Essa ideia pode aplicar-se ao curto prazo. Não considerei o fator temporal antes, porque essa mudança pode variar tanto como "de uma hora para outra", como pode ser "planejado com cautela".
Certamente. Só preferi sugerir um prazo mais longo porque em prazos curtos grande parte das ações não tem muita repercussão. Quanto menos tempo se passa em uma condição, mais fácil é abandoná-la.
Em uma análise precisa, como todos podem decidir algo a qualquer momento, estipular metas e encarar os requisitos para a mesma (no curto, médio, ou longo prazo), não existem condicionais para que as impeçam de "desistir" e tentar outro projeto, ou tentar o mesmo de forma diferente. Então, assim sendo, a autonomia nunca vai por agua abaixo. E a sensação de liberdade descrita é fator psicológico, que é derivada do primeiro (liberdade de fato). Se sente-se obrigado a algo, tem toda a autonomia para se desvincular disto e partir para outro meio de vida.
Certo. Aqui, o que você chama de requisito eu chamo de obrigação. Nesse caso, os dois termos me parecem adequados, já que um requisito é uma exigência de uma condição que se deve satisfazer para alcançar certo fim. E se uma obrigação é a ação de impor algo, está tudo certo. Só que aqui você inverte a minha forma de pensar; enquanto eu vejo algum/a requisito/obrigação como um possível impecilho a conquista de algo (que tolheria a liberdade de simplesmente escolher algo), você percebe a possibilidade de desistência ou a tentativa de um outro projeto como alternativas que propiciam a liberdade de escolha. Para mim, quando abandona-se uma escolha por um impecilho (requisito que não pode ser satisfeito) e adota-se outra por necessidade, por exemplo, a liberdade de escolha foi prejudicada. As escolhas secundárias, alternativas à primeira, podem ser positivas e deixar o indivíduo igualmente satisfeito em certo momento, mas essa simples ocorrência ilustra a falta de liberdade total. Se somos livres para escolher apenas entre as alternativas que são possíveis de serem alcançadas por nós (mas que estão ao alcance de outras pessoas) somos de fato
totalmente livres?
Demarcação: Limites pré-estabelidos que definem as normas de uma sociedade. Ao atravessar os limites estabelecidos, poderá não pertencer mais ao grupo social.
Imposição: Amarrar ou aprisionar permanentemente uma pessoa à um grupo social impedindo qualquer escolha da mesma, incluindo a morte (dogmas ou intensa pressão psicológica).
Minha pergunta foi mal formulada. A definição das palavras eu sei, mas o que eu gostaria de entender é como elas se diferenciam na prática, dentro do seu raciocínio, já que segundo ele ambas são capazes de gerar o mesmo resultado; exclusão da sociedade ativa, por marginalização ou reclusão?
Se imprevistos, trata-se de fatores aleatórios ou acontecimentos. Ilustrando de outra forma: temas. Nisto se encaixa os fenômenos naturais. Com isso, parece que minha afirmação encontrou um limite racional: não tem como escapar da influencia da natureza terrestre nas decisões. Refutado? Não, porque o poder de decisão incide também sobre a própia existência. Nesse ponto, ninguém é impedido de fugir da vida que leva pelo meio mais extremo existente, que é a morte (só avisando que em hipótese alguma eu recomendo isto a alguém).
Já se previstos, nem preciso dizer que não era obrigado a escolher a opção que motivava tal fato indesejado.
Humm… estamos tendo uma discussão de ordem filosófica e isso impede uma refutação. O que está havendo entre nós é apenas a exposição de duas perspectivas distintas entre si.
Quanto ao suicídio; sim, é uma alternativa. Como todas as outras, com prós e contras. Evidente que há o agravante de ser, realmente, uma decisão definitiva. Mas agora, volto ao meu ponto inicial; você é livre para escolher, mas não é livre do
pacote que, inevitavelmente, acompanha suas escolhas. Por isso, afirmo que trata-se de estabelecer prioridades e suportar os/as requisitos/obrigações que fatalmente aparecerão. Se cada vez que um indivíduo recuar diante de uma obrigação indesejável (mas parte integrante de uma escolha própria, como consequência), ele passará a vida alterando suas escolhas, sem avançar em nenhum propósito. Nesse caso, a morte parece ser a única alternativa viável (não, sem incentivos, lembre-se: não vejo mal nenhum nas obrigações, penso que elas são nossas amigas
)
(Um pouquinho de off-topic: esse papo de encontrar a liberdade através da morte é muito
Lago dos Cisnes )