Autor Tópico: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático  (Lida 11490 vezes)

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Offline Herf

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #125 Online: 18 de Fevereiro de 2007, 08:09:34 »
Tem gente que parece viver num mundo cor-de-rosa, onde o real significado de crime é uma referência a uma realidade distante, lida nos jornais e vista na TV, mas sem muita influência em suas "pacíficas vidas pró-direitos-humanos-para-assassinos-e-estupradores".

O lema deles é: "Assassinos e estupradores vivos só são bons no cu dos outros".

Eriol

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #126 Online: 18 de Fevereiro de 2007, 18:50:41 »
Perfeito, além de tudo é arrogante.

Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #127 Online: 18 de Fevereiro de 2007, 19:23:55 »
Hoje levei minha esposa e minhas filhas para Tramandaí, na casa da minha cunhada. Tramandaí fica aproximadamente 120Km de Porto Alegre e usa-se a Free-Way (Techo da Br-101) que é pedagiada pela CONCEPA. Tenho um Santana 2000, velhinho, mas com a manutenção impecável, carro confortável… robusto, confiável e seguro. Aprendi a dirigir muito cedo, fazendo pequenas manobras para lavar o carro na garagem… sempre gostei de velocidade e já tive minhas épocas de kart e outras "coisitas mais" em Tarumã quando era mais novo, tinha talento para coisa, reflexos aguçados e um senso de antecipação bastante desenvolvido, talvez poderia ter tentado seguir uma carreira neste meio.
Sai de Porto Alegre pelas 6:30 da manhã, choveu muito, queria fugir do movimento causado pelos foliões dos desfiles de carnaval, geralmente embriagados e com o sono vencido. O limite de velocidade na Free-Way é de 100Km/h para carros, 90Km/h para ônibus e 80Km/h para caminhões… são 3 pistas em cada sentido, rodovia bem sinalizada e com boa visibilidade… mesmo assim não deixa de ser preocupante o numero de mortos na estrada, eu mesmo já presenciei alguns… acidentes bobos, mortes estúpidas… na maioria esmagadora das vezes evitáveis… imprudência, excesso de velocidade, falhas mecânicas.
Tenho habilitação de motorista desde meus 18 anos (fiz de primeira, não comprei por telefone) e até hoje, passados 20 anos, nunca tomei uma multa, nenhum ponto na carteira, nenhum acidente e sequer 1 arranhão na pintura dos meus carros eu jamais dei… respeito os limites de velocidade, onde a sinalização orienta 40Km/h eu sigo a risca… onde orienta a 60Km/h, não passo disto… cinto de segurança até para as crianças, no banco traseiro.
Bom, eu me julgo apto a dirigir acima dos 100Km/h, modéstia à parte, tenho mais aptidão que a maioria dos motoristas… meu carro é mais inteiro e mais seguro que muito 1.0 2006… tenho um motorzão que me possibilitaria uma velocidade de "cruzeiro" mais elevada. No entanto eu sigo as regras. Por que às sigo a risca? Oras, as regras foram feitas para todos, simples motoristas ou talentosos "pilotos", sei que quem pensou nestas regras tem conhecimento de causa maior que a minha, sei que morre tanta gente de forma estúpida no volante (meu pai foi vítima fatal de um irresponsável embriagado… eu tinha 3 anos e estava junto na DKW com meu pai e mãe), sei que se eu desrespeitar estas regras serei um irresponsável imprudente e estarei colocando não só a minha vida em risco como estarei colocando a vida da minha família e talvez até a vida de um terceiro que nada tem a ver com a minha estupidez.

É para isto que servem as leis de transito, para evitar mortes... não para punir culpados… valem para mim, valem para você e valem para todos os brasileiros… respeito-as, no entanto, mesmo assim, posso ser, um dia, mais uma vítima para engrossar nossas alarmantes estatísticas como quase fui hoje, quando um carro a uns 130Km/h me ultrapassou… em zigue-zague… se não tivesse presença de espírito e freiado, teria levado uma fechada bem na minha lateral, provavelmente fazendo-me capotar fora da pista… no entanto segui na mesma marcha, 100Km/h, e não fui atrás do sujeito para retribuir o "quase acidente", seria burrice da minha parte, seria tão (e até mais) irresponsável e imprudente que ele foi.

Entendam como quiserem.  :wink: :ok:
« Última modificação: 18 de Fevereiro de 2007, 19:27:18 por Spitfire »

Offline ByteCode

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #128 Online: 18 de Fevereiro de 2007, 22:39:17 »
Eu acho que temos uma idéia muito errada dos números, mas chutaria que da totalidade da população pobre ou miserável desse pais, uma pequena porcentagem são bandidos.
Acontece que a grande maioria da população vive na, ou abaixo da linha da pobreza. Mesmo que uma porcentagem relativamente pequena se tornasse bandida, ainda assim estariamos falando de milhões de pessoas. E não é preciso mais do que alguns milhões de bandidos para fazer grandes estragos.
Além disse eu me referi apenas a três tipo de crimes: assalto, latrocinio e tráfico. Me referi aos crimes mais violentos, que é o que esta mais em discussão hoje no páis. Se formos levar todos os tipos de crimes em conta, daí seim eles seriam bem mais diluídos entre as diversas camadas sociais.

A maioria esmagadora dessa população carente de tudo é de gente do "bem" que acorda cedo diariamente para trabalhar e não recorre ao crime para sobreviver.
Exatamente, pois se a maioria fosse criminosa daí estaríamos ferrados de vez, literalmente nem poderíamos pisar na rua.

Talvez um estudo comprovasse minhas suspeitas, talvez não, mas eu desconfio que se fisséssemos um levantamento de quanto cada classe representa no total da população e quantos por centro ocorre de crime entre essas camadas - de assalto a sonegação de impostos, os números seriam surpreendentes.
Veja nossos políticos, por exemplo, a grande maioria não se encaixa no conjunto que você citou, Byte e mesmo assim é surpreendente a quantidade de "criminosos" que há entre eles.
Como disse, se levarmos em conta todos os crimes cetamente eles seriam bem mais divididos entre as diversas camadas sociais. Por exemplo, crime de sonegação deve ser imensamente mais praticado pelas camadas altas da sociedade, até porque pobre não tem muita coisa pra ficar sonegando. E políticos não se envolvem em crimes violentos, como assalto ou latrocínio, pois se arriscando bem menos eles ganham bem mais, desviando verbas e em várias outras modalidades de corrupção.

Os motivos para "chutar o balde" variam de desejar comer um pedaço de carne a desejar um Iate. E desconfio que o segundo seria mais propenso a sonegar impostos que o primeiro a assaltar o açougue.
Acho que vai depender da visão que cada um tem do mundo e de justiça. Mas é muito mais fácil se revoltar quando se passa necessidades básicas do que quando se passa vontade diante de desejos superfluos.
« Última modificação: 18 de Fevereiro de 2007, 22:45:41 por ByteCode »

Offline Herf

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #129 Online: 19 de Fevereiro de 2007, 11:55:39 »
Ai ai ai...

Desisto.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #130 Online: 19 de Fevereiro de 2007, 17:04:30 »
E políticos não se envolvem em crimes violentos, como assalto ou latrocínio, pois se arriscando bem menos eles ganham bem mais, desviando verbas e em várias outras modalidades de corrupção.
Até podem se envolver, ainda que o tanto o proveito quanto a ação deles seja indireta, contratando capangas, geralmente pessoas com menos dinheiro que eles mesmos (suponho, não sei se tem muitas pessoas que fazem carreira estável de assassino profissional e vivem numa boa). Um exemplo talvez seja aquela morte do prefeito de Santo André, que nunca ficou bem explicada.

Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #131 Online: 19 de Fevereiro de 2007, 20:58:31 »
E ainda queria encontrar defesas desses tipos dela como as defesas que encontramos das vítimas do capitalismo, pobres estupradores, pessoas que num momento de desespero incendeiam vivos esses cruéis burgueses - de nomes "chiques", estrangeiros, apenas para humilhar as pessoas com nomes mais "pobres" - que os oprimem, como as que vemos na Carta Capital e coisas do tipo.

Amiguinho... fico pasmo com este teu reducionismo .

Acho que precisas sair um pouco da teoria para encarar a prática... andar pelas ruas.

Hoje mesmo a justiça mostrou como trata de modo desigual... como existem dois pesos e duas medidas no Brasil.

Law Kin Chong, considerado o maior contrabandista do país, recebeu da justiça uma permissão especial para visitar o pai, internado na Santa Casa de Misericórdia. Foi deslocado por uma ambulância, sob fortíssimo aparato polícial. Ficou 25 min. e foi conduzido novamente para a prisão especial.

Imagino que isto seja comum a todo preso no Brasil, não é? Independente da sua conta bancária.


ACORDA, ALICE!

Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #132 Online: 19 de Fevereiro de 2007, 21:05:06 »
Vou recordar de um texto, de um gaúcho (que dá de relho naquele acéfalo do Olavo do Caralho Aquático), que nem de perto é um com*nista… e muito menos um socialista.

Citar
Segunda-feira, Novembro 28, 2005
A diferença - Jayme Copstein

Processem jornalistas e lhes atribuam crime por terem opinião que eventualmente desgoste alguém. É da democracia.
Inventar intenções, pinçar fraseados fora contexto, para dar veracidade ao pretexto, não. É das ditaduras.
Pouco importa. Jornalistas não são as únicas vítimas. Que os processem, que os condenem mil vezes e os mandem para o cárcere. Tal como ocorreu no nazismo e também no estalinismo, de que de muito pouca gente fala, é preciso alguém para testemunhar o que ocorre nos presídios brasileiros, masmorras medievais onde empilham como gado pessoas que não podem pagar melhores advogados e por isso mesmo lá estão. Como uma pobre mulher de 79 anos, moribunda de câncer, retorcendo-se de dor no presídio de Taubaté, em São Paulo, a quem a Justiça nega o direito de morrer em um hospital.
Ela é acusada de tráfico de drogas. Foram encontradas em sua casa em torno de 17 pedras de “crack”, que ela alega terem sido jogadas por um desconhecido, fugindo da Polícia. Ainda não foi julgada, apesar do tempo decorrido. Antes de ser transferida para o Tatuapé, estava na cadeia de Valinhos, Campinas, onde dormia no chão.
Se verdade ou mentira a história do fugitivo que jogou as pedras de crack, não é a questão fundamental. O filho da mulher foi preso na mesma ocasião e também responde processo na prisão. Não se pode afastar a hipótese de tenha envolvido a mãe em seus crimes.
A questão humanitária é tocante, mas também não é fundamental. O presídio tem enfermaria, tem assistência médica – precárias, mas tem.
O que importa é comparar o caso desta mulher de 79 anos, moribunda de câncer, mantida presa sem julgamento, com o caso da família Maluf, com o dos assassinos do casal Richtofen, com o do estudante universitário de Minas Gerais, preso em flagrante e condenado por asssalto a mão armada, de que se falou aqui na semana passada. Todos respondem seus processos em liberdade.
Qual a diferença entre esses casos? A única que se percebe é que a mulher moribunda é pobre. Os demais, não.

Então, filhotinho, acorde para o mundo real.
Já que és tão esperto para usar aspas no Google (Ohhhh!), procure pelo nome do autor do artigo, sabichão.  :wink:

http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=%22Jayme+Copstein%22%2Bdiferen%C3%A7a&btnG=Pesquisa+Google&meta=

 :histeria:
« Última modificação: 19 de Fevereiro de 2007, 21:11:46 por Spitfire »

Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #133 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 02:04:29 »
Ainda mais:

Citar
Onde mora o pecado - Jayme Copstein

Não é só o código de porta de cadeia, feito para garantir impunidade a quem possa pagar especialistas na endoidecida legislação de execuções criminais, que afoga o Brasil em inaudita violência. É o feudalismo político que transforma áreas vitais –a segurança, por exemplo – em latifúndios a serem distribuídos como quinhão eleitoral.
Resulta daí uma Polícia sem comando, dividida em seus próprios feudos, mal equipada, mal treinada e tão mal-paga em seus escalões inferiores, que empurra os mais humildes servidores ao convívio dos criminosos, em vilas periféricas onde a Polícia não chega.
Ali, eles não podem dizer que são policiais. Haverá cena mais patética que a de um PM obrigado a envergar a farda longe de casa, para não ser morto pelos marginais da vizinhança?
Se ele, “a autoridade”, é obrigado a tão humilhante agachamento, o que resta aos demais vileiros, que só existem para votar e pagar os impostos cobrados até mesmo de uma fatia de pão dormido, tudo para sustentar a malta de gatunos de alto coturno que refocilam em mensalões, sanguessugas e outras grossas bandalheiras sem batismo?
É só conferir a lista de protagonistas de latrocínios, seqüestros e tudo o mais que está nos apavorando. São insuspeitos empregados domésticos, vigias, biscateiros, desempregados, gente humilde, desprotegida e acossada no dilema de matar para não ser preso ou morrer por desobediência ao bandido do morro.
Aí, sobrevêm indignados clamores pela pena de morte ou de prisão perpétua. De acordo. Mas, quem a merece?


Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #134 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 02:15:43 »
Aliás... alguem sabe me dizer aonde andam os assassinos do índio tapajó?

Alguem sabe me dizer aonde anda IBRAHIM ABI-ACKEL, condenado no final da década 70 por contrabando de pedras preciosas e que não passou 1 dia sequer na cadeia?

Naji Nahas, alguém sabe?

Sérgio Naya?

Alberto Salvatore Cacciola???

Como diria Bresser Pereira "o gato comeu"... bah! 

Offline Diegojaf

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #135 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 09:16:03 »
Aliás… alguem sabe me dizer aonde andam os assassinos do índio tapajó?

É pataxo... :lol:

E pelo que sei, andam muito bem... uns já terminaram faculdade (de direito, óbvio) e outros já passaram em concurso público de R$5.000,00 por mês, mais adicionais...

O do concurso foi aquele famoso caso em que o cara passou em 60° lugar pra 40 vagas e, misteriosamente, aumentaram o número de vagas pra 70...

Mas nada temam... não é só no Brasil isso... :sleepy:
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Luis Dantas

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #136 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 10:44:41 »
Nessas horas acho tão hipócrita a indignação que houve anos atrás em relação ao Apartheid sul-africano.  O Brasil tem um sistema de castas tão real quanto qualquer outro.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #137 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 14:20:08 »
Aliás… alguem sabe me dizer aonde andam os assassinos do índio tapajó?

É pataxo… :lol:

Vero.  :vergonha: :hihi:
Acho que não passo no concurso para funcionário da FUNAI.

Mas nada temam… não é só no Brasil isso…

Sim... imagino que em Guiné-Bissau deva ser muito parecido.

Offline Alegra

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #138 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 16:19:04 »
Citar
Aí, sobrevêm indignados clamores pela pena de morte ou de prisão perpétua. De acordo. Mas, quem a merece?

De certeza que não é essa velhinha moribunda e nem os
" insuspeitos empregados domésticos, vigias, biscateiros, desempregados, gente humilde, desprotegida e acossada no dilema de matar para não ser preso ou morrer por desobediência ao bandido do morro."    :ok:
« Última modificação: 20 de Fevereiro de 2007, 16:26:48 por Alegra »
Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Nightstalker

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #139 Online: 20 de Fevereiro de 2007, 22:29:40 »
Украи́нский

Você concorda com o que é expresso nesse suposto artigo da Felinto?
Conselheiro do Fórum Realidade.

"Sunrise in Sodoma, people wake with the fear in their eyes.
There's no time to run because the Lord is casting fire in the sky.
When you make sin, hope you realize all the sinners gotta die.
Sunrise in Sodoma, all the people see the Truth and Final Light."

Offline Herf

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #140 Online: 21 de Fevereiro de 2007, 18:13:39 »
Citar
Aí, sobrevêm indignados clamores pela pena de morte ou de prisão perpétua. De acordo. Mas, quem a merece?

De certeza que não é essa velhinha moribunda e nem os
" insuspeitos empregados domésticos, vigias, biscateiros, desempregados, gente humilde, desprotegida e acossada no dilema de matar para não ser preso ou morrer por desobediência ao bandido do morro."    :ok:


Mas com certeza são caras como esse: http://txt.jt.com.br/editorias/2006/07/30/ger-1.94.4.20060730.4.1.xml

Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #141 Online: 21 de Fevereiro de 2007, 19:14:19 »
Será que esta "excelentíssima" já ouviu falar em castração química?

Duvido... deve estar mais preocupada com os vencimentos dela. 

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #142 Online: 21 de Fevereiro de 2007, 20:19:55 »
E ainda queria encontrar defesas desses tipos dela como as defesas que encontramos das vítimas do capitalismo, pobres estupradores, pessoas que num momento de desespero incendeiam vivos esses cruéis burgueses - de nomes "chiques", estrangeiros, apenas para humilhar as pessoas com nomes mais "pobres" - que os oprimem, como as que vemos na Carta Capital e coisas do tipo.

Amiguinho... fico pasmo com este teu reducionismo .

Acho que precisas sair um pouco da teoria para encarar a prática... andar pelas ruas.

Hoje mesmo a justiça mostrou como trata de modo desigual... como existem dois pesos e duas medidas no Brasil.

Law Kin Chong, considerado o maior contrabandista do país, recebeu da justiça uma permissão especial para visitar o pai, internado na Santa Casa de Misericórdia. Foi deslocado por uma ambulância, sob fortíssimo aparato polícial. Ficou 25 min. e foi conduzido novamente para a prisão especial.

Imagino que isto seja comum a todo preso no Brasil, não é? Independente da sua conta bancária.


ACORDA, ALICE!

E você acha que todos cmo um bom saldo bancário, bem no fundo, aprovam isso, mas não admitem? 

Em momento algum eu disse que pobres e ricos acabam sendo justamente punidos independentemente de quanto dinheiro tem, pelo contrário.

O que questiono é isso de dizerem que não se liga para vítimas pobres ou se tem dó/complacência com criminosos, quando se sabe serem ricos, ao mesmo tempo que se tem ódio ferrenho quando se sabe que o criminoso é pobre.

Como é que isso funciona afinal? A reação emocional de ódio ou complacência fica "aguardando" até o cérebro receber a informação sobre a classe sócio-econômica, ou ela é formada primeiramente sem essa informação, por outro critério (qual?), e depois pode se alterar, conforme for a classe social dos envolvidos?


Bem, eu acho que não, não há bases para isso. As pessoas julgam o crime praticamente independentemente de classes sociais dos envolvidos (o que não tem nada a ver com resultados de condenação e qualquer coisa do tipo, que não acontece por "democracia", mas como resultado de processos que podem ser muito mais significativamente afetados pelo dinheiro).

Acredito que maioria das pessoas não sejam "psicopatas classistas".

Essa proteção popular/elitista aos criminosos ricos na imensa maior parte seja ficção esquerdista, e ironicamente é o "inverso" é muito mais realidade, a complacência que muitos tem com os criminosos, desde que pobres, e praticamente independentemente dos crimes cometidos, como se qualquer crime imaginável pudesse ter uma causa social.

Será raro ver algo análogo a essa defesa/desculpa do Champinha, só que para uma Suzane Richtofen da vida. Eu não conheço. 

Offline Spitfire

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #143 Online: 22 de Fevereiro de 2007, 00:01:53 »
E o establishment faz de tudo para manter o status quo.

Eu citei exemplos... recebo retóricas.

Beleza, mantenha-se tudo da forma que esta.  :ok:

Só descubra quem é Carmen Ulzefer.  :wink:

Offline PauloCesar

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #144 Online: 22 de Fevereiro de 2007, 12:28:23 »
Luis, acho que o Procedure não entende a distinção que há entre justiça x vingança.

Faça a sua distinção.

Você mesmo a faz, mas acho que não percebe:

O que você acha que seria adequado fazer com um homem que invade a sua casa, mata seus filhos e estupra a sua esposa?

O que eu 'acho' não interessa. Observe que o bandido agiu dessa forma porque 'achou' que poderia. Agiu de forma arbitrária defendendo seus interesses (qualquer que fosse). Fazer o mesmo com ele me torna IGUAL a ele — agindo de forma arbitrária na defesa dos meus interesses, como disse o Spitfire.

Claro que, como também disse o André Ramaciotti, é extremamente improvável que se racionalize dessa forma na hora em que se dão os fatos, mas a questão é que a justiça de Estado não funciona movida por sentimentos pessoais! As leis do Estado não podem ser baseadas no que EU acho ou no que EU faria. Dá pra entender?

Na hora de se formular leis o sentimento de vingança perde o sentido, pois o Estado não se vinga. Eu não posso garantir que seria racional na situação que você expôs, mas o Estado, ao contrário, TEM QUE SER.

Enfim, respondendo à sua indagação: Não. Não acho adequado matar o cidadão que invade a minha casa, mata meus filhos, estupra a minha esposa e ainda ri da minha cara.

Entenda que há um problema com o cara, não comigo.

Penso que seja um psiquiatra ou vários, Spitfire.Acho que só um psiquiatra está apto para definir o limite entre lucidez e loucura num indivíduo.
Há controvérsias (o que em Direito é bastante relevante). Já leu sobre pressuposto dominante?

Olhem que interessante.
Por outro lado, na Agressão Proativa
(...)

PsiqWeb - Portal da Psiquiatria
O último parágrafo do post da Alegra me lembrou essa "galera do mal" das torcidas organizadas, que devem ser um campo fértil. e também uma forma de abrigo/esconderijo para personalidades sociopatas.
Putz... pensei exatamente a mesma coisa...
FREE YOUR MIND! - Morpheus

Offline Alegra

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #145 Online: 22 de Fevereiro de 2007, 12:31:14 »
Será que esta "excelentíssima" já ouviu falar em castração química?

"A castração química é uma medicação à base de hormonas que inibem o desejo sexual e que, nalguns países, pode mesmo ser aplicada judicialmente a pedófilos."

"RESUMO

Foi analisada a castração química com Castra-Quim 14®*, injetando-se 50 ml por testículo, com agulha 40 x 10, após antissepsia da bolsa escrotal com álcool iodado. A inoculação do produto foi feita em toda a extensão de cada testículo, sem a retirada da agulha em nenhum momento, imprimindo-se, na oportunidade da inoculação, movimentos em zigue-zague, que permitiram a destruição homogênea de todo o tecido testicular. Após acompanhamento de um ano, grande número dos testículos foram eliminados através do orifício da agulha praticado na oportunidade da inoculação do produto. Dois meses após castração, foi verificada a ausência da espermatogênese e após a extirpação cirúrgica dos testículos submetidos ao produto, verificou-se uma total necrose daqueles não eliminados. Os testículos que se encontravam na bolsa escrotal apresentavam-se com aumento de consistência, fibrose e diminuição de volume. Comparando-se a castração química de animais com aquela do método cirúrgico, constatou-se grande vantagem na primeira devido à praticidade, economia e despreocupação, no sentido de não ter sido necessário qualquer acompanhamento a campo, pois não foram observadas, em nenhum animal, infecção ou qualquer míase ou complicações constatadas na castração cirúrgica.
"

Uma dúvida: o desejo não é criado primeiro mentalmente? a pessoa mesmo castrada não continua a ter "imaginação"?  :vergonha:
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Offline Alegra

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #146 Online: 22 de Fevereiro de 2007, 12:36:04 »
Penso que seja um psiquiatra ou vários, Spitfire.Acho que só um psiquiatra está apto para definir o limite entre lucidez e loucura num indivíduo.
Há controvérsias (o que em Direito é bastante relevante). Já leu sobre pressuposto dominante?

Não... :vergonha: De que se trata? :|
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #147 Online: 22 de Fevereiro de 2007, 14:59:24 »
E o establishment faz de tudo para manter o status quo.

Eu citei exemplos... recebo retóricas.

Beleza, mantenha-se tudo da forma que esta.  :ok:

Só descubra quem é Carmen Ulzefer.  :wink:

Mas pelamordezeus... você postou que os assassinos do índio estão soltos e seguindo com suas vidas...... isso não é o mesmo que dizer que eles foram "desculpados" pela opinião pública por serem vítimas do meio em que vivem. Que todo mundo não achou nada demais, porque eles eram ricos.

Todo mundo malhava eles à beça, causou a maior repercussão, e nada em defesa deles, a não ser os advogados, pagos para isso, que eu me lembre. E nas ruas a mesma coisa, ainda que eu não tenha contato com muita gente exatamente rica.

Eu não me lembro nesse caso, como caso da Richtofen e de outros envolvendo criminosos ricos, de defesas análogas a essas da Felinto para o Champinha e para o seqüestrador da filha do Sílvio Santos (cujo principal culpado na verdade seria o próprio Sílvio Santos).

Acho que para cada defesa de criminosos ricos como Richtofen, do drogado que matou avó e empregada com espada, que você colasse aqui, poderíamos colar ao menos duas defesas do tipo dessas da Marilene Felinto para pobres vítimas da desigualdade social. Se bem que essas em muitos casos, talvez na maioria são generalizadas, culpando a desigualdade social pelos crimes em geral, em vez de por crimes de criminosos específicos... de qualquer forma, também não se deverá encontrar defesas ou desculpas generalizadas de eventuais crimes cometidos por pessoas mais ricas... tudo isso talvez seja é só o que eles pensam na verdade, mas não contam para ninguém... ainda assim as pessoas simplesmente sabem de algum jeito...

Também perguntei como funcionaria a esse negócio das pessoas serem psicopatas especificamente quanto a classe sócio-econômica. Será que haveria em publicações científicas documentação dessa psicopatologia, e dados sobre suas proporções?

Offline PauloCesar

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #148 Online: 22 de Fevereiro de 2007, 15:06:39 »
Penso que seja um psiquiatra ou vários, Spitfire.Acho que só um psiquiatra está apto para definir o limite entre lucidez e loucura num indivíduo.
Há controvérsias (o que em Direito é bastante relevante). Já leu sobre pressuposto dominante?

Não… :vergonha: De que se trata? :|

Uma viagem filosófica que acho que cabe muito bem nesse tópico:

Olhar as coisas a partir do pressuposto dominante significa que, uma vez que se aceite uma hipótese, tudo passa a ser interpretado no sentido de apoiá-la.

Numa experiência, pesquisadores de Stanford, se infiltraram em um manicômio, não fizeram absolutamente nada 'incomum' e nenhum psiquiatra foi capaz de perceber o logro, pois de antemão presumiam todo tipo de corportamento como um sintoma (nesse caso) de esquizofrenia. Se presume que o cara é um doido psicopata, qualquer coisa que ele faça ou deixe de fazer pode ser interpretado como sintoma de sua doença.

Um exemplo que cairia como uma luva para os advogados questionarem a real capacidade da psiquiatria em definir sujeitos como 'irrecuperáveis' e passíveis de 'pena de morte'.

A coisa gera polêmica até hoje:
http://en.wikipedia.org/wiki/Rosenhan_experiment
FREE YOUR MIND! - Morpheus

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dois rapazes detidos: abuso policial e midiático
« Resposta #149 Online: 22 de Fevereiro de 2007, 16:56:13 »
Vou recordar de um texto, de um gaúcho (que dá de relho naquele acéfalo do Olavo do Caralho Aquático), que nem de perto é um com*nista… e muito menos um socialista.

Citar
Segunda-feira, Novembro 28, 2005
A diferença - Jayme Copstein

Processem jornalistas e lhes atribuam crime por terem opinião que eventualmente desgoste alguém. É da democracia.
Inventar intenções, pinçar fraseados fora contexto, para dar veracidade ao pretexto, não. É das ditaduras.
Pouco importa. Jornalistas não são as únicas vítimas. Que os processem, que os condenem mil vezes e os mandem para o cárcere. Tal como ocorreu no nazismo e também no estalinismo, de que de muito pouca gente fala, é preciso alguém para testemunhar o que ocorre nos presídios brasileiros, masmorras medievais onde empilham como gado pessoas que não podem pagar melhores advogados e por isso mesmo lá estão. Como uma pobre mulher de 79 anos, moribunda de câncer, retorcendo-se de dor no presídio de Taubaté, em São Paulo, a quem a Justiça nega o direito de morrer em um hospital.
Ela é acusada de tráfico de drogas. Foram encontradas em sua casa em torno de 17 pedras de “crack”, que ela alega terem sido jogadas por um desconhecido, fugindo da Polícia. Ainda não foi julgada, apesar do tempo decorrido. Antes de ser transferida para o Tatuapé, estava na cadeia de Valinhos, Campinas, onde dormia no chão.
Se verdade ou mentira a história do fugitivo que jogou as pedras de crack, não é a questão fundamental. O filho da mulher foi preso na mesma ocasião e também responde processo na prisão. Não se pode afastar a hipótese de tenha envolvido a mãe em seus crimes.
A questão humanitária é tocante, mas também não é fundamental. O presídio tem enfermaria, tem assistência médica – precárias, mas tem.
O que importa é comparar o caso desta mulher de 79 anos, moribunda de câncer, mantida presa sem julgamento, com o caso da família Maluf, com o dos assassinos do casal Richtofen, com o do estudante universitário de Minas Gerais, preso em flagrante e condenado por asssalto a mão armada, de que se falou aqui na semana passada. Todos respondem seus processos em liberdade.
Qual a diferença entre esses casos? A única que se percebe é que a mulher moribunda é pobre. Os demais, não.

Então, filhotinho, acorde para o mundo real.
Já que és tão esperto para usar aspas no Google (Ohhhh!), procure pelo nome do autor do artigo, sabichão.  :wink:

http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=%22Jayme+Copstein%22%2Bdiferen%C3%A7a&btnG=Pesquisa+Google&meta=

 :histeria:

Esse texto não tem nada a ver, de novo, com o que eu estava falando o tempo todo.

em momento algum eu discordo que ter ou não ter dinheiro faça a diferença se tratando do que a pessoa vai passar na cadeia, que pobres e ricos são punidos jutamente, com o mesmo rigor, independentemente de quanto possam pagar para advogados.

Mas esse resultado não é "democrático", não teve um plebiscito para saber qual pena a Suzane Richtofen deveria pegar e etc e tal, é resultado de um processo que pode ser sim muito influenciado pelo dinheiro. Ou seja, a lei pesando mais para o pobre do que para o rico não é reflexo de desejo/condenação popular maior dos pobres e complacência com os ricos.


PS.: acho que sei qual talvez seja a origem da confusão; quando eu disse que não havia amparo legal, algo como parâmetros levando em conta a classe sócio-econômica no código penal... isso não há mesmo, tanto quanto sei. Apesar disso, as os resultados ainda são influenciados pelo dinheiro. O que não tem nada a ver com as pessoas supostamente terem peninha da Richtofen que não têm; ou fazerem vista grossa para um eventual assassino ricasso que queimasse um casal vivo trancado no carro, ou várias pessoas num ônibus, e condenarem isso só quando o criminoso é pobre.

Como poderia ser algo que impedisse esse tipo de resultado desigual?

 

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