Autor Tópico: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!  (Lida 59021 vezes)

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Offline NadaSei

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Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Online: 09 de Outubro de 2007, 03:10:21 »
Muitos perguntam qual o verdadeiro Deus e até usam as muitas religiões para dizer que existem muitos deuses diferentes.

O Cristianismo, Taoísmo e Hinduísmo, parecem falar sobre o mesmo conceito de Deus, o Panenteísmo.

O panenteísmo basicamente diz que Deus é tudo e todos, mas também transcende tudo e todos.
Seria semelhante ao panteísmo, mas adiciona a característica transcendental.

Deus existe em forma não-manifesta ou latente. Ele está em lugar nenhum, está fora do tempo e do espaço, além do tudo e do nada.
Nesse estado latente ele é a origem de tudo, é a fonte de onde tudo brota.
O que chamamos de universo é a forma escolhida por ele para se “manifestar”.
Ele se manifesta como tudo o que vemos, cada ser vivo é uma manifestação do divino, assim como cada objeto inanimado e lei natural fazem parte da mesma manifestação.

Ao contrario do que a maioria pensa, religiões como Cristianismo, Taoísmo, Hinduismo e outras, quando falam em Deus, não estão falando sobre Deuses diferentes, mas sobre o mesmo "uno".

Primeiro eu vou usar essas três religiões para explicar os motivos das diferenças nas visões pessoais que as pessoa tem de Deus (proximo post), depois vou demonstrar como essas três religiões demonstram uma compreensão de unidade, o que nos leva ao conceito de Deus panenteísta nessas três religiões.
O texto a seguir não só mostra como estão falando sobre a mesma coisa, mas também mostra semelhanças na forma de encarar o assunto, inclusive ao dizer que qualquer "conceito" de Deus, acaba fugindo ao real e como as pessoas tendem a querer "separar" o "uno" e falar sobre ele.

O objetivo é demonstrar como não estão todos falando sobre coisas tão diferentes quanto alguns pensam, explicar os motivos para as diferenças na forma como cada pessoa vê Deus, bem como explicar o motivo para essa dificuldade em "conceituar" Deus.
« Última modificação: 09 de Outubro de 2007, 03:30:50 por NadaSei »
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline NadaSei

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá, vishnu?
« Resposta #1 Online: 09 de Outubro de 2007, 03:15:12 »
Em qual dos muitos deuses devo acreditar?

Essa é uma questão que assombra e distorce a realidade da religião e de Deus, tanto entre os teístas quanto entre os ateus.
Do lado teísta existe aquela questão de não cultuar os falsos deuses das outras religiões, onde cada teísta elege a sua religião como sendo a verdadeira, bem como o seu Deus como sendo o único.
Do lado ateu isso vira motivo para se dizer que é tudo invenção, que cada religião “cria” um Deus imaginário diferente e a prova de que isso é tudo bobagem, está justamente no fato de existirem tantos deuses diferentes e nenhum consenso sobre qual é o verdadeiro.

A resposta mais acertada é todos.
Não são muitos deuses, na verdade, estão falando sobre o mesmo Deus único e dando a ele muitos nomes diferentes.

O grande problema aqui, se concentra na forma como cada individuo “interpreta” Deus em sua própria mente.
Esse mesmo Deus pode ser visto de diferentes formas, por diferentes pessoas.
Isso ocorre inclusive com coisas mais simples, por exemplo, ao julgar uma mesma pessoa, indivíduos diferentes podem ter idéias diferentes sobre ela e podem descrever diferentes “facetas” dessa mesma pessoa.
Diríamos então que estão a falar sobre pessoas diferentes?
Poderíamos alegar que pela falta de consenso essa pessoa não existe?

Observe o texto abaixo, ele além de muito bonito, mostra como uma mesma pessoa ao longo do tempo, vai mudando sua forma de perceber Deus.
"Muito antigamente, quando a primeira trepidação da fala me chegou aos lábios, subi a montanha sagrada e conversei com Deus, dizendo:
- Senhor, sou vosso escravo. Vossa vontade oculta é minha lei e vou cumpri-la para todo o sempre.
Mas Deus não respondeu e passou por mim como uma tempestade violenta.
Mil anos depois, voltei a subir a montanha sagrada e falei de novo com Deus, dizendo:
- Criador, sou vossa criatura. Com barro me fizestes e a vós devo tudo o que sou.
Mas Deus não me respondeu e passou por mim como mil asas velozes.
Depois de mil anos, subi a montanha sagrada e falei de novo com Deus:
- Pai, sou vosso filho. Com amor e compaixão me destes a vida e com amor e adoração vou herdar vosso reino.
Mas Deus não me respondeu e passou por mim como os véus da neblina das montanhas distantes.
Passados outros mil anos, subi a montanha sagrada e me dirigi ao Criador de novo, dizendo:
- Meu Deus, meu alvo e minha plenitude, sou vosso ontem e vós sois meu amanhã. Sou vossa raiz na terra e voz sois minha flor no céu, e juntos crescemos diante da face do sol.
Então Deus se inclinou para mim e sussurrou em meus ouvidos palavras doces e, como o mar que abraça um riacho que nele deságua, ele me abraçou.
E, quando desci para os vales e as planícies, Deus também estava lá."
(Khalil Gibran – Escritor, filósofo e poeta libanês).


O texto mostra a evolução da mentalidade da pessoa, onde primeiro ela vê Deus como sendo seu “Senhor” e si próprio na posição de “escravo”, depois ele evolui para condição de “criatura” e vê Deus como o “criador”, então ele passa a ver Deus como um “pai” do qual é “filho”. Até esse ponto Deus permanece “oculto” e o homem “sozinho”.
Por fim ele chega a compreensão da “unidade”, onde ele e Deus estão “juntos”, quando isso ocorre, ele finalmente passa a perceber Deus em tudo, Deus fala com ele e ao descer a montanha, Deus também está lá.

Deus está por toda parte, é “uno”, entender isso é o primeiro passo para se eliminar as distorções sobre Deus.
Essa é uma questão antiga sendo abordada dentro da própria religião.

Lao Tsé fala sobre isso, veja que ele se refere a Deus como o “Uno Íntegro”.

          "Gentil príncipe", indagou o velho mestre, "o que me dizes? Porventura o corpo cósmico sutil do Uno Íntegro pode ser visto em alguma forma bela?"
          "Não, Venerável Mestre", respondeu o príncipe, "o corpo cósmico sutil do Uno Íntegro não pode ser visto em nenhuma bela forma porque, para o Uno Íntegro, nada há que possa ser considerado forma."
          "Gentil príncipe, tão logo o Uno Íntegro é mencionado, as pessoas de imediato criam imagens dele na imaginação delas. Portanto, elas tentam fazer com que a realidade dele se adapte à idéia imaginária que essas pessoas têm dele. O Uno Íntegro, com efeito, é sem imagem; no entanto, no ato de tentar adaptá-lo a uma imagem, as pessoas deturpam-lhe a realidade e se separam dele."
(Lao Tse - Hua Hu Ching).


Deus é “uno” e sem forma, ao mesmo tempo, ele se manifesta como tudo a nossa volta, poderíamos então dizer que ele tem muitas formas, pois se manifesta como tudo e todos.
O nome disso é panenteísmo.
O panenteísmo dá a melhor definição e descrição de Deus a que temos acesso (ao menos no estado de vigília).
No panenteísmo temos a manifestação de Deus como sendo tudo (panteísmo), então cada coisa existente é uma “forma” de Deus, uma manifestação dele.
Ao mesmo tempo ele transcende esse “todo” panteísta e continua existindo como não manifesto e sem forma. (Basicamente, panteísmo + transcendência = panenteísmo).
De qualquer forma esse é um conceito que não nos permite compreender a realidade absoluta de Deus, ele também forma uma imagem adaptada que deturpa a realidade.
Muitos budistas dizem que ao se unir ao “todo” (a Deus), não há nem que se falar sobre Deus, nem mesmo como um panenteísmo, visto que falar sobre Deus seria falar sobre um outro algo que está separado de nós, mas na união esse outro algo se “perde”, pois não existe outro algo sobre o qual se possa falar, temos apenas o todo do qual somos partes inseparáveis, quando olhamos para ele, vemos a nós mesmos e não uma “outra” coisa da qual devemos falar aos outros.

Esse todo uno tem muitas faces, ele não só pode ser encarado por nós humanos como sendo o Senhor, o Criador, o Pai, etc...
Por ser uno ele possui características que podem ser interpretadas tanto como “pessoais” quanto como “impessoais”.
No Taoísmo quando falam sobre o “Tao”, o “Uno Íntegro”, o “Rei Celeste”, falam de forma um tanto “impessoal” Deus fica parecendo mais uma “força” que um Deus, pois estamos mais acostumados a seu aspecto pessoal.
O cristianismo fala sobre os dois aspectos, temos o “Pai” como o Deus pessoal e temos o “Espírito Santo” como seu lado “impessoal” mais incompreensível.

Krishna chega a falar sobre isso no Bhagavad-Gita:

Arjuna perguntou: “Quais destes é o melhor conhecimento do Yoga: daqueles que sempre devotam e que adoram o Seu aspecto pessoal, ou daqueles que adoram o Seu aspecto impessoal, o Absoluto sem forma?” (12.01)

O Senhor Krishna disse: “Eu considero o melhor dos Yogis aquele que é sempre constante e devotado, que Me adora com suprema fé, por fixar a sua mente em Mim como seu Deus Pessoal. (12.02)

Também Me alcança quem devota o imutável, o inexplicável, o invisível, o onipotente, o inconcebível, o imóvel, o sem forma – Meu aspecto impessoal – controlando todos os sentidos, mesmo em meio a todas as circunstâncias, e se ocupam no bem-estar de todas as criaturas. (12.03-04)

A auto-realização é mais difícil para aqueles que fixam a sua mente no impessoal, imanifesto e no Absoluto sem forma, porque a compreensão nesta forma imanifesta, pelos seres incorporados, é alcançada com grande dificuldade. (12.05)

Mas para aqueles que Me adoram com inabalável devoção como Seu Deus personificado, em quem os pensamentos estão postos na Minha forma pessoal, e que oferecem todas as ações para Mim, os objetivos para Mim com o Supremo, e meditam em Mim – Eu ligeiro Me torno redentor deles, do mundo que é um oceano de mortes e reencarnações, Ó Arjuna. (12.06-07)


É interessante notar que ele fala sobre o Absoluto sem forma, inexplicável e forma imanifesta.
Ele aponta esse aspecto como sendo o de mais difícil compreensão, não é por nada que alguns interpretam o Taoísmo, religião que aborda o aspecto impessoal de Deus, como sendo uma religião “ateísta”, ou seja, uma religião sem Deus.
O aspecto impessoal de Deus pode ser tão difícil de compreender que alguns nem mesmo o reconhecem como sendo um Deus.
Outros dizem que é um conceito de Deus muito diferente do conceito cristão, o que também não é verdade.

Esse problema “conceitual”, também é abordado no cristianismo.

(pg 142)Os nomes dados às coisas do mundo são muito enganadores, pois desviam nossos pensamentos do que é correto para o incorreto. Assim, quem ouve a palavra "Deus" não percebe o que é correto, mas sim o incorreto. O mesmo ocorre com "Pai", "Filho" e "Espírito Santo", "Vida", "Luz", "Ressurreição", "Igreja" e tudo o mais. As pessoas não percebem o que é correto mas sim o incorreto, (a menos) que tenham aprendido o que é correto. Os (nomes que se ouvem) estão no mundo... enganam. Se estivessem no reino eterno (eon), não seriam jamais usados como nomes no mundo. Tampouco foram colocados entre as coisas do mundo. Eles têm um propósito no reino eterno. (...)
(pg 143)A verdade fez com que os nomes surgissem no mundo por nossa causa, pois não é possível aprendê-la sem estes nomes. A verdade é uma única coisa; é muitas coisas por nossa causa, para nos ensinar com amor sobre esta coisa una por meio de muitas coisas.

(pg 146)Deus é um tintureiro. Assim como os bons corantes chamados de "autênticos" dissolvem-se nas coisas que são tingidas por eles, também o mesmo ocorre com aqueles a quem Deus tingiu. Como seus corantes são imortais, eles tornam-se imortais por meio de suas cores. Pois bem, Deus mergulha o que Ele mergulha na água.
Ninguém pode ver algo das coisas que realmente existem a menos que se torne como elas. Não é assim que se passa com o homem no mundo: ele vê o sol sem ser o sol; vê o céu, a terra e todas as outras coisas, mas ele não é estas coisas. Isto está de acordo (pg 147) com a verdade. Mas, tu viste algo daquele lugar e te converteste naquelas coisas. Viste o Espírito e te tornaste Espírito. Viste o Cristo e te tornaste Cristo. Viste o Pai e te tornarás o Pai. Assim, (neste lugar) vês todas as coisas e não (vês) a ti próprio, mas (naquele lugar) realmente vês a ti mesmo, e te tornarás o que vires.
(Evangelho de Felipe)


Essa parte do evangelho mostra bem o panenteísmo, mas não foi esse o motivo de tê-la citado.
Aqui é apresentado um ponto muito importante da questão.
Ele diz que os nomes são muito enganadores, pois desviam os nossos pensamentos do correto, depois segue explicando que ninguém pode ver as coisas como elas realmente são, a menos que se torne como elas, então a pessoa vê o Pai e se torna o que vê.
Ele ainda explica o motivo disso, diz que a verdade é “una” mas se mostra como muitas por nossa causa.
Isso não só está de acordo com a idéia de Lao Tsé, de que ao tentarmos dar “forma” a Deus através de um conceito (ou “nome”), deturpamos sua realidade e nos separamos dele, como faz um link com a idéia dos budistas que dizem ser desnecessário falar sobre Deus, afinal, nos tornamos àquilo que vemos.
Só se fala em Deus, para que possamos aprender sobre essa verdade “una”, através de “muitas coisas”, mas só podemos vê-las como são realmente, quando nos tornamos “um” com elas.
No reino eterno, jamais precisaríamos desses “nomes” ou “conceitos”, que só estão aqui por nossa causa, pela nossa forma de enxergar muitas coisas, onde só existe uma.

Da mesma forma que podemos olhar para Deus como pessoal ou impessoal, Senhor, Criador ou Pai, também podemos olhar para suas diferentes manifestações e interpreta-las como diferentes deuses.
Cada manifestação do Deus uno ganha um nome diferente e, é representado como uma divindade diferente.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline NadaSei

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #2 Online: 09 de Outubro de 2007, 03:23:55 »
Agora vou apresentar mais alguns trechos que evidenciem o panenteísmo nessas três religiões.
Existem outros, mas isso basta para demonstrar como estão todos a falar sobre o mesmo Deus.


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Panenteísmo no Hinduismo.
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Em primeiro lugar, existe um engano comum que é pensar que o hinduísmo é politeísta, pois fala sobre muitos Deuses.
Os três principais Deuses são Brahma, Shiva e Vishnu, mas é dito que os três são apenas UM, justos eles formam um tipo de trindade hinduísta conhecida como Trimurt. Os outros deuses são símbolos para manifestações divinas, ou então vistos como diferentes manifestações da mesma verdade absoluta, coexistindo todos na unidade em Brahman.

Bhagavad-Gita:

Faça as suas ações no melhor de suas habilidades, Ó Arjuna, com sua mente ligada ao Senhor, abandonando a preocupação e o apego egoísta para os resultados, permanecendo calmo tanto no sucesso como no fracasso. O serviço sem egoísmo traz paz e tranqüilidade da mente, que conduz a união com Deus. (2.48)

O divino espírito é a causa transformadora de tudo. A Divindade (Brahman, o Ser, o Espírito) será realizada por aqueles que consideram tudo como uma manifestação (ou um ato) do Divino (4.24)

Um Karmayogi, cuja mente é pura, cuja mente e os sentidos estão sob controle, que vê com igualdade o Espírito em todos os seres, não é atado pelo Karma, apesar das ocupações no trabalho (5.07).

Uma pessoa iluminada – por observar Deus em tudo – vê a um sábio, um sem casta, mesmo uma vaca, um elefante, ou um cão, com uma visão igual (5.18).

Aquele que nunca se regozija na obtenção do que é prazeroso, e nem sofre na obtenção do desagradável, que possui uma mente firme, que não se deixa enganar, e que é conhecedor do Ser Supremo, tal pessoa permanece eternamente com o Ser Supremo (5.20).

Do mesmo modo, uma pessoa que está em união com o Ser Supremo torna-se desapegada dos prazeres sexuais externos, pela descoberta da alegria do ser, por intermédio da contemplação e da bem-aventurança transcendentais (5.21).

Um yogi, que está em união com o Ser Supremo, vê a cada ser com uma visão de igualdade, por causa da percepção da permanente onipresença do Ser Supremo (ou o Ser) em todos os seres, e todos permanecendo no Ser Supremo (6.29)
Aquele que Me vê em Tudo, e vê tudo em Mim, não se desliga de Mim, e Eu não me desligo dele (6.30).
O não-dualista, que Me adora como permanente em todos os seres, permanece em Mim, independentemente do modo de dele viver (6.31).
O melhor dos yogis é aquele que observa cada ser como a si mesmo e que pode sentir a dor e o prazer dos outros como sendo seus, Ó Arjuna (6.32).
Após muitos nascimentos o devoto esclarecido recorre a Mim, entendendo que todas as coisas são, na realidade, Minha manifestação. Semelhante alma é muito rara (7.19).

A pessoa decidida, que Me conhece como a única base de tudo – os seres mortais, Seres Divinos, e o Ser Eterno – mesmo na hora da morte, Me alcançam (7.30).

Eu sou o ritual; Eu sou o sacrifício; Eu sou a oferenda; Eu sou a erva; Eu sou o mantra; Eu sou a manteiga clarificada; eu sou o fogo; e Eu sou a oblação. Eu sou aquele que sustenta o universo; o pai; a mãe e o avô. Eu sou o objeto do conhecimento; a sílaba sagrada “AUM”, e os Vedas. Eu sou a meta; o sustentador; o Senhor; a testemunha; a morada; o refúgio; o amigo; a origem; a dissolução; a fundação; o substrato, e a semente imutável (9.16-18).

Eu forneço o calor; Eu envio, assim como contenho, a chuva. Eu sou a imortalidade, bem como a morte. Eu sou, também, tanto a eternidade quanto o temporário, Ó Arjuna (9.19).

Porque Eu – o Ser Supremo – sou o único desfrutador de todos os serviços de sacrifício, e o Senhor do universo. Mas as pessoas não conhecem a Minha verdadeira natureza transcendental. Portanto, eles caem dentro do ciclo repetitivo de nascimentos e mortes (9.24).

Eu sou a origem de tudo. Tudo emana de Mim. O sábio que entende isto, Me adora com amor e devoção (10.08).

Ó Arjuna, Eu sou o Espírito supremo (ou superalma), que reside na psique interior de todos como alma (Atma). Eu, também, sou o criador, mantenedor e destruidor – ou o começo, o meio e o fim – de todos os seres (10.20).
Eu sou o sustentador. Entre as luminárias Eu sou o sol radiante; Eu sou o controlador do vento; entre as estrelas Eu sou a lua (10.21).
Eu sou os Vedas. Eu sou o controlador celeste. Entre os sentidos Eu sou a mente; Eu sou a consciência nas entidades vivas (10.22).
Eu sou o Senhor Shiva. Eu sou o deus da riqueza; Eu sou o deus do fogo e as montanhas (10.23).
Eu sou o sacerdote, e o general do exército dos controladores celestes, Ó Arjuna. Eu sou o oceano entre os copos da água (10.24).
Eu sou o começo, o meio e o fim de toda a criação, Ó Arjuna. Entre o conhecimento, Eu sou o conhecimento do Ser Supremo. Eu sou a lógica dos lógicos (10.32).
Eu sou a letra “A” dos alfabetos. Eu sou o composto dual entre as palavras compostas. Eu sou o tempo sem fim. Eu sou o sustentador, e Eu sou onisciente (10.33).
Arjuna viu o universo inteiro, dividido de muitos modos, mas estando todos eles em Um só, e todo o Uno no corpo transcendental de Krishna, o Senhor dos controladores celestes 11.13).
Ele é indivisível, mas apesar disto mostra-se como existente dividindo-Se nos seres. Ele é o objeto do conhecimento e aparece como o criador (Brahma), o sustentador (Vishnu), e o destruidor (Shiva) de todos os seres. (13.16).
Alguns percebem a Superalma (Deus), em sua psique interior, através da mente e do intelecto, tendo-os purificado através da meditação ou pelo conhecimento metafísico, ou pelo serviço sem egoísmo (13.24).
O começo, o fim, ou a forma real desta árvore, não são perceptíveis na Terra. Tendo cortado as raízes firmes – os desejos – desta árvore por meio do machado do auto conhecimento e desapego, vermos a Morada Suprema, alcançando-se o local de onde nunca mais se volta a este mundo mortal novamente. Deve-se sempre pensar: “Nesta completa pessoa primordial eu alcanço refúgio, do qual esta primordial manifestação sai” (15.03-04).

A alma individual (jiva, jivatma) no corpo das entidades vivas é parte integral do Espírito universal, ou consciência. A alma individual, associa-se com as seis sensórias faculdades de percepção – incluindo a mente – e as ativam (15.07).

E Eu estou sentado na psique interior de todos os seres. Memória, auto-conhecimento, remoção das dúvidas, e das falsas noções sobre Deus, vêm de Mim. Eu sou, na verdade, o que é para ser conhecido pelo estudo de todos os Vedas. Eu sou, realmente, o autor bem como o estudante dos Vedas (15.15).

Há duas entidades no cosmos: os temporais e mutáveis seres, e o eterno e imutável Ser Eterno (Espírito). Todas as criaturas criadas estão sujeitas a mudanças, mas o Espírito não muda (15.16).
O Ser Supremo é tanto os seres temporários como Ser Eterno. Ele é também chamado de Realidade Absoltua, que sustenta tanto o que é temporário como o Eterno que a tudo penetra (15.17).

Porque Eu, o Ser Supremo, sou tanto o temporário como o eterno; então, Eu sou conhecido neste mundo e nas escrituras como o Ser Supremo (Realidade Absoluta, Verdade, Superalma (15.18).
Assim, eu expliquei a ciência mais secreta e transcendental do Absoluto. Tendo entendido isso, a pessoa se torna iluminada, todas as suas obrigações são efetuadas, e a meta da vida humana é alcançada, Ó Arjuna (15.20).

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Panenteísmo no Cristianismo.
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Aqui também vou me concentrar a relação entre Deus e nós, isso refuta a idéia de trindade católica, pois segundo Cristo, somos todos Deuses.
A única forma de manter a trindade é de forma simbólica, onde fazemos parte da tal "trindade".  O “filho” representaria todos os seres vivos, ou mesmo todo o universo.

João 14:8, 9 – "Disse Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Jesus respondeu: "Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê ao Pai. Como você pode dizer: 'Mostra-nos o Pai'?"

João 10
30 Eu e o Pai somos um.
31 Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar.
32 Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais?
33 Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.
34 Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses?
35 Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada),

João 14
7 Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.
8 Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.
9 Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
10 Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
11 Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.
19 Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis.
20 Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.

João 17
11 E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.
20 E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim;
21 Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
22 E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.
23 Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.

Apocalipse 1:8
Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.
(Eu sou de A a Z, o principio e o fim, eu sou, eu fui, eu serei)

Mateus 25
34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
35 Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
36 Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.
37 Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
38 E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?
39 E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?
40 E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
41 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
43 Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.
44 Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?
45 Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.

Panenteísmo no Cristianismo, com os evangelhos pseudo-apócrifos. (Gnosticismo).

O panenteísmo já foi bem demonstrando usando os evangelhos canônicos, mas nos evangelhos apócrifos isso se confirma ainda mais. (não vou repetir o trecho citado no post anterior, mas lé tem uma das melhores partes)

Tomé

(4) Jesus disse: "O homem idoso não hesitará em perguntar a uma criancinha de sete dias sobre o lugar da vida, e ele viverá. Pois muitos dos primeiros serão os últimos e se tornarão um só."

77 Jesus disse: "Eu sou a luz que está sobre todos eles. Eu sou o todo. De mim surgiu o todo e de mim o todo se estendeu. Rachai um pedaço de madeira, e eu estou lá. Levantai a pedra e me encontrareis lá."

(108) Jesus disse: "Quem beber de minha boca tornar-se-á como eu. Eu mesmo me tornarei ele, e as coisas que estão ocultas ser-lhe-ão reveladas."

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Panenteísmo no Taoísmo.
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Muita gente estranha o conceito de Deus apresentado pelo taoísmo, pois eles falam da parte impessoal de Deus, isso leva alguns a interpretar o Taoísmo como uma religião ateísta, o que não é verdade.
O Taoísmo fala sobre um Deus transcendental que é a fonte de tudo, ele é onisciente, onipresente e onipotente.
Aqui eu me atenho a mostrar a compreensão que eles tem da unidade de tudo, bem como a união entre Deus e o homem, o que nos leva ao panenteísmo. No taoísmo Deus é conhecido pelo nome Tao.
Eu também não vou repetir o que já foi postado antes e aqui vou me limitar então ao Tao Te King.

Tao Te King:
1
Uma via que pode ser traçada
Não é a via eterna, o Tao.
Um nome que pode ser pronunciado,
não é o nome eterno.
Sem nome, está na origem do céu e da terra.
Com nome, é a mãe de todas as criaturas.
Assim, um não-desejo eterno exprime sua essência,
E por meio de um desejo eterno, manifesta o limite.
Ambos os estados coexistem inseparáveis e
diferem apenas no nome.
Pensados juntos, mistério!
Mistério dos mistérios,
é o portal de todas as essências.

2
Desse modo, Ser e Não-ser engendram-se mutuamente.
O fácil e o difícil se completam.
O longo e o curto se delimitam.
O alto e o baixo se regulam.
O tom e o som se harmonizam.
O antes e o depois se sucedem.

16
Conhecer a lei eterna é ser iluminado.
Ignorar a lei eterna é cegueira que conduz a desgraça.
Conhecer a lei eterna torna magnânimo.
Quem é magnânimo é rei.
Quem é rei é semelhante ao céu.
Semelhante ao céu, está unido ao Tao.
Unido ao Tao, perdura.
Ainda que sua individualidade desapareça,
isso não representa mais perigo.

21
O que a grande virtude contém procede do Tao.
Eis a origem do Tao: confuso e indiscernível.
Nele há formas indistintas e indeterminadas,
oh! Como é confuso! Oh! Como é indiscernível!
Nele há seres,
oh! Como é confuso!
Nele há a essência espiritual,
que abismo! Que obscuridade!
Esta essência é a verdade absoluta.
Nele está seu próprio testemunho.
Desde a antiguidade até o presente,
não teve outro nome.
É a origem das propriedades de tudo o que é.

23
Por isso aquele que segue o Tao em todas as coisas
regula seus princípios de acordo com o Tao.
Identifica sua vontade e suas ações à vontade e ação do Tao,
identifica suas não-intervenções ao não-agir do Tao.
Porque aspira à união suprema,
o Tao o acolhe com alegria.
Por isso sua conduta, seus projetos, obras e abstenções
têm felizes resultados.
Quando a fé não é total, não é fé.

25
Há um ser indeterminado em sua perfeição
que já existia antes do céu e da terra,
impassível! Imaterial!
Ele permanece só, imutável, onipresente e imperecível.
Pode-se considerá-lo a mãe do universo.
Não conhecendo seu nome, designo-o pela palavra Tao.
Esforçando-me para dar-lhe nome, chamo-o grande.
Sendo grande, ele escapa.
Escapando, ele se afasta.
Afastando-se, ele retorna.
32
O Tao é eterno, não tem nome.
Apesar de pequeno por sua simplicidade,
o universo não tem nenhum poder sobre ele.
Se os príncipes e reis pudessem ater-se ao Tao,
as criaturas viriam espontaneamente depositar
sua confiança neles.
O céu e a terra se uniriam
para fazer escorrer um doce orvalho.
sem qualquer coação
o povo se apaziguaria por si mesmo.
Na origem da distinção, fez-se o nome.
Com o nome, a existência.
Com a existência, o saber e o limite.
Com o saber e o limite, o modo de não perecer.
Tudo o que existe no universo está para o Tao
assim como a água dos vales para os rios e os mares.

34

O grande Tao está em tudo,
seu poder estende-se em todos os sentidos.
As criaturas contam com ele para nascer e viver,
e ele não os decepciona.
Concluída sua obra, não atribui a si.
Alimenta as criaturas com amor,
sem trata-las com autoridade.

39

Toda a pluralidade emana da Unidade, e esses dois são um em si.
Inúmeras são as coisas que têm unidade desde sua origem:
O céu é brilhante e puro porque é Uno
A terra é firme porque é Una.
Os vales, porque podem ser preenchidos graças ao vazio.
As potências espirituais são ativas, porque são unidade.
As criaturas, por sua potência geradora.
Tudo o que é poderoso é assim, porque é unidade.
Tudo o que é vivo assim é, graças à sua unidade.
Os soberanos são modelos, somente quando preservam sua unidade.
Tudo se realiza pela unidade.

O elevado funda-se no que está embaixo.

Um carro cujas peças estão separadas não é um carro.
Não se deve desejar ser estimado como o jade,
nem desprezado como a pedra.

40
O retorno é o movimento do Tao.
A fragilidade é o meio de que se serve.
Todas as coisas sob o céu nascem no ser.
O ser nasce no não-ser.

52
O universo teve início graças à mãe do universo.
Quando se alcança a mãe,
adquire-se o meio de conhecer suas crianças.
Quando se conhece suas crianças,
e se permanece unido à mãe,
a morte não apresenta mais perigos.
Quem cala a boca e cerra as portas
não enfraquecerá até o final de seus dias.
Quem abre a boca e se apaixona por seus negócios
chegará ao final de sua vida sem se ter salvo.
Quem percebe o ínfimo, é iluminado.
Quem conserva a fragilidade é forte.
Quem se serve da simplicidade retorna à luz
e não atrai provações fatais para sua pessoa.
Isso é herdar o eterno.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #3 Online: 09 de Outubro de 2007, 07:37:43 »
NadaSei: existem outras explicações para o que você está argumentando; basicamente, que a percepção de divindades mudou ao longo do tempo, e hoje as religiões se parecem bastante.

No entanto, o hinduísmo é politeísta sim no sentido de haverem muitas divindades. É verdade que Vishnu-Shiva-Brahma são uma trindade, mas é bem diferente da confusão toda do cristianismo. E além disso há cultos que adoram outros deuses como Ganesh, cultos à fertilidade em manifestações femininas, etc. Pegar só o que é concordante não é suficiente, você deveria tomar aspectos do que é contraditório.

Inclusive verá que dois pontos concordantes no cristianismo e hinduísmo serão o culto à divindades femininas, às vezes mais cultuada que a trindade. Por quê ? Porque essa figura feminina desperta a caridade, a compaixão, e é representada como a mãe de todas as mães; essas concordâncias apontam mais para uma concordância na psicologia humana do que demonstrar que essas divindades existem de fato.

E, é claro, você omitiu o budismo, não sei se você sabe por quê.
--
Si hemos de salvar o no,
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Offline NadaSei

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #4 Online: 10 de Outubro de 2007, 06:06:11 »
NadaSei: existem outras explicações para o que você está argumentando; basicamente, que a percepção de divindades mudou ao longo do tempo, e hoje as religiões se parecem bastante.
Eu estou usando os textos antigos de cada religião para demonstrar o panenteísmo nas três religiões, e para explicar o motivo das pessoas "imaginarem" Deus de diferentes formas.
Isso não é algo que ficou parecido hoje, são as palavras de Cristo, Krishna e Lao Tsé usando os textos antigos.

O interessante é que nessas 3 religiões isso é mencionado, de uma forma ou outra, eles mesmos explicam isso.
Veja os trechos em negrito no segundo post.
A explicação é deles e não minha.
No entanto, o hinduísmo é politeísta sim no sentido de haverem muitas divindades. É verdade que Vishnu-Shiva-Brahma são uma trindade, mas é bem diferente da confusão toda do cristianismo.
O Hinduísmo fala sobre um Deus único e não é politeista nem na teoria nem na prática, os "muitos" deuses são simbólicos a cada "manifestação" da divindade "una".
O hinduísmo fala sobre 33.333 deuses (número simbólico, uma "brincadeira" para dizer como são variadas as manifestações do Deus único), e as pessoas são incentivadas a se relacionar de forma pessoal com aquele símbolo que mais o agradar intelectualmente.
E além disso há cultos que adoram outros deuses como Ganesh, cultos à fertilidade em manifestações femininas, etc. Pegar só o que é concordante não é suficiente, você deveria tomar aspectos do que é contraditório.
Eu não estou pegando apenas o que é concordante, o hinduísmo simplesmente não é politeísta.
Mesmo que alguém pudesse interpretar os muitos deuses literalmente, estariam apenas "dividindo" o todo uno, seria como olhar Deus de forma pessoal ou impessoal.
O que importa é que os grandes nomes do hinduísmo, SEMPRE falam sobre um Deus único com muitas manifestações... incluindo nós e os animais também como manifestações do mesmo Deus uno.
É assim que isso sempre foi ensinado ao povo no hinduísmo, um Deus único que se manifesta como tudo e todos.
O hinduísmo só é politeísta na mente de alguns ocidentais.
Inclusive verá que dois pontos concordantes no cristianismo e hinduísmo serão o culto à divindades femininas, às vezes mais cultuada que a trindade. Por quê ? Porque essa figura feminina desperta a caridade, a compaixão, e é representada como a mãe de todas as mães; essas concordâncias apontam mais para uma concordância na psicologia humana do que demonstrar que essas divindades existem de fato.
Meu objetivo não é demonstrar que Deus existe de fato, mas que essas religiões falam sobre um mesmo conceito de Deus, uma mesma definição de uma "unidade" manifesta e "interpretada" pelo homem como diferentes coisas.
Isso apenas mostra que o conceito de Deus, não é assim tão variado nessas religiões como se pensa, bem como apresenta a melhor definição de Deus, o panenteísmo e, de quebra, ainda mostro como eles explicam isso tudo e as diferenças conceituais.
E, é claro, você omitiu o budismo, não sei se você sabe por quê.
Eu o citei no segundo post... eu sei que ficou grande isso tudo.
O panenteísmo ainda assim é um "conceito" e um difícil de interpretar.

Eu posto a explicação de Lao Tsé e dos evangelhos cristãos sobre isso, algo que vai de encontro ao pensamento Budista.
Lao Tsé diz que qualquer conceito, sempre vai criar uma idéia incorreta de Deus na mente da pessoa, o evangelho cristão fala sobre como os "nomes" do mundo enganam e sobre como dividimos essa coisa "una" em muitas coisas.
É justamente aqui que entramos no pensamento de muitos Budistas, pois ele diz que os "nomes" que enganam, existem por nossa causa, por dividirmos essa coisa "una", mas que no reino dos céus, não precisaríamos dos nomes enganosos que usamos no mundo.

Esse é o pensamento de muitos Budistas, dizem que falar sobre Deus é inútil e que ao se "unir" ao todo na iluminação, Deus se perde, pois entramos na "unidade" e não temos que falar sobre "Deus", pois estaremos dividindo o todo uno do qual somos partes. Seria como falar sobre minha consciência, ou sobre o meu corpo, como se isso tudo não fosse "eu".
O Budismo originalmente não cita Deus, mas fala sobre o mesmo todo uno e sobre nos unirmos a ele. Já os Budistas tendem a explicar o motivo para não se falar em Deus dessa forma, algo que está de acordo com a explicação do evangelho cristão.

O segundo post é o mais interessante, pois explica isso tudo.
No terceiro eu apenas posto os trechos das escrituras dessas três religiões, que mostram como todos estão falando de um panenteísmo, um Deus único transcendental do qual somos partes.
Isso inclusive refuta a interpretação literal de "trindade", pois somos todos como Cristo, somos todos "um" com Deus.
A trindade seria simbólica, com o "filho" sendo todos nós.
« Última modificação: 10 de Outubro de 2007, 06:15:43 por NadaSei »
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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #5 Online: 10 de Outubro de 2007, 23:27:58 »
Então, insisto: você está pegando as concordâncias de religilões recentes (recente = após o séc V AC), e eles se parecem justamente nesse conceito de um deus único, usualmente masculino, modelo moral / modelo da perfeição a ser alcançada.

Acho que gostaria muito de ler 'Criação' de Gore Vidal. :)
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Offline RickRJ

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #6 Online: 10 de Outubro de 2007, 23:30:22 »
No Deus dos Homens do Século Dezoito!!! huaaua!!! Razão, meu caro, razão!!!
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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #7 Online: 10 de Outubro de 2007, 23:33:13 »
Citar
O que importa é que os grandes nomes do hinduísmo, SEMPRE falam sobre um Deus único com muitas manifestações... incluindo nós e os animais também como manifestações do mesmo Deus uno.

Sim, isso é verdade, mas mesmo assim há quem é devoto de Ganesh, ou de Lakshmi.
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Offline Memphis Belle

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #8 Online: 11 de Outubro de 2007, 01:21:07 »
JCatino, podemos crer no Deus ou Deuses que quisermos, mas fazer isso com alguma lógica ajuda muito! Entendi onde ou como o caríssimo NadaSei  vislumbra o Deus das principais religiões...é de fato a grande sacada  para o Homem  entender que estamos a anos- luz de qualquer compreensão de Deus...os vários e vastos aspectos de Deuses  explorados pelos homens nunca  conseguiram  de fato montar uma identidade da Deidade única...traço tão forte de sua personalidade que pudesse ser equacionado pelo homem do ocidente e também pelo do oriente...um traço que  pertencesse a todos  os homens  independente de religião...de crença...e porque isso ?  Perguntava-me sem parar em meus questionamentos teológicos. Há pouco, há muito pouco tempo é que a ficha caiu e pude perceber como somos 'pequenos' ante esse entendimento.... 'Pode o peixe  entender o  oceano  ? ' Enfim é isso... Por mais que as maiores religiões do mundo apresentem um Deus único  , um que de fato possamos crer que seja O mesmo diante de sua pluralidade , na manifestação da necessidade humana em adequar  Deus ao seu estilo de vida. O homem ainda  não conseguiu  e nem conseguirá esse  intento ...pois estes conceitos são  humanos. E conceitos humanos são relativos, quanto tudo o mais que conhecemos sobre a face da terra... Daí eu dizer que a nossa vã filosofia, nosso entendimento e nossa mitologia individual concorrem para a desarmonia dessa Deidade que não quer pertencer a um povo a uma filosofia a uma verdade... Esta Deidade está acima do  entendimento humano e podemos usufruir dela da maneira como julgarmos melhor . No tocante a ensinamentos o que está mais latente no conceito quase que mundial de Deus é o Amor... Ressalvando alguns 'deucídios ' que ocorrem no livro do A. T. do judaísmo e também no cristianismo... Que erradamente é atribuido a  Deus, mas nada tem a ver com Ele. E com somenos  alarde , presente também  nas manifestas  religiões e seitas  pagãs .Como citei a pouco são argumentações humanas para falar  de um Deus que realmente o  homem  sequer tem  condições  para supor algo de sobre  Ele a Suma Deidade.
O importante de nossa vida é harmonizarmos nossas DIFERENÇAS para que possamos amar, no pleno sentido dessa palavra. E assim manifestarmos a unidade de um Deus único que conosco e através de nossos atos manifesta-se a todos, mesmo que de diferentes modos.
Abraço fraterno  .
« Última modificação: 11 de Outubro de 2007, 11:38:47 por Artemis »
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender.
E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.
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Offline NadaSei

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #9 Online: 12 de Outubro de 2007, 04:36:47 »
Então, insisto: você está pegando as concordâncias de religilões recentes (recente = após o séc V AC), e eles se parecem justamente nesse conceito de um deus único, usualmente masculino, modelo moral / modelo da perfeição a ser alcançada.

Acho que gostaria muito de ler 'Criação' de Gore Vidal. :)
E você pode me dizer com certeza que as outras religiões não estão a falar sobre o mesmo Deus?
Algumas podem estar falando apenas do aspecto pessoal de Deus, em outras, podem estar nomeando cada manifestação como um Deus diferente, semelhante ao que ocorre no hinduísmo que "aparenta" ser politeísta, mas não é.
Principalmente se formos olhar religiões pré-escrita, onde a doutrina era passada através de mitos por tradição oral, fica difícil saber.

Evidentemente eu posso inventar uma religião hoje, falando sobre um Deus completamente diferente e inventado por mim. Não é impossível que alguma religião por ai tenha feito isso, mas ao que parece, nessas religiões citadas eles demonstram estar falando sobre a mesma coisa, assim como outras religiões também estão.
São diferentes pessoas em diferentes épocas, falando sobre os mesmos temas.

Isso não ocorre apenas com Deus, existem também convergências a respeito do céu e inferno, dos ensinamentos práticos como jejuns, celibato, vigiar os pensamentos, etc...
Esses ensinamentos também são encontrados em correntes filofico/espiritualistas não religiosas, como a Yoga.
Yoga pode ser definido como qualquer pratica que leva a mente humana a um estado mental diferente da vigília, um estado que eles acreditam ser o estado de consciência verdadeiramente desperto.
As praticas para isso são semelhantes e também são encontradas nessas 4 religiões citadas e em muitas outras.
« Última modificação: 12 de Outubro de 2007, 04:56:23 por NadaSei »
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Offline NadaSei

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #10 Online: 12 de Outubro de 2007, 04:37:17 »
Citar
O que importa é que os grandes nomes do hinduísmo, SEMPRE falam sobre um Deus único com muitas manifestações... incluindo nós e os animais também como manifestações do mesmo Deus uno.

Sim, isso é verdade, mas mesmo assim há quem é devoto de Ganesh, ou de Lakshmi.
Sim, mas como manifestações do mesmo Deus único.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
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Offline NadaSei

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #11 Online: 12 de Outubro de 2007, 04:46:32 »
JCatino, podemos crer no Deus ou Deuses que quisermos, mas fazer isso com alguma lógica ajuda muito! Entendi onde ou como o caríssimo NadaSei  vislumbra o Deus das principais religiões...é de fato a grande sacada  para o Homem  entender que estamos a anos- luz de qualquer compreensão de Deus...os vários e vastos aspectos de Deuses  explorados pelos homens nunca  conseguiram  de fato montar uma identidade da Deidade única...
Sim e não só isso... eu explico o motivo para certas diferenças e mostro como no taoísmo, cristianismo, budismo e hinduísmo isso é explicado.

Krishna cita como algum adoram seu aspecto impessoal e como esse é de mais difícil compreensão, sendo que ele recomenda que adorem o aspecto pessoal.
No trecho do evangelho cristão, citam como os "nomes" do mundo como "Deus", confundem e o homem entende o que é errado e não o certo, bem como o fato desses "nomes" (conceitos) existirem por nossa causa para nos ensinar sobre essa coisa "una", através de muitas coisas.
Lao Tsé já fala sobre como qualquer "imagem" mental que fazemos de Deus acaba sendo falta.
Tudo isso está de acordo com o que muitos budistas falam sobre Deus se perder na iluminação e o "conto" de um escritor Libanês que foi postado, conta como conforme amadurecemos, vamos mudando nossa visão de Deus, desde o "Senhor", passando pelo "Pai" e chegando até o panenteísmo e unidade.

O interessante disso é que contraria a idéia de que as diferentes religiões falam sobre conceitos muito diferentes de Deus, explica o motivo das diferenças na mente das pessoas e ainda mostra que nessas mesmas religiões isso é explicado de forma muito semelhante.
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Offline Memphis Belle

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #12 Online: 12 de Outubro de 2007, 08:41:51 »
Bom dia caríssimo NadaSei !
Adorei aquele texto de khalil Gibran.Ele faz  a construção não só de conceitos , mas também de evolução.
Sobre essa idéia das principais religiões falarem sobre o mesmo Deus, mesmo que não seja o seu intento , é, creio o caminho natural a percorrer no coração de cada homem...
O conceito que temos de Deus pode ser totalmente abrangido se deixarmos o egoísmo de lado. O que complica é querermos ficar priorizando nossas certezas (?). Seria mais fácil, sensato e bonito se nos preocupássemos em seguir o amor, o respeito... Coisas fundamentais a boa convivência entre quaisquer grupos de pessoas, do mesmo credo ou não. Mas ainda, suponho...  falte muito para o homem alcançar esse patamar de inteligência...
Talvez você discorde e mesmo eu, venha a mudar de idéia... Porém atualmente percebo, que um dos principais problemas do homem é a religião... Todos têm a centelha divina dentro de si.... E nossa caminhada rumo ao Pai começa exatamente dentro do nosso coração... Cada um é um templo único e Divino da Deidade... No dia que entendermos isso, penso que tudo será diferente. E gosto de crer que isso seja só uma questão de tempo.

Beijos ao coração e bom feriado!
« Última modificação: 12 de Outubro de 2007, 08:49:33 por Artemis »
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender.
E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.
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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #13 Online: 12 de Outubro de 2007, 14:19:57 »
Ótimo post
"Para quem a agitação não existe,
e para quem ser/existir e não ser/existir
    estão superados,
ele é alguém – que está além do medo,
        feliz,
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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #14 Online: 12 de Outubro de 2007, 14:54:05 »
Isha Upanishad

Mantra 1
"Tudo isto, todas estas coisas que existem dentro deste mutável universo, ocultam o Senhor. Guarde o teu Ser pela renúncia, não cobice as riquezas desejadas pelos homens."

Mantra 2
"Se um homem deseja viver uma centena de anos sobre a terra, deveria realizar rituais por toda a sua vida. Se alimentas tal desejo e consideras teu próprio ser como sendo o teu corpo, para ti não há outro caminho pelo qual devas caminhar, a não ser a prática de rituais."

Mantra 3
"Verdadeiramente, os mundos dos Asuras são envolvidos por cegueira e sombras. Aqueles que não conhecem o Atman, naqueles mundos de sombra expiarão seus erros, após a morte."

Mantra 4
"O Atman, único e não dual, firme e sem agitações, é mais rápido que o pensamento. Permanecendo sempre inacessível, os Devas não conseguem alcançá-lo, uma vez que Ele está sempre além. Na Sua firmeza e imobilidade, Ele ultrapassa a todos, por mais velozes que sejam. Por causa do Atman, Vayú ( Alma Universal ) produz ordeiramente todas as atividades do mundo fenomênico."

Mantra 5
"O Atman está, e ao mesmo tempo, não está em movimento. Ele está longínquo e igualmente próximo. Ele está dentro de todas as coisas, permeando todo o universo, também está no exterior de todas as coisas."

Mantra 6
"O homem que conhece o Atman, percebe todos os seres mergulhados Nele, percebe também o Atman no interior de todos os seres. Por esta razão, o homem que conhece o Atman não sente aversão por coisa alguma."

Mantra 7
"Para os videntes ou conhecedores do Atman, todas as coisas tornam-se idênticas a Ele (Atman). Qual desilusão, qual mágoa pode existir para eles, que estão permanentemente estabelecidos nessa grande unidade com o Atman?"

Mantra 8
"Permeando a tudo, brilhante e sem corpo, sem cicatrizes ou máculas, puro e intocado pela corrupção, o Atman é vidente, onisciente, transcendente e incriado. Ele, desde a eternidade, distribui tarefas e produz a ordem em todos os planos da existência."

Mantra 9
"Os que são devotados às tarefas da ignorância, permanecem em cegueira e escuridão; em cegueira e escuridão mais profunda permanecerão aqueles que pretendem realizar por toda a vida o cultivo de atividades ignorantes (onde, no máximo, podem perceber deidades insignificantes)."

Mantra 10
"Uma coisa é aquilo que se obtém a partir do Conhecimento; outra, muito diferente, é obtida a partir do cultivo da ignorância. Isto foi ouvido dos sábios que alcançaram o Conhecimento do Atman."

Mantra 11
"Aquele que está consciente da possibilidade da coexistência da ignorância e do conhecimento, vence a morte através da ignorância e obtém a imortalidade através do conhecimento."

Mantra 12
"Em cega ignorância entrarão aqueles que adoram as coisas do mundo fenomênico; mas, em escuridão e cegueira maiores entrarão aqueles que adoram as manifestações inferiores do Brahman."

Mantra 13
"Uma coisa é obtida da adoração das coisas do manifesto; outra é obtida da adoração do imanifesto. Isto foi dito pelos sábios que alcançaram o Atman."

Mantra 14
"Aquele que conhece que a imanifesta Prakriti e o manifesto Hiranyagarbha podem ser adorados juntos, vence a morte pela adoração de Haranyagarbha e obtém a imortalidade através da devoção a Prakriti."

Mantra 15
"A Porta da Verdade é coberta por um disco dourado. Abra-a Ó Tu que és o Alimentador. Remova-o, para que eu, verdadeiro e puro adorador da Verdade, possa observá-la."

Mantra 16
"Ó Tu que alimentas, solitário viajante do céu! Ó Controlador de todas as coisas! Ó Sol, da linhagem de Prajapati! Reúne os Teus raios, afasta dos meus olhos a Tua ofuscante luz, para que eu veja através da Tua graça, Tua majestosa forma. Eu sou Tu, Ó brilhante Purusha, e em Ti resido."

Mantra 17
"Agora, que possa a minha vida retornar ao todo penetrante e imortal Prana, A Vida Universal! Que possa a minha mente, recordar-se das minhas ações passadas."

Mantra 18
"Ó Agni, deus do fogo, caminhemos juntos pela estrada dos deuses para que possamos desfrutar os produtos das nossas ações humanas. Tu sabes, Ó Agni, todas as nossas realizações. Destrua nossos erros e enganos. Com palavras, nós oferecemos a Ti as nossas saudações."

« Última modificação: 13 de Outubro de 2007, 08:53:55 por Mauricio Rubio »
"Para quem a agitação não existe,
e para quem ser/existir e não ser/existir
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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #15 Online: 12 de Outubro de 2007, 15:33:44 »

Todos têm a centelha divina dentro de si.... E nossa caminhada rumo ao Pai começa exatamente dentro do nosso coração... Cada um é um templo único e Divino da Deidade... No dia que entendermos isso, penso que tudo será diferente. E gosto de crer que isso seja só uma questão de tempo.
Quando entendermos? Mas você não estaria partindo do pressuposto que há algo para entendermos sobre um deus que se pressupõe que exista?
Ou talvez eu não devesse me meter na sua conversa com o NadaSei ... :umm:

Offline Fernando Silva

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #16 Online: 12 de Outubro de 2007, 15:36:01 »
Mantra 14
"Aquele que conhece que a imanifesta Prakriti e o manifesto Hiranyagarbha podem ser adorados juntos, vence a morte pela adoração de Haranyagarbha e obtém a imortalidade através da devoção a Prakriti."
Não querendo ser chato, mas o que se pode fazer com este tipo de afirmação?

Offline Mauricio Rubio

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #17 Online: 12 de Outubro de 2007, 15:55:25 »
Mantra 14
"Aquele que conhece que a imanifesta Prakriti e o manifesto Hiranyagarbha podem ser adorados juntos, vence a morte pela adoração de Haranyagarbha e obtém a imortalidade através da devoção a Prakriti."
Não querendo ser chato, mas o que se pode fazer com este tipo de afirmação?

O Conhecimento dos Vedas é obscuro, não é lendo uma Upanishad que vc vai conseguir decifra-lo.
Querer ir mais a fundo só depende de vc.

"Aquele Supremo Ser não pode ser visto pelos olhos;
Nem as palavras conseguem expressá-Lo.
Em verdade, nenhum dos sentidos podem realmente percebê-Lo.
Ele não pode ser atingido pela realização de ações ou pela prática de austeridades.
As mãos não podem alcançá-Lo. A mente falha ao tentar compreendê-Lo.
Quando a mente é purificada através da clareza de entendimento, então,
o aspirante realiza-O, o indivisível Um, através da profunda meditação”.

(Mu.U. III:1.8)
« Última modificação: 12 de Outubro de 2007, 17:06:02 por Mauricio Rubio »
"Para quem a agitação não existe,
e para quem ser/existir e não ser/existir
    estão superados,
ele é alguém – que está além do medo,
        feliz,
       sem angústia,
a quem os devas não podem ver"

Buda Sakyamuni

Offline Fernando Silva

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #18 Online: 12 de Outubro de 2007, 18:55:46 »
O Conhecimento dos Vedas é obscuro, não é lendo uma Upanishad que vc vai conseguir decifra-lo.
Querer ir mais a fundo só depende de vc.

Quando escrevi o texto abaixo, tinha em mente o cristianismo, mas acho que se aplica a todas as religiões:

Meus pais me ensinaram pessoalmente a distinguir o bem do mal e me mostraram
com clareza o que esperavam de mim. Por que Deus, omnipotente e omnisciente,
teria que servir-se de intermediários de credibilidade e historicidade duvidosa,
discordantes entre si, ainda por cima, para transmitir-nos suas leis e desejos? Por
que usaria de enigmas? Por que não se comunicaria diretamente com cada um de
nós e estaria sempre a nosso alcance, assim como nossos pais, quando precisássemos
dele? Sei que alguns alegam que falam com Deus e que este lhes responde. Até que
me apresentem provas, verei isto apenas como uma auto-ilusão comum a todas as
religiões, uma disfunção cerebral inclusive já reproduzida em laboratório. 


Offline Eduardo Vanderlei

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #19 Online: 12 de Outubro de 2007, 19:28:51 »
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Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá?

Depende de onde e quando as pessoas nascem...



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Defina Deus!

Que tal essa definição?

“Deus é um ser mágico que veio do nada, criou o universo e tortura eternamente aqueles que não acreditam nele, porque os ama.”
Steve Knight
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Autor Desconhecido

Offline Memphis Belle

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #20 Online: 12 de Outubro de 2007, 19:33:45 »

Todos têm a centelha divina dentro de si.... E nossa caminhada rumo ao Pai começa exatamente dentro do nosso coração... Cada um é um templo único e Divino da Deidade... No dia que entendermos isso, penso que tudo será diferente. E gosto de crer que isso seja só uma questão de tempo.
Quando entendermos? Mas você não estaria partindo do pressuposto que há algo para entendermos sobre um deus que se pressupõe que exista?
Ou talvez eu não devesse me meter na sua conversa com o NadaSei ... :umm:

Olá caríssimo Fernando ! Será um prazer partilhar nesse tópico com suas idéias .
Sim ...há muito  para que ainda saibamos....eu, você , todos nós ...ninguém é dono da verdade ....e esta, como a podemos intuir é relativa.E quando digo que que tudo será diferente,  quando o homem descobrir dentro de si mesmo a essência  da vida , que chamo  de Deidade, ele então terá a humildade de reconhecer que  tudo o que nos rodeia  é muito grande , para que nós,na condição  de humanos pudéssemos ter usufruido  com clareza os dons que há em cada um de nós. Por isso mesmo gosto de dizer que somos como peixes na vastidão do Oceano...há tanto para explorar , para entender, e no entanto pouca capacidade para perceber.
Não pense  meu caro colega que sei alguma coisa, bem ao contrario . A certeza que há em mim é que tudo ainda  é  muito longe daquilo que posso apenas intuir  pela força harmonica e vivificante que emana  do  universo....Grande beijo !
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender.
E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.
A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta."
(Nelson Mandela)

Offline Memphis Belle

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #21 Online: 12 de Outubro de 2007, 19:45:07 »
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Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá?

Depende de onde e quando as pessoas nascem...



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Defina Deus!

Que tal essa definição?

“Deus é um ser mágico que veio do nada, criou o universo e tortura eternamente aqueles que não acreditam nele, porque os ama.”
Steve Knight

Caríssimo...
Estas parecem ser coisas tão claras...e no entanto  as pessoas não percebem quão castrador é o deus que pregam...Por isso temos que estar atentos para que o  verdadeiro brilho  da centelha Divina  se manifeste  em nossa vida para o equilibrio de nossas ações  harmonizando o nosso derredor.É este um sinal  do amor do pai  que creio valer a pena seguir ...e que  não está dentro de religião alguma, mas no entanto ao alcance de cada homem sobre a terra, porque dentro de vós , dentro de mim....dentro de todos nós.
Beijos
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender.
E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.
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Offline Memphis Belle

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #22 Online: 12 de Outubro de 2007, 20:08:40 »

Quando escrevi o texto abaixo, tinha em mente o cristianismo, mas acho que se aplica a todas as religiões:

Meus pais me ensinaram pessoalmente a distinguir o bem do mal e me mostraram
com clareza o que esperavam de mim. Por que Deus, omnipotente e omnisciente,
teria que servir-se de intermediários de credibilidade e historicidade duvidosa,
discordantes entre si, ainda por cima, para transmitir-nos suas leis e desejos? Por
que usaria de enigmas? Por que não se comunicaria diretamente com cada um de
nós e estaria sempre a nosso alcance, assim como nossos pais, quando precisássemos
dele? Sei que alguns alegam que falam com Deus e que este lhes responde. Até que
me apresentem provas, verei isto apenas como uma auto-ilusão comum a todas as
religiões, uma disfunção cerebral inclusive já reproduzida em laboratório. 



Que lindo texto você escreveu.Isso vem de encontro  com o meu desejo de não substimar a Suma Deidade...nós  somos muito 'crianças ' para que Ele se valesse de nós para algo tão importante.
Um beijo carinhoso !
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender.
E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.
A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta."
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Offline NadaSei

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #23 Online: 13 de Outubro de 2007, 05:41:59 »
Bom dia caríssimo NadaSei !
Adorei aquele texto de khalil Gibran.Ele faz  a construção não só de conceitos , mas também de evolução.
Sim, também gostei bastante dele.

Sobre essa idéia das principais religiões falarem sobre o mesmo Deus, mesmo que não seja o seu intento , é, creio o caminho natural a percorrer no coração de cada homem...
O conceito que temos de Deus pode ser totalmente abrangido se deixarmos o egoísmo de lado. O que complica é querermos ficar priorizando nossas certezas (?). Seria mais fácil, sensato e bonito se nos preocupássemos em seguir o amor, o respeito... Coisas fundamentais a boa convivência entre quaisquer grupos de pessoas, do mesmo credo ou não. Mas ainda, suponho...  falte muito para o homem alcançar esse patamar de inteligência...
Talvez você discorde e mesmo eu, venha a mudar de idéia... Porém atualmente percebo, que um dos principais problemas do homem é a religião...
Não discordo totalmente... apenas em parte.
Eu diferencio religião de seita.
Creio que o problema não seja "a religião", as diferentes religiões podem ser estudadas como as diferentes "filosofias". O problema é o homem dogmático e preconceituoso.
A religião também pode ser praticada individualmente, sem a necessidade de um "guru" ou de frequentar igrejas e locais semelhantes.

A religião então seria um monte de livros, textos escritos por pessoas algumas sábias e por outras ignorantes, cabe ao homem estuda-la e aprender a identificar as práticas para usa-las de "guia" na direção de como podemos abandonar o "ego" e atingir o nosso Deus interior.


Todos têm a centelha divina dentro de si.... E nossa caminhada rumo ao Pai começa exatamente dentro do nosso coração... Cada um é um templo único e Divino da Deidade... No dia que entendermos isso, penso que tudo será diferente. E gosto de crer que isso seja só uma questão de tempo.

Beijos ao coração e bom feriado!

Também concordo, mas apesar de não gostar de "seitas" ou "igrejas" e contar apenas com a centelha divina em meu interior, acho que a "prática" religiosa, começa muito antes de encontrarmos textos religiosos... Toda a nossa vida aqui, demonstra ser uma jornada na mesma direção, o mesmo aprendizado por diversos caminhos.

Eu sigo um caminho "yogui", "místico" ou "gnóstico", é o caminho do auto-conhecimento e do estudo e prática solitária... Então não sou Budista, Hinduista, Cristão nem nada disso, mas esse não é o único caminho, nem é o mais fácil.
As pessoas que frequentam igrejas estão no caminho delas... aqui, até os conflitos e a ilusão tem seu motivo de ser.
Apesar de não saber como é o caminho dos frequentadores de igrejas, eu sei que ele funciona, mesmo em algumas igrejas comandadas por charlatões.
Então apesar de não gostar dessas igrejas, sei que quem está lá está no caminho certo, no caminho próprio dele.

Já vi pessoas nessas igrejas tendo a "glossolalia" (chama de falar em linguas), recentemente meditando pela primeira vez com um mantra, quando entrei em estado mais profundo de meditação, acabei falando as mesmas palavras sem sentido da glossolalia... então, seja lá como for que funciona esses "frenesis" crentes de algumas igrejas evangélicas barulhentas, eles resultam até mesmo em estados meditativos.
Então não cabe a mim criticar as seitas e igrejas, elas também tem a função delas aqui.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

Offline NadaSei

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Re: Em que Deus acreditar, Shiva, Javé, Allá? Defina Deus!
« Resposta #24 Online: 13 de Outubro de 2007, 05:48:04 »
Isha Upanishad
Nossa, que legal.
Tem mais disponível on-line em português?
Eu só acho essas coisas em inglês.
Se você acredita que religião não passa de fantasia, está confundindo a religião, com o que na verdade, são suas próprias fantasias sobre o tema.
Religião é ciência. (Conhecimento).

 

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