resumindo:
1-não deveriamos ser mais cautelosos ao postular questões dessa magnitude como resolvidas?
2- Nesses assuntos: (minhocas etc..) estamos no domínio da metafísica?
3- Qual o percentual de metafísica no trabalho de Hawking? (claro, só uma aproximação)
4 - me parece pouco provável que, como ocorrido na RG, venha alguém em 20 anos e fale que conseguiu provar o buraco de minhoca. Me parece mais provável que alguém venha com uma postulação nova que atinja os fundamentos da questão e nos mostre algo sob outro ponto de vista. O que acham?
5- Temos mesmo um problema de metáfora??
Eu não vou responder questão por questão porque todas suas questões estão ligadas com uma confusão comum que vemos por ai.
É muito comum perguntarem por ai se um dia surgirá uma teoria que substituia a Relatividade Restrita, a MQ, a RG (qualquer teoria.... Escolha uma! =P). Esse pergunta tem que ser feita em um contexto especifico: Cada teoria é feita e testada em uma escala de energias. Na escala de energias do dia-a-dia SABEMOS que a Mecanica Classica funciona de maneira correta. No futuro, nunca surgirá uma teoria nessa escala que substitua ela. Qualquer teoria feita em outras escalas terá que incluir a Mecanica Classica como limite quando as escalas estão nisso que falei.
A mesma coisa vale para a RR, RG, MQ. Cada uma foi testada em seu limite de validade e sabemos que essas teorias,
nesses limites são as teorias 'pra valer'. Qualquer coisa nova deve se restringir a buscar teorias que incluam cada uma nos limites de validade.
Dito isso, a QFT é a segunda teoria mais bem testada da história: É uma precisão de 10^{-13} com os experimentos. Então sabemos que o limite de validade dela é enorme, e nesse limite é ela que manda. Qualquer coisa daqui a 10, 20, 100, 1000 anos terá que inclui-la nesse limite de validade.
Ou seja, essas questões que você colocou são bem entendidas e estão nesse dominio de validade das teorias. Radiação Hawking não tem nada de misticismo. É um efeito da QFT, que está no seu domínio de validade, e apesar de ainda não ter sido diretamente medido, é visto via outros modos, estudando sistemas analogos.
E pela ligação formal com a QFT, a certeza é duplicada: Não daria para a QFT ser uma teoria consistente sem isso. E a experiencia nos diz que ela é consistente.
Buracos de Minhoca são um pouco mais complicados, porque eles pousam sobre alguns pontos um pouco controversos. No entanto é uma indagação cientifica seu estudo: Eles são soluções de uma teoria bem estabelecida, mas que necessita de uma condição que não sabemos se podemos reproduzir. É esse ponto final que é controverso. Mas o estudo em si é cientifico, e estudar suas caracteristicas, além do estudo 'de buracos de minhoca', aumenta nossa compreensão da RG.
E sobre o comentário da falsiabilidade: Copio abaixo um comentário de um amigo físico que estuda isso nas horas vagas. O conhecimento dele é muito superior ao meu na questão.
O critério de falsiabilidade é apenas um possível critério para demarcação de ciência, e não é particularmente um critério muito bom.
Há um argumento devido a Imri Lakatos que mostra que não é possível demonstrar de forma lógica sob certas condições se um programa de pesquisa é ou não falseável sem assumir axiomas que sejam "falseáveis por definição" (talvez seja uma espécie de extensão do teorema de Godel à epistemologia).
Leia sobre Thomas Kuhn, Imri Lakatos e especialmente sobre Paul Feyerabend.
http://stoa.usp.br/calsaverini/weblog/12457.html - um texto ruim que escrevi sobre o assunto um tempo atrás.