Autor Tópico: ONU deve se reunir na segunda-feira para debater crise em Honduras  (Lida 10480 vezes)

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Offline DDV

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Re: ONU deve se reunir na segunda-feira para debater crise em Honduras
« Resposta #175 Online: 02 de Novembro de 2009, 21:17:40 »
A intervenção do Brasil e de outros países em Honduras, assim como a reprovação mundial unânime ao governo de facto de lá foram importantes e bastante positivas, em minha opinião, porque além de permitir um diálogo entre as 2 partes (nenhuma delas 100% correta), deu uma ducha de água fria nos aspirantes a ditaduras e golpes de estado mundo afora.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: ONU deve se reunir na segunda-feira para debater crise em Honduras
« Resposta #176 Online: 02 de Novembro de 2009, 21:23:50 »
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Afastassem ele do cargo e o prendessem caso ele ficasse bloqueando o cumprimento da lei. Seria depois julgado e receberia as penas previstas lá. Nenhum ato ilegal ou inconstitucional deveria ser feito.


Fizeram o que acharam menlhor naquele momento, certo ou errado.

Agora o modo de resolver tudo de forma mais rápida é colocar o cara em um avião e mandar de volta para lá. Por que não fazem isso?

Citar
Procure nesse tópico (e em um outro sobre o mesmo assunto nessa seção, ou na wikipedia/google) os artigos que o governo Micheletti violou. Foram pelo menos o quádruplo do que Zelaya pretendia violar. Que preocupação com a constituição, hein?!

O que não muda o fato que ele iniciou tudo e o que veio depois foi consequencia de seus atos.

Se não tivesse tentado a falcatrua , não teria motivado o que veio depois.


Citar
Não foi apenas o Brasil e nem países simpáticos a Zelaya que apoiou ou ajudou os adversários de Micheleti. Leia as notícias.  


Eu leio, a ONU voltou atrás no apoio que deu a ele.

Citar
A intervenção do Brasil e de outros países em Honduras, assim como a reprovação mundial unânime ao governo de facto de lá foram importantes e bastante positivas, em minha opinião, porque além de permitir um diálogo entre as 2 partes (nenhuma delas 100% correta), deu uma ducha de água fria nos aspirantes a ditaduras e golpes de estado mundo afora.


Então que sirva de exemplo para os que querem um terceiro mandato aqui.

Offline Blues Brother

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Re: ONU deve se reunir na segunda-feira para debater crise em Honduras
« Resposta #177 Online: 02 de Novembro de 2009, 23:53:44 »
A suposta falcatrua não justifica o golpe, pois um crime não justifica o outro.

Se houve "falcatrua", existem dispositivos legais numa democracia que podem ser acionados de modo a oferecer julgamento imparcial ao acusado e lembremos que o ônus da prova cabe à quem acusa.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: ONU deve se reunir na segunda-feira para debater crise em Honduras
« Resposta #178 Online: 03 de Novembro de 2009, 17:01:40 »
A suposta falcatrua não justifica o golpe, pois um crime não justifica o outro.

Se houve "falcatrua", existem dispositivos legais numa democracia que podem ser acionados de modo a oferecer julgamento imparcial ao acusado e lembremos que o ônus da prova cabe à quem acusa.

Falcatrua no sentido de querer impor um referendo ilegal.

O que se sabe com certeza e ninguém pode negar é que ele queria um referendo para um terceiro mandato que a constituição deles não permitia e fazer tal coisa às vésperas de uma eleição que tb é proibido.

Ou seja, queria apenas se beneficiar usando o cargo para conseguir a vantagem.

O fato é que ele tentou algo ilegal, foi deposto, não obedeceu a ordem de se retirar do cargo e ainda por cima tentou jogar civis contra civis.

E o fato é que tiveram que tirar ele de lá à força.

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Re: ONU deve se reunir na segunda-feira para debater crise em Honduras
« Resposta #179 Online: 27 de Novembro de 2009, 18:36:37 »
Citação de: [url=http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091126_lulaobama_press_pu.shtml]BBC Brasil[/url]
Lula e Obama 'entram em colisão por crise em Honduras', diz 'El País'

Uma reportagem publicada no site do jornal espanhol El País afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mais conhecido por seu tom “conciliador”, está “entrando em colisão” com o presidente americano, Barack Obama, por causa da crise hondurenha.

A matéria avalia as divergência entre as posições de Obama, que diz que aceitará o resultado das eleições hondurenhas no próximo fim-de-semana, e Lula, que não o fará porque o presidente deposto, Manuel Zelaya, não foi restituído ao cargo.

“É a primeira vez que Obama e Lula se enfrentam publicamente”; observa um correspondente do jornal no Brasil. “Os dois líderes mundiais com maior peso popular se encontram em posições difíceis de conciliar.”

Embora considere improvável que as divergências tenham alguma consequência mais grave, o El País avalia que “esta pode ser a primeira vez que Lula se veja contra as cordas em um conflito internacional, ele que tem sido considerado um grande conciliador”.

Desde que chegou ao poder, Obama tem reiteradamente enviado sinais positivos para o governo Lula, que muitos chegaram a ver como um possível ‘mediador informal’ entre os Estados Unidos e os países latino-americanos.

Recentemente, no entanto, as duas agendas têm se mostrado díspares e têm surgido o que o El País chama de “pontos de fricção” em temas como a crise hondurenha, a questão climática e a recepção oferecida por Brasília ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, na segunda-feira.

“Agora que Obama tomou uma decisão definitiva (sobre Honduras) e a comunicou a Lula, o presidente brasileiro vai necessitar de toda sua intuição para sair do atoleiro sem se enfrentar com Washington”, avalia o jornal.

“A solução só poderia vir de Zelaya, aceitando sair de cena em um gesto de generosidade para contribuir a devolver a paz ao país. A dúvida é se Lula será capaz de convencê-lo.”
Citação de: [url=http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091126_lula_obama_vale.shtml]BBC Brasil[/url]
Lula enviou carta a Obama, diz Amorim

O Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta quinta-feira em Manaus que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em resposta a uma carta que havia sido a ele pelo líder americano no domingo.

Amorim, entretanto, não quis revelar informações sobre o conteúdo da mensagem de Lula, argumentando que trata-se de correspondência diplomática e, por isso, deve ser mantida “reservada”.

O chanceler também revelou que passou nesta quinta-feira “mais de uma hora” conversando por telefone com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. Novamente, ele não entrou em detalhes.

“Isso que é importante, um diálogo constante sobre todos os temas. O presidente Lula respondeu à carta enviada pelo presidente Obama e eu conversei por mais de uma hora com a secretária de Estado.”

Garcia ‘decepcionado’

O conteúdo exato da carta enviada por Obama não foi revelado, mas segundo versões divulgadas na imprensa, nela o líder americano reitera a posição americana em relação ao golpe em Honduras.

O governo dos Estados Unidos defende que o reconhecimento do resultado das eleições presidenciais em Honduras pode ajudar a colocar um fim à crise política que se instalou no país desde a deposição de Zelaya, em 28 de junho.

O Brasil, por sua vez, insiste que não irá reconhecer o vencedor do pleito, porque interpreta que isso será o mesmo que reconhecer o que considerou ter sido um golpe de Estado no país centro-americano.

Em outro trecho da carta, Obama teria solicitado a Lula que comunicasse ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad – que esteve em Brasília na segunda-feira – as preocupações americanas quanto ao programa nuclear iraniano e pedisse a Ahmadinejad que cumprisse suas obrigações internacionais.

O americano também teria abordado na mensagem pelo menos dois outros temas: a reunião sobre mudanças climáticas da ONU, que será realizada na Dinamarca no mês que vem, e as negociações da Rodada Doha para liberalização do comércio global.

O assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, primeiramente reagiu à carta dizendo que a posição de Washington em relação a Honduras estava “equivocada” e que havia “um sabor de decepção” do Brasil em relação à posição defendida pelo governo Obama.

Depois, na quarta-feira, o general americano James Jones, assessor de segurança de Obama, teve uma conversa telefônica com Marco Aurélio Garcia, em que falaram sobre o teor da carta de Obama.

Nesta quinta-feira, em Manaus, tanto Garcia quanto o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, procuraram minimizar a visão de que Estados Unidos e Brasil estejam vivendo um momento de confronto.
Citação de: [url=http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091126_marcoaurelio2_pc_cq.shtml]BBC Brasil[/url]
Reconhecer eleições em Honduras seria legitimar golpe, diz Amorim

O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, confirmou nesta quinta-feira em Manaus que o Brasil "não vai reconhecer" as eleições de Honduras, marcadas para este domingo.

"Um golpe de Estado não pode ser legitimado", disse Amorim, referindo-se à realização do pleito sem que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, tenha sido reconduzido antes ao seu posto.

O ministro afirmou que, embora a posição brasileira seja oposta à dos Estados Unidos nesta questão, não há um confronto entre os dois países.

O governo dos Estados Unidos defende que o reconhecimento do resultado das eleições presidenciais em Honduras pode ajudar a colocar um fim à crise política que se instalou no país desde a deposição de Zelaya, em 28 de junho.

"Certamente no princípio os americanos também condenam o golpe, mas talvez por termos (na América Latina) sofrido na pele com golpes, seja diferente", disse Amorim.

'Branqueamento'

Também em Manaus, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta quinta-feira que a solução defendida pelos Estados Unidos para crise em Honduras representa o "branqueamento" de um "golpe de Estado preventivo".

"Não se deveria reconhecer como legítima (a eleição de domingo) porque isso seria uma tentativa de branqueamento de um golpe de Estado. E, para nós, isto é algo extremamente grave, sobretudo se vem acompanhada da ideia de um golpe preventivo", disse Garcia.

"O Brasil não vai legitimar o branqueamento de um golpe."

"Se a comunidade internacional e Honduras querem legitimar estas eleições, vão ser responsabilizadas, no mínimo, pelo que vier a acontecer em Honduras. Podemos ter um longo período de instabilidade num Estado que era 'tranquilinho'", afirmou.

'Divergência'

Marco Aurélio Garcia mostrou a mesma posição de Amorim e negou que haja "crise" ou "confronto" entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos.

"O que há são divergências em alguns pontos, como nesta questão de Honduras", disse.

Ele ressaltou que não vê muitas possibilidades de Brasil e Estados Unidos afinarem suas posições em relação ao país-centro americano. "O tempo agora está contra nós", disse.

Amorim e Garcia estão acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Manaus na Cúpula dos Países Amazônicos e França, que discute uma posição comum para a conferência da ONU sobre clima, que acontece em Copenhague, na Dinamarca, entre 7 e 18 de dezembro.

Dos oito chefes de Estados convidados por Lula para a cúpula de Manaus, no entanto, estarão presentes no encontro apenas o líder da Guiana, Bharrat Jagdeo, e o francês Nicolas Sarkozy.

Sobre a Cúpula, Amorim relativizou a ausência dos presidentes convidados.

"Se não fosse pela iniciativa do presidente Lula, nem essa reunião de ministros teríamos aqui", disse.

"Todos os que estão aqui são representantes plenipotenciários de seus países, então não há esvaziamento da reunião", disse.

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Re: ONU deve se reunir na segunda-feira para debater crise em Honduras
« Resposta #180 Online: 28 de Novembro de 2009, 16:48:31 »
Citação de: [url=http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091127_honduras_comparecimentorg_rc.shtml]BBC Brasil[/url]
Atenções em Honduras se voltam para comparecimento às urnas

A dois dias das eleições gerais, as atenções em Honduras estão voltadas para o comparecimento às urnas.

Com a campanha eleitoral encerrada, a maior parte dos meios de comunicação hondurenhos, pró-governo interino, estimulam a população a comparecer às urnas.

Já a oposição prega, desde o fracasso das negociações para a restituição de Zelaya, o boicote do pleito. O principal jornal oposicionista, El Libertador, traz nesta sexta-feira a manchete No Votar! (não votem) na capa e argumenta a favor da abstenção em praticamente todas as suas 63 páginas.

O chefe da resistência contra o governo interino, Carlos Reyes, anunciou nesta sexta-feira a convocação de uma marcha para o dia das eleições, reunindo centrais sindicais, estudantes, organizações indígenas, de camponeses e políticos progressistas, todos contrários a realização da votação.

Analistas acreditam que um grande comparecimento, pelo menos maior do que os 55% registrados nas eleições de 2005, é fundamental para a legitimação do processo eleitoral e seu reconhecimento internacional.

Diversos países, entre eles o Brasil, dizem que não reconhecerão o resultado do pleito, com o argumento de que isso seria “legitimar o golpe” que tirou Manuel Zelaya do poder há seis meses.

Os Estados Unidos, entretanto, afirmaram que vão reconhecer o resultado das eleições.

‘Vergonhoso'

“Não vou votar, seria dizer que o golpe (de Estado) é correto, quando é vergonhoso”, disse à BBC Brasil o vendedor ambulante de pães em Tegucigalpa José Octavio, partidário de Zelaya.

Sua esposa, que varria a calçada próxima, completa que “acima de tudo, temos medo. De violência, explosões, tudo... ficaremos quietos em nossas casas”.

“Acho que bem menos gente vai votar desta vez”, diz o jornaleiro Pedro. “Os simpatizantes de Zelaya vão boicotar em massa as eleições.”

Ele diz que não se envolveu na disputa dos últimos meses entre Zelaya e o governo do interino Roberto Micheletti, mas votará no domingo.

Congresso

Manuel Zelaya foi destituído à força da Presidência pelas Forças Armadas em junho e enviado ao exterior.

A medida foi apoiada pelo Congresso e pela Suprema Corte que o acusaram de violar a Constituição e de se recusar a cumprir a determinação judicial para suspender um plebiscito sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte.

A deposição foi condenada por diversos países, entre eles o Brasil e os Estados Unidos, além de organizações como a OEA e a União Europeia.

Zelaya voltou clandestinamente a Honduras e se abrigou na embaixada do Brasil, onde está desde o mês de setembro.

Na próxima quarta-feira, como parte de um acordo intermediado pelos Estados Unidos, o Congresso deve votar se Zelaya voltará a ocupar a presidência até o final de seu mandato, em 27 de janeiro.

Na quinta-feira, a Suprema Corte de Justiça deu seu parecer sobre a questão, aconselhando os parlamentares a rechaçar a restituição do mandatário eleito.

Muitos países consideravam a volta de Zelaya ao poder como pré-requisito para a legitimidade das eleições.

Na última quarta-feira, Micheletti afastou-se do cargo provisoriamente, podendo voltar ao poder dependendo da decisão do Congresso no dia 2.
Citação de: [url=http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091127_honduraseleicao_qanda_fp.shtml]BBC Brasil[/url]
Entenda o que está em jogo nas eleições hondurenhas

Cinco meses após o presidente Manuel Zelaya ser destituído do cargo, os hondurenhos vão às urnas, neste domingo, escolher seu sucessor.

As eleições presidenciais já estavam previstas no calendário político do país, mas o pleito vem gerando polêmica.

Alguns países, entre eles o Brasil, afirmam que não reconhecerão o novo presidente de Honduras, já que, de acordo com essa interpretação, as eleições ocorrem sob um regime “golpista”.

Já os Estados Unidos, apesar de terem apoiado o retorno de Zelaya, defendem que as eleições são legítimas, desde que o processo aconteça sob “princípios democráticos”, com transparência e liberdade de expressão.

Apesar do imbróglio político, Honduras deverá ter um novo presidente a partir do dia 27 de janeiro do ano que vem, quando se inicia o novo mandato.

Entenda o que está em jogo.

Quem são os principais candidatos?

Cinco candidatos disputam a Presidência: Porfírio Lobo, Elvin Santos, Felícito Ávila, César Ham e Bernard Martínez.

Perfírio Lobo (mais conhecido como Pepe Lobo), do Partido Nacional, considerado de direita, tinha 42% das intenções de voto, segundo pesquisa CID-Gallup, realizada em julho. O partido de Lobo faz parte da oposição ao presidente Zelaya.

Já Elvin Santos, que aparece na segunda colocação nas pesquisas, é do Partido Liberal, o mesmo partido de Zelaya.

A eleição presidencial, neste domingo, é legítima?

Não há consenso sobre a questão. O grupo de Zelaya argumenta que sua deposição foi inconstitucional, o que caracterizaria um golpe de Estado.

Segundo essa interpretação, as eleições de domingo não seriam legítimas, pois estão sendo realizadas sob um regime inconstitucional. Países como Brasil e Venezuela têm essa mesma posição e disseram que não vão reconhecer o novo governo hondurenho.

Já os Estados Unidos interpretam o caso de forma diferente. O governo americano condenou o golpe de Estado e defendeu a volta de Zelaya – mas entende também que, se as eleições ocorrerem de forma democrática, o resultado será legítimo.

O secretário-assistente para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado americano, Arturo Valenzuela, disse que as eleições de domingo “não foram inventadas pelo governo golpista”, e que o resultado será reconhecido, desde que as eleições sejam “livres, justas e pacíficas” e que tenham “credibilidade”, mesmo que Zelaya não seja restituído ao cargo.

Quais são as chances de Zelaya ser restituído ao poder?

Aparentemente, com a chegada das eleições, as chances estão cada vez menores.

Nesta quinta-feira, a Suprema Corte do país recomendou ao Congresso que não aprove a restituição do presidente deposto.

Na quarta-feira, dia 2, os parlamentares darão a palavra final – ou seja, decidem se Zelaya deve ou não ser restituído.

Na avaliação de um representante da diplomacia brasileira, as chances de uma decisão pró-Zelaya ficaram “muito pequenas” com o parecer negativo da Suprema Corte.

Se Zelaya não for restituído e o Brasil não reconhecer o novo presidente, como fica a relação entre os dois países?

Oficialmente, o Itamaraty prefere não trabalhar com essa hipótese. O assessor especial para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, disse que o Brasil “não tem um plano B” para a questão hondurenha.

Se o governo cumprir sua promessa e não reconhecer o novo presidente, pelas regras diplomáticas Zelaya continuará sendo o presidente, aos olhos do governo brasileiro.

A situação ficará mais complexa no ano que vem, quando o novo presidente tomar posse. Isso porque o governo brasileiro não poderá mais dialogar com o presidente eleito, que não será reconhecido, e tampouco com Zelaya, que deixará de ser oficialmente o presidente de Honduras.

Um diplomata brasileiro disse à BBC Brasil que o Itamaraty está mais preocupado com o retorno de Zelaya e que, por isso, a discussão sobre as relações diplomáticas entre Brasil e Honduras “ficará para depois”.

Uma das possibilidades é de que o Brasil corte relações com Honduras, deixando, inclusive, de ter uma representação diplomática naquele país. Mas segundo essa mesma fonte, as relações diplomáticas “não são imutáveis” e o governo brasileiro pode mudar sua posição no futuro.

E o que dizem os outros países da região?

Se por um lado os países da região estiveram unidos no repúdio ao que classificaram como golpe de Estado, o mesmo não se pode dizer das eleições.

O pleito deste domingo gerou uma divisão de opiniões. Países como Brasil, Venezuela e Bolívia dizem que não aceitarão o novo presidente, enquanto que Estados Unidos, Canadá, Colômbia e Peru preferem ver a eleição como um fato legítimo.

Um importante fator nesse debate será a reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), marcada para o dia 4 de dezembro. O principal organismo político da região deverá decidir se o novo governo hondurenho será ou não readmitido ao grupo.

Segundo um diplomata, alguns países do Caribe e América Central “vão acabar aceitando” o novo presidente, pois suas economias estão profundamente ligadas.

O acordo assinado no dia 30 de outubro por Zelaya e pelo presidente interino, Roberto Micheletti, para solucionar a crise no país, foi quebrado?

Existem duas interpretações para essa questão. O grupo que apoia Zelaya, incluindo o governo brasileiro, entende que o acordo Tegucigalpa-San Jose previa a volta de Zelaya como parte do governo de coalizão, que governaria o país até o dia 27 de janeiro.

Dias depois, no entanto, Micheletti formou o governo de união sem Zelaya. O presidente interino disse que o acordo não previa o retorno automático de Zelaya e que o próprio documento diz que sua restituição ao cargo deveria ainda ser analisada pelo Congresso.

Um diplomata brasileiro disse à BBC Brasil o acordo é “realmente ambíguo” nesse ponto, abrindo margem para diferentes interpretações. O Brasil interpreta como Zelaya; já os Estados Unidos entendem que a decisão cabe ao Congresso.

Qual a origem da crise?

A crise política em Honduras foi motivada pela proposta, apresentada por Zelaya, de que nas eleições de 29 de novembro também fosse realizada uma consulta sobre a possibilidade de convocar uma Assembleia Constituinte para mudar a Constituição e permitir a reeleição presidencial.

No dia 28 de junho, Zelaya pretendia realizar uma pré-consulta, perguntando aos eleitores se concordavam ou não com sua proposta.

O então presidente do Congresso, Roberto Micheletti, que era do mesmo partido que Zelaya, o Partido Liberal, afirmou que a consulta não teria validade jurídica e que pela atual Constituição ela seria considerada um delito.

Zelaya foi então detido e expulso do país, e Micheletti assumiu o comando do governo interino.

Em setembro, o presidente deposto retornou escondido ao país, abrigando-se na embaixada brasileira, onde se encontra até hoje.

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Re: ONU deve se reunir na segunda-feira para debater crise em Honduras
« Resposta #181 Online: 30 de Novembro de 2009, 21:39:59 »
OEA diz estar "aberta ao diálogo" com novo governo de Honduras

O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, assegurou nesta segunda-feira que está aberto ao diálogo com Porfirio Lobo, virtual vencedor das eleições realizadas domingo em Honduras, "para construir democracia".

Em declarações à rádio "Cooperativa", Insulza acha que as ações de Lobo, do conservador Partido Nacional, "serão fundamentais para que a comunidade internacional reconheça o novo Governo" de Honduras.

Porfirio Lobo vem liderando a apuração do pleito, seguido de Elvin Santos, do Partido Liberal.

José Miguel Insulza disse que não pode desconhecer ou validar as eleições por enquanto, mas reiterou que a OEA está aberta ao diálogo com Lobo.

O secretário-geral também lembrou a importância do papel do presidente deposto do país, Manuel Zelaya, que permanece refugiado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa e desconheceu a legitimidade do pleito.

"Acho que a posição do presidente Zelaya é muito fundamental, ele é um ator central neste processo", considerou Insulza.

"Para mim, o cumprimento do acordo de Tegucigalpa seria a base para este assunto, por certo", enfatizou o secretário-geral da OEA, em referência ao convênio alcançado em outubro pelas partes em conflito.

O acordo previa a restituição de Zelaya à presidência, prévio acordo do Congresso, mas na prática o processo continuou a linha traçada pelo presidente de facto, Roberto Micheletti, que insistia na realização das eleições.

Zelaya e seus seguidores pediram a abstenção, mas as autoridades eleitorais hondurenhas disseram que a participação no pleito superou os 60%.

Diretamente da cidade portuguesa de Estoril, onde participa da 19ª edição da Cúpula Ibero-Americana, Insulza disse que o Conselho Permanente da OEA se reunirá em 4 de dezembro para analisar os resultados das eleições.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/11/30/oea+esta+aberta+ao+dialogo+com+novo+governo+de+honduras+9187260.html

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Re: ONU deve se reunir na segunda-feira para debater crise em Honduras
« Resposta #182 Online: 01 de Dezembro de 2009, 02:42:48 »
Garcia diz que "gestos" de Lobo podem levar Brasil a rever posição sobre Honduras

O Governo brasileiro disse nesta segunda-feira que alguns "gestos" do presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, e a taxa real de participação no pleito deste domingo no país podem levar a "mudanças" na postura de considerar o processo como "ilegítimo".

"Se o Brasil considerar que tem que mudar de posição, mudará de posição", declarou o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, a um grupo de jornalistas.

Garcia, que está na 19º Cúpula Ibero-Americana, no Estoril (Portugal), explicou que diversos elementos devem ser examinados, entre eles a participação popular nas eleições hondurenhas, de 61% segundo os números mais recentes divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral de Honduras. "Esse primeiro elemento é essencial, porque vai influenciar a taxa de legitimidade da eleição", disse o assessor.

Segundo Garcia, também será importante "saber se o senhor Porfirio Lobo se dirigirá ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA)" e se vai considerá-la como "uma interlocutora legítima, ao contrário do que fez o governo golpista".

Para o assessor da Presidência, "esses sinais permitiriam ir avaliando a situação e decidir os próximos passos", embora, em sua opinião, tudo deva ser debatido no marco da OEA.

Além disso, Garcia falou que, para considerar Lobo como um "interlocutor legítimo", deverá haver "gestos na direção de uma solução democrática e legítima para o problema hondurenho".

No entanto, destacou que "neste momento, os gestos teriam que ser muito poderosos, para superar o fato de que as eleições são ilegítimas".

O assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que isso signifique que o Brasil reviu sua posição inicial, que foi de absoluta condenação ao golpe de Estado que derrubou Manuel Zelaya em junho passado e também de não reconhecimento do processo eleitoral.

"Por um lado, consideramos a eleição ilegítima, mas se houvesse uma fortíssima participação popular, também não poderíamos ser indiferentes a esse fato político", apontou Garcia, para quem o Brasil não é e nem pretende ser "o juiz da situação hondurenha".

Sobre a possibilidade de que a Cúpula Ibero-Americana adote uma declaração especial sobre a crise de Honduras, Garcia disse estar "quase convencido" de que haverá uma solução de consenso, que "deixe de fora alguns problemas, mas recolha a condenação ao golpe".

Segundo Garcia, as diferenças entre os países ibero-americanos não são em relação ao golpe de Estado, que foi condenado por todos, mas quanto aos "caminhos a seguir rumo ao futuro" após as eleições deste domingo.

O assessor inclusive comentou que a restituição do presidente Zelaya no poder, que foi um ponto indispensável para muitos dos países ibero-americanos, poderia deixar de ser uma condição. "Quem deverá decidir isso é o próprio presidente Zelaya", disse.

Garcia também respondeu às declarações do presidente da Costa Rica, Óscar Arias, que criticou a "dupla moral" de países que, como o Brasil, reconheceram o resultado das eleições no Irã e não o fizeram com Honduras.

"É uma comparação absolutamente improcedente", porque as eleições iranianas foram convocadas por um governo legítimo e, no caso de Honduras, quem o fez foi "um regime golpista", afirmou Garcia.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/11/30/governo+diz+que+gestos+de+lobo+podem+levar+a+rever+posicao+sobre+honduras+9187618.html

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Re: ONU deve se reunir na segunda-feira para debater crise em Honduras
« Resposta #183 Online: 02 de Junho de 2011, 11:34:39 »
OEA reincorpora Honduras após volta de Zelaya

A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou na quarta-feira uma resolução em que reintegra Honduras à entidade. O país estava suspenso desde 2009 devido a um golpe de Estado militar contra o ex-presidente Manuel Zelaya.

A resolução foi aprovada em uma assembleia de representantes com 32 votos a favor e um contra, o do Equador. A Venezuela aprovou com reservas.

A OEA considerou que o país da América Central cumpriu com uma série de condições para voltar a participar plenamente do organismo, como a retirada de acusações judiciais contra o ex-presidente, que voltou há poucos dias ao país. Ele estava no exílio na República Dominicana.

Zelaya, que foi tirado de sua casa ameaçado com um fuzil por militares em 28 de junho de 2009 e expulso para a Costa Rica, retornou no fim de semana passado a Tegucigalpa prometendo retomar sua luta por reformas na Constituição similares às que pretendia quando foi deposto.

O ex-presidente foi retirado do poder quando tentou realizar uma consulta popular para instalar uma assembleia constituinte que abriria espaço para a reeleição, com a qual, segundo seus críticos, queria imitar seu aliado, o presidente esquerdista da Venezuela, Hugo Chávez.

Zelaya voltou após assinar, há uma semana, em Cartagena de Índias, um acordo com o presidente hondurenho, Porfirio Lobo, que lhe garantiu seu retorno seguro ao país, acabando com uma perseguição judicial por suposta corrupção.

Este acordo, apoiado por Colômbia e Venezuela, também dá liberdade a Zelaya para participar da política.

HONDURAS FOI ADVERTÊNCIA

Representantes de vários países da OEA comemoraram o fim da suspensão de Honduras, mas advertiram que o organismo deve revisar seus mecanismos de proteção às democracias para evitar mais casos como o de Honduras no futuro.

'Os fatos condenáveis acontecidos em Honduras devem nos levar a refletir sobre a eficácia das ferramentas que dispomos', disse a chanceler mexicana, Patricia Espinosa.

Já o secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Arturo Valenzuela, disse que a crise em Honduras 'foi um teste para esta organização'.

O Equador votou contra a resolução sob o argumento de que os militares e civis que participaram do golpe não receberam punição nenhuma.

Ativistas de direitos humanos afirmaram que em Honduras, um dos países mais pobres da América, ainda há violações às garantias individuais contra militantes de esquerda e camponeses.

http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=28964940

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

 

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