Olha, meu caro Herf, vou colocar aqui um post recente meu na comunidade de física do orkut:
Uma boa oportunidade para falar algumas coisas. Fica aqui para quem estiver pensando em fazer física.
O vestibular não é difícil para alguém que teve uma formação razoável no ensino médio. Pode ser um monstro para quem veio de uma escola pública caindo aos pedaços, mas se você teve a sorte de nascer em uma família que pôde te dar uma estrutura mínima e, mais do que isso, você se dedicou pelo menos um pouco, dificilmente vai ter grandes problemas para entrar em física.
Mas pense bem antes de fazer isso. Eu realmente recomendo que você seja extremamente apaixonado por física e que tenha noção de que pode se decepcionar muito com as possibilidades que uma carreira em física pode te oferecer antes de marcar física na ficha de inscrição da Fuvest. Se você quiser ser pesquisador, como a grande maioria daqueles que entram no bacharelado querem ser, vai ter que estudar muito, ganhar pouco por muito tempo, ter muita força de vontade e, possivelmente, até contar com um pouco de sorte. O fato é que pouquíssimos vão ser professores da USP e, pode ter certeza, muita gente realmente boa vai ficar de fora.
Cuidado com gente como o Marcelo Gleiser ou o Carl Sagan. Veja bem, eu gosto muito dos dois, mas tome cuidado para não acabar criando uma imagem muito idealizada da física com as coisas que você ler. Eu entrei em física sabendo que seriam anos complicados (durante graduação, pós, depois disso...) e, ainda assim, me decepcionei com algumas coisas. Imagine quem entra com expectativas de um curso colorido, cheio de alegrias e sem nenhum momento de desânimo.
Enfim, como diz o George Matsas, só faça física se realmente for inevitável, não tiver mesmo como escolher outra coisa. E, acredite, isso não é uma piadinha exagerada dele. É profundamente verdade.
Como deve ser possível imaginar pelo texto, eu descobri que não gosto de física o suficiente. Não para querer dedicar o resto da minha vida a isso, eu acho.