Governador de oposição promete lutar contra medida de ChávezO governador do Estado venezuelano de Zulia, Pablo Pérez, disse que vai acionar a Justiça para impedir que o governo federal tome o controle de portos e aeroportos do país, conforme anunciado neste domingo pelo presidente Hugo Chávez . “Iremos a todas as instâncias judiciais e faremos manifestações populares”, afirmou Pérez. “Não ficaremos calados diante de ameaças”.
Em entrevista à emissora RCTV, Pérez disse que a administração de terminais aéreos e marítimos é competência do Estado. “A Venezuela é um Estado Federal e descentralizado, segundo a Constituição de 1999. Mas, na prática, é o contrário: um Estado centralista que quer ter o controle de todas as coisas”, criticou.
No domingo, em seu programa “Alô Presidente”, Chávez afirmou que a medida visa obter o controle das instalações e “colocá-las à disposição do povo”. “A propriedade privada estará sempre subordinada à lei e ao interesse nacional”, disse. “Nenhum venezuelano pode declarar-se acima da lei”.
Chávez ordenou que as Forças Armadas da Venezuela tomem, ainda nesta semana, os portos de Maracaibo, em Zulia, e de Puerto Cabello, em Carabobo. Ele advertiu os governadores de oposição que, caso se oponham à medida, serão presos.
Em uma coletiva de imprensa, Pablo Pérez disse não ter medo da prisão. “Eles podem ter tanques e fragatas, mas nós temos a união popular e a força da população de Zulia”, disse.
Nos últimos meses o governo Chávez já havia acabado com o controle de líderes regionais sobre serviços como hospitais e forças policiais, provocando acusações de que está enfraquecendo autoridades eleitas da oposição e ampliando seu poder.
Chávez não explicou quantas instalações serão afetadas nessa última determinação. O anúncio de domingo foi feito apenas alguns dias depois de o Congresso ter aprovado uma lei que permite que o governo central assuma estradas, portos e aeroportos se líderes estatais não conseguirem realizar sua manutenção de maneira adequada.
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/03/16/governador+de+oposicao+promete+lutar+contra+medida+de+chavez+4818939.html
Grupo de imprensa critica Chávez e aliadosASSUNÇÃO - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi novamente alvo de críticas da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que nesta segunda-feira ao final de um encontro no Paraguai, o acusou de endossar ataques contra meios de comunicação e jornalistas.
A violência no México, incidentes contra jornalistas em Cuba e a crise econômica nos Estados Unidos também dominaram as conversas da organização, que reuniu cerca de 250 empresários, diretores e editores de mídia impressa do continente em um hotel nos arredores de Assunção.
Ao finalizar sua reunião semestral, a SIP disse também que os governos populistas "que seguem os ditos do presidente venezuelano (...) intensificaram suas campanhas de abuso e ridicularização das empresas midiáticas e seus jornalistas", de acordo com documento aprovado como conclusão.
A SIP acusou o presidente venezuelano de humilhar oficialmente a imprensa, retórica que, a critério da organização, levou a violentos ataques aos repórteres da rede de TV
Globovisión em outubro e contra os escritórios do jornal
El Nuevo País.
"Esta retórica inflamatória tem sido adotada entusiasticamente por outros chefes de Estado do hemisfério", disse o documento que mencionou os líderes de Bolívia, Equador, Nicarágua, Honduras, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Brasil e o governo do Uruguai.
O presidente da SIP, Enrique Santos, ao se referir a Chávez e seus aliados --o boliviano Evo Morales e o equatoriano Rafael Correa-- disse à Reuters que "é um espetáculo muito deprimente ver governos tão intolerantes à crítica, tão intolerantes à liberdade de informação".
Sobre Cuba, a SIP disse que 26 jornalistas independentes, vários dos quais em estado de saúde precário, permanecem presos cumprindo sentenças e que os últimos incidentes de violência registrados representam um aumento do abuso.
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/03/16/grupo+de+imprensa+critica+chavez+e+aliados+4833037.html