Vou meter o bedelho só um pouquinho...
Mais ou menos.
Não pense no elétron como uma bolinha fazendo uma órbita planetária ao redor do núcleo, pense na função de onda, que serve de base pra descrever a probabilidade de se encontrar o elétron numa certa região do espaço. Quando ocorro o "salto", a função do elétron muda de uma para outra, mas isso não quer dizer que a bolinha sumiu de uma órbita e reapareceu em outra. Essa dificuldade de compreensão some quando você percebe que quando vc calcula a probabilidade do elétron estar em algum ponto do espaço para os dois estados (funções de onda), verá que há regiões em que as duas probabilidades são não-nulas, ou seja, regiões que o elétron pode ocupar tanto em uma função de onda quanto em outra.
É por isso que o elétron não pode "saltar" de um estado pra outro qualquer. Existem as regras de seleção, que, entre outras coisas, incluem a não-ortogonalidade da parte espacial da função de onda (ou seja, uma tem componentes da outra, pensando em vetores do espaço de Hilbert), quando se leva em conta a interação (operador) que faz o elétron saltar de uma órbita pra outra.
Obrigado. Agora vou procurar ler um pouco mais sobre alguns conceitos que você utilizou na sua resposta e depois volto com outras perguntinhas sem vergonha.

A resposta do Snow foi muito boa e concisa (

), mas deixa ver se eu consigo
traduzir colocar em termos mais capengas pra quem não tem idéia (nem saco ou tempo pra descobrir) que diabos é Espaço de Hilbert:
O que o Snow está dizendo é, basicamente que na Mecância Quântica deixa de fazer sentido o conceito clássico de "trajetória" a que estamos acostumados (até por que a própria noção de partícula material que tínhamos deixa de ser a clássica). Assim a idéia clássica que temos de "nível", "órbita", "orbital" não é mais a mesma, até por que como o Snow disse o elétron não é uma bolinha girando em torno de uma bolinha maior (aliás esse modelo é cheio de problemas, por isso ele precisou ser substituído).
De fato, a gente não tem uma palavra ou um conceito que tenha um análogo clássico do dia-a-dia para como é o elétron, mas aí é que a matemática entra (pois é, em Mecânica Quântica, mais ainda que no resto da Física, a matemática é fundamental pra descrever coisas pras quais nosso vocabulário é inútil), e passamos a representar esses estados (que são meio que "conjuntos" de quantidades que a gente espera ser capaz de medir[1]) através das tais funções de onda, pra podemos obter as probabilidades de o elétron "estar"[2] "aqui" ou "ali", e bem, chegamos à conclusão que essas tais probabilidades são maiores que zero, para mais de um "aqui" ou "ali".
Agora a parte mais encrencada...
É por isso que o elétron não pode "saltar" de um estado pra outro qualquer. Existem as regras de seleção, que, entre outras coisas, incluem a não-ortogonalidade da parte espacial da função de onda (ou seja, uma tem componentes da outra, pensando em vetores do espaço de Hilbert), quando se leva em conta a interação (operador) que faz o elétron saltar de uma órbita pra outra.
As tais regras de seleção das quais o Snow está falando são o que está por trás de o elétron só poder fazer determinadas transições e não outras (como o próprio Snow lembrou de novo
algumas mensagens depois), e envolvem uma série de coisas, mas entre elas o fato de que as tais funções de onda que o elétron ocupa não são totalmente independentes uma da outra (a tal da não-ortogonalidade)[3]. Elas estão ligadas de uma maneira estranha que faz com que o elétron possa realizar determinadas transições, mas não outras.
[1]Físicos do clube cético, perdão: eu avisei que ia ser capenga...
[2]Odeio usar aspas pra mudar o sentido de palavras, mas não tem jeito...
[3]Go to [1]
Espero que eu tenha ajudado a esclarecer um pouco...
