Mas Narkus, seus argumentos caracterizam justamente o que você critica. Senso comum, pré-conceitos, generalizações, estereótipos, caricaturas e achômetros é que são próprios desse espírito de multidão. Estão longe de ser características de um raciocínio crítico e batem de frente com o ceticismo que por sua própria natureza questiona, investiga e estuda, sempre revendo conceitos.
Com relação moralidade sexual, o machismo ainda vigora - mesmo nos meios mais esclarecidos. E o vilão é uma caricatura padrão desse machismo e não o contrário.
O feminismo não pretende igualar homens e mulheres, mas apenas extender os mesmos direitos a elas, desconstruindo preconceitos tão enraizados, mesmo em muitas mulheres, sobre a sexualidade, intelectualidade e competência feminina. A idéia não é inverter os papéis, apenas redistribuí-los melhor. E, às vezes, parece ser muito necessário diante dessa resistência de reconhecer todo o potencial feminino, comprovado diariamente.
Se já não caracteriza o ceticismo defender uma idéia sem evidências, muito menos defendê-la apesar das evidências. E são ambas as postoras que prevalecem em seus argumentos - não existe nenhum complô contra o Narkus, mas apenas uma discordância geral das falácias cometidas por ele.