Quando eu estava na faculdade havia muitos africanos na minha universidade. Porque há muitos bolsistas africanos nas nossas universidades públicas. E tinha um angolano que fazia algumas matérias comigo, com quem eu nunca tinha falado, mas que eu via sempre com um monte de livros grossos, de capa dura, em inglês, debaixo do braço. Livros de capa dura sempre me impressionaram e por isso eu imaginava que o cara era mó fera.
Mas uma vez fizemos um trabalho juntos e eu percebi que apesar dele estudar muito, não assimilava coisas básicas.
Porém conhecendo melhor a pessoa tive um vislumbre de como era a realidade no país dele. Uma colônia de Portugal até o ano de 1975, que para alcançar a independência teve que passar por uma guerra sangrenta, uma guerra que depois emendou em outra ainda mais sangrenta... Pô, quando o português saiu de lá deixou um país com infra-estrutura precária. A metrópole nunca se preocupou com educação e nem formou uma liderança política que pudesse guiar o país. Não se muda uma coisa assim do dia pra noite: a educação básica que ele teve foi com professores que mal tiveram educação básica. Os avós dele eram analfabetos, e era comum para angolanos da idade dele terem avós analfabetos.
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/03/150304_testes_qi_inteligencia_rmFocados em uma parte do teste de QI, o das Matrizes Progressivas de Raven, eles descobriram que, em média, a inteligência dos seres humanos aumentou o equivalente a 20 pontos desde 1950. Considerando que a pontuação média de um teste de QI é 100, esse é um aumento significativo.
Esses "ganhos de inteligência", porém, não foram distribuídos de maneira uniforme. Os índices de QI, em geral, aumentaram de forma mais rápida em países em desenvolvimento, com os maiores saltos acontecendo na China e na Índia.
Ora, a Evolução não pode fazer muita coisa em 60 anos, logo ninguém atribuiria o ganho no QI de chineses e indianos, à genética.
Tudo indica que com as mesmas condições favoráveis, os africanos apresentariam desenvolvimento semelhante.
Porque não existem raças humanas, de esquimó a aborígene australiano, geneticamente somos quase idênticos. Os chimpanzés, que nunca saíram da África, apresentam diversidade genética muito maior que a do Homo Sapiens.