Autor Tópico: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia  (Lida 9379 vezes)

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #100 Online: 19 de Abril de 2007, 19:18:22 »
Você realmente acredita que mais armas tornariam essas tragédias menos prováveis em vez de mais prováveis, não é?

Diante disso não há o que discutir.
Dantas, eu acredito que se eu estivesse lá na hora do massacre, ia tentar jogar uma cadeira no sujeito e ia errar e levar tiro.


Aí é que está! DEsarmar o povo é mais "fácil" pra quem está no poder e dita as leis. Mas aí temos tragédias como estamos discutindo agora.

Você está brincando, certo? Desde quando algum governo americano desarmou a população de lá?
Não do país todo, mas na universidade onde teve o massacre não tinha ninguém armado, certo?

Alias, a tragédia aconteceu, primeiramente, em função do fácil acesso às armas de fogo nos EUA.
Não. Não. Não. Não. Não. Não.

E não.

A tragédia aconteceu, primeiramente, em função de um doente mental que saiu atirando em pessoas. Só e unicamente.

Se ele não pudesse ter comprado a arma na loja teria comprado em mercado negro, roubado, trocado por sexo, o escambau.

O uso de armas deve ser extremamente limitado. Velho oeste não dá.
Ontem ouvi barulhos de tiro no meu bairro. Durante vários minutos. Não apareceu polícia nem nada. De repente eu me enganei e não eram tiros. Mas e se fossem? (sei que em vários bairros e cidades é, então a reflexão é válida) O que eu faria? Nada.

DA vez que entrou um traficante baleado no meu quintal nós chamamos a polícia. Insistimos. Muito. Chegaram muitas horas depois.

Meu ponto sendo Velho oeste JÁ É uma realidade. Vai assistir Jornal Nacional.

Exatamente! Achou o ponto!

No Brasil nós vivemos exatamente aquilo que vocês defendem: qualquer um pode conseguir, sem muitas dificuldades, uma arma. O mercado negro é tão vivo que as armas são até baratas. E ele não apresenta nenhum sinal de que está sofrendo qualquer tipo de combate do governo.

Se velho oeste parece ser uma realidade no Brasil, é justamente porque fraqueza das instituições (como a polícia e a justiça) abre espaço para que grupos criem um poder paralelo. O preço de assumir a responsábilidade por algo é a necessidade de fazer o seu serviço bem feito. Se ele deixar a desejar, logo alguém pode assumir o seu lugar. Foi o que aconteceu com o controle de algumas regiões das nossas cidades (talvez até das cidades inteiras!), o governo foi deixando e os criminosos assumiram a situação.

Vocês querem radicalizar ainda mais isso: cada um, com uma pistola junto ao corpo, teria um grande poder para decidir sobre a vida e a morte dos outros - quando isso não deve ser papel dos indivíduos, e sim de um governo legalmente estabelecido.

Offline Luis Dantas

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #101 Online: 19 de Abril de 2007, 19:50:34 »
Dantas, eu acredito que se eu estivesse lá na hora do massacre, ia tentar jogar uma cadeira no sujeito e ia errar e levar tiro.

Claro.  Eu também acho que aconteceria exatamente o mesmo comigo em uma situação dessas.

Mas isso é tentar conter a boiada depois que o portão foi arrebentado, Gui.
…?

Saber lidar com a tragédia (o tiroteio) uma vez ela tenha tido início é bom.

Mas muito melhor é aprender a evitar que ela aconteça para começo de conversa.
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Rhyan

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #102 Online: 19 de Abril de 2007, 20:47:30 »
A culpa é do glamour que se dá a esse tipo de doente… O cara nitidamente queria que a imprensa noticiasse e o caralho, mandou pacotes para a BBC, fez referência a "ídolos matadores" e conseguiu o que queria. O certo seria noticiar: "Maluco retardado covarde inconseqüente mata 32 estudantes", fazer uma biografia de cada estudante e não dizer nem o apelido do sujeito.

Mas não, o cara aparece nos jornais do mundo todo, com vídeos gravados, horas e horas glamourizando e sem noção… Vai virar livros, vai virar filmes, e vai virar mais um ídolo de outro maluco que vai querer ser recordista. Ad Nauseam.
Mas quem pensa assim não se suicida.

Offline Luis Dantas

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #103 Online: 19 de Abril de 2007, 20:54:56 »
Pelo contrário, é até clichê que se suicide.
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Offline FxF

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #104 Online: 19 de Abril de 2007, 22:25:57 »
<a href="http://www.youtube.com/v/_2b_mFS3WM8" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/_2b_mFS3WM8</a>

Offline Vito

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #105 Online: 19 de Abril de 2007, 22:29:01 »
Antes mais nada:

Um vídeo de Cho Seung Hui, respnsável pelo trágico assassinato da Virginia Tech, mostra a confissão deste criminoso e algumas declarações.

Inicialmente este vídeo foi enviado a NBC News. Depois ele foi levado para a Inglaterra pela ITN News e atualmente ele pode ser visto em diferentes sites em todo o mundo.

Ele foi descrito como um “manifesto multimídia” e nele constam uma série de imagens e mensagens que foram enviadas a rede de notícias depois do primeiro disparo e depois dele atirar em outras 30 pessoas em todo o campus.

No vídeo se pode ver Cho Seung Hui lendo um script preparado para a ocasião.
Vídeo: http://video.msn.com/v/us/fv/msnbc/fv.htm??g=0158bd35-c228-40ed-b9c4-1782b256f1fe&f=00&fg=copy

Tradução pelo SKuLL_DeviLL do ForumPCs.

Offline Guinevere

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #106 Online: 20 de Abril de 2007, 00:10:10 »
http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2007/04/um-engov-por-favor.html

(...)falemos da recente tragédia em Virgínia, que chocou o mundo. Um psicopata frio e calculista, ressentido e invejoso, resolve matar inocentes numa universidade. O que a mídia tira disso? Alimentada pelo antiamericanismo patológico, logo conclui que a "cultura das armas" é a verdadeira culpada por essa desgraça. Reportagens mostram como os jogos americanos incentivam a violência. Curiosamente, esquecem da enorme quantidade de crianças que jogam estes jogos, sem jamais praticar um ato de violência. Esquecem também que os filmes japoneses são bem violentos, e nem por isso as taxas de homicídio são altas lá. Os canadenses também gostam desses filmes e jogos. Mas são apenas fatos, que precisam ser ignorados para se manter a ideologia. Atos isolados de alguns malucos são usados como traço cultural de um povo todo. Viva a perfídia!

Fora isso, fala-se da facilidade em comprar armas, do lobby da indústria armamentista, e de como isso é uma das grandes causas do atentado. Essa turma ainda não aprendeu que armas não matam, e sim homens! Na Suíça, os cidadãos guardam suas armas de Exército em casa, e o país é um dos mais calmos do mundo. Dentro dos Estados Unidos mesmo, estados que vetam a venda de armas são mais violentos que outros onde a venda é permitida. Simplesmente não há correlação histórica positiva entre proibição da venda de armas e redução da violência. Pelo contrário: ela é negativa! Falar em causalidade então seria uma tolice enorme. E não custa lembrar que aqueles condenando a "cultura da violência" nos Estados Unidos vivem no país recordista mundial de homicídios. É mais ou menos como um assassino chamar de bandido um ladrão de galinhas!(...)

Offline Rodion

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #107 Online: 20 de Abril de 2007, 00:42:51 »
ok, o que explica a ocorrência deste tipo de episódio nos eua e a não-ocorrência na europa?
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

One

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #108 Online: 20 de Abril de 2007, 07:10:10 »
A única solução realista é limitar o acesso às armas.
Dizer que se existisse mais gente armada, ele poderia ter sido detido é um absurdo para a minha pobre mente.
E se ele não tivesse podido comprar a arma?

O mercado negro é solução só nos países com elevado número de armas legais.
Na Europa o mercado negro de armas não torna fácil o acesso às armas.
Infelizmente a abertura a leste parece indicar uma certa inversão desta realidade, contudo ainda limitada.

Se mais dados fossem necessários, olhemos os dados de actos violentos com armas na Europa e comparemos com os países onde as armas são vistas como o melhor meio de defesa pessoal.
Certamente veremos que o crime violento existe precisamente nos países armados.

O Brasil perdeu a oportunidade de votar uma lei contra as armas, seria o primeiro passo para resolver o crime violento da nação. O passo seguinte seria controlar o tráfico de armas ilegais.
Infelizmente, o nível cultural do povo brasileiro assim não quis.

Nota: fiz referência ao Brasil, por ver em ambos os países ( junto com EUA) idêntica identificação com a cultura da violência e das armas.

Offline Luis Dantas

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #109 Online: 20 de Abril de 2007, 07:53:46 »
Na verdade, One, a restrição legal às armas é bastante grande no Brasil (felizmente).  O plebiscito do ano passado não ia fazer muita diferença de qualquer jeito.

Há sim um mercado negro ativo, inclusive com armas bem pesadas.  Não sei dizer quão grande ou significativo ele é.

Pessoalmente acho que limitar acesso às armas é pura questão de bom-senso, mas não chega a ser solução propriamente dita. As causas são psicológicas e sociais e tem de ser atacadas nesse nível.
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Offline Guinevere

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #110 Online: 20 de Abril de 2007, 09:37:27 »
ok, o que explica a ocorrência deste tipo de episódio nos eua e a não-ocorrência na europa?
Em primeiro lugar, vai assistir televisão e ver o tipo de violência que anda ocorrendo na França.

Em segundo, tente se lembrar que o maluco em questão era sul-coreano. Acho que se tivesse ido pra Europa ao invés dos EUA e feito a matança por lá você agora não estaria aí filosofando sobra a nação das armas e etc.


Offline Dr. Manhattan

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #111 Online: 20 de Abril de 2007, 09:48:27 »
Contra fatos não existem argumentos.
Artigo que saiu ontem, no Blog do Noblat:

Citar
Desarmar para viver

Mariluce Moura

Tomo emprestado de uma pequena nota publicada na página 34 da edição 134 da Pesquisa
Fapesp, deste mês de abril, o título acima. Acho-o simultaneamente exato, singelo e bonito,
 em seu jogo de palavras e em sua intrínseca campanha em favor da vida. E penso que meus
colegas Ricardo Zorzetto e Maria Guimarães, respectivamente editor e editora assistente de
ciência da revista, responsáveis pelo título (e pelo texto que a ele se segue), não se
importarão de que eu volte a usá-lo, sobretudo considerando que meu objeto de exame aqui
nesse artigo é a mesma pesquisa a que eles se referiam naquela nota. Sem mais delongas: o
objeto é um estudo publicado na edição de março/abril do periódico científico Health Affairs
, recentíssimo, portanto, segundo o qual mais de 5 mil mortes por armas de fogo foram
evitadas no Brasil em 2004 graças à legislação restritiva e a outras medidas de controle do
 uso de armas iniciadas no país em 2003.

A pesquisa foi coordenada por Maria de
Fátima Marinho de Souza, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e
dela participaram outros quatro pesquisadores, dos quais três ligados a instituições
brasileiras, e um vinculado à Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, Estados Unidos.
A eles, portanto, não a jornalistas que divulgam os resultados do estudo, devem ser dirigida
s congratulações ou impropérios. No primeiro caso, por um reconhecimento de que iluminaram
efeitos extremamente positivos e até então desconhecidos de uma determinada política pública
, que produziu bastante polêmica. No segundo caso, por um radical posicionamento contra o
controle de armas por parte do governo, baseado na crença de que isso equivale ao
cerceamento indevido e insuportável de um inalienável direito individual, qual seja, o de
cada um comprar armas livremente se assim o desejar.

De forma involuntária, a publicação do estudo liderado por Maria de Fátima justamente agora
torna-se extraordinariamente oportuna, ante a tragédia que ocorreu na segunda feira e se desdobra
ainda, de certo modo, com escandalosa visibilidade, na Universidade Virginia Tech, em Blacksburg,
a milhares de quilômetros do Brasil, e diante de outras, muitas outras, menos visíveis e espetaculares,
que se desenrolam aqui mesmo, em terras nacionais. Cho Seung-hui, é preciso registrar,
comprou livre e legalmente as duas armas com que matou, conforme indicam até aqui todas as
evidências, 32 pessoas no campus de uma universidade norte-americana, em pleno funcionamento
. Ao comprá-las, exercia apenas um direito individual de cidadão, como querem os opositores
 de um controle estrito da venda de armas.
Mas vale a pena deter a atenção um pouco mais no próprio estudo liderado pela pesquisadora paulista,
que analisou estatísticas oficiais de mortes e internações decorrentes de ferimentos por armas de fogo, em todo o
país, no período de 1996 a 2005. Entre outros dados apresentados, ele constata que em 2004,
 pela primeira vez em mais de uma década, a mortalidade pela causa estudada caiu em relação
 ao ano precedente. A queda observada foi, na média, de 8%. Registra-se uma grande disparidade
nos percentuais observados entre as regiões, de tal modo que, enquanto na Região Sul a redução foi
de 2,1%, no Sudeste ela alcançou 20,1%. As hospitalizações por ferimentos com armas de fogo também
decresceram em 2004, revertendo a tendência registrada até 2003. A queda registrada foi de 4,6%
para a média geral do país. E ela foi particularmente acentuada entre homens, na faixa etária de 15 a
39 anos, em que alcançou 16%.

Há uma grande quantidade de outros números muito
úteis no estudo. E ele estabelece uma clara relação entre os resultados que apresenta e aquilo que
aconteceu no âmbito do controle de armas no país, a partir do final de 2003. Para que se possa refrescar
a memória, em 23 de dezembro de 2003 entrou em vigor a Lei 10.826, conhecida como o Estatuto do
Desarmamento. E em julho de 2004 ocorreu a grande campanha pelo desarmamento voluntário que, segundo
os números oficiais, resultou na entrega de mais de 450 mil revólveres à Polícia Federal e outros órgãos
envolvidos no movimento. No artigo científico publicado na Health Affairs&nbsp; os autores explicam que as primeiras
observações que fizeram ocorreram logo depois de sancionado o Estatuto do Desarmamento,
enquanto uma segunda análise ocorreu após a, digamos, deposição das armas. Tudo isso
confrontado, claro, com séries históricas lineares de dados de morte e hospitalização por
arma de fogo desde 1996.

Vale lembrar aqui que a campanha pelo desarmamento
sofreu um duríssimo revés no referendo popular de 23 de outubro de 2005, em que se
perguntava aos eleitores se a venda de armas e munições devia ser proibida no Brasil. Nada
menos do que 67% do total respondeu que não, defendendo, conforme a palavra de um observador citado nas conclusões do artigo referente ao estudo coordenado por Maria de Fátima Marinho de Souza, “um direito que somente 1% deles exerce”. Do resultado dessa consulta ampla, vale lembrar, dependia a entrada em vigor do artigo 35º&nbsp; do Estatuto de Desarmamento, que estabelecia: “É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no artigo 6º desta Lei”. Maria de Fátima e colegas, nas últimas linhas da conclusão de seu estudo, observam que alguns sugeriram que o referendo brasileiro foi perturbado pelo trabalho de lobby de organizações norte-americanas pró-armamento. A eficácia desses esforços, eles observam, poderia ser vista na crescente publicidade em favor das armas de fogo e no redirecionamento do debate a seu respeito, da órbita da segurança para a dos direitos civis – “um discurso difundido nos Estados Unidos, mas não ouvido antes no Brasil”. Tudo indica que, para o bem e para o mal, muitos mais fios do que sugere a nossa vã
e rasa filosofia nos ligam aos Estados Unidos. Alguma coisa parece articular Blacksburg,
Morro da Mineira, etc., etc. E por isso, examinando o texto de Maria de Fátima e colegas,
parece fazer tamanho sentido uma certa idéia de desarmar para viver. Não parece que desarmados sejamos mais reféns da violência do que armados até os dentes.

Mariluce Moura, jornalista, é diretora de redação Pesquisa Fapesp e autora do projeto dessa revista. É graduada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e mestra e doutora em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Alan Watts

Offline Guinevere

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #112 Online: 20 de Abril de 2007, 09:56:37 »
Citar
Não parece que desarmados sejamos mais reféns da violência do que armados até os dentes.
Eu mereço ler isso... (smile de quem dá tapa na prórpia cabeça)

Offline Luis Dantas

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #113 Online: 20 de Abril de 2007, 10:17:41 »
ok, o que explica a ocorrência deste tipo de episódio nos eua e a não-ocorrência na europa?
Em primeiro lugar, vai assistir televisão e ver o tipo de violência que anda ocorrendo na França.

Em segundo, tente se lembrar que o maluco em questão era sul-coreano. Acho que se tivesse ido pra Europa ao invés dos EUA e feito a matança por lá você agora não estaria aí filosofando sobra a nação das armas e etc.

Existem muitos imigrantes na Europa, e pelo que sei nem por isso esses tiroteios são comuns lá.  E Columbine e outros tiroteios anteriores não envolviam imigrantes.
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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #114 Online: 20 de Abril de 2007, 11:01:32 »
ok, o que explica a ocorrência deste tipo de episódio nos eua e a não-ocorrência na europa?
Em primeiro lugar, vai assistir televisão e ver o tipo de violência que anda ocorrendo na França.

Em segundo, tente se lembrar que o maluco em questão era sul-coreano. Acho que se tivesse ido pra Europa ao invés dos EUA e feito a matança por lá você agora não estaria aí filosofando sobra a nação das armas e etc.


França trata-se de revoltas sociais, nada a ver com o caso.
E no momento mais quente não foram utilizadas armas.
O ser sul-coreano é irrelevante, casos destes são habituais nos EUA entre a população nativa.
Este tipo em questão, vivia desde a infância nos EUA.

One

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #115 Online: 20 de Abril de 2007, 11:06:02 »
Luís,

Nesse caso que o Brasil comece a trabalhar os problemas sociais, sobretudo o fosso entre privilegiados e os que nada têm.
Outro problema que talvez se coloque é a impossibilidade do Brasil conseguir blindar a sua gigantesca fronteira.

Offline Luis Dantas

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #116 Online: 20 de Abril de 2007, 11:10:02 »
Sim, essa questão foi de fato colocada, inclusive na campanha presidencial do ano passado.  Mas ainda acho que de longe o maior problema é o sócio-econômico mesmo.
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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #117 Online: 20 de Abril de 2007, 11:11:49 »
A bem da verdade: aqui em Antuérpia, ano passado, um maluco pegou dois fusis e saiu atirando na rua. Matou três pessoas. Malucos
sempre vão encontrar um jeito de se armar. Meu problema mesmo é com a idéia estúpida de que é necessário que o cidadão comum se
arme  também. Isso a meu ver só leva ao aumento do número de mortes por causa de brigas fúteis. No interior do nordeste esse tipo de
crime é muito comum, geralmente com peixeiras.

P.S. Não acho que esse tipo de crime específico que citei acima tenha algo a ver com problemas sociais. Tem mais a ver com ignorância,
com uma cultura de defesa da "honra" e com a cachaça.
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Alan Watts

Offline Rodion

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #118 Online: 20 de Abril de 2007, 14:47:21 »
ok, o que explica a ocorrência deste tipo de episódio nos eua e a não-ocorrência na europa?
Em primeiro lugar, vai assistir televisão e ver o tipo de violência que anda ocorrendo na França.

Em segundo, tente se lembrar que o maluco em questão era sul-coreano. Acho que se tivesse ido pra Europa ao invés dos EUA e feito a matança por lá você agora não estaria aí filosofando sobra a nação das armas e etc.



a natureza dos episódios franceses é outra. nos moldes do que aconteceu nos eua, não vi nada no resto do mundo; massacres escolares com armas de fogo.

manhattan, quanTO ao estudo, eu contesto. você acha que se pode seguramente apontar aí uma relação de causa?  sabe onde se pode ter acesso a ele?
« Última modificação: 21 de Abril de 2007, 02:43:15 por Bruno »
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Offline Guinevere

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #119 Online: 20 de Abril de 2007, 17:08:58 »
http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2007/04/eua-quando-um-pas-vtima-de-suas.html

Citar
Se a Al Qaeda ataca as Torres Gêmeas, a culpa, como sabemos, é dos americanos. Se os terroristas iraquianos matam centenas de outros iraquianos, a culpa, é óbvio, é dos americanos. Se um psicopata sul-coreano mata 32 pessoas numa universidade, a culpa, é inescapável dizer, é dos americanos. Um americano sempre sabe por que está morrendo, ainda que os homicidas possam não saber direito por que os estão matando. Um massacre como o ocorrido na universidade de Virgínia Tech, diz-se com a maior ligeireza do mundo, seria “típico” da sociedade americana, como se fosse a expiação de uma falha moral, um castigo aplicado por causa de algum pecado, uma vingança da natureza contra aquele povo por sua, sei lá eu, ousadia, arrogância, prepotência. Sempre que um maluco invade algum ambiente e sai matando pessoas, é como se houvesse a punição da personagem má da história; boa parte do mundo sente a tragédia como a revolta de um oprimido contra o opressor.

Esse é o fundo regressivo, quase místico, subjacente a boa parte das reportagens que tentam entender por que fatos como aquele acontecem. E as perguntas não param, muitas delas enviadas, de boa fé, para este blog: “Mas por que esse tipo de ocorrência é mais comum nos Estados Unidos?” Isso me lembra uma vaga noticiosa muito influente no fim dos anos 70 e início dos anos 80: dava conta de que o número de suicídio nos países nórdicos era proporcionalmente muito maior do que em outros países. E não faltava quem visse naquilo uma espécie de tédio da abastança. Era como se, não tendo mais com que se ocupar, aquela gente se voltasse, então, para misérias íntimas. À frieza nórdica, não faltava quem opusesse o calor do nosso Carnaval. O corolário era o seguinte: “Brasileiro é pobre, mas, ao menos, é feliz”. É o orgulho que temos do nosso ziriguidum, do nosso balacobaco, do nosso telecoteco.

Cada povo, num dado momento de sua história, é fato, vive e morre à sua maneira. Em que medida os nossos psicopatas se confundem com a nossa pobreza? Não sei. Todas as tentativas de explicar o que seria a gênese dos massacres nos Estados Unidos esbarram naquela esfera de preconceito e antiamericanismo rombudo a que me refiro no primeiro parágrafo. Peguem os adolescentes assassinos de Columbine. Sua história em nada se parece com a de um imigrante sul-coreano que decide matar colegas e professores — a não ser pelo quase metódico planejamento da ação — o que é próprio de psicopatas. A história do estrangeiro desintegrado parece fácil demais, não é mesmo? E falsa. Lá estava ele, dividindo a universidade com aqueles que, no fundo, repudiava. Discriminado? (...)

Offline Luis Dantas

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #120 Online: 20 de Abril de 2007, 17:11:26 »
Esse texto consegue perder completamente o ponto da questão… não menciona o acesso às armas, desconsidera o quão integrados os alunos poderiam estar ou deixar de estar independentemente de estereótipos e nacionalidades, enxerta o sentimento antiamericano exatamente em uma das poucas áreas em que ele não fez muito estrago.
« Última modificação: 20 de Abril de 2007, 17:13:53 por Luis Dantas »
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Offline Herf

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #121 Online: 20 de Abril de 2007, 19:06:04 »
Guinevere, apenas argumente contra isso: não lhe parece evidente que se todos portassem uma arma uma simples briga de trânsito (ou qualquer outro motivo fútil pelo qual as pessoas enlouquecem) teria altíssima probabilidade de terminar em morte? E que estas mortes superariam em grande número aquelas que seriam evitadas em casos como o deste sul-coreano? Justifique a resposta por favor.

Offline FxF

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #122 Online: 20 de Abril de 2007, 21:02:12 »
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Guinevere, apenas argumente contra isso: não lhe parece evidente que se todos portassem uma arma uma simples briga de trânsito (ou qualquer outro motivo fútil pelo qual as pessoas enlouquecem) teria altíssima probabilidade de terminar em morte? E que estas mortes superariam em grande número aquelas que seriam evitadas em casos como o deste sul-coreano? Justifique a resposta por favor.
O mesmo se todos portassem uma faca. Mas então vamos proibir a vende de facas?
Quem já viu documentários sobre as super-máximas, sabe que uma televisão e uma cueca viram um arco-e-flecha mortal. Como se proíbe a venda de tudo?

Offline Dbohr

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #123 Online: 20 de Abril de 2007, 21:29:04 »
Ninguém está falando em proibir o acesso a armas de fogo. E as comparações com carros e facas de cozinha são simplesmente ridículas. Primeiro, porque esses itens têm funções muito específicas, as quais não se incluem ferir pessoas, embora possam ser usadas para esse fim. Armas de fogo foram criadas apenas para isso, entretanto.

E se para dirigir um carro é preciso estudar e passar por provas de aptidão e psicológicas, não seria lógico supor o mesmo antes de vender uma arma para alguém?

Sobre o texto da Veja: confiram a entrada no blog do quadrinista Peter David de ontem:

http://peterdavid.malibulist.com/archives/005325.html

Offline Luis Dantas

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Re: Atirador mata ao menos 22 em universidade na Virgínia
« Resposta #124 Online: 20 de Abril de 2007, 22:47:33 »
Muito bom.  Você já viu o blog de Mark Evanier, Dbohr? http://www.newsfromme.com
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

 

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