Autor Tópico: Séries  (Lida 170676 vezes)

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Offline Derfel

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« Resposta #1400 Online: 18 de Julho de 2014, 19:34:14 »
Alguém já assistiu o Doctor Who do Rowan Atkinson?

Offline SnowRaptor

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« Resposta #1401 Online: 18 de Julho de 2014, 20:03:20 »
Alguém já assistiu o Doctor Who do Rowan Atkinson?

Sim! :histeria:
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

-- François Jacob, 1997

Offline Derfel

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« Resposta #1402 Online: 18 de Julho de 2014, 20:24:33 »
:hihi:

Offline pqdrochabm

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« Resposta #1403 Online: 19 de Julho de 2014, 21:32:10 »
Estou acompanhando a série "Inteligence" e a "ressurrection", parecem promissores!
Estou curtindo a serie "Penny Dreadful"...
"Somos o projeto final do passado e o esboço do projeto do futuro."

"Não leve a vida muito a sério, pois não sairá vivo dela mesmo!"

Rhyan

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« Resposta #1404 Online: 20 de Julho de 2014, 21:35:31 »
Intelligence foi fraco, Almost Human também, seria que estreou bem ano passado foi The Blacklist.

Offline Diegojaf

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« Resposta #1405 Online: 20 de Julho de 2014, 22:44:47 »
Puto com o Frankenstein killer frenzy de Penny Dreadful. O cara aparece do nada e mata personagens que têm tudo pra serem bacanas. FDP.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Johnny Cash

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« Resposta #1406 Online: 22 de Julho de 2014, 11:08:11 »
Assisti avidamente Breaking Bad, The Boardwalk Empire e House of Cards (aguardando próximas temporadas) e terminei recentemente The Sopranos.

Alguém recomenda alguma série pra macho aí? Sem misticismo e alguns personagens que resolvam tudo fácil demais.

Offline Rocky Joe

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« Resposta #1407 Online: 22 de Julho de 2014, 12:35:04 »
The Wire?

Eu tenho vontade de assistir Sopranos. Curtiu?

(Eu tenho uma puta preguiça de assistir séries devido a longa duração. Eu jogo RPGs de 80 horas de duração, no entanto. É a vida.)

Offline SnowRaptor

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« Resposta #1408 Online: 22 de Julho de 2014, 12:41:13 »
Assisti avidamente Breaking Bad, The Boardwalk Empire e House of Cards (aguardando próximas temporadas) e terminei recentemente The Sopranos.

Alguém recomenda alguma série pra macho aí? Sem misticismo e alguns personagens que resolvam tudo fácil demais.

Preciso asssistir à segunda temporada do House of Cards.

Parece que Mad Men é bom, mas eu não assisto.
Elton Carvalho

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imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
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Offline Sergiomgbr

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« Resposta #1409 Online: 22 de Julho de 2014, 12:42:53 »
Assisti avidamente Breaking Bad, The Boardwalk Empire e House of Cards (aguardando próximas temporadas) e terminei recentemente The Sopranos.

Alguém recomenda alguma série pra macho aí? Sem misticismo e alguns personagens que resolvam tudo fácil demais.
Para vocês terem uma ideia do meu gosto por seriados, eu acho fantástico, Sobrenatural, Dr. House, Jornada nas Estrelas, e bom, Fringe, Heroes, Lost, Under the Dome, entre outros, mas não conseguí assistir sequer um Episódio de Breaking Bad!
Até onde eu sei eu não sei.

Offline SnowRaptor

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« Resposta #1410 Online: 22 de Julho de 2014, 12:48:21 »
Para vocês terem uma ideia do meu gosto por seriados, eu acho fantástico, Sobrenatural, Dr. House, Jornada nas Estrelas, e bom, Fringe, Heroes, Lost, Under the Dome, entre outros, mas não conseguí assistir sequer um Episódio de Breaking Bad!

Você gosta de seriados em que as cosias se desenrolam mais ou menos em um capítulo. Experimenta Dr. Who. Principalmente a partir da metade da temporada de 2005 ou então a partir de 2006.
Elton Carvalho

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Offline Rocky Joe

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« Resposta #1411 Online: 22 de Julho de 2014, 13:11:13 »
A melhor coisa que eu tenho a dizer sobre Mad Men é que os personagens se vestem bem.

Mas ajuda que pouco interesse tenho na cultura dos anos 50/60 dos EUA.

(Só assisti uns dois episódios.)

Atheist

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« Resposta #1412 Online: 24 de Julho de 2014, 19:03:28 »
E gostei mais do David Tennant embora já tenha me acostumado com o 11o. Doctor.

Idem. Vejamos como será o  12º.

Matt Smith? Ainda não assistiu a nenhuma temporada com ele? ::)

Ele disse que era o 13o... Contou uma outra que não mudou rosto... :P

Atheist

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« Resposta #1413 Online: 24 de Julho de 2014, 19:06:20 »
Hmm... Ok! Mas aí como fica o problema das 12 regenerações? Bom, deixa pra lá...

Assiste até o final, depois a gente conversa.

Ok, ok, ok, resolvido... :P

Acho que precisamos de um tópico exclusivo, com spoilers e tudo mais.

Offline Sergiomgbr

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« Resposta #1414 Online: 24 de Julho de 2014, 19:10:18 »
Para vocês terem uma ideia do meu gosto por seriados, eu acho fantástico, Sobrenatural, Dr. House, Jornada nas Estrelas, e bom, Fringe, Heroes, Lost, Under the Dome, entre outros, mas não conseguí assistir sequer um Episódio de Breaking Bad!

Você gosta de seriados em que as cosias se desenrolam mais ou menos em um capítulo. Experimenta Dr. Who. Principalmente a partir da metade da temporada de 2005 ou então a partir de 2006.
É vero.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Johnny Cash

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« Resposta #1415 Online: 31 de Julho de 2014, 14:16:48 »
The Wire?

Eu tenho vontade de assistir Sopranos. Curtiu?

(Eu tenho uma puta preguiça de assistir séries devido a longa duração. Eu jogo RPGs de 80 horas de duração, no entanto. É a vida.)

Curti muito Sopranos. Absolutamente "vida real" e por isso tem gente que pode achar pouco (ou nada) empolgante. Eu gosto muito da atmosfera e das análises que nos permitem fazer facilmente. Recomendo demais!

Já tinha ouvido algo sobre "the wire" vou investigar mais. Boa candidata!

Offline Johnny Cash

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« Resposta #1416 Online: 31 de Julho de 2014, 14:19:22 »
Assisti avidamente Breaking Bad, The Boardwalk Empire e House of Cards (aguardando próximas temporadas) e terminei recentemente The Sopranos.

Alguém recomenda alguma série pra macho aí? Sem misticismo e alguns personagens que resolvam tudo fácil demais.

Preciso asssistir à segunda temporada do House of Cards.

Parece que Mad Men é bom, mas eu não assisto.

Já ouvi elogios sobre Mad Men, mas num esquema mais sobre o figurino e etc do que pelo desenrolar das coisas. Tentei começar a assistir certa vez e não aguentei... Não sei exatamente pq, mas não me dei com a série.

Offline Skeptikós

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« Resposta #1417 Online: 01 de Agosto de 2014, 11:09:53 »
Law & Order: Special Victims Unit. Comecei a assistir a algum tempo e estou gostando, segundo a wiki os episódios em sua maioria são baseados em casos reais, bem como em manchetes de jornais. Vale a pena assistir.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline bru.frnd

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« Resposta #1418 Online: 01 de Agosto de 2014, 19:31:40 »
As que eu estou acompanhando ultimamente são Game of Thrones, Homeland, Bates Motel e Orange is the New Black...

Offline Barata Tenno

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« Resposta #1419 Online: 01 de Agosto de 2014, 20:19:38 »
As que eu estou acompanhando ultimamente são Game of Thrones, Homeland, Bates Motel e Orange is the New Black...

Assista Orphan Black.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline bru.frnd

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« Resposta #1420 Online: 01 de Agosto de 2014, 20:21:41 »
As que eu estou acompanhando ultimamente são Game of Thrones, Homeland, Bates Motel e Orange is the New Black...

Assista Orphan Black.


Por que?

Offline Barata Tenno

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« Resposta #1421 Online: 01 de Agosto de 2014, 20:23:32 »
As que eu estou acompanhando ultimamente são Game of Thrones, Homeland, Bates Motel e Orange is the New Black...

Assista Orphan Black.


Por que?


Porque pelas séries que você assiste, acho que você vai gostar bastante.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline bru.frnd

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« Resposta #1422 Online: 01 de Agosto de 2014, 20:26:18 »
Ok!

Vou assistir, obrigada pela recomendação. :D

Rhyan

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Re:Séries
« Resposta #1423 Online: 03 de Agosto de 2014, 03:41:16 »
http://liberzone.com.br/5-coisas-que-house-of-cards-pode-ensinar-sobre-politica/

Citar
5 coisas que House of Cards pode ensinar sobre política
Por Luciana Lopes · 16/02/2014

Quem assistiu House of Cards no ano passado aguardava ansiosamente o início da segunda temporada, que estreou na última sexta-feira, dia 14. A série do Netflix arrebatou premiações, críticas, fãs e o título de n° 1 do mundo mostrando a política sem romance, uma espécie de Living Public Choice empacotada para a TV (streaming, no caso).

A série é narrada pelo personagem Frank Underwood (interpretado por Kevin Spacey), um  líder do partido Democrata no congresso americano. Após trabalhar arduamente para a eleição do presidente (o que, aliás, mereceria um prequel) esperando em troca ser nomeado secretário de estado, Frank é preterido e começa a planejar e executar sua retomada de poder.

É o planejamento meticuloso e certeiro do personagem que nos faz entender que estamos vendo uma obra de ficção. Trata-se do ponto menos crível de House of Cards. Como também observou a Reason, Frank é competente demais, eficientemente demais, chegando a despertar a inveja dos políticos reais. Obama, por exemplo, disse que “gostaria que as coisas fossem assim tão eficientes”, e que “F. Underwookd está conseguindo fazer um monte de coisas.” (Para quem acompanhou as peripécias de Frank, a frase soa assustadora. Esperemos que seja apenas humor negro do presidente).

De fato, ao longo da trama, Frank consegue pouco a pouco executar com precisão tudo o que pretende. Parece algo extremamente improvável quando pensamos nas complexas inter-relações retratadas na própria série. O personagem detém quase o “conhecimento perfeito” que costuma ser atribuído ao estado pelos defensores do planejamento central. Mas se por um lado House of Cards exagera na eficiência de seu personagem principal, por outro ela pode nos dar valiosos ensinamentos sobre o mundo da política; reflexões que, apesar de óbvias, quase nunca são expostas, especialmente para o grande público. Vejamos:

1. Não existe “um” governo


Estamos acostumados a ver notícias ou ouvir análises políticas falando de agregados: “o governo decidiu majorar o IOF”, ou “o congresso está lutando pela aprovação das emendas impositivas”. Ou até mesmo atribuindo decisões a um único agente, em geral o chefe de poder, como: “Dilma vai continuar as exonerações da linha branca.”. Às vezes até confundimos governantes e governados dizendo algo tão esdrúxulo quanto “São Paulo proíbe armas de brinquedo”. Tais recursos narrativos nos dão a impressão de uma unidade política que simplesmente não existe na vida real.

De fato um governo não é uma entidade metafísica que absorve e exprime uma suposta vontade geral. É simplesmente um grupo de pessoas que detém algum poder político sobre as demais. House of Cards, mostrando os conflitos entre uma miríade de personagens membros de poder, nos relembra que no mundo da política não existe um único governo, um “ditador benevolente” a quem se pode atribuir a vontade de todas as ações e decisões, figura comum nos modelos econômicos da escola welfarista (e até mesmo entre os austríacos clássicos, como observou Sandy Ikeda) que foi cientificamente rechaçada pela Teoria da Escolha Pública.

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Partindo da divisão clássica, temos ali já dois grandes grupos em constante conflito de interesses – o congresso e o executivo, cuja relação Frank é chamado a amaciar. Dentro de cada grupo, vários subgrupos – no congresso, partidos e bancadas e parlamentares com seus logrolling e recompensas recíprocas retardadas; no governo, secretarias e ministérios loteados por lideranças políticas diversas, e claro, a burocracia. Externamente (mas não tanto assim), temos os grupos de pressão em mutualismo governamental, como as entidades de classe, o movimento social e os cronies. E dentro de cada grupo chegamos aos indivíduos que o compõe, também eles com aspirações e agenda própria, trilhando seu caminho e tentando aumentar a influência decisora de cada uma de suas ações. O resultado final do grande processo de trocas de oportunidades, ameaças, informação e desinformação entre esses agentes é a tal decisão “governamental”.

Quando a Reforma da Educação é aprovada e assinada em HofC, parece o fruto deliberado e uniforme da vontade estatal. Mas nós espectadores entendemos o processo que fomos levados a acompanhar e podemos ver muito mais que isso. Podemos ver os interesses e conflitos em jogo. Infelizmente, na vida real, muitas vezes nos contentamos com agregados e generalizações irreais, o que nos torna incapazes de fazer qualquer análise séria.

2. Dinheiro e Poder são coisas bem diferentes

Em diversos momentos Frank tem que lidar com Remy Danton, um lobista profissional cujos clientes são típicos rent seekers: grupos corporativos que oferecem doações (ou ameaçam retirá-las) para que legislações de seu interesse sejam aprovadas. Remy é excepcionalmente bom de serviço, o que leva Frank a tecer o seguinte comentário: “Que desperdício de talento. Ele escolheu dinheiro ao invés de poder – um erro que quase todos fazem de onde ele vem. Dinheiro é a mansão em Sarasota que começa a cair aos pedaços depois de 10 anos. Poder é o edifício de pedras antigas que dura por séculos. Eu não posso respeitar alguém que não vê a diferença.”



Decerto Frank não respeita ninguém, afinal, quase todos nós cometemos esse erro – inclusive atribuindo a um “poder econômico” grande parte das mazelas da política. Mas a ordem é justamente a contrária. É o Poder (político) que comanda, estando em uma posição forte e superior. É porque ele comanda e pode legislar sobre certos assuntos que os grupos atingidos precisam ou querem oferecer recursos para conseguir isenções ou privilégios. Se não existisse tal Poder, a oferta simplesmente não existiria –  o rent seeking perderia seu objeto, desde a raiz.

A história está cheia de exemplos simbólicos de quando dinheiro e poder entram em embate, levando ao esfacelamento das mansões e a manutenção do edifício de pedras (como a perseguição a  Mauá no Brasil ou a de Theodore Roosevelt aos monopólios nos EUA). Mas  pensemos em um exemplo abstrato qualquer: suponhamos que uma determinada rede de televisão pretenda exibir um beijo entre homossexuais em uma novela. O grupo governante, majoritariamente conservador, é contra e não quer permitir. O “poder” econômico pode tentar influenciar a vontade política dos governantes. Mas pode apenas isso: tentar influenciar. Se o grupo governante quiser ignorar completamente as generosas ofertas da rede e decidir pela não exibição da tal cena, proibindo sua divulgação, o canal não poderá deixar de fazê-lo sem sanção. Poderá, por exemplo, perder sua concessão – instituto o qual, por sinal, é um dos exemplo mais concretos do exercício do Poder, como trataremos adiante.

3. A internet (mídia) é uma grande inimiga do Poder

Não é à toa que várias tentativas de controlar a internet têm sido feitas pelos governos do mundo todo nos últimos anos, como o SOPA e PIPA nos EUA e o nosso “Marco Civil da Internet”. (uma bela campanha do google pode ser vista aqui). A rede, não estando sujeita à vontade política, sendo livre, por exemplo, das formas mais tradicionais de controle governamental de mídia, como as concessões públicas – é um ambiente propício para a divulgação e troca de quaisquer ideias, sejam ou não de agrado dos detentores do poder. Na primeira temporada de House of Cards, uma das poucas coisas que fugiram ao controle de Frank foi a repercussão nas redes sociais de seu debate com o presidente do sindicato dos professores. O vexame de Frank no debate vira meme, deixando-o sem ação e ameaçando seus planos.

HofC também mostra a transição da mídia impressa para a mídia online, sendo esta uma importante parte da trama. Zoe, a jornalista que se envolve com Frank em troca de notícias sai de um jornal tradicional para um jornal online, no qual os jornalistas são encorajados a publicar sem grandes restrições. Lá, Zoe, que inicialmente era usada pelo congressista para divulgar notícias de seu interesse, começa a se tornar uma ameaça, o que deve ser mais explorado nesta segunda temporada.

Assim, HofC ensina como os políticos podem concomitantemente usar (mesmo em um país com  liberdade de imprensa satisfatória) e temer a mídia. No caso da mídia televisiva, as formas de controle vão além da mera concessão – em um recente post sobre liberdade de imprensa e liberdade econômica, Shikida apontou um estudo que examina a propriedade dos meios de comunicação em 97 países e revela que as maiores empresas são quase universalmente de propriedade do governo ou de famílias privadas, sendo a propriedade governamental relacionada em geral com menor liberdade de imprensa e menos direitos políticos e econômicos.

Seja influenciando jornalistas, ou sendo proprietários dos meios de comunicação (monopolisticamente ou não); seja restringindo a publicidade privada e aumentando a publicidade governamental ou regulamentando diretamente o direito de informar, grupos governantes possuirão sempre a tendência a exercer alguma forma de influência ou de poder direto sobre a mídia ou internet. Fiquemos de olho.

4. ONGs não são exatamente “não governamentais”

Claire, a esposa de Frank, dirige uma ONG ambientalista. O fato levou alguns comentaristas brasileiros a pensar que ela seria o contraponto à busca de poder pelo personagem principal, sendo o lado mais “humano” da história – o que é refutado já no primeiro episódio.  Isso por que o mito do terceiro setor nascido da sociedade e independente do poder, como o próprio nome “não governamental” sugeriria, ainda é forte no Brasil, que não costuma identificar tais organizações ao rent-seeking.

Claire sempre precisa recorrer ao poder e sucumbe a ele para obter recursos e conseguir executar suas ações, retribuindo de acordo. Não é um caso isolado. O terceiro setor é hoje, em grande parte, um executor de políticas públicas de interesse do grupo governamental, sendo amplamente financiado por transferências governamentais e, sob essa justificativa, fortemente regulamentado e dependente de decisões políticas.

Seria o marco regulatório um justo controle pelo financiamento ou uma forma do grupo governamental monopolizar as atividades sociais e inseri-las sob sua esfera de decisão? Provavelmente o segundo. Um exemplo brasileiro recente é o marco regulatório aplicado às comunidades terapêuticas. Embora a maioria das entidades que espontaneamente surgiram na sociedade para oferecer tratamento para os viciados em crack sejam ligadas a grupos religiosos (oferecendo terapias fortemente baseadas em religião), conforme o secretário do Senad, órgão encarregado da elaboração do projeto, o texto em discussão prevê a proibição desse tipo de terapia; e isso para todas as comunidades que queiram atuar na área, não apenas aquelas financiadas por recursos públicos. Isso porque a abordagem, embora popular na sociedade, não encontra suporte na maior parte dos componentes do grupo político envolvido na discussão.

5. A essência do poder político independente mais do país e da cultura do que se pensa

Não é estranho que o mundo mostrado em House of Cards muitas vezes nos pareça familiar? Afinal, a série se passa da América, uma cultura diferente. É verdade que o sistema político é bastante parecido nos dois países, mas há inegáveis diferenças sociais que deveriam ser refletidas na dinâmica do poder, certo? Ao que parece, nem tanto. E se pensarmos que HofC é uma adaptação de um seriado britânico, cujo sistema político é bastante diferente, podemos ficar ainda mais intrigados com sua universalidade. Será que existem constantes, isso é, leis gerais sobre o poder e a política que se apliquem de um modo geral? Deixo para o debate, e recomendo o vídeo abaixo para quem gostaria de se iniciar no tema.

Offline bru.frnd

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Re:Séries
« Resposta #1424 Online: 06 de Agosto de 2014, 16:04:31 »
Gostei muito de Orphan Black! :D

Minha irmã também... :P

 

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