Sério que não estou, uso o Collins como exemplo, porque é o melhor que me vem a mente. Quero entender. Por isso estou perguntando. Tente lembrar que eu não sei as coisas que você sabe sobre Biologia, os detalhes e as implicações disso na lógica da idéia de um deus.
Argumento de autoridade seria se eu dissesse que deus existe porque um Biólogo acredita nisso - mas o que alego, quando cito Collins é o suposto conhecimento que imagino que ele precise ter para ocupar o cargo, entende?
Acho que entendi, Luz.
Mas não sei porque o Collins seria um bom exemplo. Por exemplo, poderíamos dizer que o que ele fala não tem sentido, porque afinal Dawkins também tem um bom currículo e é ateu forte. Neste sentido é que o argumento que você estava usando poderia, a meu ver, ser visto como argumento de autoridade.
Além disso, se argumentássemos que ambos possuem bons currículos, colocações ou fama, e por isso têm conhecimento, também seria uma falácia.
De tudo que se diz, eu apenas presumo, entende?
Não subestime seu conhecimento, Luz!

Tente se colocar no meu lugar. Tenho uma opinião diferente da sua, talvez porque não tenha seu conhecimento específico. Preciso dos exemplos para levantar a questão. De que outra maneira eu poderia ter uma opinião se não conheço o assunto, não é? Através das pessoas que imagino que conhecem.
Eu entendo. É este também o método que procuro usar.
Quando eu digo que não entendo como alguém consegue duplipensar, ou conviver com o deus das lacunas, é porque sabendo o que sei hoje de biologia (ainda bem, ou teria de rasgar os diplomas), é impossível para mim ajustar um deus a poucos espaços ainda ignorados pela ciência ou fazer de conta que a ciência é uma brincadeira (ou que a religião o é), e viver uma vida dupla. É quase como os exemplos de dupla personalidade que vemos nos filmes de suspense.

E isso, baseada no que conheço do pensamento teísta, me parece estranho. Principalmente pelas alegações que ele fez na entrevista.
É justamente porque conhecimento ou suposto conhecimento em ciência alguma faz, necessariamente, aplicá-lo no seu dia-a-dia.
É por isso que eu penso que todo cientista, enquanto profissional, deveria ser agnóstico. Eu tendo a achar que dificilmente se provará a existência de um deus (de qualquer um das centenas já catalogadas), mas em essência, me vejo mais como agnóstica do que como atéia, por estar aberta à provas, se surgirem.
Este tipo de posição moderada é muito diferente de acreditar na virgindade de uma mãe (aliás, sabemos que isso foi mal-interpretado pelos leitores antigos), ou na ascenção de um corpo (coisa que não está escrita em todos os evangelhos). Para crer nestas coisas (que o Collins crê, aliás), é preciso "rasgar" um pedaço do conhecimento e esconder bem do consciente. É preciso crer num deus que faz mágicas, não num deus que criou o universo e está assitindo de camarote ao que acontece. Em síntese, para mim apenas este último usa o deus somente nas lacunas. O primeiro, permite exceções da realidade para crer em dogmas. Para isso, é necessário acreditar em coisas distintas quando faz ciência e quando está em vida íntima. Para mim, isso é logicamente impossível.