- eu trabalharia mais para o presente do que para o futuro;
- pensaria mais em mim mesmo e em como ser mais feliz aqui, e deixaria de me preocupar muito com os outros;
- não teria filhos, pois não iria querer a minha prole sofrendo neste mundo por nada e não iria querer gastar o meu tempo cuidando de crianças quando poderia aproveitar a vida;
- se algum dia me ocorresse algo muito desagradável, uma doença degenerativa, uma prisão perpétua, um AVC que me colocasse numa cadeira de rodas para sempre, como exemplos, eu consideraria seriamente a possibilidade de suicídio;
- gastaria mais tempo em diversões do que em estudo;
- se algum dia conseguisse enriquecer, colocaria tudo numa poupança que rende 0,5% ao mês e iria viver a vida de playboy milionário, ao invés de abrir empresas, que dão muitas dores de cabeça;
- também não me esforçaria tanto para domar certos desejos instintivos em mim, mas que penso não serem adequados por ferirem os sentimentos alheios;
- me desesperaria perante uma grande injustiça que eu não pudesse evitar, etc…
Eu faria tudo isto se tivesse esta crença, afinal teria a eternidade para me preocupar com projetos futuros, ajuda ao próximo, domar "certos desejos instintivos' ( isto mer deu medo Leafar
), etc.
Mas o fato é que não crer não implica obrigatoriamente nestes comportamentos descritos por vc ( eu era espírita, deixei de ser e nem por isto me tornei imediatista, antiético ou hedonista ). Pelo contrário o que conheço de pilantras que crêem na vida após morte.
O texto que abre este tópico é apenas uma falácia de declive escorregadio e bifurcação.
[ ]´s
...
Só para adiantar, eu não disse que a crença em vida após a morte ou a descrença muda o caráter da pessoa. Você é o que era antes de se tornar ateu. Mas dependendo dos seus interesses e expectativas, a sua decisão sobre o que é melhor e o que é bom muda de acordo com o ponto de vista que você se coloca.
...
Realmente ainda não lí todo o tópico, não sei o que vc manifestou cerca da questão, mas o que vc acabou de dizer é válido inclusive aos espíritas com sua noção de vida eterna, um espírita bem pode tomar o posicionamento que eu expressei acima.
Se o limitante moral de um espírita for seu medo de ligar-se a "frequências vibratórias inferiores" e assim conseguir uma passagem ao umbral ( o que levaria a prática do bem ) vale lembrar que nem todos os sistemas de crença que pregam pela vida espiritual após a morte possuem esta crença. Como por exemplo o amado Stevenson dos espíritas diz que a reencarnação ( segundo suas pesquisas ) seria um ato imediato sem um estágio em um mundo espiritual. Logo sem umbral.
Assim realmente como vc mesmo acabou de apontar
"a crença em vida após a morte ou a descrença muda o caráter da pessoa. Você é o que era antes de se tornar ateu. Mas dependendo dos seus interesses e expectativas, a sua decisão sobre o que é melhor e o que é bom muda de acordo com o ponto de vista que você se coloca.".
Assim a crença ou descrença em vida pós morte não tem por consequência imediata formação de um senso de vida hedonista, irresponsável e despreocupado com solidariedade, ética, etc.
[ ]´s