Deixa soltar aqui, então, uma idéia: irmãos! Imagino que compartilhem muito da genética e meio - no entanto, é comum que um irmão se destaque mais que outro. Imagina a quantidade de coisas que podemos levantar aqui? Faynman, por exemplo, tinha irmãos - alguém sabe dizer deles?
Essa idéia é mais ou menos velha, seria o mais adequado para tentar avaliar esse tipo de coisa, especialmente nos casos de irmãos gêmeos, pelos quais alguns cientistas podem degladiar para estudar os casos.
Existem vários tipos de abordagens... apenas em irmãos/famílias, pode-se tentar detectar padrões genealógicos, mas ao mesmo tempo, o problema é que mais do que os genes são herdados em famílias, mas costumes, classe social, etc. Daí seria importante a comparação com casos de adoção. Adoção, por outro lado, tem o inconveniente de tentar colocar as crianças adotadas num ambiente o mais parecido possível (além das próprias restrições geográficas conduzirem naturalmente à essa tendência), com exceção, claro, de coisas como abuso e etc. E também não é capaz de eliminar diferenças de desenvolvimento relacionadas ao período pré-natal e anterior à adoção (períodos bastante críticos).
É complicado. Tem um monte de estudos, um monte de dados, uns defendendo no final das contas grande importância dos genes, coisas como que, apesar das diferenças de inteligência oriundas das condições de criação, de alguma forma, até a idade adulta, as coisas seriam "canalizadas", para uma determinação genética, por exemplo, do QI; do outro lado, os críticos apontam que essas demonstrações tem falhas metodológicas diversas, tanto na abordagem matemática da coisa, como em ser um tratamento meio "puro", sem contar a possível colaboração de outros fatores, considerando implicitamente que tivessem sido todas as outras variáveis, mantidas iguais.
Mas eu acho interessante mencionar que alguns estudos apontam que, o QI num mesmo núcleo familiar tende a decrescer com o número de filhos, não apenas que QI individual para famílias com mais filhos seja mais baixo, mas que os últimos filhos tendem a ir tendo QIs mais baixos que os primeiros. É algo meio difícil de se explicar geneticamente, seria como se houvesse um complexo esqueminha na gametogênese que soubesse quais são os melhores genes para inteligência e fizesse uma estampagem genômica para deixar os filhos cada vez menos inteligentes, ou algo assim.
Há algumas diferenças em estudos longitudinais e "cruzados"(?) de qualquer forma, mas também pode ser flutuação das causas.
Outro ponto que acho muito relevante é o efeito Flynn (ainda que seja meio controverso), que é como são chamados os aumentos de QI enormes, em apenas uma geração, para diversos países ao mesmo tempo. Algo de 3 a 7 pontos por década. É muito difícil que isso seja genético, não pela genética e evolução tradicionalmente aceitas, e conseqüentemente, não dá para levar a sério a determinação genética do QI; ou, alternativamente, não daria para levar a sério a validade do QI em si, como método para medir a inteligência, que poderia ser de fato mais genética e rígida. Ou ambos em algum grau.