Autor Tópico: Conteúdos da escola  (Lida 13008 vezes)

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Offline Pregador

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #50 Online: 19 de Novembro de 2007, 16:16:02 »
Um jeito bacana era reprovar todo mundo de verdade. Sem jeitinho, sem ciclos, sem piedade. Foi mal, reprova. Além de que nada de provas babacas com perguntas imbecis para dar nota de graça, ou então trabalhinhos escrotos para "ajudar" os alunos.

O sujeito começa a reprovar e daí, gostando ou não, uma hora começa a se interessar para não ficar para atrás na marra.

O problema é que em algumas regiões do Brasil o sujeito aponta uma escopeta para o professor e diz: vai me passar ou não? E em algumas escolas particulares, vem ordem da direção para passar o aluno, caso contrário poderá haver evasão de divisas...

E assim vai...
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Herf

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #51 Online: 19 de Novembro de 2007, 19:54:05 »
Citação de: Luiz Souto
Discordo do Procedure no sentido que esta formação ampla tem que incluir necessariamente literatura, filosofia , bem como biologia , matemática , física...
Citação de: Fernando
Alguns acham inútil literatura, filosofia ou artes, mas pensem, assim como vocês possam ter iniciado seus interesses em ciências pelas aulas, quantos arquitetos ou escritores não foram feitas nessas aulas?
O problema é que estas áreas são, digamos, "específicas" demais. Argumenta-se que o estudo de tais disciplinas é importante. Ora, muita coisa é importante. Poderíamos pensar em milhares de disciplinas também "importantes" e achar lugar para espremê-las no currículo escolar junto com literatura, sociologia, artes e filosofia: política, economia, história da ciência, história da arte, antropologia... A lista é infindável.

Por isso acho que o currículo escolar deveria se restringir ao básico, o "clássico": Ciências físicas, químicas e biológicas, matemática, história e línguas.

Citação de: Amon
não vejo motivo em forçar o aluno a ler os livros dos escritores brasileiros do século XIX que eu acho horríveis.
Exatamente.

O que eu disse acima aplica-se com perfeição à literatura (ao menos na que temos hoje nas escolas). Caem como uma luva as palavras do Cristaldo escritas em um texto que postei aqui no fórum anteontem. Faço-as minhas:

"Não fossem as exigências curriculares dos cursos de Letras, quem leria hoje, por exemplo, uma obra chocha e pedante como Macunaíma? Qual editor, em pleno juízo e com capital de seu próprio bolso, ousaria reeditar um chato como Oswald de Andrade? Qual leitor, em sã consciência, compraria os peixes podres dos irmãos Campos? Indo um pouco mais longe: que tem a dizer Machado de Assis a um jovem de nossos dias? Por que impor Machado a alunos que jamais folhearam um Nietzsche ou Dostoievski, estes eternamente jovens e subversivos? Através da indústria textil, a máfia universitária consegue vender cadáveres literários, ao mesmo tempo que afasta do mundo das letras gerações inteiras de leitores potenciais.

Causou celeuma em São Paulo, a hipótese de retirar o nome de Drummond de Andrade da lista de autores exigidos no vestibular. Pois acho que deveria ser retirado mesmo, para vermos se morreu ou não morreu. Poeta é aquele que vai em socorro das angústias de seus contemporâneos e pósteros, e não o que sobrevive graças à benção da máfia. Quando descobri Pessoa ou Cervantes, fui ao encontro deles por prazer e necessidade espiritual, não por imposições acadêmicas."

Offline Rodion

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #52 Online: 19 de Novembro de 2007, 19:56:31 »
detesto repetir clichê, mas é isso mesmo; a melhor receita para não gostar de algo é ser obrigado a ele. são eles os maiores atrozes da literatura, os professores.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Quereu

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #53 Online: 19 de Novembro de 2007, 21:53:42 »
A lista de livros é horrível, mas se os professores não impuserem a leitura de alguns 99,9% dos alunos jamais abrirá um livro. Ficamos assim: nos obrigamos a fazer os alunos lerem um mínimo, afinal a escola é a fronteira da civilização - quero crer - e aqueles que não sentem prazer na leitura estão dispensados de procurar mais. Suponho que a matemática siga a mesma toada.

Tive um professor que dizia: "concentrem-se em português e matemática. Se você domina o idioma é capaz de interpretar e elaborar qualquer texto e se domina a matemática, capaz de compreender e fazer qualquer tipo de cálculo". O professor apenas citava os dois pilares do conhecimento e a escola não pode se privar de oferecê-lo ao aluno. Adquirir conhecimento é tarefa sempre árdua - exceto se você for um gênio -, principalmente a matemática que é impiedosamente cumulativa. Não existe caminho fácil.

Recentemente, minha sobrinha se desdobrava em aprender os jotas, os ges, os esses, os cedilhas... Veio me perguntar se eu sabia algum jeito mais fácil. Respondi: "vai ralando"...
A Irlanda é uma porca gorda que come toda a sua cria - James Joyce em O Retrato do Artista Quando Jovem

Offline Luiz Souto

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #54 Online: 19 de Novembro de 2007, 22:28:30 »
Citação de: Luiz Souto
Discordo do Procedure no sentido que esta formação ampla tem que incluir necessariamente literatura, filosofia , bem como biologia , matemática , física...
Citação de: Fernando
Alguns acham inútil literatura, filosofia ou artes, mas pensem, assim como vocês possam ter iniciado seus interesses em ciências pelas aulas, quantos arquitetos ou escritores não foram feitas nessas aulas?
O problema é que estas áreas são, digamos, "específicas" demais. Argumenta-se que o estudo de tais disciplinas é importante. Ora, muita coisa é importante. Poderíamos pensar em milhares de disciplinas também "importantes" e achar lugar para espremê-las no currículo escolar junto com literatura, sociologia, artes e filosofia: política, economia, história da ciência, história da arte, antropologia... A lista é infindável.

Por isso acho que o currículo escolar deveria se restringir ao básico, o "clássico": Ciências físicas, químicas e biológicas, matemática, história e línguas.

Bom , pelo contrário, acho que literatura e filosofia não são específicas mas gerais.
Literatura considero importante não para decorar o barroco ou o romantismo mas para entender um texto dentro do contexto de uma época , foi nas aulas de literatura que aprendi a ler nas entrelimhas e apreciar as sutilezas de um texto.
Filosofia, como disse antes, para inserir a discussão de método racional de pensar , não fazer decoreba ( quem foi Parmênides? e coisas do gênero). Importante discutir a filosofia por temas (ética, epistemologia,...) e mostrar como analisar diferentes discursos sobre um mesmo assunto. 

Exatamente.

O que eu disse acima aplica-se com perfeição à literatura (ao menos na que temos hoje nas escolas). Caem como uma luva as palavras do Cristaldo escritas em um texto que postei aqui no fórum anteontem. Faço-as minhas:

"Não fossem as exigências curriculares dos cursos de Letras, quem leria hoje, por exemplo, uma obra chocha e pedante como Macunaíma? Qual editor, em pleno juízo e com capital de seu próprio bolso, ousaria reeditar um chato como Oswald de Andrade? Qual leitor, em sã consciência, compraria os peixes podres dos irmãos Campos? Indo um pouco mais longe: que tem a dizer Machado de Assis a um jovem de nossos dias? Por que impor Machado a alunos que jamais folhearam um Nietzsche ou Dostoievski, estes eternamente jovens e subversivos? Através da indústria textil, a máfia universitária consegue vender cadáveres literários, ao mesmo tempo que afasta do mundo das letras gerações inteiras de leitores potenciais.

Causou celeuma em São Paulo, a hipótese de retirar o nome de Drummond de Andrade da lista de autores exigidos no vestibular. Pois acho que deveria ser retirado mesmo, para vermos se morreu ou não morreu. Poeta é aquele que vai em socorro das angústias de seus contemporâneos e pósteros, e não o que sobrevive graças à benção da máfia. Quando descobri Pessoa ou Cervantes, fui ao encontro deles por prazer e necessidade espiritual, não por imposições acadêmicas."


Veja como é relativa a questão do gosto literário (para usar o texto que você citou):

Macunaíma foi livro de um dos bimestres do 2º ano no meu colégio e simplesmente fiquei fascinado por ele ( tanto que quando acabei de ler, li de novo);engraçado que é a única obra do Mario de Andrade de que realmente gosto.
Me apaixonei por Machado de Assis também no colégio , lendo Memórias Póstumas de Brás Cubas , e sou fã dele e de sua ironias sutis.
Mas o fator principal é que tive ótimos professores de literatura , que realmente gostavam de ensinar a matéria. Os livros citados foram objeto de debate em sala , o subtítulo do Macunaíma , Um Herói sem Nenhum Caráter, gerou o maior quebra pau na sala sobre se ´há ou não um tipo brasileiro , até a Lei de Gerson foi debatida.
Por outro lado Iracema de José de Alencar voou pela janela do meu quarto no fim do primeiro parágrafo...

O que estou querendo dizer é que o aluno tem que ter a oportunidade de contato com a literatura , sem a imposição de gosto , mas permitindo a ele descobrir do que gosta. É claro que sempre haverá os autores que serão apresentados em detrimentos de outros , mas uma seleção é sempre inevitável ( o Cristaldo certamente escolheria os de sua preferência estética). O importante é não tornar a leitura uma obrigação , principalmente não fazer dela uma tortura

Em tempo:não perdi nenhum ponto por não ter lido Iracema.
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

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Offline FxF

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #55 Online: 19 de Novembro de 2007, 22:31:58 »
Mas quer saber? Vou aplicar meu próprio conselho e ter paciência. Você é peremptório e ofensivo demais em suas mensagens. Se até em discussões inócuas como esta você consegue ser assim, não vejo por que continuar perdendo meu tempo. Até outro dia :ok:
Será espantalho seu? Vai saber.

Aliás, você sai me chamando de crente e me acusando, mas depois vem retrucar que eu parto para a ofensiva? Vai se fazer de vítima em outro lugar...
No trecho citado eu estava respondendo uma pergunta direta sua, meu caro.

E a escola pode trabalhar com massas - e por isso mesmo ela deve se adaptar aos seus tempos - mas o aluno é e sempre vai ser um indivíduo. Ele que vai determinar se vai pra frente ou não, se vai aproveitar a escola que tem ou não. É disso que estou falando, nada mais. Se você não consegue ver isso, paciência.
E QUAL A RELEVÂNCIA DISSO?
O ALUNO CONTINUA INDIVÍDUO, E A BANANA CONTINUA AMARELA, MAS E DAÍ?? MUDOU ALGO NA SUA VIDA?
« Última modificação: 19 de Novembro de 2007, 23:10:41 por Ilovefoxes »

Offline Fabi

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #56 Online: 19 de Novembro de 2007, 22:39:22 »
Será que é útil ficar estudando literatura brasileira? Ficar se dando ao sacrifício de interpretar aquelas poesias "viagens" do barroco, simbolismo etc?
É dificil dizer o que vai ser útil no futuro para uma criança de 12 anos, mas é útil ficar interpretando poesias dificeis, quantas pessoas saem da escola sem saber interpretar o que o lê? É uma maneira de aprender a interpretar...

Dbohr, a culpa também não é só do aluno, quantos professores não conseguem passar o conteúdo de forma clara? E você sabe...quando você não consegue entender uma coisa...é fácil perder o interesse...
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Offline Rodion

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #57 Online: 19 de Novembro de 2007, 22:40:00 »
A lista de livros é horrível, mas se os professores não impuserem a leitura de alguns 99,9% dos alunos jamais abrirá um livro. Ficamos assim: nos obrigamos a fazer os alunos lerem um mínimo, afinal a escola é a fronteira da civilização - quero crer - e aqueles que não sentem prazer na leitura estão dispensados de procurar mais. Suponho que a matemática siga a mesma toada.

Tive um professor que dizia: "concentrem-se em português e matemática. Se você domina o idioma é capaz de interpretar e elaborar qualquer texto e se domina a matemática, capaz de compreender e fazer qualquer tipo de cálculo". O professor apenas citava os dois pilares do conhecimento e a escola não pode se privar de oferecê-lo ao aluno. Adquirir conhecimento é tarefa sempre árdua - exceto se você for um gênio -, principalmente a matemática que é impiedosamente cumulativa. Não existe caminho fácil.

Recentemente, minha sobrinha se desdobrava em aprender os jotas, os ges, os esses, os cedilhas... Veio me perguntar se eu sabia algum jeito mais fácil. Respondi: "vai ralando"...

que não abram livro algum, pois.
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Offline Thufir Hawat

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #58 Online: 19 de Novembro de 2007, 23:33:26 »
Dbohr, a culpa também não é só do aluno, quantos professores não conseguem passar o conteúdo de forma clara? E você sabe...quando você não consegue entender uma coisa...é fácil perder o interesse...
Claro que a responsabilidade não é só do aluno, mas é dele também.

Cabe à escola e principalmente ao professor facilitar a absorção do conhecimento por parte do aluno, e isso envolve, entre outras coisas, identificar a desmotivação no aluno e fazer aquele esforço extra (mas é verdade que muitos professores não o fazem). Porém isso não adianta se o aluno não reconhecer a disposição do professor e se esforçar também. Quer dizer, no fim das contas a a escola e o professor podem fazer muita diferença, mas o fator limitante ao fazer essa diferença é o interesse e o esforço do aluno.

Eu sempre procurei dedicar mais tempo que o da aula aos alunos que tinham dificuldade, organizando grupos de reforço, procurando formas altenativas de explicar a matéria e etc, às vezes até por e-mail.
Pra minha grata surpresa, muitos deles respondiam positivamente a isso, comparecendo ao reforço e se esforçando.

Mas uma minoria preferia ficar em casa, jogando videogame (que nem o Ilovefoxes) ou sei lá o quê. Aí não há o que fazer, não dá pra ir na casa de cada um e obrigá-los a aprender o que nem se dão ao trabalho de estudar. E acho que é por isso que tinham dificuldades.
Archimedes will be remembered when Aeschylus is forgotten, because languages die and mathematical ideas do not. "Immortality" may be a silly word, but probably a mathematician has the best chance of whatever it may mean.
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Offline Herf

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #59 Online: 19 de Novembro de 2007, 23:45:39 »
Citação de: Luiz Souto
O que estou querendo dizer é que o aluno tem que ter a oportunidade de contato com a literatura , sem a imposição de gosto , mas permitindo a ele descobrir do que gosta. É claro que sempre haverá os autores que serão apresentados em detrimentos de outros , mas uma seleção é sempre inevitável ( o Cristaldo certamente escolheria os de sua preferência estética). O importante é não tornar a leitura uma obrigação , principalmente não fazer dela uma tortura
E por que é aceitável que uns autores/estilos sejam apresentados em detrimento de outros?

Quer dizer, o respeito ao gosto do aluno e a infinidade de estilos e autores que existem no mercado já constituem, por si sós, ótimos motivos para que não exista qualquer disciplina que se proponha a incentivar o aluno ler livros de ficção.

Penso que a habilidade de leitura (ler nas entrelinhas) e o gosto pela prática são coisas que não se adquirem de maneira alguma dentro de disciplinas específicas. São coisas que se aprendem na prática, não na teoria. Por mais bem intencionada que seja, a tentativa de incentivar acaba se tornando, de certa forma, uma imposição que aborrece o aluno, prejudicando sua aprendizagem. Duvido que um professor de literatura, do alto de sua boa intenção em apresentar autores e estilos, aceitaria um Harry Potter ou mesmo quadrinhos do Homem Aranha como leituras válidas para se fazer um trabalho, por mais que determinado aluno, de fato, exercite sua imaginação e aproveite mil vezes mais a leitura do Harry Potter ou dos quadrinhos do que a leitura de um Ateneu ou Vidas Secas.

Assim como penso ser dispensável a cadeira de filosofia sob a alegação de que ela ensina a usar a razão ao pensar. O uso da razão não é algo que se aprende dentro de uma disciplina específica.

Pode-se alegar ainda a importância da literatura no entendimento da história. Mas aí eu penso que já é forçar demais a barra: a literatura é uma disciplina que vê a história de um ponto de viste extremamente restrito. Nada que seja de grande importância a um colegial.

Perceba que eu nem critico a disciplina de literatura por ela impor, nas escolas de hoje, autores que estão fora do meu gosto. Critico a existência desta disciplina.

Offline FxF

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #60 Online: 20 de Novembro de 2007, 00:13:00 »
Citar
Mas uma minoria preferia ficar em casa, jogando videogame (que nem o Ilovefoxes) ou sei lá o quê. Aí não há o que fazer, não dá pra ir na casa de cada um e obrigá-los a aprender o que nem se dão ao trabalho de estudar. E acho que é por isso que tinham dificuldades.
Mas qual então é a importância em ressaltar isso?

Um socialista pode argumentar que seu sistema é perfeito, só não funciona porque as pessoas preferem trabalhar sobre incentivo financeiro.
O que é uma completa falta de noção, porque o sistema tem de trabalhar com pessoa, as pessoas fazerem o oposto do que deveriam significa que o sistema foi mal feito.

Offline n/a

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #61 Online: 20 de Novembro de 2007, 00:27:51 »
A lista de livros é horrível, mas se os professores não impuserem a leitura de alguns 99,9% dos alunos jamais abrirá um livro. Ficamos assim: nos obrigamos a fazer os alunos lerem um mínimo, afinal a escola é a fronteira da civilização - quero crer - e aqueles que não sentem prazer na leitura estão dispensados de procurar mais. Suponho que a matemática siga a mesma toada.

Incentivar a leitura pela literatura? Veja bem, as obras de ficção representam apenas uma fração dos livros. Isso não é justificativa para que existam aulas de literatura nas escolas. Movimentos literários podem ser muito interessantes para quem se interessa pelo assunto, mas aprender a história das obras de ficção não é muito diferente de aprender a história das obras de teatro, da música ou do cinema. Se alguém se interessa por esses tipos de "arte", que seja feliz. Mas o ensino médio não deveria ser lugar para a literatura.

Aliás, acredito que, nos nossos tempos, as pessoas acabam valorizando demais a leitura. Eu gosto muito de ler sobre as coisas pelas quais me interesso, mas não acho que ler seja tão fundamental assim na vida de um indivíduo. Concordo plenamente com o sujeito da entrevista do link e destaco um trecho.

http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2007/p_086.html

O que teria ocorrido se os videogames tivessem surgido antes dos livros? Haveria quem dissesse que a leitura não estimula os sentidos. Não faltariam especialistas para demonstrar as vantagens do tradicional videogame, capaz de envolver a criança em um mundo realista e tridimensional, repleto de imagens animadas e trilhas sonoras. Os livros seriam vistos como uma seqüência enfadonha de palavras arrumadas numa página. Não faltariam argumentos científicos para condenar os livros. Note que apenas uma pequena parte do cérebro, dedicada ao processamento da linguagem escrita, é ativada durante a leitura, ao passo que os games acionam uma variedade completa de córtices sensoriais e motores. Por fim, os livros têm a capacidade trágica de isolar a pessoa...

Eu, pessoalmente, acho que há coisas que só podem ser encontradas nos livros. Gosto de ter acesso à informação assim. Mas, de qualquer forma, a vontade de ler é conseqüência do interesse pelo conteúdo da obra. Talvez, mais do que querer despertar "o prazer pela leitura" nas crianças, devessem estimular a curiosidade e a vontade de tentar entender as coisas.
« Última modificação: 20 de Novembro de 2007, 00:34:02 por Ricardo M »

Offline Südenbauer

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #62 Online: 20 de Novembro de 2007, 00:30:22 »
detesto repetir clichê, mas é isso mesmo; a melhor receita para não gostar de algo é ser obrigado a ele. são eles os maiores atrozes da literatura, os professores.
Você está ignorando o fato do povo brasileiro não possuir a cultura da leitura.

Engraçado como vocês criticam a literatura mas com outros assuntos acham que eles devem ser forçados ao ensino sim. Esse é o problema. Tudo isso que estamos conversando precisa ser ensinado. O comentário do Barata ali atrás foi bem pertinente.

Concordo que se dá muita atenção aos bobões do Romantismo enquanto que autores como M. de Assis, A. dos Anjos, F. Pessoa, E. Veríssimo, G. Rosa e C. Lispector são deixados de lado. Mas daí é uma questão de reforma, não de destruição.

Offline Thufir Hawat

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #63 Online: 20 de Novembro de 2007, 00:33:50 »
Citar
Mas uma minoria preferia ficar em casa, jogando videogame (que nem o Ilovefoxes) ou sei lá o quê. Aí não há o que fazer, não dá pra ir na casa de cada um e obrigá-los a aprender o que nem se dão ao trabalho de estudar. E acho que é por isso que tinham dificuldades.
Mas qual então é a importância em ressaltar isso?

Um socialista pode argumentar que seu sistema é perfeito, só não funciona porque as pessoas preferem trabalhar sobre incentivo financeiro.
O que é uma completa falta de noção, porque o sistema tem de trabalhar com pessoa, as pessoas fazerem o oposto do que deveriam significa que o sistema foi mal feito.
A importância em ressaltar isso é lembrar que a escola e o professor só podem ir até um certo ponto (embora muitas vezes eles não vão).
Não posso seqüestrar um aluno e amarrá-lo a cadeira da sala de reforço. E mesmo que pudesse, não haveria meios de, seqüestrado e amarrado que fosse, fazê-lo prestar atenção ou dar valor ao ensino se ele não o quisesse.

E sua comparação com o socialismo não cabe aqui. Em nenhum, momento eu disse que o "sistema" é perfeito e os alunos é que estão errados, muito pelo contrário, disse é que o sistema tem um fator limitante intrínseco, uma imperfeição fundamental e impossível de ser solucionada, que é a dependência do interesse do aluno.

Cabe ao professor procurar despertar esse interesse, de todas as formas possíveis imagináveis, mantê-lo, e quem sabe aumentá-lo ao longo do ano letivo. Sei que muitos professores não o fazem, e esse é um grande erro deles, que afeta enormemente aos alunos. Mas dado um professor que o faça, cabe ao aluno responder ao chamado, coisa que ninguém pode fazer por ele.

Escola não faz milagres, apenas oferece os meios para que o aluno se desenvolva. A decisão de se utilizar desses meios da melhor (ou da pior, ou de nem utilizá-los) forma possível cabe ao aluno.
« Última modificação: 20 de Novembro de 2007, 00:37:24 por Thufir Hawat »
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Offline Südenbauer

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #64 Online: 20 de Novembro de 2007, 00:40:01 »
Incentivar a leitura pela literatura? Veja bem, as obras de ficção representam apenas uma fração dos livros. Isso não é justificativa para que existam aulas de literatura nas escolas. Movimentos literários podem ser muito interessantes para quem se interessa pelo assunto, mas aprender a história das obras de ficção não é muito diferente de aprender a história das obras de teatro, da música ou do cinema. Se alguém se interessa por esses tipos de "arte", que seja feliz. Mas o ensino médio não deveria ser lugar para a literatura.
A escola deve ser incentivadora sim. Eu credito minha iniciação na leitura tanto pelos meus pais quanto pela escola. É claro que muita gente começa sozinha, mas isso não é motivo para a escola não incentivar. Nem todo mundo tem condições de abrir o Google para ver o que há de interessante no mundo.

Citação de: Ricardo M
Aliás, acredito que as pessoas acabam valorizando demais a leitura. Eu gosto muito de ler sobre as coisas pelas quais me interesso, mas não acho que ler seja fundamental na vida de um indivíduo.
Sim, eu concordo. Mas isso não é motivo para que não seja ensinada. Se formos mais longe, existem outras coisas que podem não ser tão essenciais na vida, mas que mesmo assim devem ser ensinadas.

Offline Fabi

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #65 Online: 20 de Novembro de 2007, 00:42:08 »
Mas uma minoria preferia ficar em casa, jogando videogame (que nem o Ilovefoxes) ou sei lá o quê. Aí não há o que fazer, não dá pra ir na casa de cada um e obrigá-los a aprender o que nem se dão ao trabalho de estudar. E acho que é por isso que tinham dificuldades.
Então... minoria... agora tem certas matérias como física, e matemática que são dificeis de ensinar, e tem professores que não sabem passar essas matérias de uma maneira clara que os alunos entendam.... e aí o que acontece? o desinteresse... quando alguém não entende uma coisa, principalmente crianças e adolescentes, eles não vão procurar entender, só vão perder o interesse...e jogar video game é bem mais fácil que ficar fazendo cálculos que você não entende...
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Offline Thufir Hawat

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #66 Online: 20 de Novembro de 2007, 00:51:46 »
Mas uma minoria preferia ficar em casa, jogando videogame (que nem o Ilovefoxes) ou sei lá o quê. Aí não há o que fazer, não dá pra ir na casa de cada um e obrigá-los a aprender o que nem se dão ao trabalho de estudar. E acho que é por isso que tinham dificuldades.
Então... minoria... agora tem certas matérias como física, e matemática que são dificeis de ensinar, e tem professores que não sabem passar essas matérias de uma maneira clara que os alunos entendam.... e aí o que acontece? o desinteresse... quando alguém não entende uma coisa, principalmente crianças e adolescentes, eles não vão procurar entender, só vão perder o interesse...e jogar video game é bem mais fácil que ficar fazendo cálculos que você não entende...
Por isso que eu disse que é extremamente importante que o professor aprenda a verificar essa perda de interesse, e procure maneiras de trazê-lo de volta.

Sei por experiência própria (dou aulas de física para os três anos do ensino médio e para cursinhos há três anos) que quando o professor deixa claro para os alunos que está disposto a passar mais tempo ajudando-os, a tentar novas abordagens de ensino, basicamente, quando ele não desiste dos alunos, boa parte deles se esforça para aprender, mesmo que não estejam tão interessados.

Agora, se apesar de toda a dedicação do professor há uma minoria de alunos que insiste em não estudar, em não fazer o mínimo que lhes é pedido (quando boa parte da classe se interessa e participa daquelas iniciativas), então os responsáveis por essa decisão de não se interessar, não se esforçar, são esses alunos.
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Offline Fabi

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #67 Online: 20 de Novembro de 2007, 01:01:12 »
Sei por experiência própria (dou aulas de física para os três anos do ensino médio e para cursinhos há três anos) que quando o professor deixa claro para os alunos que está disposto a passar mais tempo ajudando-os, a tentar novas abordagens de ensino, basicamente, quando ele não desiste dos alunos, boa parte deles se esforça para aprender, mesmo que não estejam tão interessados.

Agora, se apesar de toda a dedicação do professor há uma minoria de alunos que insiste em não estudar, em não fazer o mínimo que lhes é pedido (quando boa parte da classe se interessa e participa daquelas iniciativas), então os responsáveis por essa decisão de não se interessar, não se esforçar, são esses alunos.
Pela idade dos seus alunos a decisão é deles, mas para alunos do ensino fundamental, os responsáveis pelo desinteresse é o professor, os pais, a escola e etc...
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline Thufir Hawat

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #68 Online: 20 de Novembro de 2007, 01:11:27 »
Sei por experiência própria (dou aulas de física para os três anos do ensino médio e para cursinhos há três anos) que quando o professor deixa claro para os alunos que está disposto a passar mais tempo ajudando-os, a tentar novas abordagens de ensino, basicamente, quando ele não desiste dos alunos, boa parte deles se esforça para aprender, mesmo que não estejam tão interessados.

Agora, se apesar de toda a dedicação do professor há uma minoria de alunos que insiste em não estudar, em não fazer o mínimo que lhes é pedido (quando boa parte da classe se interessa e participa daquelas iniciativas), então os responsáveis por essa decisão de não se interessar, não se esforçar, são esses alunos.
Pela idade dos seus alunos a decisão é deles, mas para alunos do ensino fundamental, os responsáveis pelo desinteresse é o professor, os pais, a escola e etc...
Com relação ao ensino fundamental não saberia dizer com ceteza, só dou aulas para o ensino médio.
Mas desconfio que dizer que não são nem parcialmente responsáveis nesse sentido seja subestimá-los, pelo menos do, vá lá, 8o ou 9o anos em diante.
Archimedes will be remembered when Aeschylus is forgotten, because languages die and mathematical ideas do not. "Immortality" may be a silly word, but probably a mathematician has the best chance of whatever it may mean.
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Offline Fabi

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #69 Online: 20 de Novembro de 2007, 01:17:52 »
Com relação ao ensino fundamental não saberia dizer com ceteza, só dou aulas para o ensino médio.
Mas desconfio que dizer que não são nem parcialmente responsáveis nesse sentido seja subestimá-los, pelo menos do, vá lá, 8o ou 9o anos em diante.
É que eu não tava falando da oitava série...tava falando da quinta série...bem do comecinho mesmo... na oitava eles já são grandinhos...
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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #70 Online: 20 de Novembro de 2007, 01:22:15 »
Com relação ao ensino fundamental não saberia dizer com ceteza, só dou aulas para o ensino médio.
Mas desconfio que dizer que não são nem parcialmente responsáveis nesse sentido seja subestimá-los, pelo menos do, vá lá, 8o ou 9o anos em diante.
É que eu não tava falando da oitava série...tava falando da quinta série...bem do comecinho mesmo... na oitava eles já são grandinhos...
É, aí pode até ser.
Não saberia opinar... pra falar a verdade, mal me lembro da quinta série :(
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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #71 Online: 20 de Novembro de 2007, 03:45:51 »
Vocês estão subestimando as crianças....... Criança não tem que ir pra escola porque é legal, não tem que ir porque é interessante ou divertido,Tem que ir porque faz parte de um processo de aprendizado que vai ser importante para sua vida futura.Toda criança sabe disso, e se não sabem cabe aos pais informarem isso a elas... Ou será que quando adultas elas só devem aceitar empregos que sejam divertidos e interessantes?Sabemos que isso é irreal.

Como despertar a vontade de escrever em alguém que nunca teve contato com literatura?Como vão surgir biólogos se não houver essa diciplina no ensino médio e fundamental?Ninguém sabe para qual matéria tem afinidade até que se tem contato com ela.

Não se pode basear um curriculo escolar na base do gosto de cada um, o que cada pessoa acha mais proveitoso ou não.... Cada pessoa tem interesses e gostos diferentes.Como um físico poderá interpretar um problema se não sabe interpretação de texto?Como se criar um corretor ortográfico se o programador não sabe gramática?Ficaríamos com um bando de especialistas tapados.

He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Dbohr

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #72 Online: 20 de Novembro de 2007, 07:18:12 »
Fabi, apesar da tangente longa e sem sentido à qual fui arrastado, defendo a mesma coisa que o Thufir - é preciso modelar a escola e os professores ao presente. Porém, como diz o ditado, "podemos levar o burro até a água, mas não podemos obrigá-lo a beber".

Repare que isso não é colocar a culpa toda nas costas do aluno, mas reconhecer que o ensino é um processo encadeado.

Sobre o desinteresse das crianças do Ensino Fundamental: você citou outro ponto-chave. Muitas vezes os pais vão procurar escolas na tentativa de "consertar" os seus filhos. E reclamam quando a criança é mal-educada, agressiva e não gosta de estudar. Ora, escola é primariamente para instrução. A educação formal e o caráter tem que ser formado primariamente em casa. A escola pode ajudar, mas dificilmente vai definir. Para o pai ausente é muito fácil jogar a culpa na escola.

Offline Luis Dantas

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #73 Online: 20 de Novembro de 2007, 07:44:03 »
Sobre o desinteresse das crianças do Ensino Fundamental: você citou outro ponto-chave. Muitas vezes os pais vão procurar escolas na tentativa de "consertar" os seus filhos. E reclamam quando a criança é mal-educada, agressiva e não gosta de estudar. Ora, escola é primariamente para instrução. A educação formal e o caráter tem que ser formado primariamente em casa. A escola pode ajudar, mas dificilmente vai definir. Para o pai ausente é muito fácil jogar a culpa na escola.

Assunto tão desagradável quanto importante...
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Dbohr

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Re: Conteúdos da escola
« Resposta #74 Online: 20 de Novembro de 2007, 07:48:11 »
Para não dizer: a mercantilização do ensino, aliado à crescente cooptação dos sindicatos de professores por partidos políticos só tende a destruir o ambiente de sala de aula. E adivinhe quem sofre mais?

 

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