de um ser humano? Por que se preocupar com a vida de alguém que não respeita a vida, a integridade física e a liberdade dos outros, afinal?

Lei de Talhão.

Argumente contra.

Offline Herf

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #103 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 14:52:55 »
Vontade, eu teria de comer os testículos do cara… no entanto se eu fizer isto estarei violando a lei do estado, sendo criminoso (perante o estado) tanto quanto o agressor inicial.

Ora, mas o objetivo desta discussão toda é justamente pôr em questão o que está na lei do estado! A sua moral é tão dependente assim do que está na lei?

Em 99% dos casos não… mas estamos falando de sentimento de vingança, algo nato do ser humano, independente de lei. Vontade eu teria, se faria de fato ou não, são outros 500.  :wink:

A sua é?

Claro que não.

Você não mataria o cara porque seria considerado criminoso pelo estado? Se sim, então você é a favor da pena de morte.

Eu não o faria somente para não ser preso (preso por matar um bandido, hahaha, que palhaçada a nossa realidade). Se eu tivesse a oportunidade de fazê-lo sem ser pego, não a perderia por nada no mundo. Em outras palavras, pena de morte não é contra a minha moral, a moral que eu defendo.

Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #104 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 15:31:25 »
Como e quem define quem merece ter a sua liberdade removida?

O poder judiciário julga e manda para prisão para cumprir pena e se redimir dos erros. Nunca define se o bandido é ou não irrecuperável.

Torno a refazer a pergunta… Como e quem definiria que um bandido é irrecuperável ou não? Usando quais critérios?

Não creio que um juiz tenha esta capacidade para isto.

Não tenho 100% de certeza, mas uma pessoa que comete uma atrocidade destas (há indícios de que eles sabiam que o garoto estava sendo arrastado e não se importaram, mas isso é outra questão) dificilmente está apta a um convívio social harmonioso. O mesmo eu posso dizer do cara que invadiu a casa da família, amarrou o casal e matou o filho brincando de roleta russa.

Voltando a questão anterior, até mesmo porque tem correlação direta com isto… quem define que são irrecuperáveis (ou não) para afirmar que não estão mais aptas ao convívio social harmonioso?
Entenda… existe uma questão legal, juridica, envolvida aqui… serão psicologos? Psicanalistas? Sociólogos? Antropólogos? De quem será a responsabilidade de declarar alguem irrecuperável e apto para aplicar a pena de morte?


Mas é lógico que há um contexto social nesta questão. Ninguém nasce psicopata. Onde foi que eu escrevi isso?
E não é tão difícil entender como uma pessoa pode ter más influências nessa sociedade, não é?

Você não acha então mais "elegante" (para não dizer lógico) então que é dever da sociedade INIBIR as más influências do que depois remediar um problema já criado? Por que acreditar em soluções mágicas?



Isso é verdade, se houvesse um bom sistema de presídios privatizados, ao menos…

Então eu penso que esta questão deveria encabeçar a pauta de debates… creio que seria uma solução bem mais ampla, tanto para a questão dos crimes hediondos, para a sociedade, para os crimes comuns e para o estado.

Quem é contra a pena de morte tem o costume de exagerar a possibilidade de erros. Eu não estou defendendo que se matem suspeitos de crimes, estou defendendo que se matem criminosos.

Não é raro, principalmente quando se trata da nossa letárgica justiça, erros jurídicos em que inclusive acusados de pedofilia e homicídio cumpram penas… quando novas evidências surgem, acaba-se provando inocência. Vale o risco? Como reparar um erro destes se a pena de morte existisse? Pagando indenizações, as custas do contribuinte, zilhonárias para a família?

Um erro jurídico em um caso punido com detenção também pode acabar com a vida de uma pessoa, mesmo ela sendo liberada. Nada vai fazer voltar o tempo perdido.

Vai ser indenizada… mas está viva. Indeniza-se um morto ou a família dele?



Você conhece alguém que goste de morrer?

Sei que existem pessoas que não se importam de morrer… fariam tudo igual.

« Última modificação: 17 de Fevereiro de 2007, 15:36:46 por Spitfire »

Offline Alegra

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #105 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 15:51:18 »

Torno a refazer a pergunta… Como e quem definiria que um bandido é irrecuperável ou não? Usando quais critérios?

Não creio que um juiz tenha esta capacidade para isto.


Voltando a questão anterior, até mesmo porque tem correlação direta com isto… quem define que são irrecuperáveis (ou não) para afirmar que não estão mais aptas ao convívio social harmonioso?
Entenda… existe uma questão legal, juridica, envolvida aqui… serão psicologos? Psicanalistas? Sociólogos? Antropólogos? De quem será a responsabilidade de declarar alguem irrecuperável e apto para aplicar a pena de morte?

Penso que seja um psiquiatra ou vários, Spitfire.Acho que só um psiquiatra está apto para definir o limite entre lucidez e loucura num indivíduo.

Boa pergunta. Vou pesquisar isso.
Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Herf

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #106 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 15:57:50 »
O poder judiciário julga e manda para prisão para cumprir pena e se redimir dos erros. Nunca define se o bandido é ou não irrecuperável.

Torno a refazer a pergunta… Como e quem definiria que um bandido é irrecuperável ou não? Usando quais critérios?

É o que eu quis responder com a pergunta. O estado, o mesmo que decide quem vai ser preso, com pessoas especializadas, possivelmente. Segue na próxima citação...

Não tenho 100% de certeza, mas uma pessoa que comete uma atrocidade destas (há indícios de que eles sabiam que o garoto estava sendo arrastado e não se importaram, mas isso é outra questão) dificilmente está apta a um convívio social harmonioso. O mesmo eu posso dizer do cara que invadiu a casa da família, amarrou o casal e matou o filho brincando de roleta russa.

Voltando a questão anterior, até mesmo porque tem correlação direta com isto… quem define que são irrecuperáveis (ou não) para afirmar que não estão mais aptas ao convívio social harmonioso?
Entenda… existe uma questão legal, juridica, envolvida aqui… serão psicologos? Psicanalistas? Sociólogos? Antropólogos? De quem será a responsabilidade de declarar alguem irrecuperável e apto para aplicar a pena de morte?

Pessoas especializadas já são utilizadas pra dizer que determinada pessoa não tem capacidade para viver harmoniosamente na sociedade, e para isso, as colocam em prisões. Agora voltando aos exemplos, tratemos de usar o bom senso: nos dois casos que citei, o que você acha? Essas criaturas são ou não recuperáveis? Após cometerem barbáries deste tipo, as quais se distanciam violentamente dos padrões aceitos como harmoniosos, pensa que há um método eficiente de recuperação? Não acha que seria tremendamente arriscado, por algum erro, esta pessoa ser em algum momento considerada normal e voltar a gerar riscos à sociedade?

Você não acha então mais "elegante" (para não dizer lógico) então que é dever da sociedade INIBIR as más influências do que depois remediar um problema já criado? Por que acreditar em soluções mágicas?

Aponte o trecho onde eu disse que não que não acho fundamental inibir más influências.

Então eu penso que esta questão deveria encabeçar a pauta de debates… creio que seria uma solução bem mais ampla, tanto para a questão dos crimes hediondos, para a sociedade, para os crimes comuns e para o estado.

Não, um bom sistema prisonal não impede pessoas de cometerem crimes bárbaros. Não vejo por que isso deveria encabeçar a pauta de debates sobre se é válido ou não usar a pena de morte.

Não é raro, principalmente quando se trata da nossa letárgica justiça, erros jurídicos em que inclusive acusados de pedofilia e homicídio cumpram penas… quando novas evidências surgem, acaba-se provando inocência. Vale o risco?

Vale. O risco não é grande como fazem parecer.

Como reparar um erro destes se a pena de morte existisse? Pagando indenizações, as custas do contribuinte, zilhonárias para a família?

Um erro jurídico em um caso punido com detenção também pode acabar com a vida de uma pessoa, mesmo ela sendo liberada. Nada vai fazer voltar o tempo perdido.

Vai ser indenizada… mas está viva. Indeniza-se um morto ou a família dele?

Não vejo porque uma liberação tardia e uma indenização reparariam os erros. Porque você pensa que repararia?

Você conhece alguém que goste de morrer?

Sei que existem pessoas que não se importam de morrer… fariam tudo igual.

Então é mais um motivo para matá-las: sequer temem a punição, de modo que não se sentem nem um pouco temerárias de cometer atrocidades deste nível.

Offline Alegra

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #107 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 16:02:50 »
Tentei colocar aqui um link mas por enquanto não consegui… :vergonha:


www.psiqweb.med.br/forense/violen.html

Agora deu...
« Última modificação: 17 de Fevereiro de 2007, 16:05:45 por Alegra »
Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Alegra

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #108 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 16:21:42 »
Olhem que interessante.

Transtornos da Linhagem Sociopática
Incluído em 20/10/2004

Os termos Psicopata, Sociopata, Anti-social, Transtornos de Conduta, Delinqüência, Borderline e muitos outros congêneres, juntamente com conceitos tais como Personalidade Criminosa, Personalidade Psicopática, Propensão ao Delito, etc., estão constantemente sendo revistos pela psiquiatria em geral e, particularmente, pela Psiquiatria Forense. Toda essa temática tem, também, um grande interesse para a sociologia, política e antropologia, na medida em que a sociedade tem se surpreendido com fenômenos de agressividade e violência estarrecedoras.

As perenes ocorrências de crimes seriais, juntamente com as igualmente perenes atitudes destrutivas de fundo religioso e político e as atuais conturbações do mundo moderno, principalmente as grandes tragédias político-sociais que abalam os grandes centros, como por exemplo, as ações terroristas, têm chamado muito a atenção sobre a destrutividade potencial que caracteriza a conduta de algumas pessoas. Seriam psicopatas todas as pessoas envolvidas nessas ações delituosas?

Com finalidade didática, resolvemos agrupar todos esses desvios da atitude humana que conflitam com os padrões sociais normais da vida gregária sob a denominação de TRANSTORNOS DA LINHAGEM SOCIOPÁTICA.

Nesse capítulo, compreensivamente bastante longo, veremos de maneira didática os principais tópicos que relacionam a psiquiatria com a atitude humana violenta, agressiva e anti-social. Nossa sistematização se dá assim:

1.Comportamento Violento
2.Personalidade Psicopática
  2.1 - Transtorno Psicopático e Sociopático
  2.2 - Personalidade Anti-Social
  2.3 - Personalidade Criminosa
  2.4 - Personalidade Psicopática e Moral
  2.5 - Violência no Psicopata
3.Personalidade Borderline
4.Transtorno Explosivo da Personalidade
5.Transtorno de Conduta
6.Agressividade em Crianças e Adolescentes


PERSONALIDADE PSICOPÁTICA
TRAÇOS E CARACTERÍSTICAS

A psicopatologia em geral e a psiquiatria forense em especial têm dedicado, há tempo, uma enorme preocupação com o quadro conhecido por Psicopatia (ou Sociopatia, Transtorno Dissocial, Transtorno Sociopático, etc).

Trata-se de um terreno difícil e cauteloso, este que engloba as pessoas que não se enquadram nas doenças mentais já bem delineadas e com características bastante específicas, a despeito de se situarem à margem da normalidade psico-emocional ou, no mínimo, comportamental. As implicações forenses desses casos reivindicam da psiquiatria estudos exaustivos, notadamente sobre o grupo de entidades entendidas como Transtornos da Personalidade.

A VIOLÊNCIA E IMPULSIVIDADE NO PSICOPATA

As descrições da Psicopatia têm incluído déficits afetivos e alguns processos psicofisiológicos associados. A nosso ver, a maneira de ser do psicopata é o resultados de um complexo sistema de avaliação do objeto, juntamente com uma série de condutas aprendidas como eficazes.

Antes que o sujeito interaja com o objeto, ou seja, em nosso caso, para que o sujeito psicopata elabore considerações sobre os objetos de sua realidade e com eles se inter-relacione, obrigatoriamente temos que refletir sobre suas características cognitivas.

Essa consideração cognitiva prévia decorre da tendência atual que considera as cognições como propriedades da consciência com potencialidade de causar determinadas respostas emocionais e sociais. Portanto, as bases biológicas da personalidade e de seus transtornos, como é o caso da psicopatia, muitas vezes se expressam em cognições disfuncionais.

Os estilos de relacionamento interpessoais expressam, além das tendências motivacionais, também o perfil cognitivo da pessoa. Os traços que definem a personalidade de cada um também podem ser analisados à luz das comunicações interpessoais, o que, por sua vez, volta a ter que ver com as motivações e com o perfil cognitivo da pessoa.

Assim sendo, as motivações estão sempre atreladas ao perfil cognitivo da pessoa e, a motivação do psicopata gira em torno do poder e do status destacado na hierarquia social, num contexto de repúdio ou evitação da empatia e apego.

Tem-se que considerar vários aspectos vinculadOs com a agressão e Psicopatia. Um deles é a relação existente entre agressão e impulsividade. Os vínculos entre a agressão e a impulsividade têm sido minuciosamente estudados por Seroczynski (1999). Entre os muitos traços de personalidade comórbidos estudados na psicopatologia, a associação entre impulsividade e agressividade é um dos mais freqüentes. Mas, vejamos com mais calma se esses traços, de fato, estão inexoravelmente atrelados.

Para entender melhor nosso raciocínio, será importante a distinção entre Agressão Depredadora (ou Proativa) e Agressão Reativa. Por último, teríamos que ver a real relação da Psicopatia com os grandes criminosos, como por exemplo, os assassinos em série e de massa. A Agressão Reativa tem sido definida como uma reação hostil à uma frustração percebida. O individuo Agressivo Reativo super-reage diante a menor provocação e costuma ser explosivo e instável.

Por outro lado, na Agressão Proativa (ou Depredadora) a pessoa tem uma conduta agressiva e violenta dirigida para uma meta determinada. Este tipo de agressor pode ser perigosíssimo aos demais e uma ameaça criminal para a sociedade. Vendo o problema desse jeito, podemos dizer que a Agressão Reativa é a que está mais fortemente ligada à impulsividade, enquanto que a Agressão Proativa é mais elaborada, planejada e premeditada.


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Offline Alegra

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #109 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 16:33:49 »
Continuando.....

Voltando agora à questão agressividade-impulsividade, e ainda tomando por base essa distinção das agressões em Proativa e Reativa, pode ser perfeitamente possível uma pessoa ser agressiva sem ser impulsiva e, não surpreendentemente, ser impulsivo sem ser agressivo. Então, para que estejamos certos, é necessário que a natureza da agressividade e da impulsividade seja diferente e não, obrigatoriamente, a mesma.
Isso significa que, no desenvolvimento da personalidade, os fatores genéticos, ambientais ou combinações de ambos, capazes de influenciar nos traços de agressividade e impulsividade, atuariam diferentemente em diferentes pessoas. Barratt (1999) demonstrou em suas pesquisas que os criminosos impulsivos presos diferiam dos que não eram impulsivos em várias medições neuropsicológicas, cognitivas e neurofisiológicas, sugerindo com isso que os dois tipos de criminosos poderiam ter etiologia distinta.

Apesar disso, existe quem apóia a idéia da impulsividade e agressividade estarem sempre sobrepostas numa mesma pessoa, tal como ocorreria, para esses autores, na sobreposição entre o Transtorno por Déficit de Atenção (TDAH) e os Transtornos de Conduta (TC). Aqueles que não compartilham esta posição, entre os quais nos colocamos, alegam que o TDAH e a agressão não estão obrigatoriamente e nem freqüentemente correlacionados.

Até o momento, tudo parece levar a crer que a impulsividade, que é o traço mais associado à Agressão Reativa, teria muito mais influência genética do que a Agressão Proativa. Para essa Agressão Depredadora, as influências ambientais teriam um papel fundamental, tais como experiências traumáticas ou ameaçadoras, precoces e duradouras.

As pessoas que exibem comportamentos impulsivos têm, em geral, outros problemas de conduta e/ou emocionais. A irritabilidade, e não a agressividade, parece ser o sintoma mais fortemente relacionado com a impulsividade. De outra forma, a possível relação entre Agressão Reativa e impulsividade parece provir, segundo Eduardo Mata (1999), das redes neuronais (assembléias neuronais) que manejam o controle da impulsividade, bem como dos fatores neuroquímicos do cérebro.

Segundo Meloy (Richards, 1998), uma das respostas fisiológicas que diferencia os Psicopatas, tanto dos Anti-sociais quanto dos normais, seria um sentimento de apego severamente perturbado, isto é, um prejuízo e fracasso nas atitudes de apego e nas identificações malignas.

O déficit do Psicopata na capacidade de apegar-se ou vincular-se aos outros pode também ser melhor conceitualizado por vias neurológicas inespecífica ou uma configuração incomum de genes. Outra opção causal sugere um defeito que resulta numa superabundância de impulsos agressivos ou um defeito nas funções psíquicas inibitórias, ou ainda, na combinação de ambos.

Assim sendo, um defeito do Superego, juntamente com uma predisposição inata para impulsividade e agressividade, mais a natureza adversa de experiências infantis precoces (normalmente antes dos 36 meses), criariam condições propícias para o desenvolvimento da Personalidade Psicopática.




Acho esse assunto fascinante.
Mas se a moderação achar que já está demais pode deletá-lo...
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Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #110 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 16:34:11 »
São duas formas de abordar a questão. Uma diz que temos que usar as leis para fazer com que as pessoas respeitem a lei. Outra diz que devemos educar as pessoas para respeitar as leis.

Sinceramente... a primeira além de me parecer restrita demais para o problema que enfrentamos, trata-se de um paliativo, um remendo, e não uma solução. Não resolve o problema da morosidade da justiça, não resolve a questão do acesso discriminatório à justiça (só existe justiça entre iguais) e não muda uma cultura, impregnada, de desrespeito às leis (desde as pequenas leis).
Isto me faz lembrar do plebiscito do porte de armas... o estado se omite, não cumpre sua parte na segurança pública e quem paga o pato é o cidadão que quer se defender. Tapa buracos... buracos não, rombos.

Eu prefiro agir nas causas... não nas consequências.  :ok:

Neste país, Chambinha iria para a cadeira elétrica... Pimenta Neves e Carmen Ulzefer, não. Ou vai todos ou não vai nenhum.  |(

Offline HSette

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #111 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 16:41:58 »
Olhem que interessante.


Por outro lado, na Agressão Proativa (ou Depredadora) a pessoa tem uma conduta agressiva e violenta dirigida para uma meta determinada. Este tipo de agressor pode ser perigosíssimo aos demais e uma ameaça criminal para a sociedade. Vendo o problema desse jeito, podemos dizer que a Agressão Reativa é a que está mais fortemente ligada à impulsividade, enquanto que a Agressão Proativa é mais elaborada, planejada e premeditada.


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O último parágrafo do post da Alegra me lembrou essa "galera do mal" das torcidas organizadas, que devem ser um campo fértil. e também uma forma de abrigo/esconderijo para personalidades sociopatas.
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
"Por quê?"
"Porque não estou vendo ele!"

Chaves

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #112 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 16:46:50 »
O engraçado é que não vi toda esta revolta no caso Pimenta Neves… este sim, premeditado.

Mas viu no caso da Suzane Richtofen (ou algo que o valha), não? A menina rica que matou os próprios pais, lembra-se?

Não… Vi a população indignada… isto vi… Mas não me lembro de um assédio tão grande por parte de alguns quanto a questão da pena de morte. Li e ouvi gente querendo até lincha-la, mas não mudar a lei. Principalmente por parte da mídia.
De qualquer modo, Suzane era "doida",  lunática, doente mental e uma série de outros adjetivos qualitativos de problemas mentais... mas de bandida, marginal, delinguente e os adjetivos que caracterizam criminosos de baixa renda, também não vi.

Tentou o google? Como já disse, acho que em outro tópico, você dizia não se lembrar de muita coisa relativa a pena de morte com ela, mas com o google se encontra. Essas coisas de eu não me lembro disso ou daquilo são muito subjetivas.

Offline Herf

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #113 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 16:47:50 »
São duas formas de abordar a questão. Uma diz que temos que usar as leis para fazer com que as pessoas respeitem a lei. Outra diz que devemos educar as pessoas para respeitar as leis.

Sinceramente… a primeira além de me parecer restrita demais para o problema que enfrentamos, trata-se de um paliativo, um remendo, e não uma solução. Não resolve o problema da morosidade da justiça, não resolve a questão do acesso discriminatório à justiça (só existe justiça entre iguais) e não muda uma cultura, impregnada, de desrespeito às leis (desde as pequenas leis).
Isto me faz lembrar do plebiscito do porte de armas… o estado se omite, não cumpre sua parte na segurança pública e quem paga o pato é o cidadão que quer se defender. Tapa buracos… buracos não, rombos.

Eu prefiro agir nas causas… não nas consequências.  :ok:

Neste país, Chambinha iria para a cadeira elétrica… Pimenta Neves e Carmen Ulzefer, não. Ou vai todos ou não vai nenhum.  |(

Nossa… De que adiantou toda a conversa, para no final dizer isso?

Vamos tentar denovo? Começando do começo então: Aja nas causas do cara que espancou a sua família.

Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #114 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 16:53:59 »
Perai... vou te dar um exemplo como isto é falho.

http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=Michael+Schumacher+death&btnG=Pesquisar&meta=

Citar
Resultados 1 - 10 de aproximadamente 1.170.000 para Michael Schumacher death (0,19 segundos)

http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=Ayrton+Senna+death&btnG=Pesquisar&meta=

Citar
Resultados 1 - 10 de aproximadamente 186.000 para Ayrton Senna death (0,13 segundos)

E dai???

Vais querer me dizer então que o caso Suzane causou mais repercussão na questão pena de morte do que este caso, pelo Google?

Piada, né?   :hihi:

Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #115 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 16:56:53 »
Nossa… De que adiantou toda a conversa, para no final dizer isso?

Vamos tentar denovo? Começando do começo então: Aja nas causas do cara que espancou a sua família.

Se fosse competência minha, agiria. No entanto vivo em sociedade, não faço aquilo que me dá na telha... seria retroceder.

Offline Herf

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #116 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 17:02:13 »
Nossa… De que adiantou toda a conversa, para no final dizer isso?

Vamos tentar denovo? Começando do começo então: Aja nas causas do cara que espancou a sua família.

Se fosse competência minha, agiria. No entanto vivo em sociedade, não faço aquilo que me dá na telha… seria retroceder.

Nem se tivesse a certeza de não ser pego? Aliás, não respondeu a pergunta feita antes:

Em 99% dos casos não… mas estamos falando de sentimento de vingança, algo nato do ser humano, independente de lei. Vontade eu teria, se faria de fato ou não, são outros 500.  :wink:

A sua é?

Claro que não.

Você não mataria o cara porque seria considerado criminoso pelo estado? Se sim, então você é a favor da pena de morte.

Eu não o faria somente para não ser preso (preso por matar um bandido, hahaha, que palhaçada a nossa realidade). Se eu tivesse a oportunidade de fazê-lo sem ser pego, não a perderia por nada no mundo. Em outras palavras, pena de morte não é contra a minha moral, a moral que eu defendo.

Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #117 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 17:06:46 »
Amiguinho... estamos em sintonias diferentes.

Não estamos falando de questões pessoais... estamos falando de uma questão institucional. Se não consegues separar uma coisa da outra, muito bem... um abraço e passar bem.  :ok:

Offline Herf

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #118 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 17:13:40 »
Mais uma vez: parece que, ao contrário do que disse, a sua moral é regulada pelo que está na lei.

"Não acho certo matar quem mata os outros, por que então eu seria um criminoso, de acordo com a lei"

A moral da discussão é esta! Pôr em dúvida o que é aceito como verdade pelo estado!
« Última modificação: 18 de Fevereiro de 2007, 07:09:21 por Procedure »

Offline Diegojaf

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #119 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 17:17:34 »
Mais uma vez: parece que, ao contrário do que disse, a sua moral é regulada pelo que está na lei.

"Não acho certo matar que mata os outros, por que então eu seria um criminoso, de acordo com a lei"

A moral da discussão é esta! Pôr em dúvida o que é aceito como verdade pelo estado!

Quer dizer que matar não é errado? :hein:
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Alegra

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #120 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 17:27:28 »
Mais coisas super interessantes:

Millon (1998) desenvolveu também uma subtipologia dos psicopatas, por sinal, de interesse clínico maior que a subtipologia de Blackburm. A idéia de Millon foi dirimir as contradições entre numerosas visões que se têm sobre o psicopata. Mesmo considerando diversos subtipos de psicopatas, Millon deixa claro que existem elementos comuns a todos os grupos: um marcado egocentrismo e um profundo desprezo pelos sentimentos e necessidades alheias.

Com finalidade exclusivamente didática, modificamos, condensamos e sistematizamos a subtipologia de Millon da seguinte forma:

1 - O Psicopata Carente de Princípios: Este tipo de psicopata se apresenta freqüentemente associado às personalidades narcisistas e histéricas. Podem até conseguir manter-se com êxito nos limites do legal.
Estes psicopatas exibem com arrogância um forte sentimento de autovalorização, indiferença para com o bem estar dos outros e um estilo social continuamente fraudulento. Existe neles sempre a expectativa de explorar os demais (esse traço pode corresponder ao estilo dominante dos Psicopatas Primário e Secundário de Blackburn).

Há neles uma consciência social bastante deficiente e se faz notória uma grande inclinação para violação das regras, sem se importarem com os direitos alheios. A irresponsabilidade social se percebe através de fantasias expansivas e de grosseiras, contumazes e persistentes mentiras.

Falta, nesses Psicopatas Carentes de Princípios, o Superego. Essa falta é responsável pelos seus relacionamentos inescrupulosos, amorais, desleais e exploradores. Podem estar presentes entre sociedades de artistas e de charlatões, muitos dos quais são vingativos e desdenhosos com suas vítimas.

O psicopata sem princípios mostra sempre um desejo de correr riscos, sem experimentar temor de enfrentar ameaças ou ações punitivas. São buscadores de novas sensações. Suas tendências maliciosas resultam em freqüentes dificuldades pessoais e familiares, assim como complicações legais.

Estes psicopatas narcisistas funcionam como se não tivessem outro objetivo na vida, senão explorar os demais para obter benefícios pessoais. Eles são completamente carentes de sentimentos de culpa e de consciência social. Normalmente sua relação com os demais dura tempo suficiente em que acredita ter algo a ganhar.

Os Psicopatas Carentes de Princípios exibem uma total indiferença pela verdade, e se são descobertos ou desmascarados, podem continuar demonstrando total indiferença. Uma de suas maiores habilidades é a facilidade que têm em influenciar pessoas, ora adotando um ar de inocência, ora de vítima, de líder, enfim, assumindo um papel social mais indicado para a circunstância. Podem enganar a outros com encanto e eloqüência. Quando castigados por seus erros, ao invés de corrigirem-se, podem avaliar a situação e melhorar suas técnicas em continuar a conduta exploradora.

Carentes de qualquer sentimento de lealdade, juntamente com uma extrema competência em desempenhar papéis, os psicopatas normalmente ocultam suas intenções debaixo de uma aparência de amabilidade e cortesia.

2 - O Psicopata Malévolo: Juntamos aqui as características que Millon atribui aos subtipos Malévolo, Tirânico e Maléfico, por razões didáticas e por considerar que todos três comumente se manifestam numa mesma pessoa.

Os Psicopatas Malévolos são particularmente vingativos e hostis. Seus impulsos são descarregados num desafio maligno e destrutivo da vida social convencional. Eles têm algo de paranóicos na medida em que desconfiam exageradamente dos outros e, antecipando traições e castigos, exercem uma crueldade fria e um intenso desejo de vingança.

Além de esses psicopatas repudiarem emoções ternas, há neles uma profunda suspeita de que os bons sentimentos dos demais são sempre destinados a enganá-los. Adotam uma atitude de ressentimento e de propensão a buscar revanche em tudo, tendendo dirigir a todos seus impulsos vingativos. Alguns traços desses psicopatas se parecem com os sádicos e/ou paranóides, com características beligerantes, mordazes, rancorosos, viciosos, malignos, frios, brutais, truculentos e vingativos, fazendo, dessa forma, com que muitos deles se revelem assassinos e assassinos seriais.

Quando os Psicopatas Malévolos enfrentam à lei e sofrem sanções judiciais, ao invés de se corrigirem, aumentam ainda mais seu desejo de vingança. Quando se situam em alguma posição de poder, eles atuam brutalmente para confirmar sua imagem de força.

Irritados pelo freqüente repúdio social que despertam, esses Psicopatas Malévolos estão continuamente experimentando uma necessidade de retribuição agressiva, a qual pode, eventualmente, expressar-se abertamente em atentados coletivos ou atitudes anti-sociais (a luta sociedade versus eu). De qualquer forma, nunca demonstram a o mínimo sentimento de culpa ou arrependimentos por seus atos violentos. Ao invés disso, mostram uma arrogante depreciação pelos direitos dos outros.

É curioso o fato desses psicopatas serem capazes de dar uma explicação racional aos conceitos éticos, capazes de conhecerem a diferença entre o que é certo e errado, mas, não obstante, são incapazes de experimentar tais sentimentos.

A noção ética faz com que o Psicopata Malévolo defina melhor os limites de seus próprios interesses e não perca o controle de suas ações. Esse tipo de psicopata se encontra entre os mais ameaçantes e cruéis. Ele é invariavelmente destrutivo, sem misericórdia e desumano.

A noção de certo-errado faz com que esses psicopatas sejam oportunistas e dissimulem suas atitudes ao sabor das circunstâncias, ou seja, diante da autoridade jamais atuam sociopaticamente. Portanto, eles são seletivos na eleição de suas vítimas, identificando sujeitos mais vulneráveis a sua sociopatia ou que mais provavelmente se submetam aos seus caprichos. Mais que qualquer outro bandido, este psicopata desfruta prazer em proporcionar sofrimento e ver seus efeitos danosos em suas vítimas.

3 - O Psicopata Dissimulado: seu comportamento se caracteriza por um forte disfarce de amizade e sociabilidade. Apesar dessa agradável aparência, ele oculta falta de confiabilidade, tendências impulsivas e profundo ressentimento e mau humor para com os membros de sua família e pessoas próximas.

Na realidade, didaticamente poderíamos comparar o Psicopata Dissimulado como uma mistura bastante piorada dos transtornos Borderline e Histérico da Personalidade. Isso significa que ele pleiteia um estilo de vida socialmente teatral, com persistente busca de atenção e excitação, permeada por um comportamento muito sedutor.

Por essas características Millon já considerava o Psicopata Dissimulado como uma variante da Personalidade Histriônica, continuamente tentando satisfazer sua forte necessidade de atenção e aprovação. Essas características não estão presentes no Psicopata Carente de Princípios ou no Malévolo, os quais centram em sí mesmo sua preocupação e são indiferentes às atitudes e reações dos outros.

Esse subtipo dissimulado costuma exibir entusiasmo de curta duração pelas coisas da vida, comportamentos imaturos de contínua buscas de sensações. Seguindo as características básicas e comuns à todos os psicopatas, o dissimulado também tende a conspirar, mentir, a ter um enfoque astuto para com a vida social, a ser calculista, insincero e falso. Muito provavelmente ele não admite a existência de qualquer dificuldade pessoal ou familiar, e exibe um engenhoso sistema de negações. As dificuldades interpessoais são racionalizadas e a culpa é sempre projetada sobre terceiros.

A contundente falsidade é a característica principal deste subtipo. O Psicopata Dissimulado age com premeditação e falsidade em todas suas relações, fazendo tudo o que for necessário para obter exatamente o que querem dos outros. Por outro lado, em diferentemente do Psicopata Carente de Princípios ou do Psicopata Malévolo, parece desfrutar prazerosamente do jogo da sedução, obtendo excitação nas conquistas.

Mesmo aparentando intenções de proteger certas pessoas, o Psicopata Dissimulado é frio, calculista e falso, caracterizando mais ainda um estilo fortemente manipulador. Essa característica pode ser conseqüência da convicção íntima de que ninguém poderá amá-lo ou protegê-lo, a menos que consiga manipular a todos. Apesar de reconhecer que está manipulando seu entorno social, tenta convencer aos outros de que suas intenções são boas e que suas atitudes são, no mínimo, bem intencionadas.

Quando as pessoas com esse tipo de psicopatia são pressionadas ou confrontadas, sentem-se muito encabulados e suas reações oscilam entre a explosão agressiva e vingança calculista. A característica afabilidade dos Psicopatas Dissimulados é superficial e extremamente precária, estando sempre predispostos a depreciarem imediatamente a qualquer um que represente alguma ameaça à sua hegemonia, chegando mesmo a perderem o controle e explodirem em cólera.

4 - O Psicopata Ambicioso: perseguem avidamente seus engrandecimentos. Os Psicopatas Ambiciosos sentem que a vida não lhes tem dado tudo o que merecem, que têm sido privados de seus direitos ao amor, ao apoio, ou às gratificações materiais. Normalmente acham que os outros têm recebido mais que eles, e que nunca tiveram oportunidades de uma vida boa.

Portanto, estão motivados por um desejo de retribuição, de compensar-se pelo que tem sido despojado pelo destino. Através de atos de roubo ou destruição, se compensam a si mesmos pelo vazio de suas vidas, sem importar-lhes as violações que cometam à ordem social. Seus atos são racionalizados através da idéia de que nada fazem senão restaurar um equilíbrio alterado.

Para os Psicopatas Ambiciosos que estão somente ressentidos, mas que ainda têm controle minimamente crítico de seus atos, pequenas transgressões e algumas aquisições são suficientes para aplacar essas motivações. Mas para aqueles que têm estas características psicopáticas mais desenvolvidas, somente a usurpação de bens e coisas alheias podem satisfazê-los.

O prazer psicopático nos ambiciosos está baseado mais em tomar do que em ter. Como a fome que os animais experimentam em relação à presa, os Psicopatas Ambiciosos têm um enorme impulso para a rapinagem, e tratam os demais como se fossem peões num tabuleiro de xadrez de poder.

Além de terem pouca consideração pelos efeitos de sua conduta, sentindo pouca ou nenhuma culpa pelos efeitos de suas ações, como os demais psicopatas, os ambiciosos nunca chegam a sentir que tem adquirido o bastante para compensar suas privações. Independentemente de suas conquistas, permanecem sempre ciumentos e invejosos, agressivos e ambiciosos, exibindo todas vezes que podem, posses e consumo ostentoso.

A maioria deles é totalmente centrada em si mesmos, contribuindo isso para sua comum atitude libertina e em busca de sensações. Esses psicopatas nunca experimental um estado de completa satisfação, sentindo-se não realizados, vazios, desolados, independentemente do êxito que possam ter obtido. Insaciáveis, estão sempre convencidos de que serão sempre despojados de seus direitos e desejos.

Ainda que o subtipo ambicioso seja parecido, em alguns aspectos, ao Psicopata Carente de Princípios, ele exerce uma exploração mais ativa e sua motivação central é manifestada através da inveja e apropriação indevida das posses alheias. O Psicopata Ambicioso experimenta não só um sentimento profundo de vazio, senão também uma avidez poderosa de amor e reconhecimento que, segundo ele, não lhe ofereceram na infância.

5 - O Psicopata Explosivo: diferencia-se das outras variantes pela emergência súbita e imprevista de hostilidade. Estes psicopatas são caracterizados por fúria incontrolável e ataque a outros, furor este freqüentemente descarregado sobre membros da própria família. A explosão agressiva se precipita abruptamente, sem dar tempo de prevenir ou conter. Sentindo-se frustrados e ameaçados, estes Psicopatas Explosivos respondem de uma maneira volátil, daninha e mórbida, fascinando aos demais pela brusca forma com que os surpreende.

Desgostosos e frustrados na vida, estas pessoas perdem o controle e buscam vingança pelos alegados maus tratos a que foram precocemente submetidos. Em contraste com outros psicopatas, esses não se movem de maneira sutil e afável. Pelo contrário, seus ataques explodem incontrolavelmente, quase sempre, sem nenhuma provocação aparente. Esta qualidade de beligerância súbita, tanto quanto sua fúria desenfreada, distingue estes psicopatas dos outros subtipos. Muitos são hipersensíveis aos sentimentos de traição, a ponto de fantasiarem deslealdades o tempo todo.
« Última modificação: 17 de Fevereiro de 2007, 17:34:14 por Alegra »
Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #121 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 17:40:22 »
Perai... vou te dar um exemplo como isto é falho.

http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=Michael+Schumacher+death&btnG=Pesquisar&meta=

Citar
Resultados 1 - 10 de aproximadamente 1.170.000 para Michael Schumacher death (0,19 segundos)

http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=Ayrton+Senna+death&btnG=Pesquisar&meta=

Citar
Resultados 1 - 10 de aproximadamente 186.000 para Ayrton Senna death (0,13 segundos)

E dai???

Vais querer me dizer então que o caso Suzane causou mais repercussão na questão pena de morte do que este caso, pelo Google?

Piada, né?   :hihi:

Se é piada, eu não entendi.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #122 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 17:42:30 »
Você sabe usar os operadores do google, como aspas?

Tente essa pesquisa.

Mas não se guie apenas pelos números, adicionalmente à uma pesquisa mais precisa, é interessante ler ao menos superficialmente os trechos que aparecem ou os sites.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #123 Online: 17 de Fevereiro de 2007, 17:44:45 »
E ainda queria encontrar defesas desses tipos dela como as defesas que encontramos das vítimas do capitalismo, pobres estupradores, pessoas que num momento de desespero incendeiam vivos esses cruéis burgueses - de nomes "chiques", estrangeiros, apenas para humilhar as pessoas com nomes mais "pobres" - que os oprimem, como as que vemos na Carta Capital e coisas do tipo.

Offline Herf

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #124 Online: 18 de Fevereiro de 2007, 07:08:58 »
Quer dizer que matar não é errado? :hein:

Você sabe que não é isso.

Você sabe muito bem que o que quero dizer é que não é errado matar aqueles que matam os outros, aqueles que não respeitam o meu, o seu, o nosso sagrado direito à vida e à liberdade.

Agora a pergunta que ninguém respondeu objetivamente: acha que não é adequado matar o cidadão que invade a sua casa, mata seus filhos, estupra a sua esposa e ainda ri da sua cara?
« Última modificação: 18 de Fevereiro de 2007, 07:11:01 por Procedure »

 

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