Pelo contrário, é uma deturpação emocional que luta desesperadamente contra os fatos históricos. Nem a história nem as lendas, mitos e tradições orais dão suporte a essa visão de mundo tão cruel com as gerações passadas.
Você precisa assistir mais ao History Channel.
Além do que, é no mínimo surpreendente que tantas gerações "perversas" tenham realizado tanto sem se destruir ou, pelo menos, se sabotar de uma forma intensa.
Eles se sabotavam e se destruiam mutuamente, mas em quantidades moderadas e controladas. Aliás esse é um dos motivos porque os maus não podem ter acesso à tecnologia. A destruição em massa teria início. Tivemos uma pequena amostra do que poderia ter acontecido quando a geração má teve acesso, por pouco tempo, à tecnologia, no início e meados do século XX. Se as guerras não terminassem logo os povos iriam acabar se auto-destruindo. Isso sem falar do perigo nuclear, que ainda existe. Não! Povos atrasados moralmente têm que brigar é com espadas e com arco e flecha. A partir daí a estabilidade corre perigo.
Aliás, como será que gerações perversas deixam de sê-lo assim sem mais nem menos? Por que esta e apenas esta teria afinidade com algum modo de ver a vida que não seja "perverso"?
Não foi de uma hora para outra. Tivemos quase dois mil anos para tentarmos melhorar, desde que Jesus apareceu na Terra. Por isso Jesus dizia que não sabia quando se dariam os acontecimentos que ele chamou de "Final dos Tempos". Ele não sabia quanto tempo a população em geral levaria para se melhorar. Mas então chega uma época em que uma média atingiu certo patamar, o que ocorre? Eleva-se a qualidade do mundo para essa média, e exclui-se os retardatários que voltam para trás para terem mais tempo de reverem seus conceitos.
Não seria mais razoável que houvesse mudanças culturais e sociais graduais e mobilizadas pelo aumento do conhecimento em vez de por uma arbitrária e etérea "Era de Transformação"?
Mas houve essa mudança gradual, ao longo dos séculos. A Era de Transformação consiste simplesmente na exclusão dos maus, para que não atrapalhem o desenvolvimento dos bons. É igual colégio: você não coloca os alunos da primeira série para estudar junto com os da 4a série. Você só agrupa juntos num mesmo lugar pessoas com graus mais ou menos semelhantes. Senão fica improdutivo. E os repetentes também precisam mudar de turma.
"Os maus" quem, cara-pálida? E por que eles precisam "ter seu lugar para poderem evoluir"? Há algum motivo por que pessoas (boas ou más) não poderiam ou não deveria aprender simplesmente vivendo e convivendo? Aliás, não é assim que normalmente ocorre?
Desde que o mundo é mundo, o lugar de criminosos é na cadeia, segregado da sociedade. Um elemento só pode ser reintegrado à sociedade depois que se regenera. Se você jogar açougueiros no mundo para tentar conviver e evoluir junto você terá problemas. Por isso os carniceiros têm que ficar separados do resto. Essa era a função da Terra: abrigá-los, e para que sofressem entre si pelas próprias atrocidades mútuas e aprendessem pela experiência e pela dor que não vale a pena ser assim. Quando descobrirem que não vale a pena, estarão prontos para integrarem uma sociedade civilizada novamente (ou pela primeira vez). Todos nós já passamos por isso. Todos nós já tivemos a nossa fase selvagem.
Sinceramente, essa classificação tão grosseira entre "maus" e "não-maus" é tão tosca quanto inverossímil.
Tá ok. Os romanos não eram maus. Hitler não era mau. Os rapazes que arrastaram o João Hélio não eram maus. Os traficantes que mataram e queimaram o Tim Lopes não eram maus. É todo mundo bom nesse mundo de nosso Deus.
Claro, a história mostra claramente como o passatempo favorito de todas as culturas, no mundo todo, geração após geração eram execuções públicas… decência, obviamente, é invenção recente e surgiu inicialmente na França, por "coincidência" terra natal do Hipólito Rivail.
Coincidência não. A França era o cérebro do mundo naquela época. Todo mundo sabe disso. O Espiritismo não surgiu lá a toa. E fez aproximadamente 7 milhões de adeptos no mundo de 1857 até a morte de Allan Kardec em 1869. Os maiores números estavam nos Estados Unidos, que avaliavam entre 4 e 10 milhões (números, aliás, que Kardec considerava muito elevados). Na França estimava-se uns 600 mil adeptos pelo número de assinantes da Revista Espírita. Considerando a população da época eram números bastante consideráveis.
Pouco tempo depois da morte de Kardec esse número caiu drasticamente e praticamente desapareceu; e é como se fosse transladado para o Brasil, pois, no século XX foi a única nação em que o número de adeptos cresceu. Em parte o que causou o desaparecimento do Espiritismo na Europa e nos Estados Unidos foi a comercialização da mediunidade. A própria Sociedade Espírita de Paris, criada por Kardec, contrariando as suas orientações, depois partiu para esse lado, caindo em descrédito geral e fechando as portas no início do século XX. Com todos os problemas que tem o Espiritismo brasileiro, pelo menos esse ensinamento nós assimilamos de uma maneira geral. E é isso que fez o Espiritismo sobreviver por aqui.
Há alguns anos atrás pelo menos a Revue Spirite voltou a circular novamente na França. Nos Estados Unidos também está começando a aparecer um movimento (patrocinado por brasileiros, claro), no sentido de retomar as discussões e os estudos espíritas onde foram interrompidos. Aos poucos as coisas serão restabelecidas, e desta vez, espero, definitivamente, pois não há mais tempestades previstas.
Um abraço e boa noite!
Um abraço.