Agora vou apresentar mais alguns trechos que evidenciem o panenteísmo nessas três religiões.
Existem outros, mas isso basta para demonstrar como estão todos a falar sobre o mesmo Deus.
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Panenteísmo no Hinduismo.
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Em primeiro lugar, existe um engano comum que é pensar que o hinduísmo é politeísta, pois fala sobre muitos Deuses.
Os três principais Deuses são Brahma, Shiva e Vishnu, mas é dito que os três são apenas UM, justos eles formam um tipo de trindade hinduísta conhecida como Trimurt. Os outros deuses são símbolos para manifestações divinas, ou então vistos como diferentes manifestações da mesma verdade absoluta, coexistindo todos na unidade em Brahman.
Bhagavad-Gita:
Faça as suas ações no melhor de suas habilidades, Ó Arjuna, com sua mente ligada ao Senhor, abandonando a preocupação e o apego egoísta para os resultados, permanecendo calmo tanto no sucesso como no fracasso. O serviço sem egoísmo traz paz e tranqüilidade da mente, que conduz a união com Deus. (2.48)
O divino espírito é a causa transformadora de tudo. A Divindade (Brahman, o Ser, o Espírito) será realizada por aqueles que consideram tudo como uma manifestação (ou um ato) do Divino (4.24)
Um Karmayogi, cuja mente é pura, cuja mente e os sentidos estão sob controle, que vê com igualdade o Espírito em todos os seres, não é atado pelo Karma, apesar das ocupações no trabalho (5.07).
Uma pessoa iluminada – por observar Deus em tudo – vê a um sábio, um sem casta, mesmo uma vaca, um elefante, ou um cão, com uma visão igual (5.18).
Aquele que nunca se regozija na obtenção do que é prazeroso, e nem sofre na obtenção do desagradável, que possui uma mente firme, que não se deixa enganar, e que é conhecedor do Ser Supremo, tal pessoa permanece eternamente com o Ser Supremo (5.20).
Do mesmo modo, uma pessoa que está em união com o Ser Supremo torna-se desapegada dos prazeres sexuais externos, pela descoberta da alegria do ser, por intermédio da contemplação e da bem-aventurança transcendentais (5.21).
Um yogi, que está em união com o Ser Supremo, vê a cada ser com uma visão de igualdade, por causa da percepção da permanente onipresença do Ser Supremo (ou o Ser) em todos os seres, e todos permanecendo no Ser Supremo (6.29)
Aquele que Me vê em Tudo, e vê tudo em Mim, não se desliga de Mim, e Eu não me desligo dele (6.30).
O não-dualista, que Me adora como permanente em todos os seres, permanece em Mim, independentemente do modo de dele viver (6.31).
O melhor dos yogis é aquele que observa cada ser como a si mesmo e que pode sentir a dor e o prazer dos outros como sendo seus, Ó Arjuna (6.32).
Após muitos nascimentos o devoto esclarecido recorre a Mim, entendendo que todas as coisas são, na realidade, Minha manifestação. Semelhante alma é muito rara (7.19).
A pessoa decidida, que Me conhece como a única base de tudo – os seres mortais, Seres Divinos, e o Ser Eterno – mesmo na hora da morte, Me alcançam (7.30).
Eu sou o ritual; Eu sou o sacrifício; Eu sou a oferenda; Eu sou a erva; Eu sou o mantra; Eu sou a manteiga clarificada; eu sou o fogo; e Eu sou a oblação. Eu sou aquele que sustenta o universo; o pai; a mãe e o avô. Eu sou o objeto do conhecimento; a sílaba sagrada “AUM”, e os Vedas. Eu sou a meta; o sustentador; o Senhor; a testemunha; a morada; o refúgio; o amigo; a origem; a dissolução; a fundação; o substrato, e a semente imutável (9.16-18).
Eu forneço o calor; Eu envio, assim como contenho, a chuva. Eu sou a imortalidade, bem como a morte. Eu sou, também, tanto a eternidade quanto o temporário, Ó Arjuna (9.19).
Porque Eu – o Ser Supremo – sou o único desfrutador de todos os serviços de sacrifício, e o Senhor do universo. Mas as pessoas não conhecem a Minha verdadeira natureza transcendental. Portanto, eles caem dentro do ciclo repetitivo de nascimentos e mortes (9.24).
Eu sou a origem de tudo. Tudo emana de Mim. O sábio que entende isto, Me adora com amor e devoção (10.08).
Ó Arjuna, Eu sou o Espírito supremo (ou superalma), que reside na psique interior de todos como alma (Atma). Eu, também, sou o criador, mantenedor e destruidor – ou o começo, o meio e o fim – de todos os seres (10.20).
Eu sou o sustentador. Entre as luminárias Eu sou o sol radiante; Eu sou o controlador do vento; entre as estrelas Eu sou a lua (10.21).
Eu sou os Vedas. Eu sou o controlador celeste. Entre os sentidos Eu sou a mente; Eu sou a consciência nas entidades vivas (10.22).
Eu sou o Senhor Shiva. Eu sou o deus da riqueza; Eu sou o deus do fogo e as montanhas (10.23).
Eu sou o sacerdote, e o general do exército dos controladores celestes, Ó Arjuna. Eu sou o oceano entre os copos da água (10.24).
Eu sou o começo, o meio e o fim de toda a criação, Ó Arjuna. Entre o conhecimento, Eu sou o conhecimento do Ser Supremo. Eu sou a lógica dos lógicos (10.32).
Eu sou a letra “A” dos alfabetos. Eu sou o composto dual entre as palavras compostas. Eu sou o tempo sem fim. Eu sou o sustentador, e Eu sou onisciente (10.33).
Arjuna viu o universo inteiro, dividido de muitos modos, mas estando todos eles em Um só, e todo o Uno no corpo transcendental de Krishna, o Senhor dos controladores celestes 11.13).
Ele é indivisível, mas apesar disto mostra-se como existente dividindo-Se nos seres. Ele é o objeto do conhecimento e aparece como o criador (Brahma), o sustentador (Vishnu), e o destruidor (Shiva) de todos os seres. (13.16).
Alguns percebem a Superalma (Deus), em sua psique interior, através da mente e do intelecto, tendo-os purificado através da meditação ou pelo conhecimento metafísico, ou pelo serviço sem egoísmo (13.24).
O começo, o fim, ou a forma real desta árvore, não são perceptíveis na Terra. Tendo cortado as raízes firmes – os desejos – desta árvore por meio do machado do auto conhecimento e desapego, vermos a Morada Suprema, alcançando-se o local de onde nunca mais se volta a este mundo mortal novamente. Deve-se sempre pensar: “Nesta completa pessoa primordial eu alcanço refúgio, do qual esta primordial manifestação sai” (15.03-04).
A alma individual (jiva, jivatma) no corpo das entidades vivas é parte integral do Espírito universal, ou consciência. A alma individual, associa-se com as seis sensórias faculdades de percepção – incluindo a mente – e as ativam (15.07).
E Eu estou sentado na psique interior de todos os seres. Memória, auto-conhecimento, remoção das dúvidas, e das falsas noções sobre Deus, vêm de Mim. Eu sou, na verdade, o que é para ser conhecido pelo estudo de todos os Vedas. Eu sou, realmente, o autor bem como o estudante dos Vedas (15.15).
Há duas entidades no cosmos: os temporais e mutáveis seres, e o eterno e imutável Ser Eterno (Espírito). Todas as criaturas criadas estão sujeitas a mudanças, mas o Espírito não muda (15.16).
O Ser Supremo é tanto os seres temporários como Ser Eterno. Ele é também chamado de Realidade Absoltua, que sustenta tanto o que é temporário como o Eterno que a tudo penetra (15.17).
Porque Eu, o Ser Supremo, sou tanto o temporário como o eterno; então, Eu sou conhecido neste mundo e nas escrituras como o Ser Supremo (Realidade Absoluta, Verdade, Superalma (15.18).
Assim, eu expliquei a ciência mais secreta e transcendental do Absoluto. Tendo entendido isso, a pessoa se torna iluminada, todas as suas obrigações são efetuadas, e a meta da vida humana é alcançada, Ó Arjuna (15.20).
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Panenteísmo no Cristianismo.
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Aqui também vou me concentrar a relação entre Deus e nós, isso refuta a idéia de trindade católica, pois segundo Cristo, somos todos Deuses.
A única forma de manter a trindade é de forma simbólica, onde fazemos parte da tal "trindade". O “filho” representaria todos os seres vivos, ou mesmo todo o universo.
João 14:8, 9 – "Disse Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Jesus respondeu: "Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê ao Pai. Como você pode dizer: 'Mostra-nos o Pai'?"
João 10
30 Eu e o Pai somos um.
31 Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar.
32 Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais?
33 Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.
34 Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses?
35 Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada),
João 14
7 Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.
8 Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.
9 Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
10 Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
11 Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.
19 Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis.
20 Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.
João 17
11 E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.
20 E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim;
21 Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
22 E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.
23 Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.
Apocalipse 1:8
Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.
(Eu sou de A a Z, o principio e o fim, eu sou, eu fui, eu serei)
Mateus 25
34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
35 Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
36 Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.
37 Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
38 E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?
39 E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?
40 E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
41 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
43 Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.
44 Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?
45 Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.
Panenteísmo no Cristianismo, com os evangelhos pseudo-apócrifos. (Gnosticismo).
O panenteísmo já foi bem demonstrando usando os evangelhos canônicos, mas nos evangelhos apócrifos isso se confirma ainda mais. (não vou repetir o trecho citado no post anterior, mas lé tem uma das melhores partes)
Tomé
(4) Jesus disse: "O homem idoso não hesitará em perguntar a uma criancinha de sete dias sobre o lugar da vida, e ele viverá. Pois muitos dos primeiros serão os últimos e se tornarão um só."
77 Jesus disse: "Eu sou a luz que está sobre todos eles. Eu sou o todo. De mim surgiu o todo e de mim o todo se estendeu. Rachai um pedaço de madeira, e eu estou lá. Levantai a pedra e me encontrareis lá."
(108) Jesus disse: "Quem beber de minha boca tornar-se-á como eu. Eu mesmo me tornarei ele, e as coisas que estão ocultas ser-lhe-ão reveladas."
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Panenteísmo no Taoísmo.
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Muita gente estranha o conceito de Deus apresentado pelo taoísmo, pois eles falam da parte impessoal de Deus, isso leva alguns a interpretar o Taoísmo como uma religião ateísta, o que não é verdade.
O Taoísmo fala sobre um Deus transcendental que é a fonte de tudo, ele é onisciente, onipresente e onipotente.
Aqui eu me atenho a mostrar a compreensão que eles tem da unidade de tudo, bem como a união entre Deus e o homem, o que nos leva ao panenteísmo. No taoísmo Deus é conhecido pelo nome Tao.
Eu também não vou repetir o que já foi postado antes e aqui vou me limitar então ao Tao Te King.
Tao Te King:
1
Uma via que pode ser traçada
Não é a via eterna, o Tao.
Um nome que pode ser pronunciado,
não é o nome eterno.
Sem nome, está na origem do céu e da terra.
Com nome, é a mãe de todas as criaturas.
Assim, um não-desejo eterno exprime sua essência,
E por meio de um desejo eterno, manifesta o limite.
Ambos os estados coexistem inseparáveis e
diferem apenas no nome.
Pensados juntos, mistério!
Mistério dos mistérios,
é o portal de todas as essências.
2
Desse modo, Ser e Não-ser engendram-se mutuamente.
O fácil e o difícil se completam.
O longo e o curto se delimitam.
O alto e o baixo se regulam.
O tom e o som se harmonizam.
O antes e o depois se sucedem.
16
Conhecer a lei eterna é ser iluminado.
Ignorar a lei eterna é cegueira que conduz a desgraça.
Conhecer a lei eterna torna magnânimo.
Quem é magnânimo é rei.
Quem é rei é semelhante ao céu.
Semelhante ao céu, está unido ao Tao.
Unido ao Tao, perdura.
Ainda que sua individualidade desapareça,
isso não representa mais perigo.
21
O que a grande virtude contém procede do Tao.
Eis a origem do Tao: confuso e indiscernível.
Nele há formas indistintas e indeterminadas,
oh! Como é confuso! Oh! Como é indiscernível!
Nele há seres,
oh! Como é confuso!
Nele há a essência espiritual,
que abismo! Que obscuridade!
Esta essência é a verdade absoluta.
Nele está seu próprio testemunho.
Desde a antiguidade até o presente,
não teve outro nome.
É a origem das propriedades de tudo o que é.
23
Por isso aquele que segue o Tao em todas as coisas
regula seus princípios de acordo com o Tao.
Identifica sua vontade e suas ações à vontade e ação do Tao,
identifica suas não-intervenções ao não-agir do Tao.
Porque aspira à união suprema,
o Tao o acolhe com alegria.
Por isso sua conduta, seus projetos, obras e abstenções
têm felizes resultados.
Quando a fé não é total, não é fé.
25
Há um ser indeterminado em sua perfeição
que já existia antes do céu e da terra,
impassível! Imaterial!
Ele permanece só, imutável, onipresente e imperecível.
Pode-se considerá-lo a mãe do universo.
Não conhecendo seu nome, designo-o pela palavra Tao.
Esforçando-me para dar-lhe nome, chamo-o grande.
Sendo grande, ele escapa.
Escapando, ele se afasta.
Afastando-se, ele retorna.
32
O Tao é eterno, não tem nome.
Apesar de pequeno por sua simplicidade,
o universo não tem nenhum poder sobre ele.
Se os príncipes e reis pudessem ater-se ao Tao,
as criaturas viriam espontaneamente depositar
sua confiança neles.
O céu e a terra se uniriam
para fazer escorrer um doce orvalho.
sem qualquer coação
o povo se apaziguaria por si mesmo.
Na origem da distinção, fez-se o nome.
Com o nome, a existência.
Com a existência, o saber e o limite.
Com o saber e o limite, o modo de não perecer.
Tudo o que existe no universo está para o Tao
assim como a água dos vales para os rios e os mares.
34
O grande Tao está em tudo,
seu poder estende-se em todos os sentidos.
As criaturas contam com ele para nascer e viver,
e ele não os decepciona.
Concluída sua obra, não atribui a si.
Alimenta as criaturas com amor,
sem trata-las com autoridade.
39
Toda a pluralidade emana da Unidade, e esses dois são um em si.
Inúmeras são as coisas que têm unidade desde sua origem:
O céu é brilhante e puro porque é Uno
A terra é firme porque é Una.
Os vales, porque podem ser preenchidos graças ao vazio.
As potências espirituais são ativas, porque são unidade.
As criaturas, por sua potência geradora.
Tudo o que é poderoso é assim, porque é unidade.
Tudo o que é vivo assim é, graças à sua unidade.
Os soberanos são modelos, somente quando preservam sua unidade.
Tudo se realiza pela unidade.
O elevado funda-se no que está embaixo.
Um carro cujas peças estão separadas não é um carro.
Não se deve desejar ser estimado como o jade,
nem desprezado como a pedra.
40
O retorno é o movimento do Tao.
A fragilidade é o meio de que se serve.
Todas as coisas sob o céu nascem no ser.
O ser nasce no não-ser.
52
O universo teve início graças à mãe do universo.
Quando se alcança a mãe,
adquire-se o meio de conhecer suas crianças.
Quando se conhece suas crianças,
e se permanece unido à mãe,
a morte não apresenta mais perigos.
Quem cala a boca e cerra as portas
não enfraquecerá até o final de seus dias.
Quem abre a boca e se apaixona por seus negócios
chegará ao final de sua vida sem se ter salvo.
Quem percebe o ínfimo, é iluminado.
Quem conserva a fragilidade é forte.
Quem se serve da simplicidade retorna à luz
e não atrai provações fatais para sua pessoa.
Isso é herdar o eterno.