docdeoz,
Os seus "posts" estão me ajudando a entender melhor o que é DI. Porque diferentemente do criacionismo dito "científico" fala-se muito sobre DI mas pouco sobre O QUE È DI. Por isso eu desconhecia até que ponto um tinha relação com o outro, se o último era apenas uma forma de dar suporte ao primeiro.
Porque por mais que se encontrem pontos nebulosos, que careçam de uma explicação mais aprofundada do evolucionismo, nada disso muda o fato de que o criacionismo "científico" é auto-contraditório,
portanto absurdo. Como até mesmo um leigo em Biologia como eu foi capaz de demonstrar sem nenhuma
dificuldade naquele "post" que acabou sendo repreendido pela moderação do fórum. Injustamente, na
minha opinião, porque a princípio me pareceu que você estivesse querendo negar a T.E. para chegar
na Arca do Noé e seus bichinhos, aquele negócio todo...
E, vamos ser honestos, esse tipo de coisa existe para se fazer piada, não para se debater.
Mas além do DI os seus "posts" talvez estejam me ajudando a compreender melhor a própria Teoria da
Evolução.
Senão vejamos...
2-Agora BEHE ESTÁ CORRETO quando diz que essa mutação NÃO SE SUSTENTARÁ.
EXPLICAÇÃO: o biota de PLASMODIUM não-resistentes é TÃO GIGANTESCO na natureza que o SUCESSO REPRODUTIVO diferencial ficará nulo, se diluirá quando pararmos de usar ANTIMALÁRICOS e os PLASMODIUM resistentes serão eliminados! Esta técnica é usada na CLÍNICA e corroborada pelo ACINETOBACTER PAN -o paciente colonizado é entregue a comunidade onde o imenso BIOTA não resistente mais a imunologia do paciente ELIMINARÁ ESSE ACINETOBACTER
3--BEHE está correto de novo em inferir que em animais superiores isso ocorrerá:
EXEMPLO: anemias hemolíticas tipo a falciforme, que PERDEM O SUCESSO REPRODUTIVO DIFERENCIAL ao saírem da zona de malária! A tendência é essa mutação desaparecer fora da área de malária.
Agora, BEHE pode inferir isso ao conjuto evolutivo, dizendo que mutação mais seleção natural não explicam a variedade das espécies?
Provavelmente SIM!
Por isso estou questionando e debatendo!

Isso provavelmente explica porque a evolução (seria melhor dizer a especiação) é tão rara.
Porque as espécies pareçam existir de forma estável por longos períodos de tempo e de
repente se tornem extintas. Aparentemente, como tudo indica no registro fóssil, dando origem
a novas espécies em um processo relativamente rápido (comparado com o tempo em que a espécie
ancestral existiu sem mudanças significativas).
De fato qualquer mutação que ocorra em um nicho da população relativamente pequeno deveria
tender a desaparecer assim que a barreira de isolamento reprodutiva fosse rompida. É por
isso que a especiação é um processo que exige que este isolamento seja mantido por tempo
suficiente (isolamento geográfico, por exemplo) para que as diferenças no genoma se acumulem
ao ponto da reprodução não mais ser possível.
Veja, nem mesmo criacionistas radicais negam que pigmeus africanos se isolados na Islândia
podem dar origem a uma raça de islandeses loiros, de 2 metros de altura e olhos azuis.
Novas raças estariam dentro dos "limites da evolução" aceitos por Behe. Por enquanto nada
impede que uma linda islandesa se apaixone por um pigmeu africano, se casem, tenham uma
prole saudável, e vivam felizes para sempre em uma cabana na África, criando os filhos
com os frutos da caça e da coleta.
Mas há muitos genes entre os islandeses que não são encontrados em uma população de pigmeus.
O gen para olho azul, por exemplo. Me corrija se estiver errado mas se é possível que uns
poucos genes novos surjam, então tb é possível (dado tempo suficiente) que MUITOS GENES
novos apareçam, já que nada impõe um limite a estas mutações. Logo, se as condições na
África e as condições na Islândia continuarem mudando e assim selecionando mutações adaptativas
que irão modificar progressivamente ambas as raças poderíamos concluir que as alterações
acumuladas em ambos os genomas chegariam ao ponto de não mais permitir que a linda islandesa
se reproduza com o simpático pigmeu africano.
Acabamos de ver surgir duas novas espécies: o Homo Sapiens Lindus Islandicus e o Homo Sapiens
Simpaticus Serelepe Africanus.
Me ocorreu que as suas considerações explicam a estabilidade das espécies por enormes períodos
de tempo. As condições precisam mudar, ou por migração como nesse exemplo, ou por alterações
no meio ambiente, gerando uma seleção tão rigorosa das mutações que desequelibre a proporção da
biota a ponto destas alterações se tornarem irreversíveis. Na África já foram detectadas
prostitutas que parecem ser naturalmente imunes ao HIV. São, é evidente, casos raros. Mas se
o HIV tivesse surgido na África há 30 mil anos apenas indivíduos como estes teriam sobrevivido,
e hoje a humanidade seria imune em SUA MAIORIA, tornando esta imunidade irreversível.
A propósito, me ocorre também que embora Behe ponha em dúvida a capacidade do vírus HIV
de sofrer modificações importantes e definitivas ele se esquece do pequeno detalhe de
que somente há 100 anos a AIDS sequer existia.
Vamos usar um clássico evolucionista; o mudskipper
A impressão que passa é que está prontinho para evoluir para a terra (progredir). Alguém já pensou que ele poderia voltar a ser um peixe sem capacidade de respirar fora da água? Por que? Idéia do progresso...
Agora, o que seria necessário mudar para subir à terra?
1-Completar as patas.
2-Propriocepção- SNA e SNC.
3-Sistema imunológico.
4-Tubo digestivo.
4-Aparelho vascular.
5-Pele e fâneros.
E sei mais lá o que... "Só" isso.
BEHE coloca- se um protozoário que se multiplica aos bilhões NÃO MUDA praticamente NADA, por que um suposto ancestral comum que se multiplica aos milhões se modificaria tanto para subir a terra?
Essa é uma boa colocação!
Essa é uma colocação que também me ajuda a refletir sobre a natureza da Evolução.
Porque o peixe saiu da água?
Se a vida surgiu no mar então foi no mar que a vida se tornou primeiramente abundante.
Abundante a ponto de se estabelecer um rigoroso equilíbrio entre presa e predador e
uma acirrada competição pelos recursos existentes. Nesse ponto a terra firme desabitada
talvez estivesse pululando de vida vegetal a disposição, sem competição e sem o risco
dos predadores. Posso imaginar que por mais difícil e rara que fosse surgir uma pequena
adaptação que desse acesso a estes recursos ilimitados a uma criatura marinha, ainda
assim ela seria tão vantajosa em termos de sobrevivência (naquela época) a ponto de
propiciar uma supremacia reprodutiva a este indivíduo. Quero dizer, intuitivamente é
difícil conceber como tantas alterações complexas ocorreram para gerar um anfíbio,
porém a intuição é enganosa, por isso o homem inventou a Ciência.
Talvez o problema se equacione se pensarmos em termos de probabilidade. Embora a chance
de tal coisa ocorrer seja tão pequena fazendo nossa intuição nos dizer que é impossível,
uma vez que ocorresse seria tão vantajosa que a chance de ser mantida e transmitida seria
enorme.
Isso talvez nos ajude também a entender porque nenhum peixe parece ter saído da água nos
últimos 10 milhões de anos. A terra firme não é mais desabitada, nem vantajosa.
Qualquer coisa sem patas pra correr que apareça na areia da praia é comida em dez minutos.