Off topic: Ok, não sei o significado de NEET, mas imagino que seja o que também chamam de "freeloaders". A minha pergunta é : se um sistema permite que X% dos adultos possam viver como freeloaders, se essa percentagem não afetar perceptivelmente a arrecadação ou o bem estar dos (100 - X)%, qual seria o problema? Um exemplo específico: sabemos que uma fração (não sei quanto) dos beneficiados pelo bolsa-família não deveria receber o benefício. Pois bem, e daí? Tirando argumentos do tipo declive escorregadio, se o gasto com esses preguiçosos corresponde a um acréscimo de, digamos, R$ 2,00 no meu imposto de renda, vale mesmo a pena reclamar? Ou se trata de uma "questão de princípio", ou de moral? Se, para ajudar os beneficiados que merecem, eu tenha que permitir que uma minoria se aproveite do sistema, eu pessoalmente prefiro garantir o auxílio a quem precisa. Claro, isso não impede que haja fiscalização, mas argumentar contra um benefĩcio por conta da possibilidade de que espertalhões venham a se aproveitar dele me parece uma postura ideológica.
NEET é quem não está estudando, empregado ou em treinamento.
Para a economia como um todo, são potencial de produção perdido. Para a burguesia, NEETs são mão-de-obra que poderia estar em competição com o resto do proletariado mas não está; então sua existência faz a burguesia gerar pressão política contra o Welfare State. Para o indivíduo, é basicamente ser mendigo 2.0, a situação tira-lhe a dignidade.
Mas é claro que isso vai depender da quantidade relativa de NEETs... 0,01% terá menos impacto que, digamos, 10%. E um "bom" sistema de bem-estar social deveria reduzir o número deles, não aumentar.
[Não discuti em termos de "freeloader" porque aí o problema é mais amplo - freeloaders incluem os NEETs, mas também qualquer um que avacalhe muito com o sistema por um ganho próprio pequeno.]