Eu sou a favor da pena de morte para psicopatas ... mas aqui no Brasil a pena de morte não é aplicável.
Não é possível manter a pessoa medicada e presa, não? Até onde sei, é possível E praticável. Matar o cara por não se ligar pro que é certo é o maior absurdo... afinal de contas, a cadeia serve pra quê nesse mundo, senão pra punir quem faz errado? Coisa boba hein.
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Certeza de punição ajuda, mas o que realmente inibe o crime é a convicção de que ele não compensa. Punição é apenas um dos possíveis motivos - e provavelmente um dos menos recomendáveis.
o beccaria tinha chegado à receita perfeita. a punição tem de ter três elementos, dizia ele; a certeza, a rapidez e a severidade, em ordem de importância. e de fato se a punição é certa, rápida e severa, a idéia de que o crime não compensa se faz bem clara.
o problema é que talvez não tenhamos como garantir o trinômio da maneira ideal, excessão feita ao último item, que por si só não vale nada. poderíamos nos aproximar dele, mas tudo caminha no sentido contrário; para os dois lados da discussão parece que a coisa se resolve ou aumentando a severidade da punição ou a diminuindo, esquecendo-se dos outros dois aspectos da pena.
O que fode, bruno, é que o mundo dá trezentas longas voltas em torno do Sol e nós não temos nada de novo. SUPEREM ISSO gentes, tudo que devia ser dito já o foi, e bem melhor dito.
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Vocês viram que as execuções estão suspensas nos EUA? Um mês inteirinho sem nenhuma? Pois é.
A Suprema Corte está analisando a "humanidade" do uso da injeção letal. Não existe esperança de acabar pra sempre, nem nada, mas é que aparentemente tem gente que fica lá 3h gritaaaando até morrer, e nós contemporâneos viadinhos não agüentamos.
É curioso isso de execução. Porque, vejam, os antigos tinham uns meios muito MAUS de executar (aparentemente todo povo usou em alguma altura do campeonato técnicas consistentes em deixar o desgraçado ser morto por insetos). A linha do tempo que nos interessa é basicamente forca - guilhotina - cadeira elétrica - injeção letal. São as mais "pop", por assim dizer.
Porque é daquelas coisas que só a Revolução Francesa faz por nós. AAAANTES, era basicamente que as pessoas importantes tinham privilégios até na hora da execução: nobre morre pela espada. Agora, gente comum vai pra forca (ou pra coisas piores como a roda - na Inglaterra a forca também não é moleza, o Henrique VIII condena a enforcamento, estripamento (?) e decapitação). A gente aprende no colégio que o Terror é aquele período em que todos estão apavorados com a possibilidade de contra-revolução e o governo da França fica com o Comitê de Salvação Pública, i.e., com o Robespierre. Todos os direitos políticos obtidos foram suspensos e as pessoas eram executadas depois de "processo sumário". Agora, o pau-no-cu obcecado com a "virtude" que era, também, todo "inimigo do povo" era condenado e, nessa baderna, mil e tantas pessoas foram executadas em menos de um ano.
Tamanha demanda de execuções necessitava de um método eficiente, à prova de falhas - daí o uso sistemático da guilhotina. É um momento que marca uma diferença PROFUNDA entre o atual e o ancien régime - porque, naturalmente, há uma obcessão com a eficácia: afinal de contas, você pega o cara, estica o cara e solta a lâmina, thuc, morreu (tinha um membro do comitê que foi executado junto com Danton e todo mundo, cujo nome esqueci, que era aleijado, daí que precisaram quebrar ele um pouco para poder deitá-lo, mas isso não conta como crueldade em razão da finalidade, né). Enfim.
MAS NÃO É SÓ ISSO: todo mundo vai pra forca, desde jornalista a rei. Daí que a revolução inova até nisso: o método de aplicação da pena capital é o mesmo para todos os cidadãos, é eficiente e não causa dor.
Desde então existe essa obsessão em matar as pessoas da maneira mais humana possível. Agora, há que lembrar que a guilhotina aí é OUTRA CIRCUNSTÂNCIA nada relacionada à criminalidade cotidiana.