Mas não há para ignorar que esse consequente estereótipo criado sobre os movimentos sociais alimenta cada vez mais seus próprios contra-movimentos, possivelmente com potencial de dano muito maior em larga escala. Sempre há de se tomar o cuidado para, ao condenar os exageros de feministas/negros/LGBTs mais extremistas, não darmos palanque e apoio por associação a forças políticas muito mais influentes, poderosas e organizadas que capitalizam em cima disso.
Se fizermos uma breve pesquisa sem pretensões científicas no Facebook, por exemplo, podemos notar algumas coisas interessantes em relação a escala desses movimentos extremistas de esquerda, comparando-os com seus "similares" de direita. Seguem algumas fan pages notáveis (julgo serem as maiores) que podemos associar a esses segmentos e seus respectivos likes.
Quebrando o Tabu* - 4,2 milhões
Jean Wyllys - 1,2 milhão
Revista Fórum - 610 mil
Luciana Genro - 470 mil
Jandira Feghali - 590 mil
Não me Khalo - 960 mil
Geledés Instituto da Mulher Negra - 470 mil
Moça, você é machista - 870 mil
Feministas Revolucionárias - 590 mil
Empodere Duas Mulheres - 900 mil
Média = 1,1 milhão
Média sem QT = 680 mil
Jair Messias Bolsonaro - 3,1 milhões
Rachel Sheherazade - 2,4 milhões
Marco Feliciano - 3,7 milhões
Admiradores Rota - 920 mil
Revoltados Online - 1,7 milhão
Faca na Caveira - 1,7 milhão
Silas Malafaia - 1,6 milhão
Eduardo Bolsonaro - 890 mil
Movimento Endireira Brasil - 640 mil
Bolsonaro Opressor - 870 mil
Média = 1,7 milhão
*Obs: A "Quebrando o Tabu" começou como uma página especificamente de defesa da legalização de drogas, e a maior parte de seus fãs são remanescentes da época. Apenas recentemente passou a apoiar as ideias da esquerda extremista.
Ou seja, ainda que a esquerda extremista tenha algum potencial de dano, mesmo observando um meio onde eles provavelmente estão super-representados como o Facebook, sua presença é muito menor do que a de grupos que, com tendência igualmente extremista e anti-democrática, podem estar muito mais próximos de chegar a posições de poder. Talvez o bombardeio de "justiçagens" que chega até nós acabe nos fazendo acreditar que esse problema seja muito maior do que realmente é, enquanto fecha nossos olhos para o que está realmente batendo à porta.