Não estou criando uma regra a partir da minha própria experiência de vida, tampouco me colocando como a medida de tudo. Estou oferecendo dados objetivos (padrão de renda mínimo da classe média segundo a FGV), e apontando para um fato social no Brasil, verificável por quem quiser: há pedintes/moradores de favela conformados, que não acham que devem se esforçar.
Sem dúvida que existem. O que não podemos é tentar sequer pensar em generalizar. Não sei quantos são preguiçosos.
No caso de vender bala, é um sub-emprego, onde os caras correm o dia inteiro!!! Não posso falar que são preguiçosos. Posso entender também que mendigar e tomar 1000 nãos por dia na cara não deve ser gostoso.
Eles certamente não estão trocando algo mais do que um sub-emprego pela mendicância, talvez a menina não goste de ser uma doméstica, sei lá. Mas temos que ter em mente que o que eles estão trocando, na visão deles, é pior do que mendigar. Não vejo um executivo trocar seu posto pelo de mendigo, nem um professor.
Dizer que esse cara não é o culpado da própria miséria, porque a vida foi muito dura com ele, é incidir na falácia do argumentum ad lazarum.
Ora, estamos falando de um cara saudável, que não possui problemas mentais ou físicos, e não produz R$ 1.000,00 mensais para si. A única explicação possível é dizer que ele não se esforçou, trabalhou, estudou e/ou planejou suficientemente. Em outras palavras: é um folgado.
Jus, tenho uma empregada ganha 800,00. E trabalha das 8..4.
Ganhar 1000,00 reais em um emprego é um sonho de consumo para muita gente. Não sei de onde você tirou essa afirmação. 1000,00 exige muitas vezes mais do que o segundo grau completo, ser mais do que um analfabeto funcioal, ou ter boa aparência para vender em uma loja.
Não podemos falar, nunca, de maneira alguma, isso:
"e não produz R$ 1.000,00 mensais para si. A única explicação possível é dizer que ele não se esforçou, trabalhou, estudou e/ou planejou suficientemente. Em outras palavras: é um folgado."Não tem o menor sentido, é desconhecer a nossa realidade.
O governo oferece programas sociais, como o bolsa-família. Eu, você e quem mais anda pelas próprias pernas pagamos a conta via impostos. As perguntas que faço são as seguintes: esse pedinte miserável tem algum direito de exigir qualquer coisa de algum cidadão em sua esfera privada? E de ficar bravo quando alguém se recusa a lhe dar o dinheiro? Um programa político que se preocupasse menos em oferecer uma série de serviços e bens gratuitos ou mais baratos, como casas populares, e mais em incentivar o setor produtivo, não seria mais efetivo para acabar com a atitude desses miseráveis folgados?
Um estado tem que ter programas sociais. Podemos certamente discordar de alguns pontos do bolsa família, notadamente a questão de não pedir contrapartidas fortes e mais ainda, não ter como pedir contrapartidas por não oferecer algo que ajude a sociabilizar as pessoas. Sem falar no uso eleitoreiro.
Podemos também, claro, incentivar setores como o da construção civíl, que emprega muitas pessoas de baixa renda.