Autor Tópico: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país  (Lida 10467 vezes)

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Skorpios

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Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Online: 14 de Fevereiro de 2009, 07:19:05 »
Já estava na hora de separar o joio do trigo.

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Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país       l
Por Defesa Brasil   
13 de Fevereiro de 2009

Entidade britânica aparece entre as irregulares
Vasconcelo Quadros

BRASÍLIA - Suspeita de incentivar estrangeiros a comprar terras na Amazônia pela internet, a organização não-governamental Cool Earth - controlada pelo polêmico milionário sueco Johan Eliasch – deverá ser expulsa do país junto com outras 106 entidades estrangeiras que deixaram de se recadastrar no Ministério da Justiça. Apontada em levantamento da Agência Brasileira de Inteligência (abin), a ONG está sendo investigada pela Polícia Federal por supostas irregularidades na compra de 160 mil hectares de terra no estado do Amazonas. Eliasch, que se notabilizou como conselheiro do primeiro-ministro britânico Gordon Brown, irritou o governo brasileiro ao sugerir que se outros empresários europeus seguissem seu exemplo, a Amazônia poderia ser comprada por US$ 50 bilhões.

O secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, disse ontem que o novo cadastro, cujo prazo se encerrou no dia 2 de fevereiro, traz como novidade uma depuração radical no quadro de ONGs estrangeiras que atuavam no Brasil. Das 170 que estavam registradas no ano passado, apenas 63 se apresentaram ao Ministério da Justiça ou encaminharam à documentação pelo correio. E o mais estranho: nenhuma das que estavam sediadas na região Norte se recadastraram. As entidades que receberão autorização do Ministério da Justiça para funcionar em áreas indígenas e ambientais ficarão obrigadas a partir de agora a prestar contas sobre o trabalho que desenvolvem na região.

– O governo não está criminalizando as ONGs estrangeiras, mas pondo ordem na casa. A Amazônia agora terá porta e porteiro – disse o secretário ao criticar os ambientalistas internacionais cujo discurso de preservação se fundamentava no argumento de que a região era terra sem dono. Embora ainda não tenha um levantamento completo sobre as razões das desistências, Tuma Júnior acha que boa parte das 107 entidades que deixaram de se recadastrar estavam atuando de maneira irregular junto às comunidades indígenas ou na preservação do meio ambiente.

As denúncias que chegaram ao Ministério da Justiça e que motivaram as investigações apontavam que muitas entidade estavam impondo rituais religiosos estranhos à cultura de tribos amazônicas. Outras, sob o pretexto de defender o meio ambiente, promoviam a biopirataria, desviando para fora do país recursos naturais como ervas medicinais e minério de valor estratégico.

Num outro grupo estão as entidades estrangeiras que adquiriram grandes extensões de terras a pretexto de proteger a floresta. Segundo o Ministério da Justiça, esse era o caso da Cool Earth. As investigações em curso e o processo de regularização fundiária da região, apelidado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) como Terra Legal, vão apurar as condições em que o empresário Johan Eliasch adquiriu as 160 mil hectares nos municípios de Itacoatiara e Manicoré, no Amazonas. O limite do módulo fiscal na região é de, no máximo, 2.500 hectares. Acima disso, só com autorização do Congresso Nacional. Mesmo as entidades que pediram o registro dentro do prazo passarão por uma filtragem antes de receber autorização para atuar em áreas indígenas ou reservas ambientais.

Fonte: Jornal do Brasil

http://defesabrasil.com/site//Noticias/Amazonia/Governo-vai-expulsar-ONGs-suspeitas-do-pais.html

Offline Dodo

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #1 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 07:38:54 »
Já estava na hora de separar o joio do trigo.

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Verdade.
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Offline Luis Dantas

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #2 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 07:40:52 »
Nada contra a medida em si, que aliás é perfeitamente lógica e necessária.

Mas o que exatamente irrita tanto na compra de terrenos da Amazônia por estrangeiros?  Por que pressupor fins excusos nessas compras?  Por que se irritar com uma avaliação de US$ 50 bilhões para a Amazônia inteira?

E quanto a "impor rituais religiosos estranhos" aos índios nativos... essa preocupação bem que podia se estender aos brasileiros de fora da Amazônia (e que não sejam índios) também.  Conheço um Shopping da Universal aqui perto, podiam investigá-lo também.
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Offline Herf

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #3 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 07:59:45 »
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19/06/2008
Vendendo a Amazônia

Entre meus muitos defeitos não está o nacionalismo. Assim, não pestanejaria muito antes de vender a Amazônia aos gringos. Acho até que, dependendo de como a operação fosse montada, todos poderiam sair ganhando: a floresta e seus recursos seriam mais bem preservados, a população local experimentaria um novo ciclo de desenvolvimento (quem sabe até ganhasse passaporte americano ou da União Européia) e o resto do Brasil, evidentemente, receberia uma bolada pela cessão da "soberania". Desnecessário dizer que o próprio planeta seria enormemente favorecido com o fim das queimadas e a manutenção da cobertura vegetal amazônica, que exerce importante papel na regulação do regime de chuvas e do clima em geral.

É claro, porém, que isso não vai acontecer. Nossos valorosos militares, secundados por grande parte da população (inclusive gente inteligente), padece de dores físicas só de considerar a hipótese de que a Amazônia possa não ser mais "nossa".

É este "nosso" que eu gostaria de discutir um pouco hoje. Eu não sinto em absoluto que a Amazônia seja "minha". Para começar, nunca pisei lá. OK, falha minha, mas acredito que eu seja acompanhado nela pela maioria dos brasileiros. Estou também convicto de que eu, como a maior parte da população do país, mais perco do que ganho com as queimadas promovidas por pecuaristas e sojicultores locais. Na verdade, sé é correta, como parece que é, a tese de que o carbono de origem antropogênica representa uma ameaça às gerações futuras, tenho razões legítimas para querer o fim deste verdadeiro holocausto vegetal, que, apenas entre agosto de 2007 e abril de 2008, já custou à floresta pelo menos 5.850 km2 de cobertura, o equivalente a quatro vezes a cidade de São Paulo.

Não estou, evidentemente, com essas minhas considerações, isentado estrangeiros de seu quinhão de culpa pelos percalços planetários. Afinal, no passado, eles destruíram suas florestas e, no presente, seguem emitindo quantidades absurdas de carbono por conta do uso irrefletido de carrões, os populares SUVs, e níveis pouco sustentáveis de consumo em geral.

Eles patinam até mesmo nas, por assim dizer, razões morais. Ao canadense ou finlandês que nos cobra pelas queimadas, podemos retorquir: --Ah é?! E o que vocês estão fazendo para impedir o derretimento do permafrost, que inunda a atmosfera com milhares de toneladas de carbono ao ano?

O ponto, porém, é outro. Quero frisar que, embora exista a possibilidade teórica de que internacionalizar a Amazônia seja uma solução boa para a maioria dos brasileiros (e dos terráqueos), não conseguimos nem ao menos discuti-la de forma serena, porque esse tal de nacionalismo já faz com que muitos de nós a etiquetem como "alta traição".

O que, além das fronteiras geográficas internacionalmente reconhecidas --um mero marco legal--, torna a Amazônia "nossa"? Receio que só o que sobra seja esse sentimento meio bruto de que ela nos pertence porque pertence. É um conceito, por assim dizer, fora de lugar. Os mecanismos mentais que disparam o nacionalismo fazem sentido evolutivo na escala da aldeia, dimensão em que reforçam os vínculos e brios do grupo e o tornam mais apto a enfrentar e derrotar ameaças externas, como catástrofes naturais e tribos inimigas que queiram expulsá-los de sua terra.

No mundo moderno, entretanto, o nacionalismo tem servido mais para produzir guerras pouco razoáveis e muito mortíferas do que para cimentar de forma saudável o senso de comunidade. Em populações que se contam na casa dos milhões de habitantes dispersos por áreas às vezes continentais, a melhor forma de despertar a cumplicidade belicosa característica do nacionalismo é recorrer a bandeiras abstratas e artificiosas. Tomemos o recente caso de Kosovo, que opôs sérvios a albaneses. Embora a maioria do habitantes dessa região da antiga Iugoslávia seja de origem albanesa, o território é considerado berço nacional da Sérvia. Foi ali que, em 1389, eslavos cristãos liderados pelos sérvios enfrentaram a invasão otomana. Perderam, mas o local segue sendo considerado vital para a "alma da Sérvia como nação". Por menos razoável que pareça, boa parte dos sérvios prefere sujeitar-se a bombardeios e sanções por parte do Ocidente a desistir desse pedaço de terra miserável e integrar a rica UE.

Há vários outros filmes parecidos. O final nunca é bom. Uma lista curta, restrita às últimas décadas, inclui a patacoada argentina em torno das Malvinas (1982), a Guerra do Futebol, travada entre El Salvador em Honduras em 1969, por causa de uma partida de ludopédio e um contencioso em torno de imigração, e a famosíssima Guerra da Salsinha, que já tive oportunidade de comentar aqui.

É por conta dessas palhaçadas e de muitas outras, por vezes com conseqüências ainda mais trágicas, que sinto um frio na espinha só de ouvir palavras de ordem como "A Amazônia é nossa". Por certo que é, mas e daí? Estamos fazendo um bom trabalho com ela? Não seria melhor vender de uma vez? Se isso fere muitas suscetibilidades, por que não alugá-la para que seja preservada e deixe todas as partes satisfeitas?

O maior drama do homem contemporâneo é que, embora vivamos em sociedades pós-industriais de alta tecnologia e populações absurdamente grandes, permanecemos equipados com uma estrutura psíquica que nos faz raciocinar na escala da aldeia. Por mais globalizada que tenham ficado nossas metrópoles, ainda vemos o estrangeiro como uma ameaça. O nacionalismo e o racismo daí derivados não são as únicas chagas decorrentes do descompasso entre o mundo como ele está e a nossa forma de percebê-lo. Outro exemplo vem da economia. Por mais sofisticado que se tenha tornado o mercado financeiro, ainda consideramos os juros uma imoralidade, e o intermediário, um sanguessuga. Algo dentro de nós diz que não é justo ganhar dinheiro sem "fazer nada". Não nos ocorre que o valor do dinheiro varia dependendo de quem precisa dele nem que disponibilizar bens é uma forma de agregar valor.

O mesmo vale para o campo dos costumes. Por menos razoáveis que sejam, não conseguimos no livrar de certos tabus sexuais e sociais que, sem acrescentar muito, relegam milhões de humanos à marginalidade. Também ainda não fomos capazes de superar a idéia inverossímil de que fomos criados por uma espécie de papai do céu de moral severa a quem devemos obediência total.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u413846.shtml

Offline Luis Dantas

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #4 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 08:08:30 »
Excelente artigo! :)
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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #5 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 10:33:03 »
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Mas o que exatamente irrita tanto na compra de terrenos da Amazônia por estrangeiros?  Por que pressupor fins excusos nessas compras?  Por que se irritar com uma avaliação de US$ 50 bilhões para a Amazônia inteira?

Acontece que boa parte das tais ONGs está instalada sobre área de minérios e existem denúncias aos montes de mineração ilegal e contrabando de animais e madeira.

Existe até uma estrada que é proibida a brasileiros em determinadas horas do dia, mas tem passagem livre a estrangeiros.

Boa parte das ONGs da Amazônia só servem mesmo como fachada para  esconder  criminosos.

Offline DDV

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #6 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 10:35:43 »
Eu estou entre os últimos a defender nacionalismos, com certeza.

Porém, o anti-nacionalismo deve ser algo "simétrico", ou seja, deve ser uma política e ideologia adotada por todos os países para que todos saiam ganhando. É análogo às barreiras contra importação.

Porém, se a esmagadora maioria dos países usa barreiras de importação e adota o nacionalismo como diretriz fundamental de suas políticas, qualquer país que abra completamente seus mercados e adote políticas anti-nacionalistas será esmagado economicamente e geopoliticamente, como um cordeiro entre lobos.

"O homem que tenta ser bom o tempo inteiro está fadado à ruína entre os inúmeros outros que não são bons" (Maquiavel)

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Offline Luis Dantas

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #7 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 11:07:07 »
Sabe, DDV, essa é exatamente a mesma lógica que se usa para justificar corridas armamentistas, rixas de sangue e práticas irregulares.  Você tem certeza de que não é nacionalista?
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Offline Luis Dantas

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #8 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 11:09:09 »
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Mas o que exatamente irrita tanto na compra de terrenos da Amazônia por estrangeiros?  Por que pressupor fins excusos nessas compras?  Por que se irritar com uma avaliação de US$ 50 bilhões para a Amazônia inteira?

Acontece que boa parte das tais ONGs está instalada sobre área de minérios e existem denúncias aos montes de mineração ilegal e contrabando de animais e madeira.

Existe até uma estrada que é proibida a brasileiros em determinadas horas do dia, mas tem passagem livre a estrangeiros.

Boa parte das ONGs da Amazônia só servem mesmo como fachada para esconder criminosos.

Desculpe, mas não vejo verdadeira relação entre esses problemas, que certamente merecem atenção, e a compra de território da Amazônia por estrangeiros.  A não ser que você esteja querendo sugerir que ambos tem relação com a dificuldade brasileira em manter fiscalização na área.
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Offline Dodo

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #9 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 11:18:27 »
A não ser que você esteja querendo sugerir que ambos tem relação com a dificuldade brasileira em manter fiscalização na área.

Tomando como parâmetro somente a reportagem, parece que foi isso mesmo que aconteceu. O sujeito propôs comprar a Amazônia "aos poucos", no final ela saíria por U$50 bi. Para isso usou como exemplo suas próprias atitudes, pelo que parce facilitadas pela supervisão falha dos brasileiros.
« Última modificação: 14 de Fevereiro de 2009, 11:23:05 por Dodo »
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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #10 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 11:55:25 »
Acredito que seja isso mesmo. 

Mas a censura a essa atitude dele me lembra daquela cena de "O Céu Pode Esperar" em que dois personagens estão chorando desconsolados porque o milionário "malvado" comprou um time esportivo:

- "Como foi que aconteceu?"

- "Ele me perguntou quanto era; eu respondi (certa quantia muito elevada); ele disse 'Tudo bem!' "


E convenhamos, se a fiscalização é falha até para barrar compras de terrenos anormalmente grandes, então não é de todo absurdo ter preocupação com a integridade física da floresta em si.

Pegando um assunto tangencial, a fiscalização de direitos de terras não é exatamente uma maravilha em outros lugares tampouco.  Não falta gente em Brasília com direitos temporários de uso de certos terrenos que simplesmente vende esses direitos ilegalmente.  E muita gente compra, embora supostamente isso de nada lhes adiante.  Há cidades-satélites inteiras em Brasília que são basicamente invasões legalizadas, e a legalização de condomínios nobres irregularmente estabelecidos tem sido consistentemente um ponto importante das campanhas dos candidatos a governador.
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Offline FxF

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #11 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 12:17:55 »
Sabe, DDV, essa é exatamente a mesma lógica que se usa para justificar corridas armamentistas, rixas de sangue e práticas irregulares.  Você tem certeza de que não é nacionalista?
Tempo depois da escravidão, os brancos diziam "Os negros querem tomar nossos empregos". Me parece uma situação um tanto semelhante.

Offline DDV

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #12 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 12:52:08 »
Sabe, DDV, essa é exatamente a mesma lógica que se usa para justificar corridas armamentistas, rixas de sangue e práticas irregulares. 

Não se trata de "justificar", não é uma questão de "certo" ou "errado", é apenas pragmatismo estratégico. 

Obviamente, o país que ficar para trás em uma corrida armamentista ficará a mercê apenas da boa vontade dos demais. O mesmo se aplica a outros exemplos que você citou, lembrando (caso tenha esquecido) que não existe nenhum tribunal, instância ou polícia mundial satisfatório até o momento para, por exemplo, evitar que um país fraco seja invadido por outro poderoso sem um mínimo de justificativa razoável.

Você aparentemente parte de 2 pressupostos para defender um "anti-nacionalismo" irrestrito:

1- A de que o anti-nacionalismo (em termos de ação, de prática) é algo sempre bom, independente do fato de ser também praticado pelos demais países ou não, ou seja, independente de haver qualquer tipo uma simetria ou reciprocidade.

2- A de que os demais países (ou pessoas) são, sem dúvida alguma, tão bem intencionados e altruístas  que podemos ficar completamente a mercê da vontade deles sem absolutamente nenhum problema. 


Esses 2 pressupostos que você assume merecem ser discutidos melhor.

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Você tem certeza de que não é nacionalista?

Nacionalismo como um princípio, em termos teóricos, com certeza não.

Em termos práticos, pragmáticos, eu danço conforme a música. Sou nacionalista ou não conforme as circustâncias e os demais países exigirem.
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Offline Herf

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #13 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 12:55:13 »
Porém, se a esmagadora maioria dos países usa barreiras de importação e adota o nacionalismo como diretriz fundamental de suas políticas, qualquer país que abra completamente seus mercados e adote políticas anti-nacionalistas será esmagado economicamente e geopoliticamente, como um cordeiro entre lobos.
Desde que se reconheça que uma transação comercial é algo mutuamente benéfico em qualquer circunstância, que é uma situação de ganha-ganha e não de ganha-perde (como é frequentemente assumido por socialistas), qualquer tipo de barreira comercial torna-se indefensável em termos de "proteger a nação". Se o padeiro não quer comprar meu feijão por achar que ele próprio pode produzir o seu feijão, eu não estarei melhor se simplesmente parar de comprar pão dele e começar a me empenhar a produzir meu pão eu mesmo, como se por birra. Só porque a economia do mundo real envolve muito mais elementos do que um padeiro e um plantador de feijão trocando bens entre si não significa que ela siga uma lógica diferente. A lógica é a mesma.

O discurso estatista/nacionalista comete outro erro tão ou mais grave: tenta falar em termos de "nações" comerciando umas com as outras. Nações são meras abstrações. Não são entidades com interesses e necessidades próprias e que são capazes de comerciar umas com as outras para satisfazer tais interesses. É uma distorção da linguagem política que leva a uma compreensão errada de como as coisas realmente funcionam: quando se diz que "os EUA" "não querem" comerciar livremente produtos agrícolas com outros países, isso quer dizer apenas que o governo dos EUA não quer que os produtores de lá comerciem livremente com pessoas de outros países. Antes de serem restrições à outras nações, o embargo à Cuba e barreiras sobre importações são restrições do governo dos EUA sobre os habitantes desse país. Duvido muito que os habitantes dos Estados Unidos - ou de qualquer país, só peguei os EUA como exemplo - se recusassem a comprar e vender de pessoas vivendo fora das linhas do país podendo fazer negócio melhor com elas se tivessem liberdade para tanto.

Dessa forma, aquilo que se chama de "interesse nacional" não é mais do que o interesse da classe de burocratas que tem poder de usar da força sobre os indivíduos. Interesse esse que tem por base, mais comumente, a pressão de certos grupos e meras birras de caráter nacionalista. De qualquer forma, o que importa é que nações não têm interesses. Só indivíduos tem interesses.

Enfim, o raciocínio estatista fica menos atraente quando colocado da maneira correta, sem o uso dessas distorções: se o governo dos EUA aponta armas para a cabeça dos habitantes deste país os forçando a comprar e vender de uma forma que não fariam caso fossem livres, então é melhor para toda a população brasileira que os governantes do Brasil imitem os dos EUA e apontem armas para a cabeça dos brasileiros, para que eles comprem e vendam de uma forma que não fariam caso fossem livres.

Offline DDV

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #14 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 12:57:08 »
Sabe, DDV, essa é exatamente a mesma lógica que se usa para justificar corridas armamentistas, rixas de sangue e práticas irregulares.  Você tem certeza de que não é nacionalista?
Tempo depois da escravidão, os brancos diziam "Os negros querem tomar nossos empregos". Me parece uma situação um tanto semelhante.

Não.

Se os negros (ou brancos) se organizassem e passassem a criar todo tipo de dificuldade e barreira imaginável poara que os brancos (ou negros) fossem empregados, e se não houvesse nenhuma autoridade central que pudesse fazer algo para impedir essas ações, então a situação realmente assemelharia.
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Offline Luis Dantas

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #15 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 13:02:56 »
Não se trata de "justificar", não é uma questão de "certo" ou "errado", é apenas pragmatismo estratégico. 

Pragmatismo depende de resultados práticos.  Qual é o resultado prático desejável de um nacionalismo que não consegue proteger ninguém e se põe no caminho de quem poderia fazer alguma coisa?

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Obviamente, o país que ficar para trás em uma corrida armamentista ficará a mercê apenas da boa vontade dos demais.

O que já é motivo suficiente para jogar no lixo o modelo inteiro de corrida armamentista.  Uma proposta que não tem como levar a nenhum resultado desejável é um modelo falido e inútil.

A mesma lógica se aplica ao nacionalismo na Amazônia.

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O mesmo se aplica a outros exemplos que você citou, lembrando (caso tenha esquecido) que não existe nenhum tribunal, instância ou polícia mundial satisfatório até o momento para, por exemplo, evitar que um país fraco seja invadido por outro poderoso sem um mínimo de justificativa razoável.

E nunca haverá.  Essas questões importantes não podem ser resolvidas nesse nível tão artificial.  É preciso que haja maturidade e responsabilidade social, nada os substitui.  Certamente não tribunais, muito menos nacionalismo.

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Você aparentemente parte de 2 pressupostos para defender um "anti-nacionalismo" irrestrito:

Eu não sou "anti-nacionalista" propriamente, apenas considero o conceito fantasioso e artificial.  O nacionalismo não vale o esforço de se opor a ele.  É algo para ser desconsiderado, não combatido.

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1- A de que o anti-nacionalismo (em termos de ação, de prática) é algo sempre bom, independente do fato de ser também praticado pelos demais países ou não, ou seja, independente de haver qualquer tipo uma simetria ou reciprocidade.

Não, isso é extrapolação sua.  Eu reconheço que há riscos em dar o primeiro passo.  

Nem por isso ele deixa de ser necessário, e portanto os modelos incestuosos de nacionalismo tem de ser repudiados desde já.  

A primeira coisa que tem de mudar é a mentalidade; sem ela, nada mais se sustenta.

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2- A de que os demais países (ou pessoas) são, sem dúvida alguma, tão bem intencionados e altruístas  que podemos ficar completamente a mercê da vontade deles sem absolutamente nenhum problema.

Oh, não.  Eu nunca me colocaria à mercê da sua vontade, por exemplo :)

É um dos motivos por que não acho lícito me calar.  Denunciar os males do nacionalismo é uma obrigação cívica.
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Offline Herf

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #16 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 13:06:20 »
Não se trata de "justificar", não é uma questão de "certo" ou "errado", é apenas pragmatismo estratégico. 
Pragmatismo depende de resultados práticos.  Qual é o resultado prático desejável de um nacionalismo que não consegue proteger ninguém e se põe no caminho de quem poderia fazer alguma coisa?
Se uma atitude é prática ou não, isso depende daquilo que se quer praticar...

Offline DDV

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #17 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 14:28:50 »
Porém, se a esmagadora maioria dos países usa barreiras de importação e adota o nacionalismo como diretriz fundamental de suas políticas, qualquer país que abra completamente seus mercados e adote políticas anti-nacionalistas será esmagado economicamente e geopoliticamente, como um cordeiro entre lobos.
Desde que se reconheça que uma transação comercial é algo mutuamente benéfico em qualquer circunstância,  que é uma situação de ganha-ganha e não de ganha-perde (como é frequentemente assumido por socialistas),

O comércio entre pessoas completamente livres com certeza é mutualmenet benéfico. Disso não há sombra de dúvida, ninguém aqui parece discordar.

O problema é que, para haver comércio, os entes envolvidos devem ter meios de compra (dinheiro, produto para escambo, etc). Sem meios de compra, não há comércio.

Nos exemplos que você citou e nas explicações posteriores, parece que você se esqueceu desse detalhe tão vital. Vamos analisá-lo:

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qualquer tipo de barreira comercial torna-se indefensável em termos de "proteger a nação".

A barreira em questão serve para garantir os meios de compra que eu citei acima, vou detalhá-lo melhor com o exemplo que você deu:

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Se o padeiro não quer comprar meu feijão por achar que ele próprio pode produzir o seu feijão, eu não estarei melhor se simplesmente parar de comprar pão dele e começar a me empenhar a produzir meu pão eu mesmo, como se por birra.

Se a maioria das pessoas (nem precisa ser todas) pararem de comprar o seu feijão por qualquer motivo, você simplesmente não terá dinheiro nenhum para comprar pão ou qualquer outra coisa dos demais. Automaticamente você deixará de comprar pão do padeiro por falta de dinheiro.

No caso em questão, como se trata de comércio entre indivíduos onde nehum tipo de restrição ou barreira pode ser imposta, a analogia com o comércio entre países termina aqui. O plantador de feijão iria procurar outra atividade onde possui mais vantagem comparativa e se dedicar a ela, sem nenhum tipo de barreira artificial dificultando a venda de sua produção para os demais.

Com os países (infelizmente) existe a possibilidade de se instaurar barreiras e restrições. Todos ganhariam mais se nãop houvessem essas barreiras, porém, a partir do momento que a maioria dos países-clientes de um país A resolve implantar barreiras contra seus produtos, o país A ficará em pior situação se NÃO implantar barreiras contra os produtos concorrentes desses países do que se implantar. Embora todos os países saiam perdendo ao final, as perdas de um país em particular serão bem maiores se ele não "entrar no jogo" e implantar barreiras de importação também.

É a teoria dos jogos em ação.

Vamos analisar com mais detalhes um exemplo de relação comercial:

Brasil e EUA comercializam sem nenhuma barreira. O Brasil vende aço para os EUA, no qual ele tem vantagem comparativa, e EUA vendem ferramentas ao Brasil, na qual os EUA têm grande vantagem comparativa. Ambos se beneficiam desse comércio, pois podem adquirir aço e ferramentas de forma mais barata do que se fossem produzir sozinhos.

Porém, os EUA resolvem intaurar uma barreira contra o aço brasileiro (os motivos não importam agora), o que teremos?

Os consumidores americanos perdem, pois terão que comprar aço mais caro. Porém, milhões de empregos diretos e indiretos serão criados em torno da produção de aço americana, e milhões de empregos diretos e indiretos deixarão de existir no Brasil, já que seu aço não tem mais compradores. Os EUA perdem, porque esses milhões de empregos estariam melhor colocados em outras atividades onde eles possuem mais vantagem comparativa, porém o Brasil perde MUITO MAIS, pois milhões de pessoas perderão emprego e deixarão de ter renda aqui, embora possam ter aço mais barato que os EUA.

Para MINIMIZAR OS DANOS, o Brasil terá que implantar uma barreira contra a importação de ferramentas dois EUA. Ao fazer isso, todo ou parte do emprego e renda perdidos na indústria de aço seriam criados na indústria de ferramentas. Embora os brasileiros tenham que comprar ferramentas mais caras, terão razoavelmente mantidos os empregos e rendas que tinham na indústria de aço.

O esquema a seguir resume o caso:

Situação 1 -  Ninguém implanta barreiras de importação  => Ambos saem ganhando. Possuem emprego e renda em um determinado nível N e compram aço e ferramentas mais baratos.

 Situação 2 - EUA implanta barreiras contra a importação do aço brasileiro => EUA perdem ao comprar aço mais caro e ganham ao ter emprego e renda em um nível bem maior do que N.

 Brasil perde ao ter emprego e renda em um nível muito menor que N, embore continue tendo aço e ferramentas mais barato (porém com menos dinheiro para comprá-los).

Resumo: EUA perdem, Brasil perde muito mais.

Situação 3 - Brasil implanta barreiras de importação contra as ferramentas norte-americanas => Brasil perde ao ter ferramentas mais caras, e ganha ao ter emprego e renda em um nível bem maior do que N.

EUA perdem ao ter emprego e renda em um nível bem menor do que N, embora continue tendo aço e ferramentas mais baratos.

Resumo: Brasil perde, EUA perde muito mais.

Situação 4 Ambos implantam bareiras de importação contra os produtos do outro => Ambos perdem ao ter um dos produtos mais caros, embora ambos consigam manter o nível de emprego e renda em N.

Resumo: Brasil perde, porém bem menos qua na situação 2. EUA perdem, embora bem menos qua na situação 3.

Ou seja, a partir do momento que um país coloque barreiras de importação contra os produtos de outros, os danos serão minimizados se o outro também colocar barreiras, embora ambos saiam perdendo comparativamente a não haver barreira nenhuma.

Citar
Só porque a economia do mundo real envolve muito mais elementos do que um padeiro e um plantador de feijão trocando bens entre si não significa que ela siga uma lógica diferente. A lógica é a mesma.

É a mesma, porém resguardando as diferenças importantes (as pessoas não deixam de comprar umas das outras devido a barreiras artificiais, apenas quando não vêem vantagens comparativas) que existem e mostrando todas as faces da analogia, e não apenas uma (você esqueceu de citar como fica a renda do plantador de feijão, por exemplo).

Citar
O discurso estatista/nacionalista comete outro erro tão ou mais grave: tenta falar em termos de "nações" comerciando umas com as outras. Nações são meras abstrações. Não são entidades com interesses e necessidades próprias e que são capazes de comerciar umas com as outras para satisfazer tais interesses. É uma distorção da linguagem política que leva a uma compreensão errada de como as coisas realmente funcionam: quando se diz que "os EUA" "não querem" comerciar livremente produtos agrícolas com outros países, isso quer dizer apenas que o governo dos EUA não quer que os produtores de lá comerciem livremente com pessoas de outros países. Antes de serem restrições à outras nações, o embargo à Cuba e barreiras sobre importações são restrições do governo dos EUA sobre os habitantes desse país. Duvido muito que os habitantes dos Estados Unidos - ou de qualquer país, só peguei os EUA como exemplo - se recusassem a comprar e vender de pessoas vivendo fora das linhas do país podendo fazer negócio melhor com elas se tivessem liberdade para tanto.

Correto.

Se alguém conseguir fazer os governos de todos os países abandonarem as barreiras contra importação, o mundo será ficará melhor. Até lá, cada país procurará minimizar os danos sofridos ao impor barreiras de importação contra quem já pratica.

Citar
Dessa forma, aquilo que se chama de "interesse nacional" não é mais do que o interesse da classe de burocratas que tem poder de usar da força sobre os indivíduos. Interesse esse que tem por base, mais comumente, a pressão de certos grupos e meras birras de caráter nacionalista. De qualquer forma, o que importa é que nações não têm interesses. Só indivíduos tem interesses.

Correto.

Citar
Enfim, o raciocínio estatista fica menos atraente quando colocado da maneira correta, sem o uso dessas distorções: se o governo dos EUA aponta armas para a cabeça dos habitantes deste país os forçando a comprar e vender de uma forma que não fariam caso fossem livres, então é melhor para toda a população brasileira que os governantes do Brasil imitem os dos EUA e apontem armas para a cabeça dos brasileiros, para que eles comprem e vendam de uma forma que não fariam caso fossem livres.

Gostei. Vou recolocar a frase de forma mais "abrangente":

Se o governo dos EUA aponta armas na cabeça de seus habitantes, impedindo-os de comprar o aço mais barato do Brasil em troca de mais empregos para mais pessoas norte-americanas, os habitantes do Brasil sairão de uma situação aço barato/ferramentas baratas/N empregos e renda para uma situação aço barato/ferramentas baratas/ empregos e rendas bem menores do que N. Embora ainda possam comprar ferramentas mais baratas, terão bem menos renda para fazê-lo. O governo brasileriro então aponta armas na cabeça dos habitantes e os impede de comprar as ferramentas mais baratas dos EUA. Com isso, os habitantes brasileiros terão que comprar ferramentas mais caras, embora os empregos e a renda sejam mantidas nos níveis anteriores.

« Última modificação: 14 de Fevereiro de 2009, 14:35:42 por DDV »
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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #18 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 15:09:24 »
Não se trata de "justificar", não é uma questão de "certo" ou "errado", é apenas pragmatismo estratégico.

Pragmatismo depende de resultados práticos.  Qual é o resultado prático desejável de um nacionalismo que não consegue proteger ninguém e se põe no caminho de quem poderia fazer alguma coisa?



Vantagem nenhuma. Só não entendi essa de "se pôr no caminho de quem poderia fazer alguma coisa".

O governo brasileiro realmente se impõe no caminho das pessoas que querem de alguma forma ajudar a região amazônica? Queria mais detalhes. Eu achava até o momento que QUALQUER pessoa poderia comprar terras da amazônia de forma LEGAL.

Você acha que eu me importo se a amazônia for ou não de propriedade de estrangeiros? Não mudaria nada, já que a região continuaria sob a soberania e submetido às leis do estado brasileiro.





Citar
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Obviamente, o país que ficar para trás em uma corrida armamentista ficará a mercê apenas da boa vontade dos demais.

O que já é motivo suficiente para jogar no lixo o modelo inteiro de corrida armamentista.  Uma proposta que não tem como levar a nenhum resultado desejável é um modelo falido e inútil.

CLAAAAAAAROOOO, ÓBVIOOOOO!

Como eu já disse antes, é apenas uma questão de você convencer os demais países disso.

Citar
A mesma lógica se aplica ao nacionalismo na Amazônia.

Claro, assim como a qualquer parte ou região do mundo.


Citar
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O mesmo se aplica a outros exemplos que você citou, lembrando (caso tenha esquecido) que não existe nenhum tribunal, instância ou polícia mundial satisfatório até o momento para, por exemplo, evitar que um país fraco seja invadido por outro poderoso sem um mínimo de justificativa razoável.

E nunca haverá.  Essas questões importantes não podem ser resolvidas nesse nível tão artificial.  É preciso que haja maturidade e responsabilidade social, nada os substitui.  Certamente não tribunais, muito menos nacionalismo.

CARA, eu concordo com tudo isso, e tenho certeza que 99% das pessoas aqui concordam com tudo isso   aí de mentalidade, responsabilidade, ética, moral, etc etc etc

A questão é que MUITAS VEZES (na verdade, QUASE SEMPRE) a ética, moralidade, mentalidade ou altruísmo NÃO impedem que pessoas ou países matem, roubem, destruam e saqueiem outros. Nesses casos, quem ajuda e resolve as coisas é o FUZIL mesmo, não a "maturidade" ou responsabilidade.


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Offline Luis Dantas

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #19 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 16:05:53 »
Vantagem nenhuma. Só não entendi essa de "se pôr no caminho de quem poderia fazer alguma coisa".

O governo brasileiro realmente se impõe no caminho das pessoas que querem de alguma forma ajudar a região amazônica?

Definir o que seria ajudar, e quem estaria disposto a fazê-lo, realmente é espinhoso.  Tanto que temos hoje uma "reserva extrativista" Chico Mendes na Amazônia, salvo engano meu.  Mesmo que não houvesse toda essa controvérsia de "nacionais vs estrageiros" ainda cabe muita discussão sobre qual a melhor forma de cuidar da Amazônia.  Tremo em pensar o que um Sarney ou Edir Macedo da vida poderia querer fazer com o lugar, por exemplo.

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Queria mais detalhes. Eu achava até o momento que QUALQUER pessoa poderia comprar terras da amazônia de forma LEGAL.

Você acha que eu me importo se a amazônia for ou não de propriedade de estrangeiros? Não mudaria nada, já que a região continuaria sob a soberania e submetido às leis do estado brasileiro.

Na verdade, sim, pensei.

Esclarecido esse ponto, ainda fico em dúvida de até que ponto a soberania brasileira sobre a Amazônia é desejável.  Imagino que seja melhor do que a de muitos países vizinhos, mas nem disso tenho certeza.

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O que já é motivo suficiente para jogar no lixo o modelo inteiro de corrida armamentista.  Uma proposta que não tem como levar a nenhum resultado desejável é um modelo falido e inútil.

CLAAAAAAAROOOO, ÓBVIOOOOO!

Como eu já disse antes, é apenas uma questão de você convencer os demais países disso.

Por isso mesmo não há tempo a perder :)

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A questão é que MUITAS VEZES (na verdade, QUASE SEMPRE) a ética, moralidade, mentalidade ou altruísmo NÃO impedem que pessoas ou países matem, roubem, destruam e saqueiem outros. Nesses casos, quem ajuda e resolve as coisas é o FUZIL mesmo, não a "maturidade" ou responsabilidade.

Num primeiro momento pode até parecer.  Mas episódios como a história do Iraque, do Afeganistão - ou, por que não dizer, a nossa própria - mostram que isso não funciona realmente.
« Última modificação: 14 de Fevereiro de 2009, 16:37:05 por Luis Dantas »
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Offline Herf

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #20 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 16:21:16 »
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No caso em questão, como se trata de comércio entre indivíduos onde nehum tipo de restrição ou barreira pode ser imposta, a analogia com o comércio entre países termina aqui. O plantador de feijão iria procurar outra atividade onde possui mais vantagem comparativa e se dedicar a ela, sem nenhum tipo de barreira artificial dificultando a venda de sua produção para os demais.
É irrelevante, economicamente, se a barreira é natural ou artificial, isto é, se ela é fruto da coerção de terceiros ou não. As consequencias contábeis para o feijoeiro serão as mesmas, não importa o motivo pelo qual o padeiro deixou de comprar o feijão dele.

Se um marginal ameaça todos os padeiros do bairro e os manda não comprar feijão de mim, ou os permite comprar apenas sob extorsão, cobrando uma certa porcentagem do valor do feijão, eu ainda não estarei melhor se decidir não comprar pão deles.

"Se a maioria das pessoas (nem precisa ser todas) pararem de comprar o seu feijão por qualquer motivo, você simplesmente não terá dinheiro nenhum para comprar pão ou qualquer outra coisa dos demais. Automaticamente você deixará de comprar pão do padeiro por falta de dinheiro." Pois bem, seria bom explicar como esses meios de compra poderiam ser adquiridos por mim por outro meio que não começar a me empenhar em produzir coisas que eles demandam. Não consigo conceber como eu poderia adquirir tal renda desperdiçando parte de meu tempo para produzir aquilo que eles já sabem fazer melhor do que eu, em vez de eu usar este tempo para produzir outra coisa na qual eu tenha vantagem comparativa, como laranjas, por exemplo.


Citar
[...]

Os consumidores americanos perdem, pois terão que comprar aço mais caro. Porém, milhões de empregos diretos e indiretos serão criados em torno da produção de aço americana, e milhões de empregos diretos e indiretos deixarão de existir no Brasil, já que seu aço não tem mais compradores. Os EUA perdem, porque esses milhões de empregos estariam melhor colocados em outras atividades onde eles possuem mais vantagem comparativa, porém o Brasil perde MUITO MAIS, pois milhões de pessoas perderão emprego e deixarão de ter renda aqui, embora possam ter aço mais barato que os EUA.

Para MINIMIZAR OS DANOS, o Brasil terá que implantar uma barreira contra a importação de ferramentas dois EUA. Ao fazer isso, todo ou parte do emprego e renda perdidos na indústria de aço seriam criados na indústria de ferramentas. Embora os brasileiros tenham que comprar ferramentas mais caras, terão razoavelmente mantidos os empregos e rendas que tinham na indústria de aço.
Perceba que tudo seria mais fácil se simplesmente se deixasse que os brasileiros desempregados do aço fossem absorvidos, com o tempo, em empregos em outras áreas nas quais realmente houvesse demanda por seus serviços, onde teriam maior vantagem comparativa, em vez de direcioná-los para uma área na qual não há demanda "genuína" por seus serviços. Um empregado a mais na nova indústria das ferramentas, afinal, é um a menos em uma empresa de transportes, em um supermercado, na construção civil, etc. Fora que a nova indústria de ferramentas - que produz coisas que não precisam ser produzidas a não ser pela coerção do governo - provavelmente seria suplantada, cedo ou tarde, pela existente no exterior, apenas adiando aquilo que ocorreria hoje.

Resumindo, mesmo com todos os governos de todos os demais países do mundo impondo restrições na importação de aço por seus habitantes, o melhor para os habitantes de um país em particular será sempre não sofrer restrição alguma.

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O esquema a seguir resume o caso:
[...]
Situação 1 - Certo.

Situação 2 - Americanos compram aço mais caro e desperdiçam, no aço e em toda sua indústria, recursos que poderiam ser usados para suprir suas verdadeiras demandas. Brasileiros ficam desempregados, mas seguem comprando ferramentas no mesmo preço e os desempregados não são forçados para onde não são realmente necessários, mas ficam disponíveis para atuar em áreas produtivas que gerarão renda verdadeira, e não uma renda fruto de uma demanda artificial. EUA perdem. Brasil perde menos.

Situação 3 - Apenas a situação dois de forma invertida.

Situação 4 - A que eu descrevi acima.

Offline Diogo_

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #21 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 16:41:56 »
Eu não concordo com essa visão anti-nacionalista, totalmente sem lógica.

Vamos entregar a Amazônia por uma merreca em troca do quê?

1 - Pra ficarmos com nossa imagem de soberania lá no fundo do poço?
2 - Pros estrangeiros só lembrarem do nosso país ao pensar nas bundas de nossas mulheres?

Relações internacionais é algo selvagem, não é esse altruísmo todo não.
Defender o anti-nacionalismo é jogar fora todo o conhecimento que temos a respeito da natureza humana e da própria política.

Offline Luis Dantas

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #22 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 16:58:37 »
Eu não concordo com essa visão anti-nacionalista, totalmente sem lógica.

Vamos entregar a Amazônia por uma merreca em troca do quê?

Para "entregar", teríamos de "tê-la".  E o fato é que não temos lá muito controle sobre a região.  Aparentemente há a intenção de melhorar nesse particular, vejamos o que acontece.

Quanto ao que receberíamos em troca, pode perfeitamente ser melhores cuidados para a flora, fauna e biodiversidade local.

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1 - Pra ficarmos com nossa imagem de soberania lá no fundo do poço?

Soberania é apenas uma ficção um tanto anacrônica.  Com mais dois reais compra um refrigerante.

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2 - Pros estrangeiros só lembrarem do nosso país ao pensar nas bundas de nossas mulheres?

Como é que vir para cá e trabalhar duro levaria a tal?

Citar
Relações internacionais é algo selvagem, não é esse altruísmo todo não.

Não duvido que seja menos selvagem do que o que temos aqui hoje.

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Defender o anti-nacionalismo é jogar fora todo o conhecimento que temos a respeito da natureza humana e da própria política.

Por que?
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline DDV

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #23 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 18:14:09 »
Citação de: Herf
É irrelevante, economicamente, se a barreira é natural ou artificial, isto é, se ela é fruto da coerção de terceiros ou não. As consequencias contábeis para o feijoeiro serão as mesmas, não importa o motivo pelo qual o padeiro deixou de comprar o feijão dele.

Tem toda a relevância do mundo!

Quando não há NENHUMA barreira artificial, é bastante provável que SEMPRE sobre alguma atividade ou produto que as demais pessoas prefiram comprar na mão do ex-plantador de feijão do que produzirem por si mesmas.

A barreira artificial é algo que impede o sujeito de vender seus produtos a outros mesmo ele tendo mais vantagem comparativa na produção desse produto.

A consequência é que não fica mais "garantido" ao sujeito em questão achar alguma atividade cujos produtos ele consiga vender aos demais, pois mesmo ele tendo vantagem comparativa, não conseguirá vender seus produtos devido à barreira artificial.

Percebe?

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Se um marginal ameaça todos os padeiros do bairro e os manda não comprar feijão de mim, ou os permite comprar apenas sob extorsão, cobrando uma certa porcentagem do valor do feijão, eu ainda não estarei melhor se decidir não comprar pão deles.

Se for apenas os padeiros, óbvio que sua renda não sofrerá um impacto tão grande. O problema é se a barreira for imposta à maioria dos seus clientes. Não é necessário dizer que você ficará sem renda e nem sequer precisará "decidir" se compra ou não pão, pois não teria dinheiro. Se em QUALQUER atividade que o nosso plantador de feijão tentar se empregar haver barreiras semelhantes, ele estará perdido. Só lhe restará produzir seus próprios bens de consumo (se tiver como).

 As barreiras de importação que os países praticam têm exatamente esse efeito. Mercados gigantescos são tirados de vendedores mais competitivos com barreiras de importação.


Citação de: Herf
"Se a maioria das pessoas (nem precisa ser todas) pararem de comprar o seu feijão por qualquer motivo, você simplesmente não terá dinheiro nenhum para comprar pão ou qualquer outra coisa dos demais. Automaticamente você deixará de comprar pão do padeiro por falta de dinheiro." Pois bem, seria bom explicar como esses meios de compra poderiam ser adquiridos por mim por outro meio que não começar a me empenhar em produzir coisas que eles demandam.

Claro que você poderá se empenhar em outra atividade que haja mais demanda DESDE que não haja barreiras artificiais contra a venda de seus produtos. Se houver tais barreiras, sua vantagem comparativa não lhe servirá de nada e você ficará sem renda de qualquer jeito.

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Não consigo conceber como eu poderia adquirir tal renda desperdiçando parte de meu tempo para produzir aquilo que eles já sabem fazer melhor do que eu, em vez de eu usar este tempo para produzir outra coisa na qual eu tenha vantagem comparativa, como laranjas, por exemplo.

Aqui você está pressupondo que as pessoas pararam de comprar devido a não verem vantagem nisso. Está correto. Mas estávamos discutindo sobre a situação das pessoas pararem de comprar devido a barreiras artificiais, e não por acharem desvantajoso. Nesse caso, qualquer atividade que o sujeito fizesse, seja produzindo feijões ou laranjas, não encontraria compradores independente dele ter mais vantagem comparativa ou não.
[
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Perceba que tudo seria mais fácil se simplesmente se deixasse que os brasileiros desempregados do aço fossem absorvidos, com o tempo, em empregos em outras áreas nas quais realmente houvesse demanda por seus serviços, onde teriam maior vantagem comparativa,

Esqueceu que o Brasil parou de vender aço devido a uma barreira artificial?

Que história é essa de procurarem uma área onde "realmente haja demanda"? HÁ demanda por aço pelos americanos, e os brasileiros produzem esse aço MAIS BARATO. Eles TÊM mais vantagem comparatica que os americanos na produção de aço. Só não estão vendendo por causa da barreira artificial, esqueceu?

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em vez de direcioná-los para uma área na qual não há demanda "genuína" por seus serviços.

Há demanda "genuína" por aço sim, e muita! E os brasileiros podem vendê-los mais baratos, mas são impedidos, Esqueceu?


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Um empregado a mais na nova indústria das ferramentas, afinal, é um a menos em uma empresa de transportes, em um supermercado, na construção civil, etc.

KKKKKKKK... você faz emprego parecer algo tão fácil...

Obviamente os transportes, supermercados, etc já teriam suas vagas preenchidas. É muito difícil que estejam implorando por empregos, e que a indústria de ferramentas esteja "desviando" esses empregos. Nada disso. A indústria de ferramentas servirá para compensar uma grande perda de empregos SEM REPOSIÇÃO ocorrida com a indústria de aço, a não ser que os EUA dêem privilégios de importação a outros produtos brasileiros que compensem a perda com o aço, o que obviamente não ocorreria e, de qualquer maneira, seria mais contraproducente.

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Fora que a nova indústria de ferramentas - que produz coisas que não precisam ser produzidas a não ser pela coerção do governo - provavelmente seria suplantada, cedo ou tarde, pela existente no exterior, apenas adiando aquilo que ocorreria hoje.

Como assim "não precisam ser produzidas"? É claro que os brasileiros precisam de ferramentas. A diferença é que antes compravam dos americanos (mais barato) e agora compram internamente (mais caro), da mesma forma que os americanos PRECISAM do aço e estão comprando internamente (mais caro) ao invés de comprar dos brasileiros (mais barato).

 
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Resumindo, mesmo com todos os governos de todos os demais países do mundo impondo restrições na importação de aço por seus habitantes, o melhor para os habitantes de um país em particular será sempre não sofrer restrição alguma.

KKKKKKK... está brincando!

Imagine TODAS as atividades econômicas brasileiras sofrendo barreiras de importação no exterior (mesmo tendo vantagens comparativas) e TODAS as atividades econômicas estrangeiras sem nenhuma restrição de importação no mercado brasileiro. Imaginem...

TODAS as atividades brasileiras nas quais o Brasil tem menos vantagem comparativa seriam extintas. E a lista seria imensa!

Por outro lado, TODOS os produtos em que o Brasil têm vantagem comparativa seriam bloqueados no exterior, ou seja:

TODOS OS PRODUTOS QUE O BRASIL TEM VANTAGEM COMPARATIVA SÓ SERIAM VENDIDOS INTERNAMENTE, E OS DEMAIS NÃO CONSEGUIRIAM SER VENDIDOS.

Todas as atividades em que o Brasil tivesse mesmo 0,50 centavos de dólar de desvantagem comparativa em relação a QUALQUER país do mundo seriam extintas, todas as pessoas desempregadas!

Essas milhões de pessoas desempregadas teriam que, naturalmente, serem empregadas pelas aatividades em que o Brasil possui vantagens comparativas, mas COMO? Se os produtos brasileiros de maior vantagem comparativa estão sendo bloqueados no exterior?!

Não só esses milhões de empregados não seriam absorvidos pelas atividades de maior vantagem comparativam, como esta desempregaria também mais gente devido ao fato de não conseguir vender no exterior.

A única coisa que sobraria seriam as vendas internas dessas atividades de maior vantagem comparativa, mas como estaria o mercado consumidor brasileiro apos esses acontecimentos?

Usem a imaginação.
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Offline Diogo_

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Re: Governo vai expulsar ONGs suspeitas do país
« Resposta #24 Online: 14 de Fevereiro de 2009, 18:30:09 »
Eu não concordo com essa visão anti-nacionalista, totalmente sem lógica.

Vamos entregar a Amazônia por uma merreca em troca do quê?

Para "entregar", teríamos de "tê-la".  E o fato é que não temos lá muito controle sobre a região.  Aparentemente há a intenção de melhorar nesse particular, vejamos o que acontece.
E nós a temos, ela está dentro de nosso território político.

Se não temos controle o problema é nosso, e não são apenas brasileiros que exploram ilegalmente.

Quanto ao que receberíamos em troca, pode perfeitamente ser melhores cuidados para a flora, fauna e biodiversidade local.
Eu sinceramente, como brasileiro, prefiro que a Amazônia seja desmatada por nós mesmos do que entregue à outros países por merreca.

Se a gringaiada quer salvar a Amazônia e usufruir dos recursos a preço de banana, ok... QUE VIREM BRASILEIROS ENTÃO!

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1 - Pra ficarmos com nossa imagem de soberania lá no fundo do poço?

Soberania é apenas uma ficção um tanto anacrônica.  Com mais dois reais compra um refrigerante.

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2 - Pros estrangeiros só lembrarem do nosso país ao pensar nas bundas de nossas mulheres?

Como é que vir para cá e trabalhar duro levaria a tal?
Não entendo sua pergunta. Acho que estás a sair do contexto.

Eu to falando é da nossa imagem lá fora.

É dessa imagem que certamente muitos brasileiros no exterior se preocupam.

E não tenho dúvidas que a pior imagem que um povo pode ter é de ser atrasado culturalmente e covarde.

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Relações internacionais é algo selvagem, não é esse altruísmo todo não.

Não duvido que seja menos selvagem do que o que temos aqui hoje.
Depende do ponto de vista.
Uma nação como os EUA tentar proibir a Bolívia de produzir coca porque os jovens riquinhos americanos estão a estragar sua juventude com cocaína não é uma imposição selvagem pra você?

Antes que alguém venha me polarizar de esquerdinha... To só citando um exemplo do quanto a selvageria pode ser disfarçada em um povo tecnologicamente e culturalmente mais desenvolvido.

No caso da guerra entre judeus e árabes... Eu não caio mais nessa de defender judeu do terrorismo.
O que o ocidente chama de "terrorismo" nada mais é do que uma guerra de resistência dos palestinos contra a ocupação judaica.
Aposto que exemplos de resistência como o "terrorismo islâmico" está desencorajando muitas nações a conquistar povos.

No Brasil será a mesma coisa e temos sim que constantemente lembrar os estrangeiros que vamos resistir.

O Brasil pode se tornar uma potência e ter capacidade de cuidar da Amazônia tão bem quanto qualquer outro país desenvolvido.

O que ocorre é que é do interesse dos estrangeiros que nossa política de preservação fracasse! Isso é óbvio!
Daí ficam com todo esse alarde de que a cada segundo uma área de um campo de futebol é desmatada na Amazônia, que a Amazônia se tranformará savana, depois em deserto etc.

E cadê o cetismo?

Ser cético em relação ao nacionalismo tudo bem, mas e o ceticismo em relação a toda essa mídia que distorce os fatos? É essa tentativa constante de convencer a nós e ao mundo de que somos incapazes de termos a Amazônia sob nosso domínio político que alguns não vêem.

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Defender o anti-nacionalismo é jogar fora todo o conhecimento que temos a respeito da natureza humana e da própria política.

Por que?
Nós temos potencial para evoluirmos e chegarmos a um nível de civilidade que nos permite cuidar melhor do que é nosso.

E quando falo do anti-nacionalismo eu falo restrito ao caso da Amazônia.

E ser nacionalista é natural do ser humano.
Os norte-americanos são nacionalistas? São!
Os ingleses, franceses, espanhóis são nacionalistas? Claro que são!

E por que nós não podemos ser nacionalistas? Ah, porque não sabemos nos cuidar sozinhos, somos auto-destrutivos, corruptos...

Os próprios estrangeiros, a exemplo de nações imperialistas como os EUA, já financiaram tudo que é tipo de políticas desumanas em todo o mundo, e continuam a financiar!

O Brasil não pode perder a chance de ser uma potência e se prostituir por tão pouco.

Estamos muito longe de sermos alguma espécie de vilão dos problemas ambientais do mundo, não temos que baixar a cabeça para ninguém neste assunto.

 

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