Quando estudei, minha escola sempre comemorava a semana da pátria: tínhamos apresentações, todas as atividades em classe eram voltadas para a celebração da independência e o hino nacional era cantado pontualmente às oito e meia da manhã. Além do hino, um aluno era escolhido para hastear a bandeira e esse posto era disputadíssimo todos os anos. (...) Aquela semana de setembro representava muito para os alunos: era ansiosamente aguardada todos os anos. Valorizávamos o país por nos sentirmos parte dele - assim como valorizávamos nossa cidade, nosso Estado.
Acho que você está romantizando demais.
Primeiramente as escolas são conhecidas pela rotina tediosa. Qualquer atividade que fuja da mesmisse é adorada pelos alunos.
Segundo, pelo que você disse, era uma semana festiva. Provavelmente com mais tempo de atividades do que de aula normal. Exatamente o tipo de coisa que a maioria dos alunos gostam.
Por fim, o posto "disputadíssimo" tinha uma importância e destaque que lhe era atribuída pelos professores. Hastear a bandeira era ser o centro das atenções pelo menos por alguns momentos. Destaque e atenção. Exatamente o que crianças e adolescentes adoram.
É óbvio que a semana seria ansiosamente esperada. Menos aulas, mais diversão, mais "eventos sociais". Talvez você valorizasse a pátria e tudo o mais. Talvez esse fosse o seu motivo por gostar tanto da tal semana da pátria. Mas eu duvido que fosse o motivo da maioria dos seus colegas.
Particularmente, acho patriotismo ridículo e nocivo. Prefiro a racionalidade. O cidadão deve seguir as leis e as normas de convivência porque é o mais vantajoso para o cidadão e para o país/cidade/estado. Todos saem ganhando. Simples lógica e visão de longo prazo. E não porque ele ama o país. Amor pelo país pode facilmente ser manipulado. Levar a guerras, conflitos internos e outros problemas por causa de sentimentalismo. Apelar para os sentimentos é a primeira estratégia de qualquer corrupto para manipular um povo. E funciona maravilhosamente bem.