Autor Tópico: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal  (Lida 10028 vezes)

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Offline Copelli

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #150 Online: 02 de Novembro de 2007, 15:49:27 »
Mas os fetiches a que se referia o Copelli são de caráter "individual". Matar outras pessoas não é um deles. Outras pessoas não vão se machucar se alguém tem o costume de esfregar-se em balões.
Eu sei. Eu só quis dizer que só porque tu tens um fetiche tosco, porém inofensivo, não quer dizer que tu tenha que respeitar qualquer fetiche tosco.
Eu acho que tem que respeitar sim. Não aprovar, compartilhar, mas respeitar, pois assim como tenho os meus ele tem os dele, e você com certeza tem os seus, pois fetiches todos temos.
Você respeita um fetiche que envolve preujudicar fisicamente de forma grave outrem? É nisso que quero chegar.
Com consentimento ou sem consentimento? Pois ja falei que gosto muito de sadomasoquismo e tenho um lime para dor que me excita e me agrada, como todo mundo acredito. Algumas pessoas tem esse limite mais amplo permitido e querendo que seus dominis pratiquem o spanking, por exemplo.

Agora quanto a coisas que não tenham o consentimento de outrem eu nunca defendi, pois como falado várias vezes ultrapassa o limite individual. E seu eu acho que todos temos o direito absoluto sobre nossos corpos e escolhos, como pode-se permitir que alguém avance e ultrpasse o meu espaço. Assim como não posso ultrapassar o de ninguém. SEM O CONSENTIMENTO DO MESMO

Offline Herf

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #151 Online: 02 de Novembro de 2007, 16:44:23 »
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você acharia normal alguém estourar a cabeça de um jovem de 18 anos que está deprimido porque levou um fora da namorada? ou ainda matar a pauladas alguém que está com a auto-estima lá embaixo? apenas porque deram "permissão"
Eu não acharia isso nada normal. Nem um pouco. Da mesma forma que não teria nenhuma simpatia por alguém que tivesse o gosto por carne humana, por mais "canibal cordial" que este fosse. Mas é importante saber distinguir a "normalidade" da permissibilidade.

Se de fato houve permissão para tanto, sim. (Coisa que, convenhamos, é difícil imaginar por motivos tão fúteis. Está mais para um exagero retórico da sua parte usar estes exemplos como objeção).

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eu vejo como totalmente benéfico à sociedade rechaçar, tanto moralmente quanto legalmente, quaisquer traços de de comportamentos psicopáticos. que as pessoas devam respeitar o próximo e não o ver apenas como um boneco para atender a seus desejos sádicos. dar aval a esse tipo de comportamento é praticamente minar as bases da sociedade
Sobre rechaçar traços psicopáticos, o que pensa sobre as diversas práticas exóticas existentes que poderiam entrar nesta definição de "comportamento psicopático", como as já citadas no tópico?

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você falou daquele tetraplégico que gostaria de morrer. não acha mais adequado que ele morra com injeção letal de maneira totalmente impessoal através do Estado, ao invés de um sádico sufocá-lo por prazer como se fosse um simples brinquedo?

insisto, o problema não é a pessoa desejar a morte, e sim o desejo de matar, esse dever ser totalmente compelido
Se você fosse o tal tetraplégico sem qualquer perspectiva de vida, gostaria que a sua morte estivesse dependente do julgamento do estado? Acho que ninguém gostaria disso.

Mas e se fosse não um tetraplégico, mas um paraplégico? E se fosse alguém que perdeu uma perna? E se fosse alguém que, após um acidente, não tenha sofrido qualquer dano nos membros mas tenha ficado com o rosto deformado? E se fosse um rico que perdeu tudo em um negócio fracassado? E se fosse alguém que ganhou na mega sena mas perdeu o bilhete? De que forma o estado julgaria quem de fato sofre o suficiente para morrer e quem não sofre tanto?

Na benevolente tentativa de reprimir o desejo de matar, acaba-se inevitavelmente suprimindo as pessoas do direito de ditarem o fim de suas prórpias vidas.

Offline Pregador

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #152 Online: 02 de Novembro de 2007, 17:16:50 »
Citação de: Amon
Sério que você acha que alguém que quer cortar a mão por hobbie está no juízo perfeito???

O que é ascetismo?
Ascetismo refere-se a um modo de vida com total negação de prazeres carnais a que praticantes de certas religiões se submetem por motivos espirituais, de "purificação". Ascetas causam danos físicos em si mesmos, ficam dias sem comer e beber, condenam o prazer sexual, etc.

O problema é que não podemos falar em "juízo perfeito" desde que se aceite que cada um deva ter liberdade para usar o seu corpo da maneira que mais achar adequada. Repare que este não é o mesmo "relativismo" ao qual são dirigidas críticas pelo fato de aceitar certas práticas de outras culturas como a mutilação de clitóris, infanticídio, submissão da mulher, etc, já que tais práticas fogem da esfera individual, são caracterizadas pela coerção de um indivíduo por outro.

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Não sei se já tentaram interditar alguns desses caras de body modification, não sei se é o caso. Mas, de qualquer forma, é muito menos drástico que amputar a mão...


E essa até que é bem leve, hehe.

Citação de: Copelli
Acho sinceramente que toda generalização é um equivoco. Nem todos os que querem morrer simplesmente estão doentes, com alterações quimicas no cérebro. E esse tem que ter o direito de até mesmo procurarem a morte como bem entenderem. Pensem numa forma completamente indolor e rápida de se matar. Ela não existe, mas essa pessoa poderia procurar alguem que lhe desse um sedativo que só a "apagasse", e depois mata-lá. Assim essa morreria como se tivesse dormindo.
Não vejo maiores problemas, desde que fique evidente que a pessoa tirou a vida da outra com o consentimento dela, tal como o comido que deixou um vídeo afirmando que se submetia ao canibal por livre e espontânea vontade.

Quanto aos ascetas, são como os cátaros, não vejo problemas, é esfera individual de fato. Se não impuserem isso a ninguém, não vejo nada demais. Mas é complicada a questão religiosa quando resolvem impor certas coisas a seus filhos. É necessário estabelecer até onde é aceitável certas práticas. A indução a auto-flagelação de crianças é inaceitável ao meu ver.

Agora, você está sendo relativista sim, pois o canibal está sim interferindo na esfera individual de outrem, da vítima, que no caso, não está em seu juízo perfeito e está perdendo sua vida pelo capricho de um psicopata. É um absurdo.

Imagina institucionalizar isso. A festa de defesas judiciais alegando que a vítima queria ser morta para excluir o crime. "Ela tinha um feitiche de ser morta em uma tocaia"... A vítima achava muito excitante a idéia de ser morta dentro de seu automóvel pegando fogo"... Isso é ridículo...
« Última modificação: 02 de Novembro de 2007, 17:19:04 por Amon »
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Temma

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #153 Online: 02 de Novembro de 2007, 17:43:03 »
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você acharia normal alguém estourar a cabeça de um jovem de 18 anos que está deprimido porque levou um fora da namorada? ou ainda matar a pauladas alguém que está com a auto-estima lá embaixo? apenas porque deram "permissão"
Eu não acharia isso nada normal. Nem um pouco. Da mesma forma que não teria nenhuma simpatia por alguém que tivesse o gosto por carne humana, por mais "canibal cordial" que este fosse. Mas é importante saber distinguir a "normalidade" da permissibilidade.

Se de fato houve permissão para tanto, sim. (Coisa que, convenhamos, é difícil imaginar por motivos tão fúteis. Está mais para um exagero retórico da sua parte usar estes exemplos como objeção).


ué. por mais fúteis que fossem os motivos, elas não dariam a 'permissão' e pronto? o que eu estou focando é nos 'agressores'. e eu conheci dois caras que se mataram por motivos 'banais', um abandonado pela namorada e outro porque estava 'infeliz'


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eu vejo como totalmente benéfico à sociedade rechaçar, tanto moralmente quanto legalmente, quaisquer traços de de comportamentos psicopáticos. que as pessoas devam respeitar o próximo e não o ver apenas como um boneco para atender a seus desejos sádicos. dar aval a esse tipo de comportamento é praticamente minar as bases da sociedade
Sobre rechaçar traços psicopáticos, o que pensa sobre as diversas práticas exóticas existentes que poderiam entrar nesta definição de "comportamento psicopático", como as já citadas no tópico?


Body modification? não considero isso psicopatia. eles estão fazendo isso voluntariamente a eles mesmos. NÃO A OUTRAS PESSOAS. Isso é diferente de um cara que sente prazer em esmagar o crânio de outra pessoa até ver pedaços do seu cérebro saltarem pra fora, de se satisfazer com a dor demonstrada por ela, coisas desse nível eu considero terrivelmente perigosas. esse tipo de coisa que se pretende reprimir ao proibir que as pessoas matem, até mesmo nos casos de "justiça com as próprias mãos"



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você falou daquele tetraplégico que gostaria de morrer. não acha mais adequado que ele morra com injeção letal de maneira totalmente impessoal através do Estado, ao invés de um sádico sufocá-lo por prazer como se fosse um simples brinquedo?

insisto, o problema não é a pessoa desejar a morte, e sim o desejo de matar, esse dever ser totalmente compelido
Se você fosse o tal tetraplégico sem qualquer perspectiva de vida, gostaria que a sua morte estivesse dependente do julgamento do estado? Acho que ninguém gostaria disso.


ué. o que isso tem a ver? a justiça está nas mãos do Estado. O poder de polícia, salvo raríssimas exceções, também. Você quer tirar dele?


a questão é que não há legislação específica sobre isso. por isso a controvérsia.


eu não tenho 'medo' do Estado

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Mas e se fosse não um tetraplégico, mas um paraplégico? E se fosse alguém que perdeu uma perna? E se fosse alguém que, após um acidente, não tenha sofrido qualquer dano nos membros mas tenha ficado com o rosto deformado? E se fosse um rico que perdeu tudo em um negócio fracassado? E se fosse alguém que ganhou na mega sena mas perdeu o bilhete? De que forma o estado julgaria quem de fato sofre o suficiente para morrer e quem não sofre tanto?

Eles tem autonomia para darem cabo à própria vida. eu trato o caso do tetraplégico como exceção justamente por isso.



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Na benevolente tentativa de reprimir o desejo de matar, acaba-se inevitavelmente suprimindo as pessoas do direito de ditarem o fim de suas prórpias vidas.

não se é proibido morrer, e sim matar. tudo que não é proibido....


o caso do tetraplégico me parece totalmente peculiar, no sentido de que por incapacidade são os únicos que não podem dar fim à própria vida.


SE houvesse uma legislação específica, ou sei lá, uma jurisprudência abrangendo esses casos raros onde tetraplégicos resolvessem tirar a própria vida e dessem a eles a direito de morrer, você não acha que seria muito melhor que permitir a morte por terceiros? você ainda teria alguma oposição a caber ao Estado atender o desejo de morte da pessoa?

« Última modificação: 02 de Novembro de 2007, 17:46:06 por Temma »

 

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