É mesmo, as consequencias de Deus, não lhe conferem uma causa.Mas dentro da grandiosidade de todas as consequências de Deus, podemos supor que ela seja sua propria causa.Deus É.Isso claro, falando sobre o Deus criador do universo, dos mundos, dos seres vivos e de nós homens.Não do deus cruel e sádico , apresentado pelas religiões.
Nós discutimos mais atrás a questão sobre a natureza de Deus e o problema que propus é que os teístas freqüentemente atribuem a Deus uma suposta simplicidade, explico: Deus é um ser inteligente, poderoso e tem personalidade, entretanto ele não é constituído por elementos menores, ele não tem "partes móveis", não tem uma estrutura organizada. Nós seres humanos somos dotados de inteligência porque temos um cérebro cheio de neurônios especializados conectados uns com os outros em regiões com uma organização subordinada a uma estrutura maior. E isso é muito, muito complexo, tanto que somos incapazes de reproduzir a inteligência em máquinas, e olha que mesmo nossas máquinas que estão tão longe de reproduzir os processos de pensamento já são complexíssimas. Além disso nenhum homem, mesmo dotado de todo esse aparato, nasce sabendo coisa alguma, nosso conhecimento é aprendido do mundo exterior, precisamos de um input. A moral da história é que pensar dá trabalho. Como é que Deus pensa por mágica? Sem nenhum cérebro, nenhuma estrutura, nenhuma organização, nenhum aprendizado, pluft, Deus tem inteligência infinita.
Nesse ponto é que acredito que a noção de Deus entra em um beco sem saída: ou os teístas recorrem à superstição da mágica, dos eventos sem causa, das realizações sem mecanismo; ou então admitem que Deus é um ser extremamente complexo e organizado... mas seres complexos e organizados não surgem por acaso, como os criacionistas não se cansam de lembrar... Então voltamos à questão: de onde veio Deus? Como pode um ser complexo ser sua própria causa? Isso não equivale a dizer que foi Adão quem criou a si mesmo do barro? E outra coisa, se podemos admitir um ente sem causa para explicar a existência das coisas, então por que não cortar etapas e eleger o próprio universo como esse ente, em vez de usar um desnecessário Deus como intermediário? (Navalha de Ockham)