Autor Tópico: Inteligência artificial  (Lida 15214 vezes)

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Offline Lorentz

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #75 Online: 09 de Março de 2016, 17:12:19 »
Desculpem-me a ignorância de leiga, mas vejo que na IA dos games, quando se tenta uma mesma estratégia, o jogo muda a dele e te derrota, aprendendo com os próprios erros.

Acho que nenhum jogo mainstream tem isso. Poderia citar qual jogo você notou este comportamento?
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Offline Brienne of Tarth

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #76 Online: 09 de Março de 2016, 17:15:27 »
Os jogos de estratégia costumam me detonar quando faço isso, não sei te citar agora qual deles, mas é meio como jogar Resident Evil e querer fazer sempre a mesma coisa, chega uma hora que o jogo parece que te saca e mata sua estratégia antes mesmo de você implementar.
GNOSE

Offline Lorentz

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #77 Online: 09 de Março de 2016, 17:17:30 »
Os jogos de estratégia costumam me detonar quando faço isso, não sei te citar agora qual deles, mas é meio como jogar Resident Evil e querer fazer sempre a mesma coisa, chega uma hora que o jogo parece que te saca e mata sua estratégia antes mesmo de você implementar.

Muito do que parece ser uma IA complexa nada mais é que um conjunto de dice rolls que vai moldando o comportamento do adversário. Pode ser que depois de algumas partidas você notou um comportamento diferente do adversário por mera aleatoriedade.
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Offline Brienne of Tarth

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #78 Online: 09 de Março de 2016, 17:21:53 »
Mas se molda o comportamento, como pode ser aleatório? Não é um tipo de resposta aos meus atos?
GNOSE

Offline Lorentz

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #79 Online: 09 de Março de 2016, 18:04:42 »
Mas se molda o comportamento, como pode ser aleatório? Não é um tipo de resposta aos meus atos?

Aí é que está. Talvez o comportamento não está sendo moldado. Ele pode estar sendo conduzido por aleatoriedade, o que dá a falta impressão de haver algum aprendizado.

Por exemplo. Você age do jeito A e a IA responde B e perde. Você age A e a IA age C e perde. Você age A e a IA age A e vence, e você tem a sensação de que a IA aprendeu. Mas A, B ou C pode ser uma resposta aleatória.

Mas isso é somente especulação da minha parte. É que nunca li em nenhum dos sites, revistas e blogs a notícia de que algum game implementou isso. Para não mentir, me lembro que a Sega fez algo assim no Virtua Fighter 4 ou 5 para consoles, num modo de jogo específico.
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Offline Luiz F.

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #80 Online: 09 de Março de 2016, 20:04:24 »
As IA's de jogos na verdade tentam fazer mais ou menos isso que a Brienne falou, mas por uma questão de performance acaba acontecendo o que o Lorents disse. Elas geralmente são programadas para terem um numero determinado de estratégias que elas seguem meio que de forma aleatória. Se a programação for um pouco mais avançada, elas acabam "aprendendo" qual a melhor estratégia (muitas aspas em aprendendo, poi o que ela faz é só analisar alguns dados chave, comparar com os dados anteriores e, se esses dados forem melhores, a IA vai repetindo a estratégia até que os dados novamente digam que não esta mais funcionando.)

Mas isso é implementado em um número bastante reduzido de jogos, pois toda essa análise consome processamento precioso. O que se chama de IA, na maioria dos casos, é tão somente um caminho determinado que a personagem percorre e instruções simples de comportamento, como atacar caso te veja, se for o caso te seguir por um determinado tempo e recuar, ou recuar quando um dano x ocorre, etc.

Essa sensação da IA aprender na verdade é a programação já fechada agindo do modo que foi programada e pela previsão que o desenvolvedor faz, sobre como provavelmente o jogador vai agir, ele desenvolve uma programação voltada para aquele nível, cenário, sala, beco, mapa especifico.
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Offline Brienne of Tarth

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #81 Online: 09 de Março de 2016, 22:10:07 »
Essa sensação da IA aprender na verdade é a programação já fechada agindo do modo que foi programada e pela previsão que o desenvolvedor faz, sobre como provavelmente o jogador vai agir, ele desenvolve uma programação voltada para aquele nível, cenário, sala, beco, mapa especifico.

Perfeito. Então essa programação fechada faria parte de um pacote de reações baseadas na criatividade/experiência do criador/desenvolvedor, e no caso do jogador alcançar um nível de compreensão do diagrama/método/configuração das jogadas, sua capacidade de performance sobrepuja a do jogo e vence, é isso?
GNOSE

Offline Lorentz

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #82 Online: 09 de Março de 2016, 22:23:34 »
Essa sensação da IA aprender na verdade é a programação já fechada agindo do modo que foi programada e pela previsão que o desenvolvedor faz, sobre como provavelmente o jogador vai agir, ele desenvolve uma programação voltada para aquele nível, cenário, sala, beco, mapa especifico.

Perfeito. Então essa programação fechada faria parte de um pacote de reações baseadas na criatividade/experiência do criador/desenvolvedor, e no caso do jogador alcançar um nível de compreensão do diagrama/método/configuração das jogadas, sua capacidade de performance sobrepuja a do jogo e vence, é isso?

Seria isso. Pegue o caso do Fallout 4 por exemplo. Os inimigos estão bem mais espertos e lançam granadas, usam itens de cura e se escondem atrás de muros ou árvores para atacar. Aí você fica esperando ele colocarem a cabeça pra fora e dá um tiro. Aí ele atira, se esconde e coloca a cabeça novamente, realizando este ciclo até que você mate ele. Seria até simples fazer com que o inimigo percebesse que você está só esperando e com isso ele tentasse uma nova posição ou fugisse, mas nunca acontece.
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Offline Luiz F.

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #83 Online: 09 de Março de 2016, 22:50:25 »
Exato. Eu não me lembro de algum jogo que tenha, ou pareça ter uma IA "de verdade". Grande parte da dificuldade de um jogo vem da programação feita pelos desenvolvedores. Em alguns casos os bots tem alguns comportamentos diferentes, com uma variedade maior de jogadas que ele faz, mas isso geralmente é programado para acontecer de modo meio aleatório.

IA's mais avançadas, que tenham um processamento de informações mais complexa não são usadas em jogos devido a necessidade de muito processamento adicional.(pode ser que existam exemplos desse uso mais complexo, mas eu desconheço).
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Offline Sdelareza

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #84 Online: 10 de Março de 2016, 00:01:45 »
É uma perspectiva tão "essencial" que acho difícil conceber uma "falsificação", algo meio como se perguntar em "falsificação da idéia da Terra ser redonda".

A Terra redonda é algo que já foi falseado pela ciência. A Terra não tem um formato esférico perfeito, ela é achatada nos pólos. Isso é causado pela força centrífuga devido ao seu movimento de rotação.
Pode perceber a importância da falseabilidade?

"As medições mais recentes, bastante precisas e delicadas feitas principalmente por satélites artificiais, mostram que o nosso planeta tem uma forma que se assemelha, muito ligeiramente, a uma pêra. Mas, cuidado ao afirmar isto. A Terra não tem a forma de uma pêra! Se quiser ser técnico,
 diga que a Terra tem a forma de um esferóide oblatado."
https://unidospelaastronomia.wordpress.com/




Sim, eu me referia a um processador de silício que fosse "tão idêntico quanto for possível" a um bioquímico/neuronal, ou no que for relevante ao que toca o processamento que ele faz.

É curioso que sua visão se limita na tecnologia atual.

Não quero afirmar nem provar que é impossível que um computador pode reproduzir uma inteligência humana, mas que é impossível com os computadores atuais.

Insistir com um processador de silício seria como insistir que o 14-Bis de Santos-Dumont ou os aviões usados na Primeira Guerra podem voar a velocidades supersônicas. Basta somente fazer alguns ajustes no motor ou no layout etc...

Você parece não comentar sobre novos possíveis modelos de arquitetura de computadores, outro material no lugar do silício que permitiria reproduzir as reações químicas e elétricas do cérebro, computadores quânticos etc...

Isso realmente é que deveria ser argumentado para construir possíveis computadores "humanos".

Offline Peter Joseph

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #85 Online: 10 de Março de 2016, 10:45:08 »
Sim, eu me referia a um processador de silício que fosse "tão idêntico quanto for possível" a um bioquímico/neuronal, ou no que for relevante ao que toca o processamento que ele faz.

É curioso que sua visão se limita na tecnologia atual.

Não quero afirmar nem provar que é impossível que um computador pode reproduzir uma inteligência humana, mas que é impossível com os computadores atuais.

Insistir com um processador de silício seria como insistir que o 14-Bis de Santos-Dumont ou os aviões usados na Primeira Guerra podem voar a velocidades supersônicas. Basta somente fazer alguns ajustes no motor ou no layout etc...

Você parece não comentar sobre novos possíveis modelos de arquitetura de computadores, outro material no lugar do silício que permitiria reproduzir as reações químicas e elétricas do cérebro, computadores quânticos etc...

Isso realmente é que deveria ser argumentado para construir possíveis computadores "humanos".

Memristor: processador neuromórfico (imita o funcionamento dos neurônios)

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=chip-neural-memristores#.VuF4lvkrIdU

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=darwin-processador-neuromorfico-redes-neurais-pulsadas#.VuF5SfkrIdU

http://techreport.com/news/28595/startup-knowm-has-an-ahah-moment-with-memristors
"Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente." - Krishnamurti

"O progresso é a concretização de Utopias." – Oscar Wilde
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Offline Johnny Cash

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #86 Online: 10 de Março de 2016, 11:13:01 »

Você parece não comentar sobre novos possíveis modelos de arquitetura de computadores, outro material no lugar do silício que permitiria reproduzir as reações químicas e elétricas do cérebro, computadores quânticos etc...

Isso realmente é que deveria ser argumentado para construir possíveis computadores "humanos".

Curiosamente, eu chutaria que parte grande do problema ainda é entender como o "humano" funciona, indo além, inclusive, do sistema nervoso. Dominar como se dá todo processo de aprendizado e demais sistemas envolvidos, me parece ser mais chave do que uma eventual limitação da tecnologia/hardware atual.

Offline Peter Joseph

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #87 Online: 10 de Março de 2016, 11:36:40 »

Você parece não comentar sobre novos possíveis modelos de arquitetura de computadores, outro material no lugar do silício que permitiria reproduzir as reações químicas e elétricas do cérebro, computadores quânticos etc...

Isso realmente é que deveria ser argumentado para construir possíveis computadores "humanos".

Curiosamente, eu chutaria que parte grande do problema ainda é entender como o "humano" funciona, indo além, inclusive, do sistema nervoso. Dominar como se dá todo processo de aprendizado e demais sistemas envolvidos, me parece ser mais chave do que uma eventual limitação da tecnologia/hardware atual.

Acho que também temos que ter bem claro que inteligência artificial não significa necessariamente consciência, no sentido de pensar sobre o pensar e de possuir um Eu (Ego). Muito menos necessitamos que robôs tenham consciência para nos serem úteis a ponto realizarem a grande maioria das tarefas feitas por humanos, principalmente as chatas. Assim como o avião não precisa bater as asas como um pássaro para conseguir voar.
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Offline Pedro Reis

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #88 Online: 10 de Março de 2016, 17:37:59 »

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=chip-neural-memristores#.VuF4lvkrIdU

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=darwin-processador-neuromorfico-redes-neurais-pulsadas#.VuF5SfkrIdU

http://techreport.com/news/28595/startup-knowm-has-an-ahah-moment-with-memristors


Se isso não for um "vaporware" como alguém comentou, é fantástico. Só ter uma memória tipo flash com desempenho de DRAM é uma grande coisa. Mas é curioso que uma startup alcance resultados antes de grandes empresas, como HP, também investindo em pesquisas análogas.

Nessa área é muito comum lermos notícias sobre tecnologias que nunca se realizam, como o bagaço de cana que substituiria o silício na fabricação de chips. De qualquer forma, mesmo que não seja agora, a tecnologia é possível e estará disponível comercialmente, em algum momento.

Eu havia questionado antes, nessa tópico, sobre uma possível incompatibilidade instransponível entre máquinas com arquitetura Von Neumann e coisas que parecem realizar uma espécie de processamento em nível de memória, com a ausência de um componente dedicado a interpretar e executar instruções. Mas o que se imagina fazer, pelo menos inicialmente, é combinar as duas coisas, o que é chamado sugestivamente de computação Ahah!

Offline Gabarito

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #89 Online: 10 de Março de 2016, 21:49:57 »
A grande questão será se haverá um dia em que se consiga colocar algo próximo à consciência dentro de um aparato eletro-mecânico.
Temeroso dizer "*nunca* se conseguirá tal feito".
Tudo bem quando se imagina 20 anos pela frente.
Mas e daqui a 200 anos?
E daqui a 2.000 anos? Como (e onde) estará a humanidade lá?
Que nível inimaginável os computadores/dispositivos terão chegado juntamente com sua Inteligência Artificial?
E se essa IA passar a ser usada para ela mesma começar a projetar outras IAs níveis acima?

Uma coisa é certa: a tentação de pronunciar esse advérbio de tempo *nunca* é grande, mas deve ser contida. Lá na Idade Média, talvez fosse possível ouvir de respeitáveis estudiosos que o ser humano *nunca* conseguiria voar (avião), ou ficar insensível à dor (anestesia) ou outra bobagem que temos hoje, mas que seria insanidade lá nos tempos de Aristóteles ou outra época remota atrás.

Eis o AlphaGo em exuberância, mandando os melhores humanos à lona.
Stephen Hawking já alertou sobre os robôs.

Citar
Computador vence partida contra campeão de jogo mais difícil que xadrez
   Lee Jin-man/Associated Press    


South Korean professional Go player Lee Sedol, right, prepares for his second stone against Google's artificial intelligence program, AlphaGo, as Google DeepMind's lead programmer Aja Huang, left, sits during the Google DeepMind Challenge Match in Seoul, South Korea, Wednesday, March 9, 2016. Google's computer program AlphaGo defeated its human opponent, South Korean Go champion Lee Sedol, on Wednesday in the first game of a historic five-game match between human and computer. (AP Photo/Lee Jin-man) ORG XMIT: LJM110
O campeão mundial de Go, Lee Se-Dol (à direita) em partida contra o computador AlphaGo, acompanhado do programador da DeepMind

DA AFP
DO "FINANCIAL TIMES"
09/03/2016 13h24

Um supercomputador desenvolvido pelo Google causou sensação nesta quarta-feira (9) ao derrotar o campeão mundial de Go –um jogo chinês considerado mais complexo que xadrez– na primeira partida de um torneio para determinar quem é melhor, o homem ou a máquina.

Depois de três horas e meia de partida em um grande hotel em Seul, Lee Se-Dol, considerado o melhor jogador de Go na última década, decidiu abandonar o jogo quando percebeu que não teria chances de bater o computador AlphaGo.

Em outubro passado, o supercomputador havia derrotado por 5 partidas a zero o campeão europeu, Fan Hui.

Depois da partida, Lee Se-Dol, de 33 anos, retirou-se sem fazer comentários. Os comentaristas observaram que Lee Se-Dol cometeu alguns erros no final do jogo.

A partida foi assistida por centenas de especialistas, jornalistas e personalidades em uma sala de imprensa, onde havia uma grande tela.

O jogo despertou tanto interesse que foi transmitida ao vivo na internet e por emissoras de televisão de Coreia do Sul, China e Japão.


   Yao Qilin/Xinhua    
(160309) -- SEUL, marzo 9, 2016 (Xinhua) -- El jugador profesional de Go surcoreano, Lee Sedol, es captado en la pantalla durante el partido de Google DeepMind Challenge ante AlphaGo, en Seúl, República de Corea, el 9 de marzo de 2016. El programa inteligente de Google AlphaGo derrotó este miércoles al campeón humano mundial de Go, Lee Sedol, en el primer juego de su partida de cinco, logrando una ventaja de 1-0 con una victoria automática por amplio margen. Esta ha sido la primera vez que un programa de inteligencia artificial vence al campeón humano mundial de Go, que hasta ahora era considerado el último juego en el que los humanos podían seguir ganando a los programas inteligentes. (Xinhua/Yao Qilin) (jg) (sp)
Telão transmite a partida de Go

Essa batalha de cinco partidas deve demonstrar o progresso da inteligência artificial nos últimos dez anos.

A supremacia do computador já foi demonstrada no xadrez, quando o supercomputador Deep Blue da IBM derrotou o então campeão de xadrez, Garry Kasparov.

Mas os especialistas acreditavam que a máquina teria mais dificuldades no Go, muito mais complexo e com uma enorme quantidade de opções e combinações que o xadrez.

Essa primeira vitória da AlphaGo aumenta o suspense desse duelo que acontece até 15 de março.

Se vencer, Lee Sedol levará um prêmio de um milhão de dólares do Google. Se ele perder, a companhia doará o dinheiro para caridade.

O jogo de Go, que data de mais de 2.500 anos atrás, tem cerca de 40 milhões de jogadores regulares ao redor do mundo e 1.000 jogadores profissionais, principalmente no leste da Ásia.

CONFIANÇA ABALADA

Antes da partida, Lee estava confiante que podia superar o computador. "Eu assisti às gravações das partidas [com Fan Hui] e foi surpreendente ver o nível que o AlphaGo atingiu, mas ainda não chegou no meu nível", disse Lee ao "Financial Times". "Eu não acho que cinco meses é tempo suficiente para melhorá-lo ao ponto de me superar."

A AlphaGo, desenvolvida por Demis Hassabis e colegas na DeepMind, adquirida pelo Google, em Londres utiliza a "aprendizagem profunda" (Deep Learning), método de aprendizagem automático concebido com base em camadas de "neurônios" artificiais que imitam o cérebro humano.

"Nós queremos usar essa tecnologia para mais do que só jogos", disse ele. "O que nós esperamos é aplicá-la em vários problemas no futuro, incluindo assistência médica, robótica, robôs domésticos e que cuidam de idosos e o assistente pessoal do seu telefone."

Ele imagina que serão necessárias muitas décadas para criar uma inteligência artificial no nível de um humano. Para Hassabis, a partida dará a chance de pesquisadores poderem avaliar a flexibilidade do algoritmo e sua habilidade de resolver problemas complexos -o que pode ser aplicado em várias indústrias.

Offline Sdelareza

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #90 Online: 10 de Março de 2016, 23:23:46 »
Vi uma notícia alguns anos atrás que pesquisadores conseguiram desenvolver um processador
composto de neurônios de minhocas, e que esse processador era capaz realizar algumas operações de
adição e subtração bem simples. Só que não consigo achá-la na internet.

Como será a IA num futuro muito distante? Tem um conto super legal do Isaac Asimov que trata do assunto ("A Última Pergunta"). São 14
páginas, mas é leitura fácil e vale a pena ler até o desfecho final.
http://stoa.usp.br/lucianovf/files/2609/14554/A+%C3%BAltima+pergunta.pdf

Offline Pedro Reis

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #91 Online: 11 de Março de 2016, 02:07:30 »
A grande questão será se haverá um dia em que se consiga colocar algo próximo à consciência dentro de um aparato eletro-mecânico.
Temeroso dizer "*nunca* se conseguirá tal feito".
Tudo bem quando se imagina 20 anos pela frente.
Mas e daqui a 200 anos?


Engraçado que há uma hipótese que ninguém costuma considerar: haverá humanidade daqui a 200 anos?

Do jeito que a coisa tá complicada.... sério mesmo... este século pode ser o último da nossa desventura sobre a Terra.

Offline Lorentz

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #92 Online: 11 de Março de 2016, 08:28:22 »
A grande questão será se haverá um dia em que se consiga colocar algo próximo à consciência dentro de um aparato eletro-mecânico.
Temeroso dizer "*nunca* se conseguirá tal feito".
Tudo bem quando se imagina 20 anos pela frente.
Mas e daqui a 200 anos?


Engraçado que há uma hipótese que ninguém costuma considerar: haverá humanidade daqui a 200 anos?

Do jeito que a coisa tá complicada.... sério mesmo... este século pode ser o último da nossa desventura sobre a Terra.

Já ouviu falar de Idade Média? Se sobrevivemos àquilo, com fome, guerras e pestes (magos, dragões, feiticeiros e bárbaros também), o resto é fichinha.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #93 Online: 11 de Março de 2016, 08:56:35 »
É uma perspectiva tão "essencial" que acho difícil conceber uma "falsificação", algo meio como se perguntar em "falsificação da idéia da Terra ser redonda".

A Terra redonda é algo que já foi falseado pela ciência. A Terra não tem um formato esférico perfeito, ela é achatada nos pólos. Isso é causado pela força centrífuga devido ao seu movimento de rotação.
Pode perceber a importância da falseabilidade?

"As medições mais recentes, bastante precisas e delicadas feitas principalmente por satélites artificiais, mostram que o nosso planeta tem uma forma que se assemelha, muito ligeiramente, a uma pêra. Mas, cuidado ao afirmar isto. A Terra não tem a forma de uma pêra! Se quiser ser técnico,
 diga que a Terra tem a forma de um esferóide oblatado."
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Esperava que por dizer "falsear que a Terra é redonda" fosse naturalmente ser entendido "falsear que a Terra é um esferóide oblato de topografia irregular blablablá". Ou ainda, o "contrário", comprovar que a Terra fosse "largamente plana, com topografia irregular".

Deve ter alguma observação "possível" (ou "filosoficamente possível") que, "virasse o universo do avesso" e confirmasse que a Terra é "plana". Mas é muito difícil imaginar algo assim, pois em 99% do tempo você precisa inventar hipóteses ad hoc para a Terra não ser esferóide e no entanto "parecer" ser, e ainda conceber alguma prova "definitiva" de ser apenas aparência.

Algo parecido:

Citar
https://en.wikipedia.org/wiki/Hollow_Earth#Concave_hollow_Earths
...

In one chapter of his book On the Wild Side (1992), Martin Gardner discusses the hollow Earth model articulated by Abdelkader. According to Gardner, this hypothesis posits that light rays travel in circular paths, and slow as they approach the center of the spherical star-filled cavern. No energy can reach the center of the cavern, which corresponds to no point a finite distance away from Earth in the widely accepted scientific cosmology. A drill, Gardner says, would lengthen as it traveled away from the cavern and eventually pass through the "point at infinity" corresponding to the center of the Earth in the widely accepted scientific cosmology. Supposedly no experiment can distinguish between the two cosmologies.

Gardner notes that "most mathematicians believe that an inside-out universe, with properly adjusted physical laws, is empirically irrefutable". Gardner rejects the concave hollow Earth hypothesis on the basis of Occam's razor.[46]

...



Citar
Sim, eu me referia a um processador de silício que fosse "tão idêntico quanto for possível" a um bioquímico/neuronal, ou no que for relevante ao que toca o processamento que ele faz.

É curioso que sua visão se limita na tecnologia atual.

Não, não me limito à tecnologia "atual", até porque a atual simplesmente não é "tão idêntica quanto possível ao processamento bioquímico/neuronal". Ainda está por ser inventado, é portanto tecnologia futura, embora a atual já engatinhe nessa direção.



Citar
Insistir com um processador de silício seria como insistir que o 14-Bis de Santos-Dumont ou os aviões usados na Primeira Guerra podem voar a velocidades supersônicas. Basta somente fazer alguns ajustes no motor ou no layout etc...

Não se prenda a esses detalhes. Eu não sei se silício teria inerentemente qualquer impedimento, o ponto "funcionalista" é apenas que talvez o que é feito por bioquímica poderia ser realizado por outra química, talvez incluso significativamente silício. Meio como você pode ter um motor de carro dos materiais que são feitos, ou talvez com outros materiais, desde que ainda resistam às forças a que é submetido e tenha quaisquer propriedades necessárias para os mecanismos ainda funcionarem. 


Citar
Você parece não comentar sobre novos possíveis modelos de arquitetura de computadores, outro material no lugar do silício que permitiria reproduzir as reações químicas e elétricas do cérebro, computadores quânticos etc...

Isso realmente é que deveria ser argumentado para construir possíveis computadores "humanos".

Eu não sei se há sequer necessidade absoluta de "reproduzir reações químicas", algo inerente ao que elas "são", versus seu resultado. É um questionamento algo similar a duvidar da possibilidade de calculadoras eletrônicas por serem fisicamente muito diferentes de ábacos, de dedos, ou de papel e lápis. Talvez química simulada virutalmente já fosse suficiente, no que quer que for realmente relevante. Talvez nem isso seja necessário, tal como não é haver "dedos virtuais" ou "papel e caneta virtuais" para calculadoras.

Offline Sdelareza

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #94 Online: 12 de Março de 2016, 11:25:09 »
Pois é, para imaginar algo futuro, é preciso ter ideias absolutamente inovadoras como Leonardo da Vinci
 teve no seu tempo.

Um cérebro que imita a inteligência humano certamente deverá ser diferente, não somente em material e tecnologia,
mas também em arquitetura. Na arquitetura de hardware atual criada por Von Neumann, o processador e a memória
estão separados e interligados por um barramento. No cérebro, os neurônios e as sinapses estão atuando juntos,
em todas as direções.

Deveria haver uma nova arquitetura de hardware mais semelhante à do cérebro humano,  que foge das limitações
da atual arquitetura de Von Neumann (mais vulnerável a aquecimento, excessos de dados ou limite de velocidade), com um 
funcionamento que difere de uma máquina de Turing.
« Última modificação: 12 de Março de 2016, 11:35:15 por Sdelareza »

Offline Pedro Reis

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #95 Online: 12 de Março de 2016, 13:44:20 »
Pois é, para imaginar algo futuro, é preciso ter ideias absolutamente inovadoras como Leonardo da Vinci
 teve no seu tempo.

Um cérebro que imita a inteligência humano certamente deverá ser diferente, não somente em material e tecnologia,
mas também em arquitetura. Na arquitetura de hardware atual criada por Von Neumann, o processador e a memória
estão separados e interligados por um barramento. No cérebro, os neurônios e as sinapses estão atuando juntos,
em todas as direções.

Deveria haver uma nova arquitetura de hardware mais semelhante à do cérebro humano,  que foge das limitações
da atual arquitetura de Von Neumann (mais vulnerável a aquecimento, excessos de dados ou limite de velocidade), com um 
funcionamento que difere de uma máquina de Turing.

Eu acho que a coisa realmente estranha é a CPU. Embora o que eu ache sobre isso não tenha nenhum valor porque é só achismo mesmo, mas qualquer coisa que implemente algo que dependa de um dispositivo central de processamento me parece totalmente não natural, "anti-orgânica".

Tipo alguma coisa que a natureza jamais faria, assim como um pássaro com turbinas. Esperar extrair o tipo de cognição que temos de uma coisa assim seria como esperar simular o voo do pássaro com a tecnologia do avião a jato.

Mas também o projeto de memória de um computador, linear, enderaçável e discreta, vai na direção oposta de tudo que pareça orgânico. A fixação de informação em animais tem que ser de alguma forma analógica, do contrário nós teríamos mesmo que supor que parte do que guardamos pertence ao domínio do que poderia ser chamado de espírito ou alma.

Tendo menos de 100 bilhões de neurônios não há como explicar a quantidade de informação que armazenamos, as acessíveis à consciência e também ao inconsciente, mas também o que talvez sejam dados e padrões retidos de alguma forma pelo cérebro, necessários para administrar de forma autônoma todo nosso complexo organismo e sua interação com o ambiente, se essa memória nossa for baseada em algum esquema discreto semelhante ao digital.

Quando você olha para a arquitetura de Von Neumann o que você vê não é um organismo, muito menos um cérebro, mas uma fábrica.

Na verdade Charles Babbage quando tentou construir sua "máquina diferencial" e a "maquina analítica" foi provavelmente inspirado pela tecnologia de programação de teares da indústria textil da época. Na Wikipedia em português é dito que os inventores do computador moderno não conheciam o trabalho de Babbage, mas o fato é que Howard Aiken esteve envolvido durante seu doutorado em Harvard com métodos numéricos bastante tediosos para equações diferenciais, o que o levou a se interessar pelo desenvolvimento de uma máquina programável e pesquisando tudo que havia sobre o assunto encontrou o trabalho de Babbage, no qual se baseou para a construção do Mark I.

Esse equívoco da Wikipedia em português está corrigido no verbete em inglês para Howard Aiken.

https://en.wikipedia.org/wiki/Howard_H._Aiken

A visão que temos de uma máquina inteligente ( que chegou a ser muito popularmente chamada de "cérebro eletrônico" nos anos 50 ) é um modelo mecânico do século 19, baseado em tecnologias daquela época da indústria textil. A arquitetura de Von Neumann, mais elegante, simplifica o projeto de computadores mas não altera em nada de significante o que é chamado de arquitetura de Harvard.

Offline Sdelareza

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #96 Online: 12 de Março de 2016, 14:49:15 »
A influência da indústria têxtil nos primeiros computadores podia se perceber pelo uso de cartões perfurados
para memória principal não volátil e para a entrada de dados.

Os cartões perfurados, criados em 1801 por Joseph-Marie Jacquard, eram usados para programar os teares da indústria têxtil.

Charles Babbage planejava usá-los também na sua máquina analítica.
« Última modificação: 12 de Março de 2016, 14:51:21 por Sdelareza »

Offline Sdelareza

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #97 Online: 29 de Maio de 2016, 21:57:43 »
Havia começado a ler "Como funciona a mente" do Steven Pinker, mas larguei a obra no meio.

Pessoas como Pinker parecem não entender que a consciência é um fenômeno biológico, e não pode ser
reproduzida num dispositivo eletrônico - pelo menos os atuais existentes.

Nos computadores atuais, processadores, memória, hardware e software são entidades distintas e separadas, enquanto
num cérebro tudo aquilo se encontra simultaneamente numa mesma área.

Falta algum neurocientista nessa conversa, realmente.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #98 Online: 29 de Maio de 2016, 22:07:20 »
Que argumento de Pinker teria como ponto crucial uma analogia mais forte do cérebro com dispositivos eletrônicos de "arquitetura" completamente diversa?

Offline Sdelareza

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Re:Inteligência artificial
« Resposta #99 Online: 30 de Maio de 2016, 20:43:53 »
Pinker se enrolou todo ao tentar criticar o argumento do Searle. Ele considera que a palavra "compreender" é
 subjetiva demais para levar esse argumento a sério.

Mas para as pessoas se comunicarem e se entenderem (como nesse fórum), é preciso algum tipo de objetividade na compreensão de um idioma.

 

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