Isso não é real. Você acha que professores de universidades privadas ganham bem, ou melhor, recebem o que merecem?
Se ganham bem? Depende muito do lugar e mesmo da IES privada. Por outro lado, com as IES públicas, ao menos com as federais, é diferente, já que os salários praticados são os mesmos não importando o custo de vida do lugar onde elas estão baseadas. Aí um bom salário em, digamos, Palmas do Tocantis pode ser um salário mixo no Rio de Janeiro.
Se ganham o que merecem? Do ponto de vista do mercado, se os salários são livremente negociados, sim, os profissionais ganham o que merecem.
Serviços "gratuitos" (que, no fim das contas, não são gratuitos porra nenhuma), como educação e saúde, são uma aberração do ponto de vista econômico. São custos desacompanhados de receitas, ou seja, dão um retorno (algum retorno certamente dão) que ninguém é capaz de quantificar. (Você sabe me dizer quantos milhões de reais do PIB brasileiro deveram-se à USP no ano passado?)
Isso é um falso dilema. Não justifica nada.
Por que é um falso dilema? Não vi nem sequer o dilema, quanto mais um falso. Apenas expliquei porque serviços "gratuitos" são aberrações econômicas. Se discorda, diga o por quê.
Que eu saiba, o Japão quebrou ao final da segunda guerra mundial, e o que o fez reerguer e ser uma potência mundial em vários setores foi o investimento público em educação.
O ponto é que povo educado e culto não aprova a pilantragem geral. Este é o motivo dos cortes. É má administração.
Sugiro que procure se informar em quais países hoje os professores, sobretudo os de educação básica, são bem remunerados (não em relação ao que ganham seus congêneres brasileiros, o que seria covardia, mas em relação a outros profissionais do mesmo país). Aí talvez perceba que o problema vai muito além de "má administração". O oba-oba estatizante de quando o "Japão se reergueu" (a tal época áurea do keynesianismo a que me referi) acabou, Atheist. O que restou foi o endividamento público absurdo, que massacra países pobres como o Brasil mas também tira o sono de países ricos... como o Japão, que está vivendo uma crise política sem precendentes por causa da privatização dos Correios.
Uma dúvida: as IES públicas no Japão são gratuitas? Realmente não sei. Na França, Finlândia, Holanda e Dinamarca eu sei que são. Na Alemanha, eu fiquei em dúvida.
Enquanto o governo explora tais serviços ele pode garantir que estes serviços não cheguem ao consumidor com ágios e agiotagem. Além disso, em situações extremas pode garantir empregos e, consequentemente, garantir vida digna (mesmo salário baixo é mais digno que esmola).
Agiotagem
Cobrar mensalidade, também não vai resolver, só vai deixar mais dinheiro para o governo dar bolsas esmola e auxílios paletó para deputados.
Dificilmente o dinheiro que seria pago como mensalidade voltaria para o saco do OGU. Mas daria, enfim, verdadeira autonomia financeira às universidades, que passariam a ter receitas próprias.
Quanto a sobrar mais dinheiro para o governo gastar com bolsa-esmola, não sei, não posso dizer que esse excedente não seria revertido para mais demagogia desse tipo. O ideal é que fossem realizados cortes de impostos.
Em todo o caso, é um risco que eu acho que valeria a pena correr.