Tenho aprendido um pouco mais sobre história econômica do socialismo. Li um pouco mais do caso da transição econômica da China no livro Macroeconomia de Olivier Blanchard. Algumas descrições expostas lá são interessantes.
A agricultura da China já foi estatizada. A reforma agrícola permitiu que os fazendeiros, após satisfazerem a cota do Estado, vendessem sua produção em mercados rurais. Ao longo do tempo, os fazendeiros obtinham direitos crescentes sobre suas terras. E, hoje em dia, as fazendas estatais produzem menos de 1% do produto agrícola. Empresas estatais receberam autonomia crescente sobre suas decisões de produção, e mecanismos e preços de mercados foram introduzidos para um número crescente de bens. O empreendedorismo privado foi encorajado, com empreendimentos coletivos guiados pelo motivo lucro em "empresas de cidades e povoados". O crescimento médio do produto por trabalhador passou de 2,5% entre 1952 a 1977 para 8% desde então. Diferentemente do que aconteceu na Europa Oriental, o sistema político não se modificou e o governo conseguiu controlar o ritmo da transição. Eles puderam permitir que as empresas estatais continuassem a produzir enquanto o setor privado crescia. Garantindo direitos de propriedade a investidores estrangeiros, eles trouxeram a tecnologia de países ricos, e no tempo certo, esse conhecimento foi repassado as empresas estrangeiras. Por motivos políticos, tal estratégia não foi aberta aos países da Europa Central e Oriental. Outros apontam que a transição chinesa foi suave, pois o planejamento central durou poucas décadas, assim as pessoas ainda sabiam como a economia funcionava e se adaptaram facilmente ao novo ambiente econômico, diferentemente da Rússia.