Eremita, eu tinha ouvido isso em um outro tópico mas sem tanta convicção.
Sendo apenas isso, é incrivel como fazem tanto woo woo por nada.
É, é só isso.
Basta saber isso e você já entende por que eu odeio,
odeio,
ODEIO aquele bleep do Quem Somos Nós.
Quem foi Planck, Feynman, Bohr, Heisenberg, entre outros proponentes da MQ e o que eles propuseram, quem concorda com quem e quem discorda de quem e etc.????
(Sei quem são, mas vamos do basico ao mais complicado pra não complicar hehehe)
(alguem acha que essas perguntas são invalidas??)
Não, as tuas perguntas não foram idiotas, nem um pouco. Aliás, com elas dá pra entender o background histórico da MQ.
Quando você esquenta um objeto, ele emite radiação. Quanto mais quente, mais radiação. E radiação mais energética: primeiro só ondas de rádio, depois infravermelho, luz visível, ultravioleta... etc etc etc. Pense num pedaço de metal que você deixa no fogo, ele começa a ficar vermelho e brilhante (brilhante, sim: não é só a cor que muda, ele começa a emitir luz). Um corpo que somente emite luz por radiação derivada do calor é chamado um "corpo negro".
Só que ninguém sabia descrever uma fórmula pra radiação do corpo negro. Quanto ele deveria emitir de cada radiação? Dois caras, chamados Rayleigh e Jeans, acharam uma fórmula.
Só que a fórmula deles tinha um problema muito bizarro: ela funcionava OK para radiações pouco energéticas, mas dava resultados absurdamente altos até para a luz visível: se a fórmula descrevesse a realidade, quase qualquer coisa soltaria ao menos um pouco de luz visível só por causa do calor! (Não existiria noite...)
Como, no caso do ultravioleta esses resultados eram ridiculamente, absurdamente, astronomicamente
ALTOS, tal problema ganhou o apelido de "Catástrofe do Ultravioleta".
Max Planck pensou em uma gambiarra para resolver isso. "Faz-de-conta, por um momento apenas, que a energia não é contínua, e que nem todo comprimento de onda é permitido. Vamos fazer as contas em cima disso e ver no que dá."
A fórmula dele funcionou. Linda e perfeitamente. Claro, ela levava a uma conclusão contra-intuitiva, mas isso era só detalhe, porque todos os experimentos feitos combinavam com ela perfeitamente.
E a conclusão: energia não é contínua, ela vem em pequenas quantidades fixas (no latim,
quanta, singular
quantum, "quantia/quantidade"). Como pequenos "pacotes" padrão que não poderiam ser divididos em pacotes menores. Tais pacotes foram chamados de fótons (no grego φως,
phos, "luz"), no caso das radiações eletromagnéticas.
E assim nasceu a Quântica.
Richard Feynman foi um cara que admiro pra caralho. Polímata, brincalhão, excêntrico, e fez um monte de contribuições para a MQ. Em especial, uma que merece ser destacada é a aplicação na Quântica de um método de cálculo chamado de "integração por caminho", ou "integração dependente de caminho", ou algo assim.
Mas não dá pra explicar muito isso sem entrar em MQ mais pesada. Então, vamos pular, tá?
Certo dia, [bErnest Rutherford[/b] resolveu brincar de bombardear uma lâmina de ouro finíssima com radioatividade. Tááááá, era experimento sério, mas que seja. A radiação era de partículas alfa - que hoje sabemos serem núcleos de hélio, com dois prótons e dois elétrons. Ele ficou abismado da maior parte da radiação... passar direto pela lâmina de ouro! Uma pequena parte era desviada, outra menor ricocheteava. A partir disso, e com algumas contas, ele estabeleceu o seguinte modelo:
*A maior parte do átomo é constituída de vazio.
*Uma pequena parte do átomo não é vazia, o núcleo. É massuda e capaz de fazer algumas partículas alfas ricochetearem.
*Esse núcleo tem carga elétrica, já que algumas partículas são desviadas de seu percurso. E positiva, já que elas se espalham ao invés de se concentrar.
*Como o átomo é neutro, então há partículas negativas nele, também. Tais partículas (os elétrons, já descobertos por Miliken) ficam girando ao redor do núcleo positivo, mais ou menos como os planetas ao redor do Sol.
Só que como nem tudo é perfeito... o modelo de Rutherford apresentava um problema, pois de acordo com as teorias clássicas, um elétron negativo que orbitasse um núcleo positivo tenderia a perder energia, fazer órbitas cada vez menores, até finalmente cair no núcleo. Se o modelo descrevesse a realidade, os átomos seriam impossíveis de existir.
Aqui entra um pimpolho, aluno de Rutherford. Seu nome era
Niels Bohr. Ele disse que os elétrons não poderiam ter uma energia "qualquer"; mas somente quantidades de energia discretas. É algo como a quantização que Planck fez, mas Bohr se ateve só às leis eletromagnéticas clássicas.
Nasceu o modelo Rutherford-Bohr: os elétrons orbitam ao núcleo em órbitas discretas, e quanto mais longe do núcleo, mais energia têm. Como as coisas são mais simples de explicar com átomos de hidrogênio (por terem só um elétron, daí não precisa considerar a putaria de repulsão elétron-elétron), dava pra calcular a energia do elétron a cada nível que passa. Um tal de Rydberg já tinha feito isso, mas os resultados dele foram apenas experimentais. Bohr, entretanto, conseguiu um modelo completamente teórico que explicasse por que átomos excitados sempre soltam radiação em comprimentos de onda específico. E mais: o modelo de Bohr poderia prever
quais seriam esses comprimentos de onda.
Ao menos, para átomos e íons com um elétron só (H
0, He
+, Li
+2, Be
+3...)
Vou postar mais depois, ok?