Eu não quis dizer de maneira nenhuma que "é" assim, que todo mundo pensa assim e etc, é só uma coisa que já escutei comentários dos dois lados... mulheres que não gostam que paguem ou presenteiem (mais especificamente com algo mais caro) porque tem a impressão que os/alguns homens fazem isso já com essa mentalidade de "endividar" psicologicamente, e caras que dizem que é interessante fazer isso mesmo, que aumentam as chances.
Bom, neste caso, em que se está na fase do "conhecer" o outro, receber presentes caros realmente é constrangedor. Eu mesma, sempre recusei os pedidos de encontro de um certo camarada que conheci no CTG (antes que venham me zoar - ó

procês!), e quando ele quis me dar um presente de aniversário caro (minha amiga me contou), gritei: "pá, pá, pá, pá, pára tudo!!!". Isso assuta mesmo. Pra minha sorte ela avisou pra ele, que largou do meu pé uma ou duas semanas depois.
Mas nunca saí com alguém com dinheiro, e acho que mesmo que saísse, não passaria de um jantar simples. Neste aspecto, adorava a idéia do Atheist não ter dinheiro para nada, muito menos carro.
Também tem a versão mais romântica da argumentação, que seria "demonstrar que se importa", de maneira mais enfática. Mas possivelmente tem quem acredite nisso dos dois lados, na verdade. Quero dizer, quem acha que coisas mais caras realmente são "demonstrações" melhores, mais "verdadeiras", nesse sentido, não só os aproveitadores/as (geralmente "as") desses e os que se poderia dizer "mau intencionados/as" (geralmente "os").
Acho que minha versão romântica seria achar o maior presente do mundo o namorado (menos de dois meses) andar por BH inteira carregando um pacotão com uma ursa de pelúcia dentro, que ele comprou na feirinha do domingo durante um congresso.

O presente em si não tinha tanto valor. Mas imaginem ele carregando o bicho de pelúcia no metrô e nos ônibus...

Quanto ao ponto de pagar as coisas parecer uma espécie de "suborno" ou compensação é idéia minha mesmo... novamente, não que "seja" isso, é só mais uma das coisas que eu acho estranhas -- lembrando, de qualquer forma, que sou ateu, não torço para nenhum time de futebol, sou avesso a telefone, dentre outras excentricidades diversas; de forma alguma me sugerindo como "padrão". Acho muito mais natural pagar tudo em eventuais situações que não seria estranho pagar tudo normalmente, até para alguém com quem não se estivesse a fim de nada, sem "segundas intenções", nem primeiras intenções, simplesmente amigas/os. Não que eu seja pão-duro (na verdade na maior parte do tempo apenas duro), mas são razoavelmente poucas as ocasiões em que eu pagaria alguma coisa para alguém "normalmente", e simplesmente acho estranho ampliar essa lista apenas por interesses escusos pela possibilidade/clima de rolar algo mais.
Bom, pode ser que eu não me preocupe nada com posses, e por isso não veria nada errado nele pagar para mim, assim como não veria nada errado em eu pagar para ele caso tivesse. Ao longo da nossa relação acontecia isso... mas no começo não tinha como. Eu era universitária sem bolsa na época, não tinha cara de pedir dinheiro pro meu pai para sair (nunca gostei de onerar meus pais em nada além do que eles já me davam - abrigo, comida e transporte pra faculdade) na época em que nos conhecemos. Nas duas primeiras festas eu fui porque vendi uns relatórios de física pra uns colegas de curso...

Depois, eu já estava namorando...

Relacionamentos mais sérios/casamento/etc, por outro lado, aí também pode mudar bastante, ser algo mais comunista mesmo. Mas também não é exatamente raro se ouvir de relacionamentos "por interesse", onde o interesse de um dos lados é mais a paparicação financeira do que a outra pessoa em si.
Claro que existem interesseiras... e confesso que eu talvez não soubesse me esquivar de alguma se precisasse, talvez justamente por não ligar muito para posses...
É complicado mesmo ser homem...
