Ok, melhorou um pouco. De qualquer maneira, nem todas as pessoas creem naquilo que seus pais creem. No meu caso, eu cri primeiro que eles. Tive experiências pessoais que me levaram a crer da maneira que creio. Não foi o meu pastor (aliás, nós discordamos sobre vários pontos e discutimos teologia em bom nível), não foi meus pais, não foi ninguém. Sou muito mais um formador de opinião do que o contrário.
Isso é a sua visão pessoal (a imagem formada) e subjetiva sobre as suas próprias crenças e sobre como você se convenceu que elas são verdadeiras.
Mas será que sua visão subjetiva corrensponde de fato a realidade objetiva. Será que quando criança ninguém nunca lhe contou estórias de um ser todo poderoso que criou o mundo em sete dias e o homem de um boneco de barro; que a mulher foi gerada da costela do homem; da arca de noé;...; que há vida após a morte e os que obedecerem a esse deus irão para o céu e os que não para o inferno; de que há muito tempo houve um homem muito bondoso chamado jesus que curava os doentes e ressuscitava os mortos; que esse homem bondoso foi morto cruelmente por pessoas más chamadas judeus, mas ressuscitou porque ele não era um homem comum mas o próprio filho de deus; que o mesmo deus que criou o mundo um dia o destruíra, que nesse dia esse mesmo deus julgará todos os homens por seus atos e por suas escolhas religiosas....
Será que você nunca ouviu nada acerca disso, até que um belo dia simplesmente se convenceu que tudo isso era a mais pura verdade?
Você pode até pertencer a uma facção cristã diferente da dos seus pais e acreditar em dogmas de fé diferente dos deles, mas isso não invalida a eventual doutrinação religiosa que eles exerceram sobre sua mente. Afinal você é cristão como seus pais e a maoria dos indivíduos da sociedade em que vive; e mesmo que, por acaso, você tivesse escolhido ser budista, ou maometano, ou xintuísta, ainda assim você não pode negar que essa escolha foi influenciada pelo fato de ter nascido em uma sociedade predominantemente teísta.
Não há como negar, todos nós, sem nenhuma exceção, somos de alguma forma influenciados pelo pensamento religioso presente na nossa sociedade. Isso é mera decorrência da vida em sociedade, pois ninguém consegue viver isolado do resto do mundo, como em uma bolha hermeticamente fechada que o impede de ter contato com o mundo exterior.
Da mesma meneira que não podemos provar que Deus existe, vc não pode provar que deus é uma criação humana.
Vamos usar só um pouquinho do bom senso e deixar por um momento o fanatismo religioso de lado.
Propunho o emprego do velho e bom princípio da parcimônia, popurlamente conhecido como navalha de occam.
Pois bem, das duas assertivas seguintes, qual você acha ser a mais provável:
(1) Que um ser indetectável criou do nada tudo que existe em meros sete dias; que o mesmo deus criou o homem de um boneco de barro e a mulher de uma costela desse primeiro homem; que toda a humanidade descende desse primeio casal; que houve um dilúvio universal e a estória da arca de nóe é a mais pura verdade; que a origem da diversidade linguística é explicada pela estória da torre de Babel; Que a despeito de todo o restante da humanidade, esse deus tem um predileção especial por uma pequena tribo de nômades que vagueiam por uma estreita região do planeta, se revelando somente a este pequeno grupo de pessoas e se mantendo oculto do restante da humanidade; que existe vida após a morte e que as pessoas que seguirem ao deus verdadeiro (o deus desse pequena tribo nômade) serão eternamente recompensadas, ao passo que os seguidores de outros deuses serão eternamente punidos; que é possível uma mula falar, a terra parar, pessoas transformadas em sal, mortos que ressuscitam, virgens que dão a luz; existirem anjos e demônios; mesmo que nossa experiência e senso comum nos diga que nada disso é possível de ocorrer e que esse tipo de acontecimentos subrenaturais somente sejam relatados por pessoas que defendem a veracidade dos mesmo, mas nunca por observadores independentes.
(2) Tudo isso não passa de mera invencionice, produto da fértil imaginação humana. Afinal como a bíblia existem outros milhares de livros sagrados cujos relatos e estórias neles presente são não menos fantásticas, expetaculares e incríveis dos que os narrados na bíblia. Em resumo, a bíblia não passa de pura obra de ficção como tantas milhares de outras existentes.
E então, das duas qual a que tem a maior possibilidade de ser a verdadeira?
A navalha de occam invariavelmente nos dá como resposta a segunda assertiva.