_tiago, em vez de abordar ponto a ponto, fugiu tanto do que eu pretendia, vou tentar respondê-lo de forma livre, para tentar esclarecer melhor.

A visão que predominou do nazismo, conforme o texto, foi sua demonização, (o que concordo, também creio que essa é a visão predominante do nazismo), segundo ele, por um conforto canalha, (o que discordo, achei meio absurdo até [1]), e precisamos mudar isso. (o que questiono [2]).
[1] Por que não supor que o que levou a isso foi apenas uma reação espontânea diante de fatos aterradores como é natural? A reação mais comum não é ficar buscando parentesco com os criminosos, por exemplo, principalmente, os mais brutais, que aparecem no noticiário. Quem é que normalmente busca entender o que leva alguém a atear fogo numa vítima porque essa tinha pouco dinheiro? É apenas empatia o que geralmente nos faz buscar parentesco com a vítima em vez do criminoso e não um conforto canalha. Quando falamos do nazismo é natural que as primeiras imagens que nos venham a mente sejam as dos prisioneiros nos campos de concentração, das vítimas, sua dor e sofrimento e não a dos algozes. A demonização, portanto, não é canalha ou confortável, não necessariamente, é quase sempre apenas espontânea.
[2] Aceito que a demonização do nazismo, como descrita no texto, não seja a melhor perspectiva dos fatos, de que havia algo nato, monstruoso no âmago daquela gente, só não tenho certeza que essa seja a mais comum, mas como creio que a monstruosidade também possa ser aceita (que é o que chamo de demência) ou recusada, aceito a demonização sob essa descrição. A intenção não é xingá-los, apenas enfatizar o grau de aversão à opção deles. Não é como se não houvesse escolha. Eles tinham opção, tanto que houve quem optou pelas escolhas difíceis. Pensar diferente, para mim, é sim desculpá-los e justificá-los.
É isso o que questiono. E principalmente, o efeito disso. Não acho boa ideia voltar a atenção para o que nos leva a fazer escolhas fáceis. Prefiro concentrá-la no que nos leva a fazer escolhas difíceis. É isso o que precisamos aprender, aquilo nós já sabemos. Em oposição à "banalidade do mal" temos a proposta da "imaginação heroica". Um estudo sobre o que leva alguns a agirem enquanto a maioria fica paralisada, os heróis do quotidiano, já que, acho que todos concordamos, não há porque supor que haja algo nato no âmago das pessoas. Proposta por proposta, fico com essa. E apenas por prudência.