Autor Tópico: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal  (Lida 10027 vezes)

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Offline Raphael

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #125 Online: 01 de Novembro de 2007, 03:23:59 »
Se não vira anarquia...  :?


E o que tem de ruim nisso?
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rizk

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #126 Online: 01 de Novembro de 2007, 09:46:23 »
A sociedade deve primar pela vida e pela racionalidade. Estes direitos e deveres estão acima da liberdade a qualquer custo das pessoas. Logo, não me parece nada racional permitir que uma pessoa mate a outra só por que a vítima consentiu.

Mas será mesmo, Amon??? Você tem mais cultura e estudo que eu, e confio no que diz, mas essa conversa de "a racionalidade está acima da liberdade das pessoas" parece-me uma conversinha já bem conhecida de nós da 2a metade do XX, daquelas coisas que fazem a gente parar e pensar "mas do iluminismo só saiu merda mesmo".

Em oposição, tanto o Copelli quanto o Rodion disseram coisas importantes: 1) Copelli disse que diversas das noossas ações causam tristeza e sofrimento nas pessoas, e ninguém nos impede de fazê-las por isso. 2) Bruno disse que mesmo a nossa "sanidade" é temporária.

Se relativismo demais leva à "anarquia", essa mania de razão über alles aí leva ao totalitarismo.

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #127 Online: 01 de Novembro de 2007, 10:45:02 »
A sociedade deve primar pela vida e pela racionalidade. Estes direitos e deveres estão acima da liberdade a qualquer custo das pessoas. Logo, não me parece nada racional permitir que uma pessoa mate a outra só por que a vítima consentiu.

Mas será mesmo, Amon??? Você tem mais cultura e estudo que eu, e confio no que diz, mas essa conversa de "a racionalidade está acima da liberdade das pessoas" parece-me uma conversinha já bem conhecida de nós da 2a metade do XX, daquelas coisas que fazem a gente parar e pensar "mas do iluminismo só saiu merda mesmo".

Em oposição, tanto o Copelli quanto o Rodion disseram coisas importantes: 1) Copelli disse que diversas das noossas ações causam tristeza e sofrimento nas pessoas, e ninguém nos impede de fazê-las por isso. 2) Bruno disse que mesmo a nossa "sanidade" é temporária.

Se relativismo demais leva à "anarquia", essa mania de razão über alles aí leva ao totalitarismo.

Mais cultura? é nada eu sou um mané... Referi-me a racionalidade por que não me parece sustentável a idéia de legitimar um matar o outro em decorrência do consentimento desta. No caso da pessoa que queria ser comida, eu cá pra mim estou certo que ela não está com a sanidade perfeita e sua autonomnia está abalada. Em juridiquês, é uma pessoa que está sujeita a interdição.

Afirmar que ela tem direito de querer ser comida (até tem) e que é aceitável alguem comê-la e não ser punido não é razoável. Na minha concepção essa não razoabilidade deveria ser universal, sem margem para relatativismos. A pessoa que come a outra só por que a vítima quer tem que ser punida sim.

Falaram de eutanásia, esta é uma situação diferente, é razoável a autorização do Estado para matar um sujeito com seu concentimento em estágio terminal e com grande sofrimento. Mas isso aqui não é nada pacífico e há muita divergência. Mas na minha concepção não deveria haver divergência alguma de que a pessoa que come a outra deve sim ser punida.

Certas coisas não tem margem do famoso "depende".

Vamos supor que o congresso aprove uma lei que torne lícito o assassinato já que todos somos livres para fazer o que quiser(direito a liberdade extremada). Cada uma faz o que quer e cada um se defende como pode. Por mais que os trogloditas façam isso, não é por que existe uma lei que permite matar que devemos aceitá-la em razão do direito a liberdade individual, de cada um fazer o que quiser. É necessáio impor limites, e estes limites são racionais. A vida de cada um, a proibição de um matar o outro, e o direito do Estado punir o assassino tem bases racionais que se sobrepõe ao direito a liberdade individual.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Copelli

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #128 Online: 01 de Novembro de 2007, 14:21:46 »
Se não vira anarquia...  :?


E o que tem de ruim nisso?
Também não vejo nada de ruim.

A sociedade deve primar pela vida e pela racionalidade. Estes direitos e deveres estão acima da liberdade a qualquer custo das pessoas. Logo, não me parece nada racional permitir que uma pessoa mate a outra só por que a vítima consentiu.

Mas será mesmo, Amon??? Você tem mais cultura e estudo que eu, e confio no que diz, mas essa conversa de "a racionalidade está acima da liberdade das pessoas" parece-me uma conversinha já bem conhecida de nós da 2a metade do XX, daquelas coisas que fazem a gente parar e pensar "mas do iluminismo só saiu merda mesmo".

Em oposição, tanto o Copelli quanto o Rodion disseram coisas importantes: 1) Copelli disse que diversas das noossas ações causam tristeza e sofrimento nas pessoas, e ninguém nos impede de fazê-las por isso. 2) Bruno disse que mesmo a nossa "sanidade" é temporária.

Se relativismo demais leva à "anarquia", essa mania de razão über alles aí leva ao totalitarismo.
:ok:

Temma

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #129 Online: 01 de Novembro de 2007, 15:16:36 »
continuo naquela. é proibido MATAR, e não morrer. pra isso não tem relativismo, o Estado deve lidar com isso como um mal absoluto, até porque é irreversível. se o indivíduo considera aquilo um BEM, ele possui autonomia para alcançar pelos próprios meios

Offline Rodion

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #130 Online: 01 de Novembro de 2007, 15:33:55 »
continuo naquela. é proibido MATAR, e não morrer. pra isso não tem relativismo, o Estado deve lidar com isso como um mal absoluto, até porque é irreversível. se o indivíduo considera aquilo um BEM, ele possui autonomia para alcançar pelos próprios meios

mas o estado não lida com isso como um mal absoluto. em alguns casos matar não é ilícito (estrito cumprimento do dever legal, legítima defesa).
nenhum direito fundamental é absoluto, até porque todos eles conflitam-se uns com com outros. a coisa é que autonomia da vontade é algo meio fora de moda já faz um século, pro meu lamento...
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Temma

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #131 Online: 01 de Novembro de 2007, 15:42:49 »

(estrito cumprimento do dever legal, legítima defesa).


Ok, permite-se tirar a vida nesses casos, mas o objetivo aí também é preservar a vida, ao menos na teoria, no primeiro caso de terceiros, e no segundo da vítima.

Offline Alegra

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #132 Online: 01 de Novembro de 2007, 16:03:35 »
Se não vira anarquia...  :?


E o que tem de ruim nisso?
Também não vejo nada de ruim.


Voces dois são suspeitos...  ::)  Eu ainda sou careta e conservadora para certas coisas, e também acho a anarquia uma utopia né?!

Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Pregador

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #133 Online: 01 de Novembro de 2007, 16:08:18 »
continuo naquela. é proibido MATAR, e não morrer. pra isso não tem relativismo, o Estado deve lidar com isso como um mal absoluto, até porque é irreversível. se o indivíduo considera aquilo um BEM, ele possui autonomia para alcançar pelos próprios meios

mas o estado não lida com isso como um mal absoluto. em alguns casos matar não é ilícito (estrito cumprimento do dever legal, legítima defesa).
nenhum direito fundamental é absoluto, até porque todos eles conflitam-se uns com com outros. a coisa é que autonomia da vontade é algo meio fora de moda já faz um século, pro meu lamento...


Comer alguem em decorrência que este alguém consentiu é um mal absoluto sim. Não se trata de legítima defesa, cumprimento do dever legal e nem outra excludente.
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Offline Rodion

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #134 Online: 01 de Novembro de 2007, 16:31:24 »
excludente não há, mas poderia haver?
não poderia. não há, na constituição, um artigo que diga que "todos são livres pra fazer o que quiserem". a autonomia da vontade é quase um subprincípio de direito privado, e já vem limitado a priori. é este o desprezo do zeitgeist moderno pela liberdade, e isto está bem positivado em dogmas . no plano jurídico, já perdi esta discussão no momento em que começou.
mas não queria discutir no plano jurídico. eu acho injusto que se cerceie a liberdade de alguém até este ponto. a ingênua visão do contrato social já foi superada há tempos, mas ainda é o contrato a única maneira de justificar a sociedade. e estas faculdades eu não delegaria a ninguém. se eu quisesse cortar minha mão fora e buscasse assistência médica para cortá-la sem morrer de hemorragia, não queria ninguém me interditando. se eu quisesse me matar contrataria um profissional para que o ato fosse totalmente eficaz e não gostaria de ninguém atrás do sujeito já que a morte teria assim sido minha vontade. e assim vai.

"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Temma

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #135 Online: 01 de Novembro de 2007, 16:43:04 »
excludente não há, mas poderia haver?
não poderia. não há, na constituição, um artigo que diga que "todos são livres pra fazer o que quiserem". a autonomia da vontade é quase um subprincípio de direito privado, e já vem limitado a priori. é este o desprezo do zeitgeist moderno pela liberdade, e isto está bem positivado em dogmas . no plano jurídico, já perdi esta discussão no momento em que começou.
mas não queria discutir no plano jurídico. eu acho injusto que se cerceie a liberdade de alguém até este ponto. a ingênua visão do contrato social já foi superada há tempos, mas ainda é o contrato a única maneira de justificar a sociedade. e estas faculdades eu não delegaria a ninguém. se eu quisesse cortar minha mão fora e buscasse assistência médica para cortá-la sem morrer de hemorragia, não queria ninguém me interditando. se eu quisesse me matar contrataria um profissional para que o ato fosse totalmente eficaz e não gostaria de ninguém atrás do sujeito já que a morte teria assim sido minha vontade. e assim vai.




morte eficaz? ah vai.. conta outra. só através de um terceiros há garantias de uma "morte eficaz"?

Luz

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #136 Online: 01 de Novembro de 2007, 17:11:46 »
excludente não há, mas poderia haver?
não poderia. não há, na constituição, um artigo que diga que "todos são livres pra fazer o que quiserem". a autonomia da vontade é quase um subprincípio de direito privado, e já vem limitado a priori. é este o desprezo do zeitgeist moderno pela liberdade, e isto está bem positivado em dogmas . no plano jurídico, já perdi esta discussão no momento em que começou.
mas não queria discutir no plano jurídico. eu acho injusto que se cerceie a liberdade de alguém até este ponto. a ingênua visão do contrato social já foi superada há tempos, mas ainda é o contrato a única maneira de justificar a sociedade. e estas faculdades eu não delegaria a ninguém. se eu quisesse cortar minha mão fora e buscasse assistência médica para cortá-la sem morrer de hemorragia, não queria ninguém me interditando. se eu quisesse me matar contrataria um profissional para que o ato fosse totalmente eficaz e não gostaria de ninguém atrás do sujeito já que a morte teria assim sido minha vontade. e assim vai.



Ok. Eu também, fora do plano jurídico. Então, agora tente ver a coisa por outra perspectiva - humana. Imagine que o desejo de morrer seja sintoma de uma doença que, quando tratada, deixa de existir. Imagine que essa doença possa acontecer expontaneamente ou em decorrencia de um fato chocante, mas em qualquer caso exista tratamento.

Esse é o ponto que me toca. Temos que contar, antes de qualquer outra hipótese, com a possibilidade do desejo de morrer ser sintoma de uma doença, que impossibilita a pessoa, temporariamente, de pensar com clareza. Logo, penso aqui comigo, se um potencial suicida dá o alarme, cabe a quem está em codições, oferecer ajuda, como ofereceria por qualquer outra doença.

O que nos garante que um choque ou uma tristeza profunda não cause desequilíbrio hormonal numa pessoa a ponto de fazê-la adoecer e desejar a morte por causa disso? E quem nos garante que não possa ser superado? Assim como espero que me levem para o hospital se eu desmaiar e não puder ir por minhas próprias pernas, espero que me levem para o hospital se eu não estiver falando coisa com coisa e não puder ir por minha própria consciência.

Mas, claro, existem exceções - como no caso de doenças terminais e dolorosas ou casos semelhantes, que talvez devam ser avaliados, caso a caso.




Offline Pregador

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #137 Online: 01 de Novembro de 2007, 17:12:24 »
excludente não há, mas poderia haver?
não poderia. não há, na constituição, um artigo que diga que "todos são livres pra fazer o que quiserem". a autonomia da vontade é quase um subprincípio de direito privado, e já vem limitado a priori. é este o desprezo do zeitgeist moderno pela liberdade, e isto está bem positivado em dogmas . no plano jurídico, já perdi esta discussão no momento em que começou.
mas não queria discutir no plano jurídico. eu acho injusto que se cerceie a liberdade de alguém até este ponto. a ingênua visão do contrato social já foi superada há tempos, mas ainda é o contrato a única maneira de justificar a sociedade. e estas faculdades eu não delegaria a ninguém. se eu quisesse cortar minha mão fora e buscasse assistência médica para cortá-la sem morrer de hemorragia, não queria ninguém me interditando. se eu quisesse me matar contrataria um profissional para que o ato fosse totalmente eficaz e não gostaria de ninguém atrás do sujeito já que a morte teria assim sido minha vontade. e assim vai.



Eu não concordo. Neste caso não há autonomia pois o sujeito está claramente perturbado. Da mesma forma como nos casos de querer morrer sem um motivo plausível (como a eutanásia seria) e solicitar auxílio. Quem auxilia ou mata deve ser punido, já que, no meu entender, o sujeito deveria tentar evitar a morte do suicida potencial, como encaminhando-o a atentimento médico ou avisando parentes.

É balela esta estória de que precisa de algum método eficiente para morrer. Pule do vigésimo andar de um prédio e você morrerá com certeza. Nada justifica a intervenção de um terceiro para matar alguém só por que a deu na telha de alguem se matar ou então cortar uma mão.

Se alguém quer morrer, no meu enteder deveria solicitar ao Estado para que alguem que o represente o faça, como um médico, desde que, necessariamente, exista um motivo muito plausível e não simplesmente por que "eu quero" e no direito a liberdade e individualidade.

Quem quer cortar uma mão só por que quer não tem autonomia para reger-se, devendo ser tratado e neste interim, interditado.
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Offline Herf

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #138 Online: 01 de Novembro de 2007, 18:47:33 »
Eu não concordo. Neste caso não há autonomia pois o sujeito está claramente perturbado. Da mesma forma como nos casos de querer morrer sem um motivo plausível (como a eutanásia seria) e solicitar auxílio.[...]
Quem quer cortar uma mão só por que quer não tem autonomia para reger-se, devendo ser tratado e neste interim, interditado.
Mas e por que o "maneta por opção" necessariamente não tem autonomia para reger-se?

O que me diz quanto à prática do body modification? Quanto ao ascetismo a que alguns se submetem por motivos religiosos?

Offline Pregador

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #139 Online: 01 de Novembro de 2007, 22:13:49 »
Eu não concordo. Neste caso não há autonomia pois o sujeito está claramente perturbado. Da mesma forma como nos casos de querer morrer sem um motivo plausível (como a eutanásia seria) e solicitar auxílio.[...]
Quem quer cortar uma mão só por que quer não tem autonomia para reger-se, devendo ser tratado e neste interim, interditado.
Mas e por que o "maneta por opção" necessariamente não tem autonomia para reger-se?

O que me diz quanto à prática do body modification? Quanto ao ascetismo a que alguns se submetem por motivos religiosos?

Sério que você acha que alguém que quer cortar a mão por hobbie está no juízo perfeito???

O que é ascetismo?

Não sei se já tentaram interditar alguns desses caras de body modification, não sei se é o caso. Mas, de qualquer forma, é muito menos drástico que amputar a mão...
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Offline Barata Tenno

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #140 Online: 01 de Novembro de 2007, 22:27:25 »
E em casos onde o suicidio é aprovado culturalmente, como no caso do Japão feudal?Seria considerado doença ou não?
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Temma

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #141 Online: 01 de Novembro de 2007, 23:00:07 »
E em casos onde o suicidio é aprovado culturalmente, como no caso do Japão feudal?Seria considerado doença ou não?


isso era bem peculiar não? não se tratava bem de uma decisão pessoal, mas mais pra uma obrigação moral. "DESONREI minha família, irei me matar". creio que havia uma certa pressão. a honra estava acima da vida, se a pessoa não preservasse a sua honra a família cairia em desgraça.



Offline Copelli

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #142 Online: 02 de Novembro de 2007, 05:25:11 »
Se não vira anarquia...  :?


E o que tem de ruim nisso?
Também não vejo nada de ruim.


Voces dois são suspeitos...  ::)  Eu ainda sou careta e conservadora para certas coisas, e também acho a anarquia uma utopia né?!


É alegra infelizmente eu também acho uma utopia. Mas gosto de viver no sonho de se aproximar o maximo possivel dessa utopia da qual vivemos muito longe.

Quanto ao assunto, eu vou dizer a verdade, gosto muito de body modification, e não sei se tiria coragem na real, mas se um dia eu "casar", e se isso acontecer de fato, de eu gostar tanto de uma pessoa a esse ponto, acho muito legal e de certa forma excitante ao invés de alianças cortar a ponta do dedo anular. Sempre tive vontade, chega a ser para mim sexual esse ato de comprometimento inreversível. E olhem que eu me considero poligámico e sei que relacionamentos chegam ao fim, mas se a pessoa me marcou tão fundo e essa marca vai seguir comigo por toda a vida mesmo que separados, porque não levar também uma marca física.
Eu siceramente sou muito fascinado por sadomasiquismo e me sentiria extasiado com tal demostração de submissão e tesão. E por mais que falem o contrario não me considero louco. Se quiserem me enterditar, conto meu dedo e o dito cujo do interditante.  :D

Sinceramente as pessoas deveriam entender que as pessoas são diferentes, e que nem tudo o que não entendem e sentem é necessáriamente uma doença ou falta de juizo. Lembrem-se que um dia homossexualidade ja foi visto como doença, assim como sadamasoquismo, e muitos dos fetiches e parafilias, que aos poucos vão sendo mais compreendidos e aceitos. Como posso rir e dizer que a inflatofilia é ridícula e loucura, se a pessoa sente o mesmo desejo que sinto por outros fetiches.

Acho sinceramente que toda generalização é um equivoco. Nem todos os que querem morrer simplesmente estão doentes, com alterações quimicas no cérebro. E esse tem que ter o direito de até mesmo procurarem a morte como bem entenderem. Pensem numa forma completamente indolor e rápida de se matar. Ela não existe, mas essa pessoa poderia procurar alguem que lhe desse um sedativo que só a "apagasse", e depois mata-lá. Assim essa morreria como se tivesse dormindo.

Isso não quer dizer que os médicos não devam tentar, aconselhar e oferecer ajuda. Mas não internar, enterditar ou intervir de qualquer outra forma mais invasiva.

Todos acham a alegria melhor do que a tristesa, e desejam assim que todos sejam felizes. Imaginem que inventem uma "droga da felicidade", onde tomada regularmente as pessoas viveriam feliz, sem qualquer resquício de tristesa e sem efeitos colaterais. Seguindo os moldes atuais as pessoas que por "insanidade", não quisessem tomar essa droga, seria também tratada a força e até poderia ser internada para tratamento forçado. Mas eu numa cituação dessa realmente preferiria viver, como um ser humano normal que sofre e se alegra, pois agredito que é no sofrimento que crescemos e indagamos. Niguém que vive uma vida perfeita muda pois não tem necessidade de mudar se tudo é perfeito e satisfatório. Eu adoro meus momentosinhos de depressão, e isso não quer dizer que seja louco. Apenas diferente da maioria que preferiria a tal droga, assim como a maioria da populão que realmenta acredita na vida pós morte deseja ir para o céu, e eu mesmo quando era teísta ao céu ou a terra preferia a terra com todos os seus problemas.

Offline Herf

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #143 Online: 02 de Novembro de 2007, 09:19:56 »
Citação de: Amon
Sério que você acha que alguém que quer cortar a mão por hobbie está no juízo perfeito???

O que é ascetismo?
Ascetismo refere-se a um modo de vida com total negação de prazeres carnais a que praticantes de certas religiões se submetem por motivos espirituais, de "purificação". Ascetas causam danos físicos em si mesmos, ficam dias sem comer e beber, condenam o prazer sexual, etc.

O problema é que não podemos falar em "juízo perfeito" desde que se aceite que cada um deva ter liberdade para usar o seu corpo da maneira que mais achar adequada. Repare que este não é o mesmo "relativismo" ao qual são dirigidas críticas pelo fato de aceitar certas práticas de outras culturas como a mutilação de clitóris, infanticídio, submissão da mulher, etc, já que tais práticas fogem da esfera individual, são caracterizadas pela coerção de um indivíduo por outro.

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Não sei se já tentaram interditar alguns desses caras de body modification, não sei se é o caso. Mas, de qualquer forma, é muito menos drástico que amputar a mão...


E essa até que é bem leve, hehe.

Citação de: Copelli
Acho sinceramente que toda generalização é um equivoco. Nem todos os que querem morrer simplesmente estão doentes, com alterações quimicas no cérebro. E esse tem que ter o direito de até mesmo procurarem a morte como bem entenderem. Pensem numa forma completamente indolor e rápida de se matar. Ela não existe, mas essa pessoa poderia procurar alguem que lhe desse um sedativo que só a "apagasse", e depois mata-lá. Assim essa morreria como se tivesse dormindo.
Não vejo maiores problemas, desde que fique evidente que a pessoa tirou a vida da outra com o consentimento dela, tal como o comido que deixou um vídeo afirmando que se submetia ao canibal por livre e espontânea vontade.

Offline Südenbauer

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #144 Online: 02 de Novembro de 2007, 12:44:43 »
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Como posso rir e dizer que a inflatofilia é ridícula e loucura, se a pessoa sente o mesmo desejo que sinto por outros fetiches.
Tu estavas a reclamar de generalizações mas acabou estentendo o limite do que é aceitável aqui. E se eu dissesse "como posso rir e dizer que quem mata outras pessoas é ridícula e loucura, se a pessoa sente o mesmo desejo que sinto por outros fetiches"? Não dá.

Offline Herf

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #145 Online: 02 de Novembro de 2007, 13:49:01 »
Mas os fetiches a que se referia o Copelli são de caráter "individual". Matar outras pessoas não é um deles. Outras pessoas não vão se machucar se alguém tem o costume de esfregar-se em balões.

Temma

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #146 Online: 02 de Novembro de 2007, 13:54:11 »
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Citação de: Copelli
Acho sinceramente que toda generalização é um equivoco. Nem todos os que querem morrer simplesmente estão doentes, com alterações quimicas no cérebro. E esse tem que ter o direito de até mesmo procurarem a morte como bem entenderem. Pensem numa forma completamente indolor e rápida de se matar. Ela não existe, mas essa pessoa poderia procurar alguem que lhe desse um sedativo que só a "apagasse", e depois mata-lá. Assim essa morreria como se tivesse dormindo.
Não vejo maiores problemas, desde que fique evidente que a pessoa tirou a vida da outra com o consentimento dela, tal como o comido que deixou um vídeo afirmando que se submetia ao canibal por livre e espontânea vontade.


você acha que essas pessoas que possuem esse desejo, de tirar a vida de pessoas, devem ter esses desejos "alimentados"? eu acho isso totalmente pernicioso, nós construímos uma sociedade que prima pela vida, e não dá pra permitir aos indivíduos fazer coisas que mostram total desprezo por ela, sem que isso não tenha consequências


você acharia normal alguém estourar a cabeça de um jovem de 18 anos que está deprimido porque levou um fora da namorada? ou ainda matar a pauladas alguém que está com a auto-estima lá embaixo? apenas porque deram "permissão"


eu vejo como totalmente benéfico à sociedade rechaçar, tanto moralmente quanto legalmente, quaisquer traços de de comportamentos psicopáticos. que as pessoas devam respeitar o próximo e não o ver apenas como um boneco para atender a seus desejos sádicos. dar aval a esse tipo de comportamento é praticamente minar as bases da sociedade


dependendo do momento, qualquer um por mais calmo que seja pode agir dessa maneira e matar alguém de forma totalmente cruel, vem à cabeça de qualquer um agora coisas como "e se matassem meu filho...", "e se estuprarem minha mulher...", são momentos em que nos sentiríamos totalmente alucinados, e sentiríamos prazer em fazer as vítimas sofrerem. Ou seja, dentro de nós tem um potencial assassino. partilhamos esses instintos, e devemos refreá-los ao máximo, pois eles são a ruína de qualquer relação social, e eu não vejo como fazer isso se o Estado não protege a vida e a vê como um bem inalienável, e que as pessoas ao menos respeitem a vida do próximo como respeitam as suas, mesmo quando "o próximo" não respeita própria


você falou daquele tetraplégico que gostaria de morrer. não acha mais adequado que ele morra com injeção letal de maneira totalmente impessoal através do Estado, ao invés de um sádico sufocá-lo por prazer como se fosse um simples brinquedo?


insisto, o problema não é a pessoa desejar a morte, e sim o desejo de matar, esse dever ser totalmente compelido
« Última modificação: 02 de Novembro de 2007, 15:23:54 por Temma »

Offline Südenbauer

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #147 Online: 02 de Novembro de 2007, 15:01:10 »
Mas os fetiches a que se referia o Copelli são de caráter "individual". Matar outras pessoas não é um deles. Outras pessoas não vão se machucar se alguém tem o costume de esfregar-se em balões.
Eu sei. Eu só quis dizer que só porque tu tens um fetiche tosco, porém inofensivo, não quer dizer que tu tenha que respeitar qualquer fetiche tosco.

Offline Copelli

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #148 Online: 02 de Novembro de 2007, 15:13:40 »
Mas os fetiches a que se referia o Copelli são de caráter "individual". Matar outras pessoas não é um deles. Outras pessoas não vão se machucar se alguém tem o costume de esfregar-se em balões.
Eu sei. Eu só quis dizer que só porque tu tens um fetiche tosco, porém inofensivo, não quer dizer que tu tenha que respeitar qualquer fetiche tosco.
Eu acho que tem que respeitar sim. Não aprovar, compartilhar, mas respeitar, pois assim como tenho os meus ele tem os dele, e você com certeza tem os seus, pois fetiches todos temos.

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Não sei se já tentaram interditar alguns desses caras de body modification, não sei se é o caso. Mas, de qualquer forma, é muito menos drástico que amputar a mão...
[/quote]
Eu conheci um cara que praticava suspenção, eu não teria coragem, mas não consigo ver com tanta repulsa como a maioria das pessoas vêem.

Offline Südenbauer

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Re: Na prisão, canibal alemão dá entrevista e diz ser normal
« Resposta #149 Online: 02 de Novembro de 2007, 15:29:03 »
Mas os fetiches a que se referia o Copelli são de caráter "individual". Matar outras pessoas não é um deles. Outras pessoas não vão se machucar se alguém tem o costume de esfregar-se em balões.
Eu sei. Eu só quis dizer que só porque tu tens um fetiche tosco, porém inofensivo, não quer dizer que tu tenha que respeitar qualquer fetiche tosco.
Eu acho que tem que respeitar sim. Não aprovar, compartilhar, mas respeitar, pois assim como tenho os meus ele tem os dele, e você com certeza tem os seus, pois fetiches todos temos.
Você respeita um fetiche que envolve preujudicar fisicamente de forma grave outrem? É nisso que quero chegar.

 

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