Olá pessoal

Queria levantar uma discussão sobre esse assunto tão interessante, muitas pessoas temem a morte, vêem na como um fim de tudo, outras fogem dela e evitam pensar a seu respeito, outras inventam teorias sobre reencarnação espiritos e etc.
Mesmo entre os céticos esse é um tema polemico, e eu acredito que muitos aqui tenham opniões interessantes a seu respeito. Durante muito tempo eu também vi a morte como um fim, sempre pensei que depois de morrer haveria uma especie de não-existencia do meu eu, um fim. Nunca consegui me satisfazer com crenças e teorias e por causa disso esse assunto esteve bastante presente na minha mente o que permitiu uma investigação melhor a seu respeito.
A morte pelo que vejo causa um certo temor porque nunca é o próprio individuo que a experimenta, nós vemos os outros morrerem, de velhice, de doenças, de acidentes, disso e daquilo e ficamos horrorizados, chocados, aquela pessoa que eu conhecia, que era boa ou ruim, que batalhou tanto na vida, chegou a um fim e toda a vida dela foi em vão, alguns de nós pensam assim, como eu próprio pensei muitas vezes.
Mas será que existe realmente algo como a morte se olharmos em um nivel mais profundo?
Como pode existir a não-existência, se o próprio fato de existir implica a existência?
A morte pode arrancar todas as nossas camadas superficiais, construções ilusórias como personalidade, memorias e etc, aquisições externas, como familia, amigos e bens. Mas de qualquer maneira, após a morte, o oceano de nascimentos e mortes continua a existir continuamente, vida após vida.
Após a minha própria morte, outros "eus" experimentarão o nascimento e a morte, e novas construções serão adquiridas, pelas experiências de vida, pelo ambiente, e por todas as outras coisas que moldam esse "eu".
Por causa do apego ao "eu" é que tememos tanto a morte, tememos que deixaremos de existir, que deixaremos de experimentar o futuro, mas a não-existência pode ser real?
Algumas pessoas querem ser imortais, tem um medo terrivel da morte, mas a morte é uma coisa maravilhosa, imaginem viver 200, 300 anos ou mais 500, 1000 anos. No mesmo corpo, com as mesmas ideias, com os mesmos preconceitos, com as mesmas limitações impostas pela própria mente, isso seria realmente horrivel.
A transformação que ocorre com a morte é uma das unicas formas de deixarmos para trás todas as limitações adquiridas com esse nascimento e por todas as experiências que tivemos durante a vida que nos moldaram em um nada.
A morte dos outros nos assusta porque quem passa por ela vai em direção ao desconhecido, e nós tememos o que não conhecemos. Vendo de uma perspectiva "de fora" os outros morrerem, nós podemos ter a ideia de que tal pessoa deixou de existir, mas o aconteceu foi que aquelas limitações grosseiras que encobriam o verdadeiro ser foram deixadas para trás, mas por causa do incrivel apego que temos as nossas próprias limitações e as limitações dos outros nós tememos deixa-las.
Acredito que esse medo seja devido ao fato de que são essas próprias limitações que nos dão a segurança de nos perceber como um ser unico e separado, é o fato de eu me ver como assim e assado, gostar disso ou daquilo, ter essa ou aquela opnião que cria uma mascara na qual eu me apego e digo: sim esse sou eu.
Mas é esse realmente o eu? Existe um "eu" que me pertence? um "eu" único? ou todos os "eus" não passam de construções temporárias moldadas por uma infinidade de variaveis internas e externas? Será que não são essas idéias limitadas a respeito de nós mesmos e do mundo que surgem em nós mesmos pela ignorância que fazem com que não consigamos enchergar aquilo que é verdadeiramente REAL e essa ignorância é que gera o medo, o sofrimento e todos os males que estão presentes na vida de todos os seres humanos desse planeta?
Gostaria de ouvir a opnião de vocês.
Abraços.