Quanto aos esquilos e dromedários. O que os diferenciou foi a evolução. É um dos nomes que podemos dar ao fenômeno. Também poderia ser diferenciação, adaptação, micro-evolução. Mas não importa.
Importa sim. Foi modificação na descendência das espécies/evolução, que é o que conduz à ancestralidade comum universal, mas vários tipos de criacionistas preferem colocar como se fossem duas coisas fundamentalmente diferentes, como se dar um passo não tivesse nada a ver com andar um quilômetro.
O fato é que os evolucionistas fazem extrapolações indevidas.
Só são indevidas quando começam a atrapalhar o grau de literalidade de algum texto religioso aceito. Há os criacionistas que aceitam diversos graus de fixismo, dos mais rígidos, dentro da espécie, até os mais folgados, contanto que não haja ancestralidade comum universal. (Há também o ID, que aceita descendência comum, mas com invenções inseridas em vez de evoluídas por seleção natural)
Não há base lógica nem qualquer tipo de evidência para quais seriam os tipos originais. A mesma lógica que diz que variações dentro de uma espécie são aparentadas, leva à conclusão de parentesco entre espécies, mas há os que não aceitam especiação. Para os que aceitam, a mesma lógica que estabelece parentesco entre duas espécies, levaria à continuidade da ancestralidade além do tipo original arbitrariamente escolhido.
A ancestralidade comum universal é uma extrapolação tão indevida quanto a sermos todos filhos biológicos de nossas mães, em vez de termos sido criados adultos, do nada, com um passado falso aparente.
Aí é que está o problema. Tente registrar na sua mente a frase seguinte. Ela expressa uma grande verdade. EVOLUCIONISTAS E CRIACIONISTAS NÃO DISCORDAM ENTRE SI SOBRE FATOS, MAS SOBRE INTERPRETAÇÕES.
Bem, isso são alguns criacionistas, não criacionistas em geral. Há ainda os que negam fatos como por exemplo:
- compostos orgânicos podem se formar abioticamente
- mutações podem acrescentar informação
- especiações foram observadas
- seleção dirige modificação na descendência
E arbirtrariamente, evidências uma hora aceitas de parentesco de repente não servem mais para isso, de acordo com onde queiram que não haja mais parentesco.
Há também os criacionistas que defendem fatos/conclusões como:
- Darwin abandonou a teoria da evolução antes de morrer
- a evolução tem implicações morais, encorajando coisas consideradas imorais
- que muitos cientistas famosos foram criacionistas (mesmo os que não eram). É em parte verdade, principalmente quando se referem à cientistas que viveram antes da consolidação das teorias de evolução
- a evolução é aleatória
- conceitos mutacionistas de evolução
- complexidade irredutível
- fisiologias erradas como exemplo de CI (besouro bombardeiro) e explicações-espantalho de como a evolução de certas coisas teria ocorrido (pescoço da girafa, migração de aves)
- não há fósseis transicionais
- origem do universo, origem da vida, também são "ciências da evolução" e essas teorias precisam ser confirmadas para só então falar de ancestralidade comum universal.
Acho que tem algumas coisas que são interpretações diferentes incluídas aí, mas também alguns fatos.
Além de outras coisas que estou me esquecendo, mas que são sempre repetidas
Criacionistas interpretam os fatos de forma diferente dos evolucionistas. Criacionistas não negam fatos.
Existem diversos tipos de criacionismos, acho que você não devia falar por todos, como se o seu fosse o único. Há vários que negam fatos e afirmam fatos inexistentes.
4. Seleção Natural não precisa de mutações adicionando material genética para gerar diferenças morfológicas.
Seus colegas biólogos concordam com você?
Eu não sou biólogo, mas em parte concordo.
O que precisa é apenas disponibilidade de variedades genéticas pré existentes. Elas não precisam ter ocorrido "agora" por mutação (Que deve ser o ponto do Perseus), mas sua origem foi essa, em algum momento.
É óbvio que é necessário informação nova. Não se transforma um peixe num elefante mudando apenas um gene.
Ninguém defende isso
Mas isso não quer dizer necessariamente acréscimo no número de genes. Mutação implica genes modificados. Substituição de genes. Não é a inclusão de um novo gene. Dois no lugar de um. É "B" no lugar de "A", onde "B" é uma versão modificada de "A".
Novos genes podem ser incluídos e também eliminados. Também um gene pode aumentar (ou diminuir) seu papel, codificando mais (ou menos, não importa) do que codificava não por mutação nele, mas por efeito de regulação de outro gene.
Afinal, qual é a explicação do criacionismo para isto? Porque temos menos genes que uma espiga de milho?
Simples. Porque um ser humano nada tem a ver com uma espiga de milho. O homem nunca foi parente do milho, portanto não tem porque seu número de genes ter relação com o número de genes do milho.
Mas por que compartilha genes em comum, mesmo assim?
Presumivelmente, pela necessidade de alguma proteína em comum. Isso explicaria a presença de seqüências codificadoras e reguladoras apenas.
Também é estranho que um mesmo gene não apareça sempre que é útil, mas apenas quando é condizente com ancestralidade comum, como as características que permitem organizar os seres vivos em uma só arvore genealógica. Por exemplo, peixes de diferentes espécies que vivem em águas geladas (acho que cada espécie em um polo) tem diferentes genes para uma proteína muito similar, com a mesma função anti-congelante.
Não seria nada absurdo esperar que as características aparecessem sempre que fossem úteis, impossibilitando apontar parentesco, se os seres tivessem sido inventados.
O grande erro dos ateus quando inventam de criticar a Deus é que se esquecem que o mundo em que vivemos não é o mundo original que Deus criou. A Terra saiu das mãos do Criador perfeita e imaculada. Mas depois disso houve a Queda, a entrada do pecado neste mundo. Desde então o mundo vive sob a maldição do pecado.
A Bíblia seria desmentida se este mundo fosse perfeito. Mas não é.
Ou o mundo não é perfeito porque não tem nenhum deus, com o objetivo de que fosse perfeito, pra começar.
Mas isso do pecado e as modificações decorrentes (como quer que tenham sido decorrentes disso...) suscita algumas questões interessantes para a evolução criacionista:
Se adaptação requer projeto, quem projetou as adaptações de parasitas, predadores e defesa contra predadores? Elas estavam já existentes no Éden, porque Deus sabia que seriam necessarias mais tarde e as inventou antecipadamente? Ou são "exaptações", adaptações totalmente acidentais? (o que conflita tremendamente com adaptação requerer projeto, e deixa um tanto difícil se falar em invalidade da seleção natural para adaptação quando se aceita algo assim)