Como eu coloquei no outro fórum.
Lá no RV? Quem é você lá?
Zumbi filosófico.
Se a questão é liberdade, acho que devem se perguntar em qual sociedade hipotética todos tem maior liberdade: numa em que as pessoas tem a liberdade para discriminação racial/sexual/etc, ou numa em que isso coibido legalmente pelo estado. Pra mim parece bastante claro que é a segunda opção.
Daí aparecem duas questões que coloquei no meu post:
1) Discriminação racial/sexual/religiosa são apenas alguns tipos de discriminação que uma pessoa pode cometer. Por que "privilegiá-los"? O que se passaria no caso em que um sujeito não foi contratado só porque o patrão "não foi com a sua cara"? Deveríamos proibi-lo de não se relacionar/contratar uma pessoa a partir de um critério pessoal?
2) Como o estado pode dizer quem agiu de uma forma discriminatória ou não? Isso nós já havíamos discutido em outro tópico, acho que foi com você. Só é possível dizer com certeza que fulano discriminou ciclano se foi dito algo como "seu judeu de merda". Mas casos como este compreendem uma parcela muito pequena do tipo de discriminação que você (e os outros do tópico) pensam que deva ser impedida pelo estado. Se eu deixar de contratar um muçulmano por não gostar de pessoas desta religião, poderia dizer que "não fui com a cara do sujeito" e ninguém poderia provar que houve discriminação religiosa.
Eu acho a questão de algumas pessoas poderem deixar de contratar alguém por um critério tosco como "não ir com a cara", ou contratar parentes, e etc, complicações comparáveis a por exemplo, assassinatos (fraudes, falsificação de dinheiro) que podem ser muito bem feitos e não parecer haver crime algum; ou ainda, a idade legal para sexo, que, hora ou outra, fica sendo toscamente uma questão de dias, horas, minutos até.
(mas
não estou dizendo "se legalizassem a discriminação, teria que se legalizar o assassinato, fraudes e pedofilia")
Acaba sendo muito complicado, talvez impossível, idealizar leis perfeitas, o que se pode fazer é tentar fazer o melhor possível, e não simplesmente relaxar pela dificuldade em se conseguir sempre que a lei seja seguida. Nesse caso especificamente, obviamente acho que o melhor possível são leis proibindo a discriminação impertinente a cargos e negócios diversos*.
Realmente eu não imagino um jeito ideal de averiguar esse tipo de coisa, vou pesquisar a respeito. Mas acho que não ser legal a discriminação explícita já é melhor do que nada. Pelo menos nesses poucos casos em que alguém dá bandeira, a pessoa teria como se defender.
*E apenas isso. Não interfere na esfera pessoal, nem obriga a contratar gagos para atendentes de telemarketing ou intérpretes.
Um cara pode ter uma loja, e essa loja é de certa forma, pública, presta um serviço público, ainda que ele seja o dono. Então, a menos que se ache que direitos do consumidor são balela, todos tem o direito de comprar, se puderem pagar. Isso não obriga o cara a gostar de todas raças, a casar com alguém de uma raça que não goste, ou que a sua casa seja habitada por mendigos, como disseram que o Lula disse que seria em 89. Ele pode escolher não
dar um presente para alguém duma raça que não goste, ou não aceitar um presente de um (esfera pessoal), mas é obrigado a atendê-lo na esfera profissional independentemente dos gostos pessoais.