Isso foi o que fora passado pela imprensa na época da ditadura... Disseram ter sido overdose de cocaína. Ninguém, que era próximo da Elis, tinha conhecimento dela ser viciada em droga alguma. Exceto o hábito - não exatamente um vício - de tomar umas e outras. Ocorre que curiosamente, pouco tempo após ela ir à cadeia e afrontar o regime e soltar Rita, o mesmo "japa" (como expressa Rita Lee em um dos seus relatos sobre), que havia sofrido a afronta, passou o laudo de sua morte para a imprensa.
Existe muitos relatos sobre... Como eu disse: "reza a lenda". 
E então ela morreu de que causas ?
Algum motivo existe , mas acho mais fácil para os amigos falarem que foi algo do tipo "Fulano assinou o laudo porque tinha bronca dela" do que falarem "Minha colega experimentou drogas pela primeira vez e teve uma overdose".
Não ter o hábito de usar não quer dizer que ela não resolveu experimentar uma única vez.
Arcanjo,
Há inúmeros pontos obscuros no caso de Elis Regina. Estamos nos referindo a um período de intolerância política, no qual quem não condissesse com, ou ousasse contestar, as normas estabelecidas, sofria duras represarias. Oras, Elis reúne a imprensa, vai, com seu advogado, até o local onde Rita Lee encontrava-se encarcerada, sob condições sub-humanas, diga-se de passagem, e ameaça fazer um escândalo. Temendo uma grande e incontrolável mobilização popular, decorrente do escândalo, as autoridades cedem e, então, ela consegue retirar Rita Lee do cárcere em que se encontrava. Não bastando, após o ocorrido, Elis planeja subir ao palco do show “Saudades do Brasil” com uma camisa escrita “Ordem e Progresso”, essa que, cientes das intenções da cantora, o regime em vigor a proibiu de que o fizesse. No entanto, a pimentinha, fazendo jus ao apelido carinhoso que lhe era dado pelos amigos, estava disposta a levar o que fora planejado a diante. Puxa, eles não podiam domá-la. Dessa forma, que medida era aplicada em casos semelhantes a esses? Relembro o caso mais conhecido, o da morte do jornalista Vladimir Herzog, que fora passada como tendo sido suicídio e não morte por tortura. Laudo esse, apontado, curiosamente, pelo mesmo legista do caso Elis. Este mesmo que, por sinal, ficou marcado na história por ter sido colaborador do regime militar e da tortura que se praticou na época. Para justificar as mortes nos calabouços da ditadura, médicos legistas forneciam falsos laudos que sempre apontavam morte natural. Nunca tortura.
Veja bem. Não disse que Elis não tenha morrido de overdose. Isso é um fato consumado. A questão é a maneira como se concebeu o ocorrido. A overdose não poderia ter sido provocada? Eis a questão. Chamo-lhe a atenção para um ponto muito curioso, meu caro. É que, tradicionalmente, cocaína era aspirada pelo nariz. O que não condizia com o caso de Elis, que como consta nos laudos, havia ingerido diluída em bebida alcoólica. O que, a meu ver, é muito estranho mesmo. Á, e tem muitas controvérsias mais...
Bem, “eu” fico com a dedução de Rita Lee. Não sei que interesse interesse teria em sustentar essa acusação por tanto tempo, já não faz diferença alguma. A caça as bruxas não tem sentido algum. E penso que seja mais um desses casos sem solução, como: PC Farias, Celso Daniel, etc. e tals...
Abraço. Azumi.