Eu até que concordo em algo com o argumento de "manter a ordem social", levando em consideração um contexto maior, que é o de que esse tipo de coisa foi enviesada e falha desde o começo, além das outras causas bem mais plausíveis (como simplesmente pobreza*). Porque inclusive uma das causas mais significativas é a própria ameaça de estereótipo:
The effect of Stereotype threat. Data from Linking Stereotype Threat and Anxiety by Jason W. Osborne* North Carolina State University, USAAn experiment on college students in 1995 showed the impact of stereotype threat by asking students to fill out a form before taking the test indicating their race. The scores in this graph have been adjusted by SAT.[1]http://en.wikipedia.org/wiki/Stereotype_threatAssim quando eu vejo um novo artigo sobre diferenças de inteligência entre brancos e negros ou homens e mulheres, não consigo deixar de pensar por um momento, "mas o que esse nazista ##$@#@#$# tem na cabeça?". Claro que o texto do artigo em si pode fazer as devidas ressalvas, e é até interessante que de fato continuem havendo algumas comparações dessas, porque a coisa tende a melhorar conforme melhoram as condições sócio-econômicas dos grupos, o que pode servir de "cala-boca" mais definitivo quanto aos grupos étnicos... (será que sugerirão que terão evoluído biologicamente?
) restarão ainda os sexos e estratos sociais...
Segundo Joseph Schwartz (físico, autor de "o momento criativo", nesse livro), essa coisa toda de QI teve uma origem numa época em que as pessoas das classes mais abastadas estavam começando a ser ameaçadas pela economia em si, e, contrariamente aos ideais de iluminismo precedentes, a inteligência hereditária parecia ser uma boa idéia, uma nova "moeda" para garantir mais facilmente um lugar na hierarquia social.
Não acho que seja muito conhecido, mas é interessante que os ingleses já compararam os irlandeses com negros em biometria e "fisionomia" (ou "fisionomiologia", para adaptar o termo ao português, que na verdade é meio como "frenologia facial").
* EVANSTON, Ill. -- Contrary to "The Bell Curve" findings, a new study by researchers at Columbia and Northwestern Universities suggests that poverty and early learning opportunities -- not race -- account for the gap in IQ scores between blacks and whites.
Adjustments for socioeconomic conditions almost completely eliminate differences in IQ scores between black and white children, according to the study's co-investigators. They include Jeanne Brooks-Gunn and Pamela Klebanov of Columbia's Teachers College, and Greg Duncan of the Center for Urban Affairs and Policy Research at Northwestern University.
As in many other studies, the black children in the study had IQ scores a full 15 points lower than their white counterparts. Poverty alone, the researchers found, accounted for 52 percent of that difference, cutting it to 7 points. Controlling for the children's home environment reduced the difference by another 28 percent, to a statistically insignificant 3 points -- in essence, eliminating the gap altogether.
http://www.northwestern.edu/ipr/news/iqgap.html