Olha Adriano, eu não pretendia mais responder, só ler o que você escrevesse, mas depois dessa:
Cometeu uma falácia, um Non sequitour. As cotas não tem nada que impeça ou que prejudique a melhoria do ensino público, pelo contrário, são medidas que devem ser tomadas em conjunto para a eliminação do racismo em todos os níveis, conforme aponta o relatório da UNESCO, que tem dados empíricos para o Brasil, e consoante com as discussões internacionais sobre educação e medidas para melhoria.
PQP!
É a quarta ou quinta vez que você traz isso a tona! Em momento algum eu afirmei que a aplicação das cotas impeça a adoção de medidas de melhoria de ensino!
O que eu disse, e não há non-sequitur algum nisso, é que a adoção de medidas de melhora do ensino tornariam as cotas irrelevantes. Você mesmo concordou com iso em pelo menos uma mensagem...
Olha o cachorro morto aí... 
Não tem nada de irrelevante as cotas atenderem os que não foram beneficiados pela qualidade de ensino público que falta atualmente e até as medidas adotadas surgirem efeitos.
O que eu concordo é que o proprema fundamental é o do ensino básico, mas este só vai ter efeito, adotando a sua estimativa, 25 anos após, dependendo da vontade política. Eu já diria que são uns 100 anos no mínimo para isso acontecer no país. As mudanças políticas são muito demoradas, e uma medida paliativa que não prejudica em nada não deve ser eliminada para esperar bons resultados do governo na educação. Isso já é esperado há muito tempo.
O seu relato evidência a igualdade de competência entre as etnias. Mas a diferença social não é exatamente entre o aproveitamente individuail de alunos de um mesmo colégio (o que ocorre nas públicas, diferenças de aproveitamento entre as etnias), mas sim a distribuição dos alunos brancos e dos alunos negros no sistema educacional. Os brancos estão em média nos melhores colégios e numa proporção muito maior. Os negros estão em maior peso nas escolas públicas com um ensino ruim.
Antes de mais nada, prove que a taxa de aprovação de alunos negros pobres da escola pública é significativamente menor que a taxa de aprovação de alunos não-negros pobres da escola pública.
O que sei a respeito me leva a conclusão de que não há tais diferenças.
Existe menor desempenho e maior evasão escolar, refletidos pela situação de pobreza dos negros, onde pesa mais nas classes mais baixas a diferença étnica.
Discriminação Racial nas Escolas: entre a lei e as práticas sociais - Hélio Silva Jr. - UNESCO.
Não tem dado nenhum nesse documento a respeito de difrernças de desempenho entre alunos negros e não-negros da escola pública. o desempenho individual dos alunos negros que completam o ensino médio em escola pública deve ser o mesmo dos não-negros que completam o ensino médio na mesma instituição. Se há maior evasão entre os negros, ou se há problemas de racismo já no ensino fundamental e médio não são cotas para o ensino superior que vão resolvê-los, mas sim medidas que atuem diretamente sobre o aluno negro do ensino fundamental e médio.
No paper tem uma parte dedicada as estatísticas educacionais étnicas. O gráfico 2 do capítulo 1.1 . O gráfico 1 é sobre a proporção entre negros e brancos de acordo com os décimos de renda, algo que o Barata questionou no outro tópico.
As cotas fazem parte de ações afirmativas para a etnia negra e não para solucionar o problema educacional. Por isso que elas cumprem o seu papel ao incluir os negros na universidade. Embora a solução do problema a longo prazo passe pelo sistema educacional.
A proporção não é meio a meio, esse é um erro de raciocínio muito comum na defesa das cotas, a suposição de igualdade de condiçoes.
Os brancos competem geralmete entre si, já que estes são a maioria entre os abastados. São maioria no vestibular, e a taxa de aprovação ainda é maior entre os brancos. Os negros abastados são minorias, os negros tem menor representação na disputa das vagas e tem um resultado pior.
A injustiça social tira o mérito dos brancos aprovados por competirem com negros não tão bem preparados quanto eles. Os brancos são mais numerosos entre os mais ricos e por isso tem maior preparo e são mais numerosos que os negros entre os aprovados, mesmo proporcionamente.
As cotas combatem essa discriminação, que exclui os negros em sua maioria, por estes serem vítimas da injustiça social. E se a questão social tem peso no preparo para o vestibular, esse reflete essa injustiça, tornando o mérito secundário em virtude das melhores condições de aprimoramento mérito individual.
Vamos retomar a questão, já que você está fugindo dela:
[/quote]
Não estou fugindo de questão alguma, mantenho o que disse e pelos mesmos motivos, pode não ter ficado claro ainda esses motivos.
você dise que não há mérito em um aluno não-negro da escola particular ser aprovado no vestibular por que ele compete com negros menos prepardos. Depois você falou que os não-negros bem preparados competem entre si. Agora você falou as duas coisas num mesmo parágrafo.
Ora, uma coisa não impede a outra. A competição entre os brancos preparados seleciona os que tem melhor mérito individual, embora também exista desigualdade entre os brancos, porém não tanta quanto em relação aos negros.
Portanto os brancos abastados competem entre si E injustamente contra os não tão bem preparados, do qual os negros são a maior parte.
E ainda assim continua sendo mérito dos aprovados! Concorrer com 30 pessoas pela mesma vaga, a maioria delas tão preparada quanto você e vencer a concorrência é mérito sim senhor!
Você pode considerar assim, mas vejo um mérito relativo, já que estão excluidos da competição negros e pobres com menor preparo, mas com igual ou até maior capacidade que os primeiros. A diferença primordial ainda é a socioeconômica e não o mérito individual, já que nem todos tem as mesmas oportunidades de competirem de forma justa, devido a injustiça social.
Fechar o foco apenas entre os mais aptos, é perder de vista os que são bons mas não tiveram a oportunidade de mostrar isso.
Mas vou parar por aqui. Agora já deu. E não se preocupe com o palavrão lá em cima, pode denunciar à moderação e aceitarei as conseqüências de bom grado.
Abraços.
Relaxe, não vi nada demais. Por mim está tudo bem. Problema para mim são os ataques diretos do Luiz quanto a minha moral e ética. Isso acho desrespeitoso, já de você não tenho do que reclamar, sempre foram boas discussões.
E me desculpe ser chato, mas faz parte de defender o que penso ser correto. Caso não houvesse discordância não haveria nem discussão.
