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A livre discriminação deveria ser legalizada?

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Autor Tópico: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?  (Lida 22418 vezes)

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Offline Agnostic

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #25 Online: 30 de Novembro de 2007, 14:43:37 »
Se uma pessoa quer quebrar o próprio negócio por ser preconceituosa deveria ser capaz de faze-lo.
O problema é que para o mercado "ninguém é insubstituível". A não ser que o cara seja alguém com um alto grau de conhecimento e experiência técnica, o empregador facilmente vai achar substitutos para o que quer que ele procure...


E o mercado também vai escolher se usa serviços de um racista preconceituoso.


Aliás, não sei porque vocês acham que agora as coisas são diferentes.... Mesmo agora, cada um contrata quem quiser,racistas não contratam negros, hopmofóbicos não contratam homossexuais.... usando outros meios para isso....



Se um empregado for demitido por racismo do empregador, ele pode ser processado.

E o que é o mercado? Ora, é basicamente a sociedade. Não existe isso de falar em "mercado" como se fosse uma terceira pessoa, como se fosse a "mão invisível" de Adam Smith. É muito ingênuo pensar que o mercado se regulariza sozinho, como se algo sobrenatural criasse uma harmonia.
Who cares?

Offline Agnostic

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #26 Online: 30 de Novembro de 2007, 14:45:55 »
E o mercado também vai escolher se usa serviços de um racista preconceituoso.
Vai sim, se o produto tiver melhor custo/benefício. Consciência social só existe na europa, e olhe lá...

Aliás, não sei porque vocês acham que agora as coisas são diferentes.... Mesmo agora, cada um contrata quem quiser,racistas não contratam negros, hopmofóbicos não contratam homossexuais.... usando outros meios para isso....
O problema é a instituicionalização disso... Esse tipo de atitude é obviamente danosa para minorias...

Qual a vantagem de legalizar isso? Liberdade de expressão? Isso você já tem. O que a sociedade ganha legalizando?

Talvez expor o racismo e o preconceito seja uma maneira melhor de acabar com ele que mante-lo na forma velada que é essa no Brasil.


Dado o conhecido fortíssimo racismo no Japão, principalmente em relação aos negros, creio que isso que você disse não é válido.
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Offline Barata Tenno

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #27 Online: 30 de Novembro de 2007, 14:55:28 »
No Japão o racismo não é tão grande com negros como é com chineses e coreanos....

E no no Japão você pode negar serviço a quem quer que seja, ja houve cidades onde em bares e restaurantes a entrada de brasileiros foi proibida por um bom tempo.... Com motivo...

Mais racistas com negros são os japoneses que vivem no Brasil...
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Offline Alegra

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #28 Online: 30 de Novembro de 2007, 14:59:01 »
Acho que voce está perguntando se está no direito de cada um escolher se quer ou não negros, homossexuais, mulher, gordo, chinês, baixinho, deficiente, etc. na sua empresa, ou casa, ou emprego, etc..., né?!

Se esse querer é discriminação ou se as pessoas têm direito a fazerem isso. É isso??




Não é isso. Este direito já existe. Se o empregador não quer branco, não contrata branco. O que ele está propondo é o fim dos crimes de racismo, sexismo etc. É poder falar abertamente mal dos brancos, dos negros etc, montar uma loja e dizer proibida a entrada de hispânicos, por exemplo.

Putz, então voto não outra vez! Isso seria um retrocesso total, uma banalização de toda luta contra qualquer preconceito.

APESAR......que mesmo proibido nos dias de hoje, isto ainda é pratica bem comum..... :umm:

Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Rhyan

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #29 Online: 30 de Novembro de 2007, 14:59:19 »
Não tenho opinião formada.

Nigh†mare

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #30 Online: 30 de Novembro de 2007, 15:05:54 »
No Brasil, a Constituição estabelece a função social da propriedade e da empresa.

É fato que, se um empregador não quer contratar um negro ou um homossexual, ou o que seja, ele não contrata e pronto, e pode alegar motivos escusos para isso.

Mas é inadimissível, além de inviável, que o dono de uma empresa se negue a fornecer produtos e serviços por meros motivos discriminatórios. Nenhuma lei pode "legalizar" isto, seria inconstitucional (além de imoral e teratológica).


Nigh†mare

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #31 Online: 30 de Novembro de 2007, 15:07:49 »
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Offline Barata Tenno

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #32 Online: 30 de Novembro de 2007, 15:11:35 »
Night, estamos falando hipoteticamente.........
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Offline Alegra

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #33 Online: 30 de Novembro de 2007, 15:12:12 »
 :umm: É nessas horas em que paro para pensar nestas questões é que vejo o quanto precisamos de leis e o quanto estamos longe de podermos ser anarquistas... somos (nós seres humanos) ainda tão bárbaros!...tão apegados a conceitos idiotas!...  :(


 
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Offline Barata Tenno

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #34 Online: 30 de Novembro de 2007, 15:15:16 »
:umm: É nessas horas em que paro para pensar nestas questões é que vejo o quanto precisamos de leis e o quanto estamos longe de podermos ser anarquistas... somos (nós seres humanos) ainda tão bárbaros!...tão apegados a conceitos idiotas!...  :(


 


Que conceitos idiotas?
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Offline Alegra

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #35 Online: 30 de Novembro de 2007, 15:20:18 »
Pré conceitos idiotas......... 
Falha minha...



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Offline Südenbauer

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #36 Online: 30 de Novembro de 2007, 16:13:10 »
Na sociedade em que vivemos não vejo como a legalização da discriminação possa ser viável. Talvez em uma mais ideal, sim...

Mas eu ainda quero pensar mais a respeito.  :|

Nigh†mare

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #37 Online: 30 de Novembro de 2007, 17:54:44 »
Night, estamos falando hipoteticamente.........
Hipoteticamente não sou a favor de legalizar discriminação alguma em hipótese alguma.

Quem pensa nesse tipo de coisa deveria pensar não no lugar de grupo dominante, mas no lugar do grupo dominado. Os que são a favor desse tipo de coisa, por favor, coloquem-se no lugar de um representante de um grupo dominado que precisa comprar um remédio de uma farmácia pertencente a um grupo dominante que não quer vender ao grupo dominado, e não tem alternativas senão esta.

Grande besteira esta hipotetização. Grande retrocesso. É como hipotetizar sobre os eventuais benefícios da volta da Sa(tâ)n(ica)ta Inquisição e das queimadas em fogueira (astrólogos e Edires Macedos não iriam mais enganar ninguém).

Bulshit.

Offline Herf

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #38 Online: 30 de Novembro de 2007, 18:22:58 »
Prefiro dizer que sou a favor da não-proibição da discriminação por critérios pessoais em relações particulares. Não sei por que, mas responder "sim" à pergunta na forma como está no título do tópico pode soar meio "pesado". Frescura minha, talvez. Ou não, hehe...

Mas vamos aos argumentos. Estava rolando uma discussão semelhante lá no Religião é Veneno, e argumentei o seguinte: penso só ser aceitável punir quem incite desordem e violência. Uma pessoa que simplesmente assuma discriminar outras por cor/sexo/religião não está incitando à violência.

Não pensem que estou falando em liberdade de expressão total. A liberdade de expressão deve ter limites, estes são a difamação, a calúnia e a incitação à violência.

Acho que pode-se traçar uma linha razoavelmente bem definida entre o que é uma "simples discriminação" e uma incitação à violência ou difamação. Chamar alguém publicamente de "porco", "escória" ou "lixo" constitui difamação, e talvez até incitação à violência.

Mas isto difere bastante de simplesmente assumir publicamente que não se gosta de asiáticos, por exemplo, e, em conseqüência, não os querer em sua propriedade. Não nos importemos com os motivos que levam uma pessoa a possuir tal desgosto. Devemos apenas nos assegurar de que essa pessoa não passe dos limites acima descritos. Por que haveríamos de entender como injuriante ou ameaçador um comentário como "não gosto de norte-americanos, não os quero aqui em minha propriedade"? Se ficasse basicamente nisso, penso que o autor estaria em seu direito ao dizer que não gosta de pessoas daquela nacionalidade e ao não permitir que entrem em suas posses. Muito diferente de dizer publicamente coisas como "yankees são uns porcos", "vamos explodir os muçulmanos", etc.

Suponhamos que um homem branco, bem apresentado, totalmente normal no que se refere a qualquer característica como porte físico, fisionomia, e mesmo competência, se candidatasse a uma vaga que ofereço. Eu posso simplesmente alegar que não fui com a cara deste candidato e por isso não quis contratá-lo.

Há alguém neste mundo que negaria tal direito meu?

Este deve ser um direito meu, se a propriedadde é minha, só entra e trabalha aqui quem eu quiser. E mais: não devo ter a obrigação de manter relacionamentos e fechar contratos com pessoas que, por algum motivo (não importa qual), não me agradam.

Tenho o direito de discriminar este cidadão por não ir com a sua cara. Agora pergunto: se um critério pessoal como simplesmente "não ir com a cara" é válido para selecionar candidatos, por que o critério "cor da pele" deveria merecer alguma atenção especial, de modo que eu pudesse usar qualquer critério pessoal para minha seleção exceto este?

(Caso a minha posição liberal com relação ao assunto gere suposições equívocas a meu respeito, ressalto que não tenho a menor simpatia por aqueles que discriminam por cor ou por qualquer outro critério irrelevante).

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #39 Online: 30 de Novembro de 2007, 18:35:35 »
Como eu coloquei no outro fórum. Se a questão é liberdade, acho que devem se perguntar em qual sociedade hipotética todos tem maior liberdade: numa em que as pessoas tem a liberdade para discriminação racial/sexual/etc, ou numa em que isso coibido legalmente pelo estado. Pra mim parece bastante claro que é a segunda opção.

Pode ser menor a liberdade no total, no segundo caso, se uma sociedade tem a maioria racista ou sexista, se o grupo oprimido for numericamente menor, mas acho que não é toda liberdade que é igual, só porque é "liberdade". Acho que esse é um tipo de liberdade "vale menos", assim como liberdade de usar violência, ainda que seja algo "passivo".

Offline Mussain!

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #40 Online: 30 de Novembro de 2007, 18:40:08 »
Só uma perguntinha, para eu me situar:

Existe um negro qualificado para um cargo "x", mas o dono da empresa, ou seja lá o que for, irá rejeitá-lo porque ele é negro....? Simplesmente porque o cara é negro?!


Putz......

Offline Herf

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #41 Online: 30 de Novembro de 2007, 18:49:23 »
Como eu coloquei no outro fórum.
Lá no RV? Quem é você lá?
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Se a questão é liberdade, acho que devem se perguntar em qual sociedade hipotética todos tem maior liberdade: numa em que as pessoas tem a liberdade para discriminação racial/sexual/etc, ou numa em que isso coibido legalmente pelo estado. Pra mim parece bastante claro que é a segunda opção.
Daí aparecem duas questões que coloquei no meu post:

1) Discriminação racial/sexual/religiosa são apenas alguns tipos de discriminação que uma pessoa pode cometer. Por que "privilegiá-los"? O que se passaria no caso em que um sujeito não foi contratado só porque o patrão "não foi com a sua cara"? Deveríamos proibi-lo de não se relacionar/contratar uma pessoa a partir de um critério pessoal?

2) Como o estado pode dizer quem agiu de uma forma discriminatória ou não? Isso nós já havíamos discutido em outro tópico, acho que foi com você. Só é possível dizer com certeza que fulano discriminou ciclano se foi dito algo como "seu judeu de merda". Mas casos como este compreendem uma parcela muito pequena do tipo de discriminação que você (e os outros do tópico) pensam que deva ser impedida pelo estado. Se eu deixar de contratar um muçulmano por não gostar de pessoas desta religião, poderia dizer que "não fui com a cara do sujeito" e ninguém poderia provar que houve discriminação religiosa.

Nigh†mare

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #42 Online: 30 de Novembro de 2007, 19:06:01 »
Prefiro dizer que sou a favor da não-proibição da discriminação por critérios pessoais em relações particulares. Não sei por que, mas responder "sim" à pergunta na forma como está no título do tópico pode soar meio "pesado". Frescura minha, talvez. Ou não, hehe...

Mas vamos aos argumentos. Estava rolando uma discussão semelhante lá no Religião é Veneno, e argumentei o seguinte: penso só ser aceitável punir quem incite desordem e violência. Uma pessoa que simplesmente assuma discriminar outras por cor/sexo/religião não está incitando à violência.

Não pensem que estou falando em liberdade de expressão total. A liberdade de expressão deve ter limites, estes são a difamação, a calúnia e a incitação à violência.

Acho que pode-se traçar uma linha razoavelmente bem definida entre o que é uma "simples discriminação" e uma incitação à violência ou difamação. Chamar alguém publicamente de "porco", "escória" ou "lixo" constitui difamação, e talvez até incitação à violência.

Mas isto difere bastante de simplesmente assumir publicamente que não se gosta de asiáticos, por exemplo, e, em conseqüência, não os querer em sua propriedade. Não nos importemos com os motivos que levam uma pessoa a possuir tal desgosto. Devemos apenas nos assegurar de que essa pessoa não passe dos limites acima descritos. Por que haveríamos de entender como injuriante ou ameaçador um comentário como "não gosto de norte-americanos, não os quero aqui em minha propriedade"? Se ficasse basicamente nisso, penso que o autor estaria em seu direito ao dizer que não gosta de pessoas daquela nacionalidade e ao não permitir que entrem em suas posses. Muito diferente de dizer publicamente coisas como "yankees são uns porcos", "vamos explodir os muçulmanos", etc.

Suponhamos que um homem branco, bem apresentado, totalmente normal no que se refere a qualquer característica como porte físico, fisionomia, e mesmo competência, se candidatasse a uma vaga que ofereço. Eu posso simplesmente alegar que não fui com a cara deste candidato e por isso não quis contratá-lo.

Há alguém neste mundo que negaria tal direito meu?

Este deve ser um direito meu, se a propriedadde é minha, só entra e trabalha aqui quem eu quiser. E mais: não devo ter a obrigação de manter relacionamentos e fechar contratos com pessoas que, por algum motivo (não importa qual), não me agradam.

Tenho o direito de discriminar este cidadão por não ir com a sua cara. Agora pergunto: se um critério pessoal como simplesmente "não ir com a cara" é válido para selecionar candidatos, por que o critério "cor da pele" deveria merecer alguma atenção especial, de modo que eu pudesse usar qualquer critério pessoal para minha seleção exceto este?

(Caso a minha posição liberal com relação ao assunto gere suposições equívocas a meu respeito, ressalto que não tenho a menor simpatia por aqueles que discriminam por cor ou por qualquer outro critério irrelevante).
São bem antigos os ideias que diferenciam um e outro tipo de propriedade.

Na sua casa, você tem o direito de impedir o acesso de quem quer que seja, pelo motivo que quiser (com as excessões que conhecemos).

Na sua empresa, se ela está aberta para brancos comprarem, também está aberta para negros e para todo mundo que se ache em iguais condições objetivas. Isto porque, a empresa, não é só um meio de subsistência de seu fundador, é muito mais que isso. É uma concessão da sociedade. Quem tem uma empresa, só tem porque a sociedade permite e nas formas que a sociedade permite. Dentro da sociedade todos são iguais (com as excessões que conhecemos).

Uma empresa não pode ter por objeto a venda de produtos e serviços para um determinado grupo por questões meramente discriminatórias. A empresa vende para a sociedade. Todos aqueles em iguais condições de negociação têm o direito de negociar com a empresa.

Estamos no século XXI e compomos um organismo chamado sociedade, que nos dá o direito de nos individualizarmos dentro de certos limites (que estão longe de serem poucos). O limite primário da empresa é a sociedade. Aquele que escolhe ter um empresa deve estar ciente disso (o mundo seria lindo se as pessoas fossem conscientes disso).

Olha o retrocesso que seria a legalização/descriminalização da discriminação:

Hoje, no Brasil, todos os bancos (todas as empresas) são obrigados a adaptarem seu ambiente facilitando o acesso de pessoas idosas e pessoas portadoras de deficiência, retirando degraus e obstáculos, por exemplo. Legalize-se a discriminação e todos os bancos poderiam se livrar desse ônus. Mais: planos de saúde poderiam discriminar idosos, limitando seus contratos. E mais... Ah, nem vou continuar a exemplificar... A função social da propriedade veio para ficar. Essas hipóteses do tópico implicariam num retrocesso de mais de quatro séculos!

Nigh†mare

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #43 Online: 30 de Novembro de 2007, 19:07:52 »
Como eu coloquei no outro fórum. Se a questão é liberdade, acho que devem se perguntar em qual sociedade hipotética todos tem maior liberdade: numa em que as pessoas tem a liberdade para discriminação racial/sexual/etc, ou numa em que isso coibido legalmente pelo estado. Pra mim parece bastante claro que é a segunda opção.

Pode ser menor a liberdade no total, no segundo caso, se uma sociedade tem a maioria racista ou sexista, se o grupo oprimido for numericamente menor, mas acho que não é toda liberdade que é igual, só porque é "liberdade". Acho que esse é um tipo de liberdade "vale menos", assim como liberdade de usar violência, ainda que seja algo "passivo".
Eqüidade.  :ok:

Offline Herf

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #44 Online: 30 de Novembro de 2007, 19:24:32 »
Citação de: Nightmare
São bem antigos os ideias que diferenciam um e outro tipo de propriedade.

Na sua casa, você tem o direito de impedir o acesso de quem quer que seja, pelo motivo que quiser (com as excessões que conhecemos).

Na sua empresa, se ela está aberta para brancos comprarem, também está aberta para negros e para todo mundo que se ache em iguais condições objetivas. Isto porque, a empresa, não é só um meio de subsistência de seu fundador, é muito mais que isso. É uma concessão da sociedade. Quem tem uma empresa, só tem porque a sociedade permite e nas formas que a sociedade permite. Dentro da sociedade todos são iguais (com as excessões que conhecemos).

Uma empresa não pode ter por objeto a venda de produtos e serviços para um determinado grupo por questões meramente discriminatórias. A empresa vende para a sociedade. Todos aqueles em iguais condições de negociação têm o direito de negociar com a empresa.
[...]
Então a nossa discórdia com relação à validade de discriminação está no fato de que temos visões diferentes do que deve ser uma empresa privada.

Não vejo o menor motivo para tratar uma empresa privada como "uma concessão da sociedade". Ela pertence a seu fundador. Não compreendi o que você quis dizer com "quem tem uma empresa, só tem porque a sociedade permite". É claro que uma empresa não pode atuar de uma forma que o estado (= a sociedade, o respresentante dela) não permite. Mas a questão é se a forma de intervenção do estado é válida/ética ou não. Explique melhor o seu ponto de vista com relação a isso.

Offline Herf

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #45 Online: 30 de Novembro de 2007, 19:28:19 »
[...]
Eqüidade.  :ok:
O que você pensa com relação ao que coloquei:
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1) Discriminação racial/sexual/religiosa são apenas alguns tipos de discriminação que uma pessoa pode cometer. Por que "privilegiá-los"? O que se passaria no caso em que um sujeito não foi contratado só porque o patrão "não foi com a sua cara"? Deveríamos proibi-lo de não se relacionar/contratar uma pessoa a partir de um critério pessoal?

2) Como o estado pode dizer quem agiu de uma forma discriminatória ou não? Isso nós já havíamos discutido em outro tópico, acho que foi com você. Só é possível dizer com certeza que fulano discriminou ciclano se foi dito algo como "seu judeu de merda". Mas casos como este compreendem uma parcela muito pequena do tipo de discriminação que você (e os outros do tópico) pensam que deva ser impedida pelo estado. Se eu deixar de contratar um muçulmano por não gostar de pessoas desta religião, poderia dizer que "não fui com a cara do sujeito" e ninguém poderia provar que houve discriminação religiosa.

Nigh†mare

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #46 Online: 30 de Novembro de 2007, 20:45:52 »
Citação de: Nightmare
São bem antigos os ideias que diferenciam um e outro tipo de propriedade.

Na sua casa, você tem o direito de impedir o acesso de quem quer que seja, pelo motivo que quiser (com as excessões que conhecemos).

Na sua empresa, se ela está aberta para brancos comprarem, também está aberta para negros e para todo mundo que se ache em iguais condições objetivas. Isto porque, a empresa, não é só um meio de subsistência de seu fundador, é muito mais que isso. É uma concessão da sociedade. Quem tem uma empresa, só tem porque a sociedade permite e nas formas que a sociedade permite. Dentro da sociedade todos são iguais (com as excessões que conhecemos).

Uma empresa não pode ter por objeto a venda de produtos e serviços para um determinado grupo por questões meramente discriminatórias. A empresa vende para a sociedade. Todos aqueles em iguais condições de negociação têm o direito de negociar com a empresa.
[...]
Então a nossa discórdia com relação à validade de discriminação está no fato de que temos visões diferentes do que deve ser uma empresa privada.

Não vejo o menor motivo para tratar uma empresa privada como "uma concessão da sociedade".  Ela pertence a seu fundador. Não compreendi o que você quis dizer com "quem tem uma empresa, só tem porque a sociedade permite".
Consegue entender o FATO de que a propriedade não é um direito absoluto?

Se Você abandona sua casa por 10, 15 anos, e alguém toma posse dela em tal lapso, você perde a propriedade da casa sem qualquer direito a indenização. Se amanhã se constatar que ela está num local que prejudica o progresso, a sociedade pode desapropriá-la (embora te indenize por isso).

Não estou "tratando" desta forma. Estou dizendo o que é. Para abrir uma empresa você precisa cadastrá-la, pedir autorização à sociedade.

- Sociedade, posso abrir uma empresa?
- Pode, contanto que atenda aos requisitos A, B, C ... Z. Está de acordo?
- Estou.
- Pode abrir.

"A propriedade atenderá à sua função": é um princípio constitucional.

(continua abaixo)

É claro que uma empresa não pode atuar de uma forma que o estado (= a sociedade, o respresentante dela) não permite. Mas a questão é se a forma de intervenção do estado é válida/ética ou não. Explique melhor o seu ponto de vista com relação a isso.

Embora discutir o que é ético e o que não é seja uma difícil tarefa, neste assunto a solução é fácil:

O Princípio base da Ética naturalista é o bem-comum. E o bem-comum se atinge com liberdade, igualdade e fraternidade. Ações discriminatórias, embora sejam relativamente liberais, não são libertárias, posto que restringem a liberdade de um e ampliam a de outro por motivos vis. Ações discriminatórias não são igualitárias, muito menos fraternas. Não há nada de ético em ações discriminatórias.

Já a Ética jurídica reside no Direito. É a Constituição que funda o Direito. É a Constituição que dita o que é juridicamente Ético.

Tanto em um quanto no outro conceito a resposta é simples. No segundo, pelo fato de a constituição dizer que a propriedade deve atender à sua função (e ditar de que modo isso se deve dar). No primeiro, pelo fato de que a propriedade individual (as empresas) não pode embargar o progresso. Discriminação gera discórdia, que pode gerar conflitos. Dicriminar é dizer que alguns componentes da sociedade têm mais direitos que os outros (os grupos não discriminados teriam mais direitos que os discriminados).

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #47 Online: 30 de Novembro de 2007, 20:53:06 »
Como eu coloquei no outro fórum.
Lá no RV? Quem é você lá?

Zumbi filosófico.




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Se a questão é liberdade, acho que devem se perguntar em qual sociedade hipotética todos tem maior liberdade: numa em que as pessoas tem a liberdade para discriminação racial/sexual/etc, ou numa em que isso coibido legalmente pelo estado. Pra mim parece bastante claro que é a segunda opção.
Daí aparecem duas questões que coloquei no meu post:

1) Discriminação racial/sexual/religiosa são apenas alguns tipos de discriminação que uma pessoa pode cometer. Por que "privilegiá-los"? O que se passaria no caso em que um sujeito não foi contratado só porque o patrão "não foi com a sua cara"? Deveríamos proibi-lo de não se relacionar/contratar uma pessoa a partir de um critério pessoal?

2) Como o estado pode dizer quem agiu de uma forma discriminatória ou não? Isso nós já havíamos discutido em outro tópico, acho que foi com você. Só é possível dizer com certeza que fulano discriminou ciclano se foi dito algo como "seu judeu de merda". Mas casos como este compreendem uma parcela muito pequena do tipo de discriminação que você (e os outros do tópico) pensam que deva ser impedida pelo estado. Se eu deixar de contratar um muçulmano por não gostar de pessoas desta religião, poderia dizer que "não fui com a cara do sujeito" e ninguém poderia provar que houve discriminação religiosa.

Eu acho a questão de algumas pessoas poderem deixar de contratar alguém por um critério tosco como "não ir com a cara", ou contratar parentes, e etc, complicações comparáveis a por exemplo, assassinatos (fraudes, falsificação de dinheiro) que podem ser muito bem feitos e não parecer haver crime algum; ou ainda, a idade legal para sexo, que, hora ou outra, fica sendo toscamente uma questão de dias, horas, minutos até.

(mas não estou dizendo "se legalizassem a discriminação, teria que se legalizar o assassinato, fraudes e pedofilia")

Acaba sendo muito complicado, talvez impossível, idealizar leis perfeitas, o que se pode fazer é tentar fazer o melhor possível, e não simplesmente relaxar pela dificuldade em se conseguir sempre que a lei seja seguida. Nesse caso especificamente, obviamente acho que o melhor possível são leis proibindo a discriminação impertinente a cargos e negócios diversos*.

Realmente eu não imagino um jeito ideal de averiguar esse tipo de coisa, vou pesquisar a respeito. Mas acho que não ser legal a discriminação explícita já é melhor do que nada. Pelo menos nesses poucos casos em que alguém dá bandeira, a pessoa teria como se defender.




*E apenas isso. Não interfere na esfera pessoal, nem obriga a contratar gagos para atendentes de telemarketing ou intérpretes.

Um cara pode ter uma loja, e essa loja é de certa forma, pública, presta um serviço público, ainda que ele seja o dono. Então, a menos que se ache que direitos do consumidor são balela, todos tem o direito de comprar, se puderem pagar. Isso não obriga o cara a gostar de todas raças, a casar com alguém de uma raça que não goste, ou que a sua casa seja habitada por mendigos, como disseram que o Lula disse que seria em 89. Ele pode escolher não dar um presente para alguém duma raça que não goste, ou não aceitar um presente de um (esfera pessoal), mas é obrigado a atendê-lo na esfera profissional independentemente dos gostos pessoais.

Nigh†mare

  • Visitante
Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #48 Online: 30 de Novembro de 2007, 20:56:54 »
[...]
Eqüidade.  :ok:
O que você pensa com relação ao que coloquei:
Citar
1) Discriminação racial/sexual/religiosa são apenas alguns tipos de discriminação que uma pessoa pode cometer. Por que "privilegiá-los"? O que se passaria no caso em que um sujeito não foi contratado só porque o patrão "não foi com a sua cara"? Deveríamos proibi-lo de não se relacionar/contratar uma pessoa a partir de um critério pessoal?

2) Como o estado pode dizer quem agiu de uma forma discriminatória ou não? Isso nós já havíamos discutido em outro tópico, acho que foi com você. Só é possível dizer com certeza que fulano discriminou ciclano se foi dito algo como "seu judeu de merda". Mas casos como este compreendem uma parcela muito pequena do tipo de discriminação que você (e os outros do tópico) pensam que deva ser impedida pelo estado. Se eu deixar de contratar um muçulmano por não gostar de pessoas desta religião, poderia dizer que "não fui com a cara do sujeito" e ninguém poderia provar que houve discriminação religiosa.
A inviabilidade de percepções em determinados casos não prejudica viabilidade de percepção nos demais casos.

É óbvio que a discricionaridade do administrador de uma empresa atinge a contratação dos funcionários. Ele contrata quem ele quiser pelos motivos que bem entender (embora não possa alegar abertamente alguns deles, não por hipocrisia-social mas porque dizer "não te contrato porque você é negro" não é discricionaridade, mas ofensa moral). Até aqui, concordo contigo.

Mas a discricionaridade empresarial não pode atingir aqueles que não estão envolvidos no funcionamento da empresa. Vendeu para o branco? Ainda tem o produto? Vai vender para o negro (cabe, inclusive, ação judicial de obrigação de fazer).

Tarcísio

  • Visitante
Re: Você é a favor da legalização da discriminação racial, sexual e outras?
« Resposta #49 Online: 30 de Novembro de 2007, 21:29:10 »
Explica melhor a proposta e depois eu falo.

Pergunto se as pessoas poderem contratar ou negociar de acordo com todos os critérios que bem entenderem, inclusive raciais, sexuais e outros eventuais, que sejam geralmente tidos como impertinentes sob uma ótica mais focada nos negócios em si, na função a ser executada.

Se alguém tem uma empresa que fornece água ou luz, e eu não gosta de negros, poderia se negar fornecer água ou energia para eles. Ou não vender uma casa pelo mesmo motivo.

Negar vagas em escolas também. O mesmo vale para contratações, que poderiam ser por critérios raciais, pôr um anúncio como "a empresa X precisa de pessoas brancas para as funções X e Y", por exemplo.

Tudo isso, "da mesma forma" que eu tenho uma casa e só deixo entrar/morar quem eu quiser, como minha família e amigos, não tenho a obrigação de transformá-la num albergue para mendigos.



A lógica de "deixar rolar" seria que o fluxo do capital naturalmente puniria isso, na medida em que não escolheriam pessoas por capacitação e perderiam lucros ao se negar a atender uma parte do público. Mas acho que é mais complicado que isso.

Então eu TAMBÉM votei errado. Queria votar no Sim :/

 

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