E eu acho que é mais ou menos isso que o mauricio ta tentando dizer.
o eu é criado pela mente e suas experiencias durante a vida, mas que esse eu não tem existencia real, independente. O que chamamos "eu", seria apenas a reação do corpo (esse sim, existente) em relação ao ambiente, então o cerebro cria a mente pra organizar as informações e com isso sentimos que sim, existimos, quando "na verdade", o individuo "eu" não existe, é apenas reação.
Não sei se é isso mesmo que eu entendi da mensagem do Mauricio, mas o que eu entendi faz um certo sentido... talvez só na minha mente, sei la 
O "corpo" também não tem uma existência em si mesmo, eu não estou querendo dizer que tal corpo não exista, mas ele existe em um nivel relativo à nossa percepção. O que chamamos de corpo é um conjuntos de uma infinitude de outras partes, que também são constituidas de outras partes e assim vai ...
Mas por ignorância da verdadeira natureza do corpo, o definimos por sua forma grosseira de acordo com o que aparece aos nossos sentidos e que é interpretado pela mente. Também não disse que a mente é inexistente, existem os pensamentos, existe a consciência, mas a questão é que desde o corpo, até a consciência, em nenhum lugar uma entidade pode ser encontrada.
Acho que para nós é muitissimo dificil enchergar a verdadeira natureza das coisas porque estamos imersos em um condicionamento extremo. Tanto pelo fato de existirmos como humanos, com nossos sentidos e nossa mente, quanto pela nossa cultura e modo de vida. Nos olhamos para o mundo com nossos olhos, escutamos os sons com nossos ouvidos e tudo isso é interpretado automaticamente e uma imagem mental é gerada e nós chamamos isso de realidade. Mas a interpretação é só uma interpretação, ela também não tem uma existência por si mesma fora da mente. Essa interpretação é como um sonho, uma miragem, ela não é verdadeiramente real.
Então a morte é também uma miragem, vendo o mundo com nossa ignorância parece existir tal coisa como a morte no sentido de que tal entidade deixa de existir. Mas sem a existência de tal entidade, o que há para morrer? Se é a própria experiência que cria tal idéia de identidade, e o processo da experiência continua depois que um cerebro para de funcionar, é certo pensar que existe um "eu" que deixa de existir para sempre? Não somos nós verdadeiramente o próprio processo de vir-a-ser em continuo movimento?
Algumas pessoas pensam: "quando morrer vou experimentar a paz". Nós passamos a vida inteira vivendo como loucos, sem parada, querendo nos tornar, vir-a-ser alguma coisa, adquirir, conquistar. Não seria isso tudo inutil? Não seriam todas as conquistas também miragens criadas pela própria mente, e que quando essa cessa, essas miragens pessoais também se apagam?
As pessoas temem a morte porque de certa maneira sabem que vão deixar todas as ilusões para trás e que tudo que elas lutaram tanto para conquistar, foi na verdade, inutil. Elas inventam e se apegam à teorias de almas individuais, renascimentos, deuses e coisas assim, porque tem medo de deixar absolutamente tudo para trás, porque estão apegadas às próprias ilusões. Mas quando tais ilusões cessam, quando toda a ignorância deixa de existir, o que será que acontece?
Não existirá uma maneira de viver, em que ao invés de acumularmos conhecimento intelectual inutil e nos tornarmos cada vez mais egocentricos, nós dissipemos toda a fumaça que nos encobre e não permite que nós vejamos a Realidade?
Não é verdade que em comparação a própria magnitude da existência, o EGO é um nada? Mas nós amamos nossos egos, amamos nosso jeito de viver, amamos "ser alguem", amamos ter fama, ter sucesso entre outras coisas, estamos tão preocupados com nossos limites estreitos que deixamos de perceber a BELEZA que está em todas as partes, podemos dizer que somos felizes, que somos realizados, que somos isso ou que somos aquilo, mas isso não quer dizer nada, essa felicidade que existe em dependencia de qualquer coisa é estreita e limitada assim como nós mesmos.
Mas a Felicidade que nasce da destruição de todos os nossos erros, de todos as nossas amarras, de todas as nossas limitações, essa Felicidade não tem limites. Pessoas como o Agnóstico podem falar o que quiser, que isso é groselha, que isso é aquilo e etc. Mas isso não altera em nada aquela coisa que existe por si mesma. Então acho que nossa vida se resume exatamente a viver dos prazeres ilusórios para depois morrer e experimentar novamente o nascimento, ou se libertar completamente do mundo.
Abraços.