Os argumentos científicos contra origens independentes são diversos. O mais básico é justamente improbabilidade, é meio como nascerem pseudo-irmãos gêmeos de pais e mães diferentes em países diferentes. Teoricamente é possível que houvessem duas pessoas com exatamente o mesmo genótipo e com o restante das seqüências iguais sem serem irmãos gêmeos verdadeiros, de forma similar que em um sorteio pode sair mais de uma vez a mesma seqüência numérica. Só que é extremamente improvável, a ponto de poder ser descartado sem preocupação.
Era exatamente este tipo de conceito que eu gostaria de ouvir. Então já existem argumentos de origens diversas?
No sentido que está querendo propor, não existe, porque como expliquei, é algo absurdamente improvável. É pior que sugerir que se temos uma máquina que picotasse e pintasse aleatoriamente pedaços de papel, podemos eventualmente ir lá e pegar aleatoriamente uma porção de papel picotado e pintado por ela, e ter em mãos um quebra-cabeças perfeito de uma foto da estátua da Liberdade em Nova Iorque, só que não foi feito de recortes de uma foto da estátua da Liberdade, mas apenas de recortes e pinturas completamente aleatórias. Fisicamente possível, é, mas a improbabilidade é tão grande que é desprezível. Existem fenômenos físicos tais que, possibilitam a que eventualmente, um dia desses, a estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro batesse palma, gritasse "uuuuh!" e colocasse uma das mãos apontando para cima, enquanto a outra fica na região pubiana com os joelhos meio dobrados, imitando um movimento do Michael Jackson. Mas ninguém espera que isso vá ocorrer, não é uma possibilidade que se leva em consideração, por que é improvável demais.
De início eu estaria focalizando a evolução num sentido apenas celular onde os primeiros seres vivos formariam estruturas exatamente iguais em milhares de células evoluindo.
Fazendo um esforço para entender o que você tentou dizer aqui, acho que o que está dizendo é que a sua idéia seria de que, num belo dia, eventualmente não havia vida, e então surgiu uma célula, que por acaso, era quase como uma célula-ovo de um gato, com a diferença de que, de alguma forma, não precisava de estar num útero para se alimentar e viver, apenas pode ir crescendo "normalmente" numa poça de lama. E algumas dezenas de metros, apareceu por acaso uma célula-ovo de jaguatirica, e mais para lá uma célula-ovo de elefante, e assim por diante. E quase todos eles por acaso tinham genes para criar células reprodutoras que funcionassem de forma diferente (no caso de placentários e coisas do tipo).
Isso é até um pouco pior do que eu tinha "entendido" anteriormente, que seria que, surgiram vários micróbios indepentendemente, e eles evoluíram, em linhagens independentes e praticamente não-ramificantes, em todos os seres, passando formas ancestrais como as sugeridas pelas evidências de parentesco diversas, só que sem nunca terem se dividido. Ou seja, o ancestral do ser humano seria biologicamente idêntico ao ancestral comum do chimpanzé, mas teria surgido totalmente independentemente, teria tido uma ascendência de ancestrais idênticos, mas não realmente aparentados, passando de "micróbios" a "peixes", de "peixe" a "anfíbio", de "anfíbio" a "réptil", de "réptil" a mamífero, e então ao último ancestral antes da espécie "final", sem nunca terem se cruzado, apesar de viverem ao mesmo tempo e no mesmo habitat, e serem geneticamente idênticos.
Quanto a parte de uma evolução posterior a existência da espécie, já seria outro tipo de evolução. Neste caso as espécies já estariam criadas num padrão X.
A espécie X teria sua estrutura 1,4,5,2,3,6 idêntica a uma outra exatamente igual.
Uma outra teria 5,4,3,1,2 e assim sucessivamente...
Depois disto seria uma outra sequência de evolução.
Novamente, não entendi muito bem o que você quis dizer.
Por que é tão difícil aceitar que, tal como as raças de cães são parentes, e como algumas pessoas são reprodutivamente incompatíveis, não conseguem ter filhos uma com a outra (mas conseguem ter com outros parceiros), as espécies não podem ser raças mais modificadas, não por séculos ou dezenas de milhares de anos, mas por centenas de milhares ou mesmo alguns milhões, e que assim ficaram "inférteis" umas com as outras?